O Safado e a Rosa
George.
Era um dia chuvoso quando acordei as sete da manhã de segunda feira para abrir a loja. Abri os olhos, relutante, pensando em como eu odeio as segundas feiras. Virei-me para o lado suavemente, apenas para encontrar a mulher mais linda da face da Terra dormindo serenamente ao meu lado. Cabelos castanhos cacheados, olhos castanhos, pele lisa, macia e cheirosa como a mais linda rosa. Ela respirava profundamente, com seus olhos bem fechados e um vestígio de sorriso em seus lábios. Estava definitivamente sonhando algo bom. Tirei uma mecha de cabelo de seu rosto e delicadamente beijei a sua testa. Levantei-me tentando ao máximo não fazer barulho e não sacudir a cama. Troquei de roupa, e tomei um café da manhã solitário. Eu decidira não acordá-la, pois estava dormindo feito um anjo. Aparatei na loja, pronto para mais um dia de trabalho.
Na hora do almoço, ela foi me encontrar na loja, e saímos juntos para o Duende Verde, um novo restaurante no Beco Diagonal. Eu e Hermione estávamos casados fazia um ano, e na minha opinião, tínhamos a relação mais linda do mundo. Ela era perfeita para mim. E eu era perfeito para ela. Que nem feijão e arroz. Diferentes, mas um completa o outro.
A tarde, trabalhando na loja, decidi comprá-la flores, mais especificadamente rosas brancas, as suas preferidas. Cheguei em casa, e senti o cheiro da minha comida preferida vindo da cozinha. Chamei-a.
- Amooor?
Ela apareceu na porta da cozinha, de avental na cintura e colher de pau na mão; seus cabelos presos em um coque informal. Ela sorria, alegre por eu ter chego em casa. Mostrei as rosas, e o seu sorriso se alargou mais ainda. Ela veio correndo para os meus braços, agradecendo feliz, com mil beijos em meu rosto. Ela cheirou as rosas, sorrindo, e me olhou com um olhar que eu entendia muito bem... Bem por demais... E quando ela mordeu o lábio inferior, eu tinha certeza que havia entendido certo... Enfim.
Jantamos tranquilamente, conversando sobre coisas alheias, e depois nos aninhamos no sofá, assistindo a tal da televisão que a Hermione insistiu em comprar. É um aparelho trouxa que transmite uns programas, uns filmes, bem interessante. Em certo horário, ela desligou a televisão e me puxou para cima, para nosso quarto, alegando estar com sono. Lá, ela foi ao banheiro, e colocou a camisola branca que eu havia dado à ela de presente de um ano de casados, enquanto eu pus meu pijama. Deitei na cama e fingi estar dormindo, e não demorou muito para que ela abrir a porta do banheiro. Ouvi ela se aproximar, e parar bem perto de mim. Senti que ela estava se inclinando, e senti seu rosto mais próximo do meu. Quando senti que seus lábios alcançariam os meus, agi bem rápido: puxei-a pela cintura, fazendo-a cair na cama, e eu ficar por cima dela. Ela sorriu, e eu olhei no fundo daqueles olhos castanhos como avelãs. Então, eu a beijei. E bem, você pode imaginar o que veio a seguir.
Hermione.
Acordei no dia seguinte completamente feliz. George era o marido que eu nunca tinha pedido a Deus, mas eu havia ganho. Romântico, humorado, carinhoso, prestativo... E na noite passada havia me surpreendido com as minhas flores favoritas: rosas brancas. E depois, tínhamos tido uma noite de amor. Acordei quase que juntamente com ele, apesar dos esforços dele em levantar em silêncio. Eu só tinha que sair para trabalhar mais tarde, mas eu adorava vê-lo se arrumar e sair. Eu adorava tomar café com ele, e dar-lhe um beijo de bom dia. E nessa manhã, foi exatamente como eu adoro fazer.
Depois que ele saiu, fui me arrumar para meu trabalho no ministério, lembrando de nossa primeira vez. Foi na nossa lua de mel, e ele sabia que eu estava nervosa. E ele foi o mais carinhoso comigo, mais delicado e compreensível, mesmo sendo a primeira vez dele também. Não literalmente... Mas segundo ele, a primeira vez com amor. Eu carregava um sorriso bobo nos lábios, e sustentei-o o dia inteiro. Gina, a me ver, nem precisou perguntar que bicho havia me mordido... Ela sabia muito bem que era um bicho ruivo, com sardas, baixo, dos olhos azuis e uma orelha faltando.
Trabalhei normalmente, e quando cheguei em casa, ele já estava, e tinha preparado o jantar. Era cômico vê-lo de avental com uma colher de pau na mão, em frente ao fogão. Cansada, beijei-o, tomei um banho enquanto ele terminava o jantar. Deixei a água escorrer pelo meu corpo, e ouvi a porta do banheiro se abrir. Ele colocou a cabeça para dentro, e disse que o jantar estava pronto, não antes de me olhar da cabeça aos pés. Safado.
Jantamos, e logo após caímos os dois juntos na cama, aninhei-me nos braços dele e dormi.
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