Em busca da luz



– Vamos manter feitiços de proteção na cidade trouxa – disse Kingsley a Sra. Twitch – avise ao representante trouxa e ao prefeito!
– Caramba Harry! Você já foi salvo por um dragão! Sabe se ele ficou muito machucado? – reclamava Hagrid.
– Mas a maioria sempre quis me matar Hagrid! – desabafou Harry vermelho de raiva.
Um grupo de pelo menos trinta homens de uniformes negros tomou apartaram a volta da cidade. Um homem à frente com sotaque búlgaro entregou um pergaminho a Kingsley.
– Sinto muito Kingsley, mas está sem Conselheiros no momento. O Ministério da Magia da Grã- Bretanha está oficialmente interditado.
– Burocracia política! – disse Harry. – Estamos numa missão!
– Kingsley Shacklebolt está oficialmente afastado de suas funções e talvez até do cargo do Ministro! – disse o homem com os olhos em Harry.
Entre o grupo Harry reconheceu Alvo Cragwitch; era um grupo de guardas do Ministério da Bulgária. Outro grupo vestido de vermelho; representantes do Ministério Dinamarquês também se apresentaram. A coisa era mais seria do que Harry e Rony imaginavam.
– Jorge! – chamou Harry. – Vá até o Beco Diagonal e procure Uriach! Diga a ele que o Ministro da Magia precisa de ajuda!
– Estou indo!
– Não vão depor Kingsley se os cidadãos se opuserem! – disse Harry tomando a frente do grupo.
– Como sabe isso? – perguntou Rony.
– Sei lá. Li em algum lugar!
– É verdade! – disse Percy Weasley ao lado de Harry.
– Nenhum guarda do Ministério pode levantar voo sob as ordens de Kingsley. – gritou o representante dinamarquês.
– Precisamos de ajuda! Minha namorada está presa naquela floresta com um psicopata! Escutem: sei que muitos de vocês podem pensar que isso é problema meu, mas... é a mulher que eu amo. E tenho que tira-la de lá!
– Exato. É problema seu! – concordou o represente búlgaro. – Nossa tarefa aqui e outra.
– Rony – disse o Sr. Weasley segurando o braço do filho e apontando Harry – não precisa de guardas só de amigos... Vão!


Cansada Hermione se atirou na cama chorando. Seja o que Patrick tenha feito fez porque ela o rejeitou.
– Homens... – suspirou.
– Consegui um espelho. – disse Airene entrando no quarto.
– Ótimo! Você pode me ajudar a me preparar? Traga-me o que tiver de melhor. Roupas, perfumes... Quero estar à altura do Sr. Rent.
– Louer. A altura do Sr. Louer. Você nem sabe o verdadeiro nome dele.
– Sei muitas coisas sobre ele... – retrucou Hermione com rispidez – e hoje saberemos mais um do outro como nunca...
No começo da manha Hermione olhou-se no espelho; estava com um belo vestido branco e os cabelos presos.
Saiu decidida e bateu com força na porta do quarto de Patrick e ele realmente ficou surpreso. A deixou entrar e a admirou por um momento.
– Tire a roupa. – mandou.
– Tire a sua primeiro.
– Não está em posição de exigir muita coisa.
– É o modo como entro no clima.
– Honestamente não me interessa se está no clima ou não. É assim que você é Rony costumavam começar? Ele se exibindo para você?
– Você disse que é um homem normal.
– Claro que sou. O que está insinuando? – perguntou Patrick muito ofendido.
– Então vamos! Eu quero e quero agora! Estou pronta... – disse Hermione o abraçando.
– Não me apresse!
Hermione virou os olhos e sentou na cama. Olhou para Patrick e passou as mãos pelos lençóis.
– Se começarmos logo... Em pouco tempo podemos ter um herdeiro! O que acha?
– Eu... não a esperava! Um herdeiro? Espere um minuto... e-eu já volto...
Patrick saiu do quarto nervoso. Tirou do bolso outras doses da poção; não esperava que Hermione viesse até ele; achou que teria de arrombar a porta do quarto... Parou um instante para pensar: precisava tomar a poção e também e um banho. Hermione não era como as Veelas com quem ele estivera; devia ser mais cavalheiro. Afinal se ela estava disposta e se havia se conformado e esquecido Rony podiam realmente...
– Espere um minuto... – disse Patrick a si mesmo
Ele se virou e arrombou a porta do próprio quarto. Hermione estava sentada na cama; as gavetas todas abertas. Ela evitou olhá-lo. Patrick sentou ao lado dela; tomou a bela varinha rústica que fora de sua mãe das mãos de Hermione e refez o complexo feitiço de proteção; a neblina voltou a envolver e proteger a floresta.
– Você não a quebrou... – murmurou Patrick.
– Nem sempre quebrando a varinha o feitiço se desfaz...
– Então como? É um feitiço muito antigo e poderoso e... Chattar... Ele lhe contou.
– Você não sabe o que ficar preso nessa floresta causa as pessoas. O que causou a você e ao seu pai e até a sua mãe.
– Obrigado por não quebrá-la... É muito especial para mim...
– Eu realmente gostava de você... – disse Hermione soluçando – você é inteligente, engraçado, gosta de ler... Não precisava fazer o que fez. Seria um bruxo e um homem brilhante sem ter que ferir ninguém!
– Você realmente acredita nisso!
– Patrick... Eu não posso ficar
– Sabe que não posso deixá-la ir...
Hermione beijou Patrick no canto da boca e encostou a cabeça em seu ombro. Airene entrou muito nervosa no quarto.
– Dois guardas conseguiram entrar!
– Não são guardas... – disse Patrick ficando de pé.


A neblina havia se fechado acima da floresta. Harry e Rony não viam mais os amigos que o seguiram e que ficaram do lado de fora.
– Podemos ficar presos aqui pra sempre sendo torturados ou morrer. – disse Harry.
– Morrer é mais provável, mas você tem Gina. Se a deixar toda vez que tiver uma missão...
– É mais uma razão para lutar: ter para quem voltar. Você sabe disso.
– Prometa que vai voltar e fazer minha irmã finalmente feliz.
– Sempre achei a amizade de vocês muito comovente – disse Patrick parando na frente dos dois. – Não atacaram a vila.
– Não vamos ferir ninguém – disse Harry zangado – estas pessoas já pagaram por seus erros vivendo nesse lugar. Se lhe restou alguma honra não vai por ninguém para lutar por você!
– Não, não farei isso. Mesmo porque dou conta de vocês dois sem problemas.
– Hermione como está? – perguntou Rony.
– Ela está bem.
– Tocou nela? – perguntou Rony chegando mais perto.
– Ela chegou à varinha não foi?
Rony lançou um feitiço que Patrick rebateu.
– Bom, acabou a conversa! – disse Harry lançando um feitiço também.
Os dois fizeram uma manobra atrás de Patrick pela floresta; Harry sabia que era quase impossível derrotar Patrick no ar; o jeito era forçá-lo a descer. Rony chegou bem perto, mas Patrick tentou acertá-lo com a cauda.
– Embaraçoso, mas muito útil! Não há como me vencer. Sou mais forte, mais rápido...
– E fala demais! – gritou Harry.
– Também não há como saírem daqui. Podemos descer tomar um chá e resolver tudo como...
– Amigos?
– Sim!
– Não me chame de amigo! Quase perdi meu melhor amigo por sua causa.
Harry voou por cima de Patrick; Rony tentava emparelhar ao lado dele e os dois tentavam acertá-lo, mas Patrick ainda tinha a floresta inteira sob seu comando.
Transire! – gritou Patrick apontando para as arvores.
Galhos grossos começaram a se mover fechando o caminho de Rony até conseguirem derrubá-lo e a vassoura continuar sozinha. Patrick conjurou uma corda e laçou o pescoço de Harry o arrancando da vassoura; saiu voando pela floresta o arrastando em um torturante passeio entre as árvores e pelo terreno irregular cheio de pedras e arbustos espinhosos. Finalmente o soltou e subiu. Rony recuperou as vassouras e desceu ao lado de Harry.
– Vá procurar Hermione. – murmurou Harry muito machucado.
– Quero acabar com ele!
– Não! Você quer ver Hermione... e ela quer ver você! O deixe comigo!
– Ela está daquele lado! Fique a vontade para no mínimo tentar! – disse Patrick acima deles e apontando a torre de mármore.
– Vá! – gritou Harry.
Rony montou a vassoura e saiu em direção à torre.
– Muito nobre ficar para morrer primeiro Harry! Consciência pesada? – disse Patrick saltando da vassoura e rodeando Harry. – Sempre deixando as emoções atrapalhar.
– Eu sou humano e você o que é? – respondeu Harry ficando de joelhos.
– Aparência não é tudo. O que realmente vale é maneira como forçamos as pessoas a fazerem o que queremos.
– Acabou Patrick! Você perdeu tudo. – disse Harry se esforçando para levantar e alcançar a varinha e a vassoura. – Como está seu papai?
– Quem?
– Aquela coisa que trouxe com você. É seu pai... Etien. Não foi ele que te deixou com essa cara? Como tem sido as conversas com ele?
– Limitadas... – respondeu Patrick serio.
– Toda a história da sua família veio à tona; a cidade natal dos seus pais; a cidade que você nunca poderá conhecer! Como se esconderam aqui...
– Não nos escondemos! Minha mãe, como a sua, quis me proteger!
Patrick acertou a panturrilha de Harry com um movimento da cauda; Harry tornou a cair. Também quebrou a vassoura de Harry em uma arvore.
– Todo esse tempo e você não a conquistou! – disse Harry tremendo de dor segurando a perna dilacerada. – Ela ama Rony.
– Parece decepcionado em dizer isso.
– Não... Feliz!
Patrick hesitou e Harry lançou o mesmo feitiço que Patrick lançara nele no galpão; um feitiço que necessitava de força física que, naquele momento, Harry achou que não tinha; mesmo assim Patrick caiu a alguns metros de distancia de costas sobre um tronco. Mesmo lento Harry foi até ele e lhe deu um soco.
– Por me enganar todo esse tempo! Me separado das pessoas que amo!
Mais um soco.
– Por ter ajudado Solomon Bluter; seu canalha!
Um fio de sangue escorreu pelo canto da boca de Patrick e começou a queimar o queixo; ele abriu os olhos e chutou o peito de Harry o arremessando de novo ao chão. Passou as costas da mão na boca; o sangue que pingava o deixou com queimaduras; não estava tão seguro como antes o que deu tempo para Harry atingi-lo mais uma vez e tornasse a se levantar.
– Pode vir! – disse Harry se apoiando em uma árvore.
– Você não desiste não é? Da pra contar nos dedos os ossos que estão inteiros em você!
– Quero vencê-lo Patrick! Não só essa briga! Quero vencê-lo para sempre!
– Você que sabe... Com varinhas ou só com os punhos? – perguntou Patrick rindo.
– Como quiser! Venha!
– Você... você é um estúpido Harry!
– Vem1 não quer a gloria que outros no tiveram: me matar?


Hermione aguardava impaciente no quarto sendo vigiada por Airene.
– Tudo isso é sua culpa. – disse Airene a ela.
– Minha?
– Esperei a volta dele e quando finalmente... Ele trás você! E você Chattar! Também é um traidor! Aqueles homens podem derrotá-lo, invadir a floresta e acabar com tudo! – disse Airene puxando um punhal prateado da cintura; esfaqueou Chattar no abdômen em seguida apontou para Hermione.
– Eu pertenço a ele! Não você! – gritou correndo em direção a ela.


O voo de Rony pela floresta não estava sendo fácil; os troncos das arvores ficavam cada vez mais grossos a sua frente o faziam desviar, subir e até voltar atrás. Ele sentia que estava cada vez mais longe da torre de mármore e de Hermione. Não havia espaço para continuar e nem um feitiço que o ajudasse. Desesperado Rony tirou o desiluminador do bolso.
– Por favor – disse soluçando – eu os encontrei uma vez; ajude-me a chegar até ela agora. Por favor... pela ultima vez!
Rony clicou o aparelho; uma minúscula esfera apareceu e absorveu a luz das pequenas frestas entre as arvores; Rony seguiu por um caminho estreito que ele tinha certeza que foi aberto pela luz. A luz se apagou quando Rony finalmente conseguiu se aproximar da torre. O desiluminador não funcionava mais.
– Obrigado Dumbledore! – gritou. – Achei a luz, minha luz...
A alegria de Rony acabou quando viu Etien Louer carregando Hermione desacordada nos ombros. Rony os seguiu; temia lançar algum feitiço que ferisse Hermione ou que o próprio Sr. Escamoso, acuado, a machucasse.
– Ei! – gritou para atrair a atenção dele. – Você quer acabar com Patrick? Por isso deixou que ele o trouxesse para cá!
Os olhos de Etien Louer eram duas manchas amarelas.
– Dou minha varinha em troca dela! – disse Rony antes do Sr. Escamoso derrubasse da vassoura num só golpe. O movimento despertou Hermione; ela viu Rony no chão com o ombro sangrando.
– Rony! Rony! –gritou ela e Etien voltou a arrastá-la.
Entraram na floresta. Rony ouviu os gritos de Hermione e apanhou a vassoura; viu uma moça sair da torre e os seguir; ela carregava uma varinha. Olhando ao redor Rony viu uma espécie de alojamento; viu Rebecca sentada ao lado de outras pessoas; todos com expressões e olhares vazios cercados de animais.
– Lumus! – disse apontando da varinha para os olhos dela. A claridade a fez piscar várias vezes. Rony a sacudiu até ela recobrar a consciência.
– E aí? O plano deu certo? – perguntou sorrindo bobamente.
– Quase...
– E Patrick?
– Vamos! – disse Rony a fazendo subir em sua vassoura. – Vá naquela direção e ache Harry!
– Não tenho varinha!
– Tome a minha!
– Não, eu o encontrarei! Fique com sua varinha! Aqui isso é muito importante!
– Vi uma garota! – disse Rony fazendo uma rápida descrição.
– É Airene. Eu a conheço bem e se ela foi atrás de Hermione não é para ajudar! Livre-se dela também!
No meio da floresta Hermione era segura pelo pulso. Ela fechou os olhos quando o Sr. Escamoso a empurrou contra uma arvore e se aproximou.
– Solte-a! – disse Patrick apontando a varinha. Hermione o viu atrás do Sr. Escamoso. – Você é mesmo quem Harry disse que é?
– Ele é! – disse Rony os alcançando. – Nós o encontramos em sua cidade natal. Vai dizer que não percebeu as semelhanças? Vocês dois têm muito em comum!
– Se escondendo como sempre... – disse Patrick encarando o pai.
– Minha varinha por ela! – Rony tornou a gritar. – Poderá acertar suas diferenças de igual para igual com ele.
– Nossas diferenças são muito mais graves do que um pai que não ensina um filho jogar quadribol! – gritou Patrick.
O Sr. Escamoso investiu primeiro; Patrick lançou um feitiço que mal o fez cambalear, mas ele acabou soltando Hermione. Num acesso animalesco Etien Louer saltou sobre Patrick e lhe cortou a garganta. Um corte profundo carregado, além de veneno, de ódio e rancor.
– Hermione... – disse Rony a puxando para ele.
Harry e Rebecca apareceram montados na vassoura. O sangue que jorrava da garganta de Patrick começou a queimar todo seu corpo. Patrick apontou a varinha para o próprio pai.
– Corpus Taedere! – sussurrou e caiu de joelhos.
Etien Louer teve o corpo suspenso, destorcido e desmembrado. Rebecca saltou da vassoura e chegou até Patrick agonizando no chão. Harry ainda tentou estancar o sangue, mas Patrick balançou a cabeça e fez sinal que se afastassem. Ele olhou para cima, para o céu e lentamente fechou os olhos.
– Quando ele morrer não haverá mais razão para a floresta existir! – disse Rony puxando Hermione e Rebecca que parecia a beira de começar a chorar.
– Se estivermos na parte que foi enfeitiçada sumiremos também! – disse Harry.
A neblina em volta da floresta começou a descer. Airene apareceu e abraçou Patrick no chão. O sangue dele queimou toda a pela da garota.
– Airene! – disse Hermione tentando tirá-la de perto do corpo de Patrick, mas ela cortou o braço de Hermione com o punhal.
– Não chegue perto dele!
– Ele está morto!
– Hermione você pode abrir um portal! – disse Harry cambaleando seguro por Rebecca.
– É uma boa hora para você se exibir! – exclamou Rebecca.
Hermione se concentrou e a pequena imagem de um campo apareceu, mas logo sumiu. Rony viu na cintura dela uma mancha de sangue.
– A torre e o onde estão as outras pessoas são as únicas construções reais desse lugar. – disse Rebecca.
– Vamos pra lá!
A neblina começou a descer e envolveu o corpo de Patrick parecia gelo seco; Airene continua chorando sobre ele. Todos se trancaram junto aos outros; ouviam a ventania, uivos e estalos das arvores sendo arrancadas Hermione abraçou Rony com força.
– Você veio...
– Eu te amo! – disse Rony a beijando.
– Eles sempre se beijam em momentos estranhos... – comentou Harry com Rebecca.
– Ah, isso ajuda muito...
Do lado de fora os demais viam a floresta desaparecer sob a neblina. Por fim restaram escombros de dois prédios. Hagrid colocou as mãos no peito.
– Puxa! Olhando daqui dá muito mais medo... – disse Hermione ao lado dele.
– Com certeza! – Hagrid respondeu impressionado sem se dar conta com quem estava falando.

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