De onde tudo vem?



Durante a semana Harry revirou documentos e relatório sobre os saques no Beco Diagonal; em especial as varinhas roubadas. Estava concentrado no vigésimo depoimento que lia a respeito quando Percy Weasley bateu na porta da minúscula sala. Por um momento Harry achou que Percy lhe trazia noticias de Gina; que ela acabara de casar e iria morar em algum lugar muito distante. Chegou a prender a respiração esperando por essas palavras.


–       Recebi um pedido de liberação dos bens de Solomon Bluter registrado pela mulher dele, Cronella. – disse Percy passando os papéis para Harry. – Ela alega que ele desapareceu e provavelmente está morto.


–       Estava mesmo me perguntando por onde Solomon andava. – disse Harry soltando a respiração e lendo os documentos.


–       Não há evidências que ele tenha morrido – continuou Percy – mas ela alega que apesar de seus supostos crimes ele era um bom marido e nunca ficou mais de um dia fora de casa sem avisar.


–       Tem filhos?


–       Não.


Percy passou uma lista de bens a Harry.


–       Uma conta em Gringotes, o pub e alguns imóveis.


–       Acredito que ele tenha bem mais do que isso Percy! Muita coisa já devia estar no nome da mulher.


–       Como é de conhecimento público Solomon tinha muito inimigos, inclusive no Ministério, então ela quer acelerar a conclusão do pedido de herança.


–       Ela sabe que ele está morto.


–       Enfim, achei que gostaria de saber que você o pegou. Parabéns Harry... Diga a Hermione. Acho que ela também ficará satisfeita. De um jeito ou de outro ele está fora das ruas.


–       Só precisamos ter certeza que ninguém tome o lugar dele.


Apesar de Percy não ser seu Weasley favorito Harry estava muito próximo de abraçá-lo; transmitir a ele como sentia falta de todos, mas Percy pareceu entender.


As terras de Duke Duralumínio ficavam no Condado de Neill em Omagh; sem autorização do Ministério ele começou a construir uma represa que poderia prejudicar toda produção de alimentos das terras em volta.  Duralumínio fez questão de colocar elfos para fazer o trabalho pesado. Kingsley escolheu Patrick e a Conselheira Troy para a difícil missão de negociar com ele.


–       Tem certeza que não quer vir? – perguntou Patrick a Harry.


–       Não vai dar. Estou investigando algumas coisas importantes.


Hermione estava com eles e achou Deanna Troy ansiosa e se esforçou para acreditar que era por ser sua primeira grande missão como Conselheira e não por passar alguns dias na companhia de Patrick.


–       Quando eu voltar... – Patrick começou a dizer a ela.


–       Não vai demorar tanto assim. – disse Harry.


–       Prontos? – perguntou Kingsley.


–       Tome cuidado – disse Hermione beijando o rosto de Patrick – você também Deanna!


–       Obrigada Hermione. – respondeu a Conselheira.


–       Não se preocupe com nada por aqui. – disse Harry. – Tomo conta de tudo.


Patrick pegou a pasta e parou ao lado de Deanna; se manteve sério e até meio carrancudo olhando para Harry e Hermione. A Conselheira tocou o braço dele e ao sinal da varinha de Kingsley os dois desapareceram.


–       Venha comigo! Temos coisas a fazer! – disse Harry puxando Hermione.


Em sua sala Harry mostrou a amiga uma pilha de papéis.


–       Sabe o que todas essas pessoas têm em comum?


–       São bruxos?


–       Fora isso engraçadinha todos juram que foram atacadas por alguma coisa! Lobisomem, centauro...


–       Dragão?


–       Pelo menos oito bruxos mencionaram dragões; só que muito diferentes.


–       Histeria coletiva. Era uma noite que os ânimos estavam exaltados.


–       Vamos conversar com algumas dessas pessoas; quero saber mais detalhes do que viram.


–       Harry... tenho compromissos com a Sra. Kessler agora à tarde.


–       Não pode adiar? Será mais rápido se formos nós dois. Eu explico a ela.


–       Não é tão simples como parece.


De fato a Sra. Kessler não recebeu bem a noticia. Chamou Hermione para uma conversa particular.


–       Não sabia que prestava serviços ao Ministério Srta. Granger.


–       É mais para acompanhar Harry...


–       Entendo. Desculpe, sei que pareço uma velha antiquada; Heckett me diz isso o tempo todo, mas sei do que falo. Sua mente está presa a imagem desses rapazes e atenção que acha que cada um merece.


–       A senhora está certa. Estou muito confusa.


–       Não precisa entrar para um convento Srta. Granger. – disse a Sra. Kessler sorrindo. – Mas o nível de magia que pretende alcançar necessita de muita dedicação. Pouco mais de meia dúzia de bruxas conseguiram atingir esse nível nos últimos trintas anos. Sabe o motivo desse numero ser tão baixo?


–       Pouco conhecimento sobre as Artes das Trevas. – respondeu Hermione.


–       Estou dando a chance da senhorita ser a melhor bruxa da sua geração de fato!


–       Sim... eu entendo e agradeço muito.


–       Por acaso não mencionou ao Sr. Potter sobre suas tentativas de abrir um portal, mencionou?


–       Não. Apenas disse que estou estudando sua obra e que não pretendo me envolver mais do que o necessário.


–       Ele não entenderia...


–       Com certeza não.


Heckett entrou na sala que Harry aguardava Hermione. Imediatamente ele se lembrou do sonho; de toda a sensação envolvida. Não entendia o comportamento dela e muito menos o seu. Foi em direção a ela tropeçando nos objetos na sala. A Sra. Kessler e Hermione voltaram, mas encontraram a sala vazia.


–       Heckett!


–       Estou aqui. – disse Heckett aparecendo afobada.


–       Harry. Vou ter mesmo que ficar. Desculpe, mas é importante...


–       Ok Hermione. Preciso ir...


Duas horas depois sentado num pub Harry tentava tirar Heckett da cabeça. Verificou a lista de nomes; não estava longe de um dos endereços. Justamente o que a presença de Hermione era mais importante. Uma loja de roupas femininas; onde era proibida a entrada de homens. A proprietária afirmava ter visto um lobisomem. As vendedoras se apressaram em barrar Harry, mas a elegante figura da proprietária surgiu ao pé da escada e disse que ele podia entrar. A decoração da sala com quadros de garotas em peças íntimas, provavelmente modelos dos produtos da loja, deixou Harry encabulado.


–       Não são permitidos homens aqui há muito tempo. No entanto recebê-lo é um privilegio. – disse a Sra. Robinson. Uma mulher alta e loira na faixa dos cinqüenta anos.


–       Sinto-me honrado. Ouvi falar que sua loja tem uma azaração.


–       Muitos bruxos já tentaram invadir para expiar. Então minha bisavó espalhou o boato que se um homem entrasse perderia a virilidade.


–       Bem pensado.


–       Não está preocupado em não ser só um boato?


–       Não.


–       Eu sei que é um homem corajoso Sr. Potter. Além de tudo que já fez ainda colocou Solomon Bluter em seu devido lugar.


–       Não fiz nada na verdade. Alguém fez.


–       Mais chá?


–       Sim, aceito obrigado.


A Sra. Robinson sorriu e tornou a encher a xícara de Harry.


–       A mulher de Solomon esteve aqui algumas vezes tentando convencer as garotas a largarem o emprego e se juntarem a eles no Bocadio; dizia que o dinheiro era bom e o trabalho pouco. As que foram se arrependeram e muito.


Continuaram a conversa; o mal estar de Harry passou e o tempo que permaneceu na loja mesmo que falando sobre lobisomens foi agradável.


–       Eu tinha acabado de fechar a loja; o tumulto já tinha começado. Esperei alguns minutos então vi um lobisomem parado há poucos metros da porta.


–       A senhora já teve alguma experiência com lobisomens?


–       Nunca tinha visto nenhum. Ele estava parado como se esperasse que eu me movimentasse e então desapareceu! Dei o alarme e um Revistador apareceu, mas não o encontrou.


–       Duas lojas abaixo um senhor disse ter visto um cavalo alado.


–       O pobre homem foi ridicularizado pelos Revistadores quando contou que o tal cavalo comeu suas orquídeas.


–       A senhora viu mais alguma coisa naquela noite? Alguma coisa que lhe chamou a atenção?


–       Havia muita gente nas ruas e lançando feitiços para todos os lados!


–       Como tinha sido o seu dia até ali?


–       Normal. Ninguém estranho e nenhum problema.


–       É permitido o uso de varinhas dentro da loja?


–       Só as costureiras para ajustes. Clientes de maneira nenhuma.


Conversaram mais sobre a noite do assassinato de Urda; a Sra. Robinson o conhecia. Harry se despediu prometendo que daria noticias do que descobrisse. O próximo endereço era uma loja “De tudo um pouco”; o dono contou sobre o cavalo alado comedor de flores. Não foi muito esclarecedora a conversa que tiveram.


A noite Harry resolveu levar Hermione para jantar para contar o que estava investigando. A sensação de culpa por se sentir atraído por Heckett só aumentava à medida que Harry tentava contar a Hermione e simplesmente não conseguia. Tomou isso como um sinal para se manter longe da ex-assistente de Samuel Corso.


–       O que achou da Sra. Robinson?


–       Você a conhece?


–       Claro.


Harry se lembrou que se tratava de uma loja para mulheres e que obviamente Hermione já devia ter comprado alguma coisa lá.


–       Conversaram sobre o lobisomem?


–       Hã?


–       O lobisomem que ela disse ter visto Harry.


–       Ah sim! Conferi a data e nem era lua cheia. – respondeu Harry tomando um gole de vinho. – E o cavalo alado comendo flores... havia quadros na parede com figuras de cavalos e miniaturas nas prateleiras também.


–       Continuou afirmando: histeria coletiva.


–       A Sra. Robinson me pareceu ser uma pessoa bem centrada Hermione.


–       Sabia que ela apanhou Jorge e Fred tentando entrar lá uma vez? Imagine que ela esperou a Sra. Weasley segurando os dois pelas orelhas na calçada por quase uma hora!


–       Qualquer um gostaria de entrar lá. – disse Harry sorrindo.


A noite estava um pouco fria mesmo assim deram uma volta pelo Beco Diagonal. Algumas lojas já tinham alguns enfeites de natal. Isso incomodava Hermione tanto quanto Harry.


–       Como será que Patrick está se saindo? – perguntou Hermione


–       Deve estar tudo bem. Ele é bem esperto Hermione... muito esperto.


–       Por que Kingsley escolheu Deanna pra ir com ele?


–       Ela é uma excelente diplomata. O que foi? Está com ciúmes?


–       Não! Claro que não!


–       Vocês dois estão se dando bem? – Harry perguntou chutando o chão.


–       Acho que sim, mas é cedo para pensar em alguma coisa mais seria. – disse Hermione visivelmente triste.


–       Você entende que não quero vê-la sofrer mais não é?


–       Honestamente não sei... Quando vai voltar a dormir no seu quarto?


Harry colocou as mãos no bolso e deu dois passo a frente. Sentia o coração pesado e triste. Hermione o alcançou e o segurou pelo braço.


Voltaram bem tarde para casa. Hermione tirou a capa e se largou no sofá; soltou os cabelos olhando para Harry.


–       Hermione. Preciso dizer... preciso te contar uma coisa...


Ele se aproximou cauteloso; viu um pouco de ansiedade nos olhos de Hermione. Ela se levantou e subiu as escadas devagar; Harry acompanhou pelo som; chegou a colocar a mão sobre o corrimão.


–       Harry Potter!


O som de seu nome dito de forma tão abrupta fez Harry saltar para trás. O rosto de Hagrid tomava forma entre as chamas.



O Conselheiro Rent, acompanhado de Neville Longbottom, andava por um dos corredores de Hogwarts prestando atenção em todos os detalhes.


–       Hermione me disse que você é um grande fã da escola.


–       Sim, eu sou. Impressionante! – exclamou Patrick ao entrarem no Salão Principal.


–       Onde aprendeu magia Sr. Rent?


–       Minha mãe me ensinou, por favor, me chame de Patrick. Gostaria de ter freqüentado uma escola como esta. Com certeza seria melhor em algumas coisas; você é professor de Herbologia, não?


–       Sim.


–       Não é meu forte.


No pátio Hermione conversava com a profª Sinistra.


–       Hermione – chamou Neville – ele está aqui.


–       Olá. – disse Patrick.


Os dois ainda não tinham se encontrado desde o retorno dele. Patrick cumprimentou a professora.


–       E Harry?


–       Conversando com o prof. Flitwick.


–       O recado parecia urgente. – disse Patrick.


–       Você deve estar exausto!


–       Não... Muitas recordações? – perguntou Patrick em voz baixa.


Óbvio que Hermione estava pensando em Rony. Estava em Hogwarts; a escola onde começou amá-lo. Se negasse Patrick saberia que ela estava mentindo. Curiosamente era daquele jeito que Hermione se sentia mais atraída por ele; quando não se portava como Conselheiro e sim quando era apenas um rapaz de vinte poucos anos inseguro e com ciúmes das recordações dela.


–       Como você está? E fale a verdade! Nada de respostas evasivas como as que deu a Kingsley quando voltou!


–       Eu já disse que estou bem.


–       Patrick você...


–       Matei Duke Duralumínio num duelo.


–       Não diga que isso não o afeta.


A verdade é que Patrick não sentia absolutamente nada a respeito, mas Hermione parecia estar realmente preocupada. Ele resolveu então usar isso a seu favor.


–       Só estou... não tenho dormido bem só isso.


Hermione o segurou pelo braço. Chegaram à Ala Hospitalar; Harry e os outros professores estavam de volta da cama cujo homem que tentou invadir a escola tinha sumido.


–       Fugiu durante a noite... – explicou Madame Pomfrey – ele estava mais calmo e achamos que podia ficar bem.


–       Atacou um aluno no corredor pegou a varinha e o forçou levá-lo a sala dos professores. Usou Pó de Flu e se foi. – contou Neville.


–       Ele mencionou a diretora McGonagall várias vezes.  – disse Madame Pomfrey. – Parecia estar em um estado permanente de delírio, mas dizia o nome dela.


–       A última vez que a vi foi no funeral Waxflatter. Cheguei a convidá-la para jantar em casa, mas ela não foi...


–       Achamos que tinha voltado para escola. – lamentou Hermione.


–       Não – respondeu Flitwick – desculpe Conselheiro Rent é um prazer tê-lo aqui novamente.


O professor miudinho batia abaixo do joelho de Patrick. Slughorn e os outros professores também o cumprimentaram.


–       Obrigado por vir tão rápido. – disse Harry batendo no ombro de Patrick. – Falou com Kingsley sobre isso!


–       Ele esteve aqui e também tentou conversar com esse homem.


–       Não acredito que só nos avisaram sobre isso agora!


–       Você tem que levar em consideração que a diretora de Hogwarts sumir em pleno ano letivo traria problemas não só a escola. – justificou Patrick.


–       Kingsley disse isso não foi?


–       Ele nem sabe que estou aqui!


–       Não importa agora! – disse Neville. – Se aquele homem era única pessoa que podia nos dizer alguma coisa...  ele fugiu de Hogwarts!


–       Kingsley disse se o conhecia? – perguntou Hermione.


–       Disse que não, mas pareceu bem nervoso quando o viu.


–       A Rede de Flu do castelo não é ligada a nenhuma residência. Só a King Cross, ao St. Mungus... lugares públicos. – comentou Hermione.


–       Se esse homem tentar usar a varinha de um menor de idade saberemos e se roubar alguém também – disse Patrick a acalmando – vamos achá-lo e descobrir quem é e o que sabe sobre a diretora.


Para evitar tumulto entre os alunos o grupo de professores, Harry, Hermione e Patrick desceram mais tarde para almoçar.


–       E você como está? – Hagrid perguntou a Harry.


–       Bem...


–       Não ver Rony sentado ao lado de Hermione em Hogwarts... é estranho.


–       Ele fez o que quis fazer. – respondeu Harry rispidamente.


Desde que chegou Harry estava com um peso no peito; respirava e continuava lá como alguma coisa enterrada.


–       Ainda não acredito! Ninguém aqui quis acreditar! A não ser a profª. Trelawney; ela disse que isso ia acontecer... e Gina sente muita falta dela, não?


Harry sentia tanto que recusou o convite de Neville para visitar a torre da Grifinória. Preferiu sair para procurar Hermione e Patrick; os encontrou na Sala de Troféus.


–       O que faz a floresta ser proibida? – perguntou Patrick.


–       Tudo. – respondeu Harry entrando na sala. – Estive lá a primeira vez com onze anos... Hermione também. Lembra-se de Norberta?


–       Norberto na época. – respondeu Hermione sorrindo.


Patrick ficou aborrecido por Harry começar a contar sobre o dragão que entregaram ao irmão de Rony. Parecia que tentava excluí-lo da conversa. Por fim Harry o convidou para um voo sobre o campo de quadribol. Os dois sobrevoaram o campo e a escola tão rápido que Neville e Hermione os perderam de vista várias vezes. Hermione se lembrou de Kingsley comentando como rapazes fazem coisas estúpidas para chamar atenção.


–       Não disse na frente de Harry porque ele já estava nervoso com Kingsley, mas ele também nos proibiu de investigar. A idéia de contar a você e a Harry foi minha. Kingsley não nos deu mais noticias! Nem sabemos se está procurando o tal homem ou a diretora. Ele anda muito estranho segundo dizem, é verdade?


–       Parece...


–       Soube que você enfrentou um processo por usar magia na frente de trouxas. O homem cujo funeral McGonagall foi...


–       Waxflatter. Ele foi o causador de toda a confusão na rua embora eu e Harry tenhamos duvidas de suas reais intenções.


–       Wax! O homem mencionava muito esse som: Wax... Pode ser esse Waxflatter.


–       É muita coincidência Neville! McGonagall sumir justamente depois do funeral do Sr. Waxflatter! Talvez esse homem também estivesse lá. Ele estava tentando chegar à escola; será que queria avisar McGonagall sobre alguém?


–       Tentamos muito fazê-lo voltar a falar! Quando acordava não dizia coisa com coisa! Concluímos que era mesmo maluco! Slughorn chegou a ministrar uma dose da poção da verdade, mas ele continuou a falar coisas sem sentido. Dizia que via coisas... tentava agarrar as pessoas, jogou uma comadre em Hagrid! Dava ordens de avançar e coisas do tipo.


–       Fazia sentido para ele...


–       Mas ele voltou a si e deve ter perguntado ao garoto que encontrou sobre McGonagall e soube que ela não era vista na escola.


–       Seja o que ele queria evitar já tinha acontecido. A Rede de Flu... ligada a lugares públicos... próximos a passagens mágicas! Algumas dessas passagens não precisam de magia para ser abertas; como a passagem perto do St. Mungus! Elas simplesmente se abrem em certos horários! Como pude ser... eu Harry passamos por ela!


–       Ele nem precisaria usar a varinha! Brilhante Hermione! Eu sabia que você pensaria em alguma coisa!


Harry e Patrick pousaram; ambos com ar presunçoso, mas Hermione num pulo deu beijo entusiasmado em Neville.


–       Vamos! – disse aos dois e começou a andar em direção ao castelo.


Neville passou os dedos sobre os lábios e deu um meio sorriso para Harry e Patrick.


–       Deem noticias ok?


–       Daremos... – respondeu Harry.



A Sra. Weasley estava sentada na sala da Toca com o Semanário das Bruxas nas mãos. Seus olhos pousaram no relógio da família. Desde a morte de Fred a matriarca da família tentava não prestar atenção ao objeto; pensou em até tirá-lo da sala para talvez diminuir a tristeza de ver os ponteiros indicando a distancia que estava dos filhos.


–       Mamãe! – disse Gina entrando na sala. – Acabei de receber uma coruja me liberando da suspensão do ultimo jogo. Preciso ir.


–       Ajudo a fazer as malas...


–       Já fiz; só vou me despedir de papai. Por que não vem comigo? Uma viagem, mesmo que curta, lhe faria bem.


–       Seu pai, Percy e Jorge...


–       Eles são adultos mamãe! Vamos tire uma folga!


–       Em outra ocasião Gina.


–       Sinto muito não ter sido uma boa companhia esses últimos dias. Essa suspensão me deixou nervosa...


–       Foi injusta.


–       Dei um soco em um jogador do meu próprio time mamãe.


–       Ele a assediou!


–       Ele só perguntou se eu queria tomar um café. Vou me despedir de papai...


O Sr. Weasley ultimamente também não se mostrava muito bem; passava mais tempo na garagem do que o costume. Nada mais de experiências com objetos trouxas; ele simplesmente ficava lá mexendo em papéis ou sentado em silencio.


–       Precisa sair um pouco daqui papai. Está assim desde que Rony partiu e muito pior desde que seu amigo morreu.


–       Estou preocupado, envergonhado... – disse o Sr. Weasley aos sussurros. – Não sou um bom pai. Rony se foi com uma garota que nunca ouvimos falar! Você se separou de Harry...


–       Pai!


–       Lutei a vida inteira para manter nosso nome... não pude impedir a morte de Fred, mas ele morreu lutando! Eu esperava que Rony fosse um homem de verdade que honrasse seus compromissos! Os Granger sempre foram nossos amigos! Se eu estou assim por dentro imagine o pai de Hermione! O que Rony fez não tem cabimento!


–       Eu conheço Rony e ele não é o covarde que estão dizendo!


–       A garota está grávida.


–       A criança não tem culpa de nada. Eu vou querer vê-la quando nascer! E sei que mamãe também!


–       Gina... você se separou de Harry por causa disso! Sabe que Harry amava Rony como irmão. Rony humilhou Hermione! Ela provavelmente acabará com esse Conselheiro. Ele acabou de derrotar um dos maiores inimigos do Ministério! Duke “purgante” Duralumínio!


–       Eu não podia ficar com Harry e vê-lo odiar Rony pelo que fez. Sinto falta de Hermione; ela não ficar com Rony antes foi minha culpa! Eu contei a Rony sobre Krum – disse Gina achando graça e ao mesmo se punindo pela infantilidade – eu nunca me desculpei...


–       Gina...


–       Papai prometa que vai conversar com mamãe; vocês dois sempre se entenderam e se apoiaram todos esses anos! Ela precisa do senhor tanto o senhor precisa dela agora... Não deixe sua querida Molly sozinha.


O Sr. Weasley tocou o rosto da caçula.


–       Falarei com ela...


Gina se despediu do pai, deixou um beijo para os irmãos e aparatou para a sede do Harpias. O Sr. Weasley entrou na sala e chamou várias vezes pela esposa, mas como não obteve resposta voltou à garagem.



O movimento em Gringotes perto do fim do expediente fez com que Hermione demorasse a ser atendida pelo rapaz que orientava trouxas nas transações no banco.


–       Não vi nenhum homem como descreveu surgir pela passagem Sra. Granger. Sou sempre chamado quando alguém sem varinha chega.


–       Obrigada.


–       Se precisar de mais alguma coisa Srta. Granger... – disse o rapaz dando a volta no balcão.


–       Era só isso.


No hall do banco alguma coisa Hermione fez se virar. Não era uma sensação ruim, mas estranha. Olhou em volta. Um grupo se afastava em direção a um dos balcões; o atendente havia virado um tinteiro em cima de uma bruxa que começou uma discussão. Hermione colocou a mão sobre o peito; em um minuto seu coração passou a bater mais forte e quase ao mesmo tempo voltou ao normal. No Ministério encontrou-se com Deanna Troy deixando a sala de Patrick.


–       Deanna não parece nada bem. – Hermione comentou com Patrick quando entrou.


–       Ela não tem passado por bons momentos ultimamente e nossa missão não terminou como esperávamos.


–       Ela estava com você quando...


–       Sim.


Em cima da mesa a matéria do Profeta Diário mencionando Patrick e seu duelo com Duralumínio estava bem visível.


–       “Esgotadas as possibilidades de diálogo o Conselheiro Rent se viu obrigado a usar de suas habilidades... O filho de Duralumínio menor de idade...” – leu Hermione.


–       Faremos um acordo com ele assim que ele estiver pronto para entender o que aconteceu. Boa parte do ouro das terras de Duralumínio virá para o Ministério que repassará a Gringotes; acabou o problema com os duendes. Final feliz!


–       Patrick...


–       Esse garoto ficará bem... – disse Patrick jogando o jornal no lixo – talvez ele tenha uma boa vida afinal.


–       Não se culpe tanto.


–       Não consigo achar que matar alguém... todo mundo só fala no ouro e esquecem o garoto! Isso não é certo Hermione.


Hermione o pegou pela mão. Patrick se aproximou; Harry entrou na sala como um furacão.


–       A única referência a Waxflatter está no processo contra você e o Sr. Weasley. Não há mais nenhuma informação sobre ele! Cheguei a duvidar que fosse bruxo!


–       É bem interessante... – disse Patrick tentando disfarçar que estava furioso. Depois de se esforçar numa cena tão comovente...


–       McGonagall foi ao funeral dele – continuou Harry – ele conhecia Umbridge, o Sr. Weasley e a Sra. Twitch! É mesmo interessante... Estive na casa da Sra. Twitch, mas ela viajou; está com aquele babaca representante trouxa. Anjelica estava com Adso.


–       McGonagall... – disse Hermione chateada – falou de mim para a Sra. Kessler...


–       Vamos achá-la Hermione. Algo me diz que estamos na pista certa. – disse Harry segurando a mão da amiga.



–      “Algo me diz que estamos na pista certa...” – resmungou Patrick de volta ao Bocadio depois de algum tempo.


–       Senhor?


–       Nada Twain. Onde estão esses dois?


–       Tinha razão senhor ninguém quer trabalhar para eles. Os homens que serviam ao Sr. Bluter foram todos embora!


–       Ninguém mais para fazer a vigia da casa dos Weasley?


–       Ele não voltou até agora...


Dois rapazes muitos parecidos entraram na antiga sala de Solomon Bluter. Patrick sentiu vontade de rir dos dois; ambos queriam a todo custo passar uma imagem sofisticada, mas as vestes amarrotadas e os olhares assustados o delatavam. Os irmãos Lancey não passavam de ladrões comuns muito conhecidos na Travessa do Tranco. Ficou a cargo deles continuar com os negócios do tio Solomon Bluter o que não tinham a mínima competência para fazer.


–       Sr. Rent! – disse o mais velho.


–       Como vai Jack? Olá Don! Sua mãe?


–       Bem.


–       Como estão os negócios?


Os dois irmãos se olharam desconfortáveis, mas não perderam a pose.


–       Estamos com alguns problemas temporários...


–       Os comerciantes não estão pagando a taxa de proteção?


–       Não... Também não conseguimos ninguém para trabalhar aqui! Precisamos de ajuda! Você ainda tem contatos e gente que o obedece! Precisa nos ajudar!


–       Por quê? Vocês sumiram com Solomon! Ele era um pedaço de bosta de dragão, mas sabia trabalhar. A pessoas o respeitavam...


–       Invadiram o pub – disse Don rindo – ele foi preso... nós nunca fomos...


–       Mas serão! Agora os comerciantes ganharam força e confiança! Se insistirem em bater em suas portas vão reagir e até chamar o Ministério!


–       Vão contar de você também!


–       De mim? Ah não! Era o Conselheiro Bertel que ajudava Solomon de dentro do Ministério. Vocês não leem o Profeta Diário?


–       Com o Sr. Rent ninguém mexe. – disse Twain.


–       Se não nos ajudar diremos a mamãe pra cortar seu fornecimento de você sabe o que? – disse Don rindo tapando a boca como se fosse uma criança que ouviu uma piada suja.


–       Vocês sabem ler? Acabei de matar um dos homens mais poderosos e ricos do mundo da magia!


–       Duke Duralumínio! – disse Twain com muita satisfação.


–       O filho dele; o pobre órfão assinou um acordo dando uma boa quantia de seu ouro para o Ministério e para Gringotes. Ouro puro! Barras e mais barras como Bunko, o duende assassino que comanda o banco, tanto adora! O garoto está feliz em se livrar do pai! O duende está feliz! O Ministério está feliz por tirá-lo do caminho e eu estou mais feliz ainda! Eu sou uma porcaria de um herói nessa porcaria de Beco Diagonal! Não preciso recolher mais taxa alguma de ninguém! E quando a “você sabe o que” pode dizer a sua mãe que pago o que ela pedir! Acho que ela vai aceitar minha proposta...


–       Chega! – disse Vesúvia Lancey entrando na sala. – Saíam! Saíam! Seu amiguinho também Sr. Rent! Temos assuntos a tratar.


Os três rapazes saíram cada um para um lado.


–       Conseguiu de novo não é? E a Conselheira que o acompanhava? Achei que Deanna Troy fosse uma mulher honesta.


–       Ela é, mas conhece a mãe dela? Lwaxana?


–       Sim, uma peste de mulher.


–       Deanna só aceitou ser conselheira por causa dela. Ela não tem o mínimo talento para ser uma peste como a mãe. Quando sentiu a pressão de enfrentar Duralumínio cara a cara... tomei a frente de tudo. Não ia gastar meu tempo conversando com aquele bastardo. O matei logo que pude!


–       Você e a pobre conselheira dormiram juntos?


–       Na primeira noite! E ela ainda vai produzir um Mapa da Magia especialmente para mim! Não de boa vontade, mas vai.


–       E a garota dos elfos?


–       Estou quase lá...


–       Queria que meus filhos fossem dedicados as coisas como você Patrick. Mantemos nosso acordo?


–       Sim, é claro.


–       Tem mais alguma coisa! Lembra-se que contei sobre o tal grupo estranho na Travessa do Tranco?


–       Um novo mundo eu me lembro.


–       São o motivo desse lugar estar vazio! Estão crescendo fazendo uma lavagem cerebral em muita gente! Convencendo a segui-los! Estão se virando contra muitos aqui...


–       Já teve contato com alguns deles?


–       Não diretamente, mas eles me conhecem! – disse Vesúvia sussurrando. – Estavam por trás dos tumultos no Beco Diagonal.


–       Como?


–       Não sei, mas estão armando alguma coisa grande!


–       Ouviu alguma coisa sobre raptarem a diretora de Hogwarts?


–       Ouvi rumores sobre conseguirem subjugar uma bruxa muito poderosa; ela está com eles e vão matá-la em breve! Alguma coisa sobre vingança, mas falta alguma coisa para completarem alguma coisa...


–       Falta alguma coisa... quer dizer que falta alguém... Quero conhecê-los.


–       Eu já lhe disse que não querem contato. Os líderes formam um grupo fechado; nunca ninguém os vê! São Cinqüenta galeões pela camisa.


–       Caro, não? – comentou Patrick tirando os galeões do bolso.


–       Você deve ter colocado a mão em um bocado de ouro nessa empreitada contra Duralumínio!


–       Um pouco... Guarde o troco. – disse Patrick dando uma piscada. – Avise-me se souber onde esconderam a tal bruxa. É muito importante que eu saiba primeiro que qualquer um.


–       Gostou de ser um herói não é?


–       É, é bem legal.


Patrick convidou Hermione e Harry para visitarem o apartamento que acabara de comprar numa nova área do Beco Diagonal. Ainda sem mobília; os três conversaram sentados no chão.


–       Estamos vendo a situação de um ângulo errado. – disse Hermione pensativa.


–       Como assim? – perguntou Patrick curioso, mas Hermione não respondeu.


–       Ela está pensando em alguma coisa; sabe tendo uma idéia genial. – disse Harry. – Você pode dizer qualquer coisa agora que ela não ouvirá.


–       Serio?


–       Hermione, vou me casar com a Miss Magia desse ano. Tente você.


–       Hermione vamos usar seus livros para fabricar vassouras.


–       Certo...


–       Viu?


–       Impressionante.


–       Quando será sua audiência?


–       Hoje à tarde.


–       Não vai acontecer nada demais. Você se saiu muito bem. – disse Harry.


–       Certo... – murmurou Hermione se levantando e colocando o casaco. – Tenho que ir!


A garota entrou na lareira e sumiu.


–       Ela sempre sai correndo quando tem uma idéia? – perguntou Patrick.


–       Na maioria das vezes sim. Não se preocupe quando ela confirmar o que está pensando vai nos contar.


Harry voltou ao Ministério. Mexeu em seus arquivos por um bom tempo; as investigações que andava fazendo sobre o que a amiga chamava de "histeria coletiva" teriam de esperar; McGonagall era prioridade agora. Encontrou com Hermione dentro do elevador.


–       Onde está Patrick?


–       A essa hora deve estar na audiência. O que descobriu?


–       Venha comigo.


–       Para onde?


–       Sala de Patrick. Ele me deixou usá-la para ler.


–       Por que não usa a minha sala?


–       Ah... os livros dele...


–       Ele não deixa ninguém entrar na sala dele. – comentou Harry aborrecido. – O que descobriu?


–       Conto quando chegarmos lá!


Andando de um lado para o outro Hermione deixou Harry impaciente.


–       Vamos conte! Patrick ainda vai demorar!


–       Eu estava errada; estava pensando como... uma pessoa comum. Entende?


–       Não.


–       McGonagall é uma bruxa muito poderosa que óbvio sabe coisas que nem imaginamos! E podemos supor que o cara que fugiu de Hogwarts também deve ser! Fiquei pensando nas passagens mágicas; acontece que conhecemos só as oficiais e visitamos todas! Imaginei que deviam existir várias clandestinas pela cidade e que também não precisam de magia para serem abertas!


–       Como...


–       Fui ver Crackit em Azkaban! Se alguém podia me dizer alguma coisa sobre essas passagens era ele! Ele me fez um mapa! Olhe Harry!


O mapa da cidade tinha vários círculos sobrepostos muito longe um dos outros, mas em pontos estratégicos do Beco Diagonal e fora dele.


–       Você foi até Azkaban falar com Crackit? Por que não me disse?


–       A idéia me ocorreu de repente! Crackit usava essas passagens para roubar trouxas e conseguir fugir! Não é genial? Não tenho idéia de quem as abriu, mas considerando que até hoje ninguém no Ministério as detectou...


–       Você não devia ter ido lá sozinha! Como conseguiu entrar!


–       Estou na lista de visitas; pedi a Kingsley me incluir quando assinou a pena de Crackit...


–       Você devia ter me dito! Eu iria com você! Rony ficaria possesso!


–       Harry...


–       O que?


–       Você disse Rony...


–       Eu... prometi a ele uma vez que cuidaria de você... foi isso. – respondeu Harry.


–       Não preciso que cuidem de mim! Por que foi lembrar-se disso agora?


–       Não sei... de repente me ocorreu... desculpe. Por onde quer começar? Quantas são e como essas passagens são abertas?


–       São doze passagens; algumas na parte residencial mais antiga do Beco Diagonal, mas quatro não são abertas com varinhas e sim por senhas.


–       Um código entre ladrões. – disse Patrick à porta.


–       Como foi o julgamento? – perguntou Hermione ansiosa.


–       Tudo bem. – respondeu Patrick meio frio; Harry achou que ele ouvira seu comentário sobre Rony.


–       Sabia que tudo daria certo! – disse Hermione o puxando pela mão.


–       O que mais Crackit disse? – perguntou Harry.


–       Que nunca precisou usar nenhuma delas e por isso não sabe para onde vão e nem as senhas para serem abertas!


–       Ok. Quando acabar meu expediente iremos juntos, está bem Hermione?


–       Estarei com a Sra. Kessler. – disse Hermione saindo. Parecia bem animada pelo menos muito mais que Patrick.


–       Pelo menos daremos um passeio! – disse Harry


–       Claro... nós três... – respondeu Patrick.


–       Escute, eu queria dar outra olhada no processo contra Hermione e o Sr. Weasley; ambos citam Waxflatter, mas já o solicitei uma vez então será que você podia...


Patrick apontou a varinha para a mesa e a pasta apareceu. Harry a pegou, mas não abriu. Ficou segurando olhando para a mesa.


–       Esse processo veio do Departamento de Execução das Leis da Magia.


–       Todos os processos vêem de lá. Você sabe disso!


–       Interessante... acabou o pergaminho na minha sala hoje e mandei um memorando e minutos depois uma pilha novinha apareceu.


–       É assim que funciona.


–       Se eu mesmo quisesse retirar aonde eu iria?


–       Retirar? Por que iria querer retirar alguma coisa?


–       Deve estar em algum lugar não?


–       Não sei... – disse Patrick franzindo a testa – toda vez que preciso de alguma coisa eu só peço.


–       Só pede?


–       Somos bruxos. Essa é uma das vantagens não concorda?


–       Todos os departamentos não podem guardar tudo! Documentos e objetos apreendidos a maioria ficam em Gringotes. É o resto?


–       Que resto?


–       Nossos contratos por exemplo. Tudo tem que ficar em algum lugar. Mesmo com magia; como a cozinha de Hogwarts. Os elfos fazem a comida e ela aparece no prato.


–       Ela vem de algum lugar. Você tem razão... – disse Patrick achando graça.


Harry começou a procurar dados de Waxflatter na pasta.


–       Para elaborar um processo são necessários dados básicos de qualquer pessoa. Ele morreu isso foi registrado; alguém carimbou “morto” aqui.


–       Kingsley é claro.


–       Um trouxa tem a vida toda registrada. Quando nasce, vai para a escola, tira licença para dirigir... compra uma casa.


–       Está confundindo nossa burocracia com a burocracia trouxa Harry; nossos registros são diferentes. Registramos varinhas, transportes, criaturas... e só há pouco tempo isso se tornou obrigatório.


–       Sim, mas você entende que tem que haver um lugar onde se guarda os dados básicos de um bruxo para enviá-los a outros departamentos! Um lugar onde tudo no Ministério começa...


–       Patrick! – disse Deanna Troy entrando na sala. – Oi Harry.


–       Olá... Encontro você mais tarde então... – disse Harry percebendo ansiedade de Deanna em falar a sós com Patrick.


–       Boa sorte na busca. – disse Patrick rindo.


–       Busca? – perguntou Deanna.


–       Harry quer descobrir de onde vêm os pergaminhos. Você por acaso sabe?


–       Não, nunca pense a respeito. – respondeu a Conselheira Troy achando graça.


–       Harry pensou...


Harry não se importou que Patrick fizesse pouco caso de sua curiosidade. Bruxos em sua maioria não se importavam como as coisas realmente aconteciam; muitos só souberam do trabalho pesado dos elfos depois da criação do FALE; Rony só descobriu que comida não aparece do nada quando estavam famintos procurando Horcruxes. Mas Harry era curioso; não tinha a curiosidade didática de Hermione, mas desde muito pequeno bisbilhotava o tio mexendo no carro ou tentando fazer algum aparelho funcionar. Segundo Kingsley e o Sr. Weasley a curiosidade no mundo da magia podia ser muito perigosa, mas mesmo o tendo colocado em situações complicadas; como entrar num galpão com um desconhecido, a idéia de descobrir uma coisa nova impulsionava e o excitava. Harry pensou em quem poderia responder suas perguntas e teve uma idéia.


Aparatou na frente da residência de Madeleine Hayes. A parte de cima da casa era colorida e destoava do muro bege onde ficava uma campainha. Harry sabia que ela e o marido estavam viajando, mas talvez tivessem deixado um elfo para receber a correspondência; tocou a campainha várias vezes, mas não havia ninguém mesmo.


–       Edwiges a encontraria onde estivesse... – murmurou.


Se quisesse que alguém do Ministério respondesse suas perguntas teria de arriscar.


Ficou parado quase meia hora sem conseguir dar um passo; a sua frente a casa que fora mais feliz em toda sua vida: A Toca.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Tô sentindo que o Sr. Weasley vai ser o próximo a sumir. Aff, não consigo suportar Patrick, ele é terrível. Sério. E espero que Hermione não chegue a se envolver com ele realmente... Acho estranho esse grupo estar sequestrando assim deliberadamente todos esses bruxos e acho que Mione vai descobrir isso, só que ela tá com Patrick, quando era Rony que deveria estar ai. Eu quero muito que Harry peça desculpas a Rony quando isso acabar, porque Patrick se infiltrou por causa dele, acho que você já deve tá cansada de ver em meus comentários a minha pessoa falando mal de Patrick o tempo todo, mas é que eu sinto vontade de encontrar na fanfic e dar uns tapas nele. E eu voltei a ler *-*

    2014-02-06
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