Vem a Tempestade!!!



N/A: Hoje os comentários vão ser sucintos, pq eu estou muuuuuuuuuito exausta, acabei de chegar do trabalho e eu sei, desculpem, que devia ter atualizado no sábado, mas...foi mal. P/todo mundo que está acompanhando os meus mais sinceros agradecimentos...eu vou tentar escrever e postar o cap 8 antes do lançamento do livro 6...e vou deixar algumas situações já resolvidas no próximo capítulo, eu prometo! Bjs Clara S. Lupin

Ah, bjs p/ minha beta, a Violet, que sempre me dá a maior força!!!



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O trajeto até a estação de King’s Cross foi feito sem problemas, mas depois dos revezes daquela manhã, Harry estava bastante taciturno. Gina, por sua vez, demonstrava empolgação com a volta às aulas. Mas de qualquer forma, foi um grupo preocupado com as últimas notícias do jornal que chegou à estação, faltando apenas 10 minutos para o embarque (Moody os obrigara a fazer inúmeras votas e meia-voltas como medida de precaução).



As despedidas foram rápidas e calorosas; todos pareciam lamentar a separação. A Sra. Weasley abraçou a todos, fazendo as recomendações de praxe (estudem sempre, se comportem hein? não vão se meter em apuros, etc.). Lupin apertou a mão dos garotos e aproveitou para cochichar com Harry:



- Sabe que sua mãe se apaixonou pelo seu pai durante um verão? Eles passaram as férias anteriores ao sétimo ano juntos...e foi aí que James conquistou Lily de verdade...um verão pode mudar tudo, Harry.



O garoto ficou olhando o lobisomem sem entender onde ele queria chegar.



Tonks abraçou Hermione e Gina, rindo de alguma coisa que a ruiva havia dito. Os outros membros da Ordem e do Ministério acenaram e pronto, as férias tinham acabado. Harry, Gina, Rony e Hermione comprimiram os narizes contra a janela, acenando uma última vez e vendo os cabelos vermelhos dos Weasley e o lilás de Tonks cada vez mais longe, até desaparecerem por inteiro.



- Nós temos que ir – falou Hermione.



- É... cabine dos monitores, vocês sabem... – Rony completou, parecendo incomodado por deixar a irmã e o amigo.



Harry e Gina compreenderam que aquele verão tinha mudado para sempre o relacionamento deles e que se antes eram amigos, agora eram inseparáveis.



- Tudo bem Rony, depois vocês voltam aqui... – consolou Harry.



- É, a cabine está vazia, e a gente pode guardar o lugar de vocês – Gina completou.



- A gente vai voltar o mais rápido que puder. Gina, solta o Bichento um pouquinho, ele deve estar querendo esticar as pernas... – pediu Hermione antes de sair com o namorado.



Gina fez o que Hermione pediu e Bichento saltou suavemente da caixa onde estava preso, se enroscando no colo da garota, que o acariciou atrás da orelha. Harry se sentiu meio bobo quando percebeu que estava com inveja do gato.

A ruiva olhou para o amigo e percebeu que ele ainda estava chateado com as informações sobre a mãe do Malfoy.



- Não fica assim, daqui a pouco a Luna aparece e a gente conversa com ela sobre a sua idéia.



- Eu sei Gina, só que eu não posso evitar me cobrar. Você sabe minha situação, sabe da minha responsabilidade. Eu devia ter sido mais atento. Mas não, eu passei o verão inteiro me divertindo, sem me importar com nada, como se não fosse comigo! – Harry fechou os punhos, nervoso.



- Você também tem o direito de se divertir, como qualquer pessoa – Gina respondeu calmamente, chegando mais perto do garoto – E para falar a verdade, eu não aceito essa conversa de que a responsabilidade de acabar com Voldemort seja só sua.



- O que você está querendo dizer? É claro que é minha, você ouviu o que diz a profecia – Harry encarou a ruiva, confuso.



- Certo, eu ouvi a profecia. O que eu quero dizer é que eu acho que você tem o poder de derrotar Voldemort, como foi previsto, mas que você não terá que fazer isso sozinho, Harry. Deixe os outros te ajudarem. Deixe Dumbledore e a Ordem cumprirem também o seu papel – Gina olhou nos olhos de Harry – deixe-me...



Harry prendeu a respiração. Ela estava tão próxima que ele podia ver cada tonalidade de mel e castanho dos seus olhos. Aquele perfume de lírios que ele gostava tanto. Gina. A irmãzinha do seu melhor amigo. Harry não conseguiu formular nenhum pensamento coerente, não com a ruiva assim tão pertinho, mas se tivesse conseguido teria sido: “Que se dane”! – antes de se inclinar para frente pronto para provar o beijo que o perseguia em sonhos desde o início das férias.



“Não!!! O que está acontecendo?? Ele não vai me beijar, vai? Não pode!!” – Gina se debatia internamente, incrédula e momentaneamente paralisada.



Gina sem querer apertou Bichento, que saltou magoado na cara de Harry.



- Aaaaai!! – Harry reclamou enquanto atirava o gato de Hermione do outro lado do vagão.



- Oieeeeee!!! – Luna e Neville entraram na cabine de mãos dadas.



- Oi Luna! – Gina se adiantou para abraçar a amiga.



Neville se sentou ao lado de Harry, que esfregava o nariz.



- Cara, que arranhão feio esse hein? Como você conseguiu isso? – perguntou ao amigo.



Harry tinha as marcas das unhas de Bichento no rosto todo.



- Ufghgffgggum – resmungou Harry, olhando de Gina para Bichento, sem saber com qual dos dois estava mais zangado.



Gina não pode evitar. Deu um sorrisinho.



Harry se decidiu. Estava mais zangado com a ruiva.



- Hein? – perguntou Neville olhando de Gina para Harry sem entender.



- Foi o Bichento, ele arranhou Harry – Gina se apressou em responder.



- Por quê? - estranhou Luna, olhando fixamente para Harry.



O moreno ficou desconcertado.



- Ah...porque...



- Luna! – exclamou Gina subitamente – você tem acompanhado as notícias do Profeta Diário?



“Salvo pelo gongo” – pensou Harry aliviado.



A partir daí a conversa seguiu normalmente, e Luna prometeu falar com seu pai a respeito das reportagens que poderiam desmascarar a Sra. Malfoy. Depois ela e o namorado saíram (tinham conseguido uma cabine só para eles), deixando Harry e Gina filosofando sobre como o amor poderia surgir nas situações e pessoas mais improváveis (ao que Harry tinha ficado vermelho e derrubado seu pacote de sapos de chocolate, para espanto da ruiva).



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Rony e Hermione só apareceram quando já estavam quase na metade do trajeto (Hermione ralhando com o ruivo a respeito de umas orelhas de burro que tinham surgido “do nada” na cabeça de Crabbe, enquanto Rony só ria e dizia que sua varinha estava no bolso, “como é que pode ter sido minha culpa então?”).



Harry também achou a história muito engraçada, o que lhe rendeu uma revirada de olhos da amiga.



- Pelo menos seu senso de humor voltou – Hermione falou, com uma sombra de sorriso.



- Ah, é, nós conversamos com a Luna sobre as matérias no Pasquim, então acho que melhorou mesmo – respondeu Harry.



- Ótimo – falou Rony, esfregando as mãos – então, ela disse quando o contra-ataque começa? Eu tenho várias coisas a dizer sobre a família Malfoy, se ela precisar de um informante.



- Ela disse que ia mandar uma carta para o pai assim que a gente chegasse em Hogwarts, não foi Gina? – Harry olhou em volta a procura da amiga.



- Hã, Harry, a Gina saiu assim que a gente entrou, cara – falou Rony, esparramando-se em um dos bancos.



- Ué, como que eu não vi? – o moreno franziu a testa – Para onde ela foi?



- Você estava preocupado demais rindo das gracinhas de Rony em relação ao burro, quer dizer, ao Crabbe – respondeu Hermione.



- Viu, até você concorda que ele é um quadrúpede!! – o ruivo gargalhou, vitorioso.



Hermione riu, mas depois trocou um olhar de esperteza com Rony, virando-se em seguida para Harry, que nada percebeu:



- Acho que ela foi se encontrar com o namorado...



Rony e Hermione encararam o amigo, em expectativa.



- O ... que ... absurdo ... como ... é uma vergonha... – Harry se engasgou.



- Respira, companheiro – disse Rony dando tapinhas solidários nas costas do amigo.



Hermione lutava para segurar o riso.



- É, afinal não sei por que tanto escarcéu...até parece que você está com ciúmes da Gina! – Hermione tinha agora um amplo sorriso.



- Ciúmes??? Eeeeeeeu??? – perguntou Harry, apontando para o próprio peito-Não sei do que você está falando, eu e a Gina somos apenas bons amigos.



- Claaaaaaaaro, Harry, mas ninguém aqui está dizendo o contrário – o ruivo falou com a voz entrecortada pelo riso.



- É, e mais – disse Hermione, agora se inclinando em direção ao amigo – tenho certeza que você se preocupa muuuito com ela, não é verdade?



Harry olhou para a amiga desconfiado.



- Pois é, sabe que eu acho – e aí Hermione se inclinou para ainda mais perto do moreno – que as intenções do Dino não são...sabe...



Harry arregalou os olhos.



- Acho que ele não tem intenção de namorar a Gina por muito tempo – concluiu Hermione em tom conspiratório.



- Mas, cara, e a minha irmã me ouve? Nãaaaao, ela não escuta uma só palavra do que eu digo em relação a esse namoro! – Rony balançou a cabeça, em aparente exasperação.



- “Xá cumigo”!!! – falou Harry estufando o peito – eu resolvo esse assunto agora mesmo, Rony. Afinal, tudo pelos amigos.



- Valeu amigão! – o ruivo estava satisfeito.



Harry acenou com a cabeça, enquanto se dirigia rapidamente à porta.



- Eles estão na quarta cabine à esquerda, Harry! – avisou Hermione, antes do amigo desaparecer no corredor.



Ela e Rony se entreolharam, caindo na risada.



- Não falei? Hein? Não disse? – perguntou Hermione.



- Nossa Mione, você tinha toda razão, ele está caidinho pela Gina... – Rony estava encantado – seu plano foi perfeito....ele foi direto atrás dela...você acha que ele vai ter mesmo coragem de se declarar quando a vir com o Dino?



- Bem...o ciúme é um sentimento poderoso...e o Harry não está na verdade acostumado a sentir ciúme de ninguém, principalmente da Gina, que sempre foi apaixonada por ele...mas agora ela mudou e..., bem..., ele vai ter que aprender a lidar com essa nova Gina Weasley. E com esses sentimentos novos que ele está experimentando – Hermione ponderou.



- É, você tem razão, claro... agora ele vai ter que correr atrás do prejuízo, e quanto mais ele vir a Gina com o Dino mais rápido ele vai perceber isso. Como eu disse...um plano perfeito. E, o melhor de tudo é que a gente não precisou falar nenhuma mentira...



- Eu jamais mentiria para o Harry. Esse lance da Gina com o Dino vai acabar logo, você sabe – disse Hermione.



- Eu sei... Agora, Mione, cá entre nós, como o Harry pode ser tão tapado? Ele passou o verão inteiro com a Gina e não sacou que ela NÃO gosta do Dino? Não sei como uma pessoa pode ficar assim, cega de ciúmes... – falou o ruivo, balançando a cabeça.



Hermione olhou para o namorado incrédula.



- Você não sabe? Você não sabe?? Mas você é incrível mesmo, Ronald Weasley!! – exclamou Hermione.



- Ah, que isso Mione, “brigado”....- respondeu Rony, modesto.



Hermione bateu a mão na testa resmungando “aonde eu fui amarrar minha égua”.



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Harry caminhava decidido pelo corredor do Expresso de Hogwarts, em direção à cabine onde Gina estava com aquele trasgo verde e fedorento do Dino Thomas, pronto para arrancar a ruiva dos braços daquele aproveitadorzinho quando....



- Oi Harry!!



Cho Chang saiu sabe-se lá de que buraco do trem e agarrou o pescoço de Harry.



- Oi Cho – respondeu Harry, querendo se livrar do abraço.



- Onde você vai com tanta pressa? – perguntou a oriental, passando as mãos pelo queixo do moreno, insinuante – Nossa, isso é uma barba?



Harry perdeu o rumo.



- Hã...ah, é, a barba começou a nascer nesse verão... – Harry estava um pouquinho orgulhoso dessa recente prova de masculinidade, ainda que não tivesse propriamente uma barba, só uma penugem ralinha (pelo menos era melhor do que a de Rony, que não tinha quase nada, coitado).



- Mas o que é isso, o herói de Hogwarts de agarramento nos corredores do trem? – uma voz desagradavelmente sarcástica se fez ouvir.



- Malfoy – Harry olhou com frieza para o inimigo, finalmente se desvencilhando de Cho.



- Seus amigos monitores sabem desse seu comportamento? Tsc tsc, acho que vou ter que reportar esse descaramento assim que chegarmos em Hogwarts – os olhos azuis do loiro mostravam uma animação incomum.



- Ah, eu preciso ir... – Cho se afastou rapidinho dos dois e voltou para seu vagão.



- Corajosa ela não? – Draco começou a rir.



- Você é quem está muito corajoso hoje Malfoy – ironizou Harry – mas você não perde por esperar, acha que a sua mãezinha vai simplesmente assumir o Ministério e ninguém vai fazer nada? Ah, mas você está muito enganado – o moreno pensava satisfeito no plano que elaborara mais cedo.



Draco arregalou os olhos, mas depois sorriu cínico.



- Você se acha muito esperto, não? – caçoou o loiro - veremos, Potter, veremos – e se afastou pelo corredor, parecendo satisfeito.



Harry fez uma anotação mental para reforçar a conversa com Luna, assim que chegasse na escola (afinal do jeito que ela era desligada, era bem capaz de esquecer o combinado) e seguiu para o vagão onde Gina estava.



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Harry abriu a porta da cabine com estrondo. Gina, Dino, Parvati, Lilá e Simas olharam espantados para Harry, que só enxergou a mão do trasgo verde e fedorento sobre a mão da ruiva. Bufou e ganhou impulso verbal:



- Ginevra Weasley, saia já do lado desse trasgo!!!



- Que?? Pirou Harry? – Gina soltou a mão de Dino e parou bem na frente de Harry, pronta para a briga.



- Pirei o “escambau”!!! Esse cara está se aproveitando de você!!



- Epa!! – Dino se levantou, ficando ao lado da namorada – esse namoro foi idéia da própria Gina, cara, se liga! E trasgo é a sua...



- Dino, não! – Gina segurou o rapaz pelo braço, o calando.



- Você chamou esse...esse...trasgo verde e fedorento para namorar você?! Depois me pergunta quem é que é a pirada por aqui... – Harry estava furioso, caramba, ELA havia pedido o Dino em namoro!



- Quer parar de ofender o MEU NAMORADO, HARRY JAMES POTTER?



- Não, não quero!! Você não sabe o que está fazendo, ele não quer namorar você de verdade!! – os olhos verdes de Harry chispavam.



- Como você se atreve!!! SEU METIDO, MINHA VIDA NÃO É DA SUA CONTA!!! – Gina começava a ficar tão vermelha quanto o seu cabelo.



- Ué, Harry, até parece que você está com ciúmes da Gina... – Simas arriscou um palpite.



- Ciúmes, quem, eeeeeeeu? Até parece... – desdenhou Harry.



- Então, se você não está apaixonado pela Gina, não sei por que essa crise toda! – Dino falou irritado.



- Dino!!! O Harry não está apaixonado por mim, ele só está sendo um crianção imaturo, só isso – protestou a ruiva.



- Imaturo, eu? Ah, GINEVRA, mas não sou eu quem está com alguém que não gosta de mim de verdade, né? – Harry disparou novamente.



- E quem disse que ele não gosta? – perguntou Gina – vem Dino, vamos provar para esse rapazinho que nem barba direito tem, como ele está errado!



- Provar como? – Dino olhou para Gina apavorado.



- É, como? – Harry não estava gostando da expressão que via no rosto da ruiva e também não tinha gostado do comentário sobre a sua barba, que ele cultivava com tanto orgulho.



- Fácil, fácil! – Gina falou animada – Me dá um beijo Dino.



O mundo tremeu:



- AH, MAS NÃO VAI MESMO!!!



Duas vozes gritaram ao mesmo tempo. Harry agarrou Gina e estava pronto para evitar esse beijo a qualquer custo, enquanto Parvati se jogava na frente de Dino, empurrando-o para longe da ruiva.



- Dino Thomas, não se atreva a beijar essa garota!!



Gina se soltou de Harry com um safanão.



- E me diga, Parvati, por que o Dino não pode me beijar?



- Porque...porque...porque eu gosto dele, “tá”? – Parvati respondeu, seu rosto cor-de-rosa-choque.



- Sério Parvati? – Dino estava felicíssimo – você gosta de mim?



- Ah, gosto...desculpa Gina – falou a grifinória, virando-se para a ruiva.



- Fazer o que, né? Se você gosta dele...então Dino, olha, desculpa, mas eu não posso namorar um carinha por quem uma colega é apaixonada...então, a gente vai ter que terminar, viu?



- Certo Gina... – Dino só tinha olhos para Parvati.



Harry estava tão pasmo e absolutamente feliz (ela tinha terminado com o trasgo!! Ops, com o nobre colega da Grifinória...) que não conseguia dizer nem uma palavra.



- Vamos puxar o carro porque tem gente demais nessa cabine... – Simas deu o exemplo e saiu, seguido dos demais.



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Gina saiu arrastando Harry pelo braço (ele estava muito feliz para se importar). Quando eles chegaram no vagão, Rony e Hermione se levantaram:



- E aí companheiro? Deu tudo certo então? – Rony sorria ao ver Gina e Harry juntos.



Hermione, ao contrário, reparou na cara de Gina e desanimou na hora.



- Harry, o que você fez? – perguntou ao amigo.



- Eu falei com a Gina...ela terminou com o Dino! – Harry falou presunçoso, como se tivesse feito alguma façanha.



- Em primeiro lugar, você não falou comigo, você se comportou como um maníaco. Em segundo lugar, eu já disse que você não tem o direito de se meter na minha vida! Por Merlin, quantas vezes eu vou ter que repetir isso? E em terceiro lugar, você realmente acha que eu terminei com o Dino por causa das coisas que você disse? – Gina revirou os olhos.



- Ah, claro que foi, você sacou logo que eu estava falando a verdade, que o cara não gostava de você, quando a Parvati se declarou para ele... – Harry estava com um sorriso de orelha a orelha.



- Ai Merlin, dá-me paciência, mas dá-me AGORA! – suspirou a ruiva, irritada.



- Ah, mas que beleza, então a Parvati se declarou para o Dino? Saiu tudo como você planejou, Gina! – Hermione bateu palmas.



- Ah, graças ao Merlin e ao Harry, essa farsa de namoro chegou ao fim! – Rony comemorou.



- Bem, eu tenho que admitir que o escândalo que o Harry aprontou até que ajudou...acho que se não fosse por isso, a gente ia ter que continuar fingindo até Hogwarts... – Gina falou sorrindo.



Harry estava indignado.



- Quer dizer que esse tempo todo você estava fingindo que namorava o Dino Thomas? Posso saber por quê?



- Para fazer com que a Parvati finalmente decidisse ficar com ele, oras! Um pouco de ciúmes pode fazer milagres...



- Rony! Hermione! Vocês sabiam disso?



- Claro Harry – respondeu a amiga, calmamente.



- Quem mais sabia?



- Ah, minha mãe...e a Tonks, eu acho...a mamãe achou a atitude da Gina linda, vivia repetindo que o pobrezinho do Dino merecia uma chance no amor... – Rony torceu o nariz.



- E por que – Harry perguntou em tom gélido – eu fui o último a saber?



- Porque você vinha se comportando como um babaca – respondeu Gina, à queima-roupa.



- Babaca? Só porque eu estava preocupado com você?



- Você tem um jeito estranho de demonstrar sua preocupação Harry. Em vez de conversar comigo como um amigo, você fica gritando e querendo mandar na minha vida! Isso não pode ser, eu cresci, e não vou admitir isso de ninguém! – Gina olhava séria para o amigo.



- Claaaaro, agora você é uma mulher madura, e é isso que mulheres maduras fazem, têm falsos relacionamentos com colegas de escola... – debochou Harry, que estava muito ofendido por ter sido feito de bobo.



- Ei, calma companheiro! – Rony alertou, conhecendo o gênio da irmã.



- Não, Rony, deixa ele! Você por acaso é muito mais maduro que eu? Você é só um ano mais velho! – uma Gina vermelha se melindrou.



- Eu sou sim mais maduro...eu já tive cara a cara com Voldemort, esqueceu?



- Eu também, esqueceu?



- Eu...eu...você devia aprender a ouvir os mais velhos, que só querem o seu bem! – Harry sabia que estava apelando, mas não ia perder essa discussão de jeito nenhum, estava furioso com Gina.



- Ah, claro, eu vou ouvir um cara que não se barbeia só para parecer mais velho – Gina alfinetou.





- Tem gente que gosta da minha barba, sabia? – perguntou o moreno, os olhos faiscando de raiva.



- Que barba? Ah, “tá”, você está falando dessa sujeirinha aí no seu queixo... – foi a resposta mordaz da ruiva.



- A CHO GOSTA!! – gritou Harry.



- ENTÃO FICA COM ELA E ME DEIXA EM PAZ!!! – Gina devolveu o grito.



- EU NÃO QUERO A CHO!!



- O QUE VOCÊ QUER ENTÃO???



-VOCÊ!! – Harry parou, surpreso com o que tinha acabado de dizer.



Gina ficou estática.



- Eu quero você – Harry repetiu, maravilhado com a descoberta.



- Aeeeeeeeeee!!! Eu sabia!! Beleza, cunhadão!! – Rony dava socos no ar, comemorando.



- Não – falou Gina, em voz baixa.



Hermione suspirou.



-Não?? – Rony se surpreendeu.



- Não Gina? – perguntou Harry desesperado – mas por quê?



A ruiva balançou a cabeça e saiu da cabine, parecendo infeliz.



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Harry engoliu em seco e se virou para Rony e Hermione, querendo alguns esclarecimentos:



- Por que vocês não me contaram que o tal namoro era de mentirinha?



- Porque a Gina fez a gente prometer que não ia contar e esse era um segredo dela e não nosso...se fosse nosso, você sabe Harry, a gente teria contado... – Hermione explicou.



- Mas bem que a gente tentou te passar umas dicas cara... – falou Rony começando a sorrir – mas você estava cego de ciúmes...



- Isso é hora, Rony? Eu levo o maior fora e você me zoa?! – reclamou Harry.



- Foi mal cara, na verdade eu não entendo...eu achei que a Gina gostasse de você...



- Poxa, ela passou um tempão gostando de mim, e agora que eu finalmente abri os olhos ela não me quer...eu sou um idiota mesmo! Cabeçudo!! – Harry dava socos na própria cabeça.



Hermione segurou as mãos do amigo, antes que ele se machucasse.



- Calma Harry, desse jeito você vai arranjar outra cicatriz.



- Amor, sério, deixe as piadas por minha conta – falou Rony.



Harry riu, a contragosto.



- Viu? Ele gostou da minha piada... – Hermione se defendeu.



- Não, eu não gostei – Harry deu um sorriso triste.



- Ah, cara, não fica assim não. Olha, você e a Gina foram feitos um para o outro, tudo vai dar certo, você vai ver – Rony tentava consolar o amigo.



- É Harry – apoiou Hermione – pelo menos você disse a ela o que sente. Isso é um excelente primeiro passo, o Rony levou séculos para chegar nesse estágio...



- Huhum – pigarreou o ruivo – podemos voltar ao assunto, por favor?



- Isso, voltem ao assunto e achem um jeito de me ajudar, porque até onde eu percebi a minha situação é desesperadora...



- Bom, você realmente meteu os pés pelas mãos...



- Ótima observação Mione – agradeceu Harry, azedo.



- Mas – continuou a garota, ignorando o amigo – você tem uma excelente vantagem...



- Que seria? – perguntou Harry, descrente.



- A gente! – os namorados responderam juntos, sorrindo.



- É isso aí... – Harry não sabia se ria ou chorava.



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Embora os amigos estivessem confiantes sobre seu relacionamento com Gina, Harry não compartilhava esse entusiasmo. Pelo contrário, estava se sentindo completamente arrasado.



Por Merlin, como pudera ser tão cego? E o pior é que não via muita solução para o seu problema...ia passar o resto da vida se lamentando por não ter dado valor à ruiva quando tivera sua chance... Gina fora apaixonada por ele anos a fio e ele nem ligava. Agora que a ruiva havia seguido em frente, superado seu sentimento por Harry...ele se apaixonara por ela!!!



Porque era isso o que ele sentia, era isso o que havia mudado nesse verão, embora não tivesse se dado conta até o momento em que a verdade explodira, sem que ele pudesse conter as palavras. “Meleca de dragão!” Por que ele tinha que escolher justo agora para se apaixonar por Gina? Por que? Por que justo quando ela não estava nem aí para ele?



Harry ficou o resto da viagem encolhido na cabine, pensando em como um verão podia mudar tudo...



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Rony e Hermione encontraram Gina no vagão ocupado por Luna e Neville, parecendo muito triste. Hermione sinalizou para a amiga que gostaria de conversar mais tarde, ao que Gina assentiu desanimada.



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Finalmente o trem chegou a Hogwarts. Gina entrou esbaforida na cabine onde Harry estava, para buscar o seu malão. O moreno praticamente engoliu a irmã de Rony com os olhos, mas como Luna e Neville estavam presentes, não havia a menor chance de uma conversa mais íntima (o que Gina secretamente agradecia).



Logo estavam todos do lado de fora do Expresso, ouvindo o vozeirão de Hagrid chamando os alunos do primeiro ano. Em questão de minutos estavam todos acomodados no Salão Principal.



Gina evitou Harry, na mesa da Grifinòria, preferindo se sentar junto aos seus colegas do quinto ano. Harry observava a ruiva com o coração apertado. Não sentia nem fome. Rony e Hermione se juntaram ao amigo e Hermione o cutucou nas costelas:



- Olha só a cara do Malfoy.



Harry olhou para a mesa da Sonserina e reparou que Draco Malfoy estava com uma expressão incomum de alegria, quase em êxtase. Olhou para Hermione Rony, e os três deram de ombros ao mesmo tempo, intrigados.



Minerva McGonagall colocou o Chapéu Seletor sobre o banquinho de sempre e a seleção começou:



Nos tempos imemoriais

Em que Hogwarts foi criada

Nada parecia obscurecer

O brilho de sua jornada

Mas eis que a desconfiança

Entre os amigos surgiu

E numa noite fria

O esperto e ambicioso Slytherin partiu

Restaram nesta escola

O nobre e impetuoso Gryffindor

A meiga e paciente Helga Hufflepuff

E a sábia e cautelosa Ravenclaw

Assim o quarteto terminou

E a amizade entre os mestres foi prejudicada

A desconfiança os alunos também alcançou

E ainda hoje em Hogwarts tem sua morada

Dias difíceis esta escola está a viver

Grande perigo iremos todos correr

A salvação nem mestres nem alunos

Irão sozinhos encontrar

Mas juntos, todos irão perceber

Que quando a confiança entre os amigos se restaurar

O poder do amor todo o mal vencerá.



Harry sentiu uma mãozinha macia sobre a sua. Gina havia se esgueirado para onde estava o amigo e agora lhe sorria:



- Juntos, nós podemos vencer todos os obstáculos.



- É isso aí!!! O Lord Malvadão que se cuide! – Rony disse colocando a mão sobre a de Gina.



Hermione também pôs a mão sobre a dos amigos e eles ficaram um instante assim.



Os olhos de Dumbledore cintilaram em direção aos quatro. O diretor fez um discurso eletrizante, convocando todos a lutarem contra a desconfiança e os preconceitos. Foi aplaudido de pé.



- Então – continuou o diretor – gostaria de aproveitar esse momento para apresentar a pessoa que irá ocupar a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas durante esse ano letivo...



Ninguém respirava no Salão Principal.



- Sra. Narcisa Malfoy – anunciou Dumbledore.



As portas do salão se abriram e uma figura alta e loira caminhou altivamente até a cadeira ao lado de Severo Snape.



Os alunos da Sonserina aplaudiam freneticamente.



Narcisa percebeu a estupefação que reinava entre os alunos das outras casas e sorriu.



Harry, Gina, Rony e Hermione ficaram paralisados, chocados demais para dizer qualquer coisa.



Harry percebeu que Snape tinha no rosto uma máscara de frieza, e que evitava olhar para Narcisa.



O banquete foi servido.



Um trovão cortou o céu encantado do Salão Principal. A tempestade havia começado.

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