Só os fracos Choram

Capítulo 2- Só os fracos Choram

Acordei cansada. Meu corpo doía completamente e minha cabeça latejava muito. Resolvi tomar um banho e me isolar no dormitório. Precisava estudar um pouco e fazer os deveres.


Pensei o menos possível na carta durante a manhã e até estranhei Pablo não ter me procurado. Acho que ele havia entendido que eu precisava de um tempo de solidão para pensar. Ou deveria estar enrabichado em, um canto com alguma garota.



Estava realmente faminta, não havia tomado café da manhã pois não queria me encontrar com Timothy. Mas não poderia me trancar o resto na vida em um quarto por causa de um idiota. Ainda estava confusa em relação a carta. Um conflito me invadia completamente : razão, de um lado lhe dizendo que seria a coisa mais absurda perdoa-lo, e coração, gritando desesperadamente, aflito para se entregar o seu amor novamente a ele.


Eu me decidi por descer, e se ele me procurasse, mandaria ele ao inferno, ou apenas o ignoraria.
Ainda com olhos fundos e pálida , desci as escadas, silenciosamente, procurando abafar o máximo possível a minha presença.


A sala estava vazia. Havia me esquecido completamente! Passeio em Hogsmeade. Será que ainda dava tempo de chegar lá? Apesar da minha angústia profunda , eu precisava comprar um algumas coisas com urgência. Penas, alguns rolos de pergaminhos e uma capa nova. A Minha estava completamente acabada. Sem mencionar que meu estoque de poções estava no fim.
Subi rapidamente para o dormitório, peguei minha capa de frio e alguns galeões. Provavelmente Pablo estaria por lá.


Entrei na pequena vila, que agora, cheia de estudantes, parecia loja popular em liquidação. Atravessei diretamente para o Três Vassouras, a procura de Pablo. Eu gostava de ficar sozinha, mas sozinha em uma multidão era terrivelmente horrível.
Então ele veio a minha cabeça. Como não havia pensado nisto? Com certeza o encontraria por ali. Mas, o esquema do almoço brilhou em minha mente. Era apenas o ignorar, afinal não iria deixar de viver por causa dele.


O bar estava lotado, e lá estava Pablo, em um canto, completamente solitário. Atravessei o bar e me sentei ao seu lado. Ele me olhou e abriu um sorriso:


- E ai? ta melhor?


- To...um pouco. E você? porque sumiu?


- Você sabe né Lenny- ele me olhou com um sorriso maroto- tenho os meus alvos.


- Humpt! Já desconfiava.


A porta se abriu e ele entrou. Estava com uma cara de noites mal dormidas. O sorriso confiante lhe sumia a cara. Pequenos flocos de neve cobriam partes de seus cabelos loiros até os ombros.
Pablo me olhou , e vi a raiva de novo. Apenas ignorei Timothy e voltei a atenção para Pablo.


- Estou faminta!


- Pois é né...passa a manhã toda sem comer...O que vai querer?


Fizemos o pedido e comemos em silêncio. Com os leves goles da cerveja amanteigada , meu corpo foi esquentando e me senti melhor. A conversa animada e engraça com Pablo também me ajudou bastante. Me levantei depois de alguns longos minutos de silêncio.


- Vamos Pablo- Joguei alguns galeões sobre a mesa – Ainda tenho que fazer algumas compras.
Consegui sair da loja sem olhara para ele. Mas meu coração batia rapidamente . Soltei um leve suspiro, misturado com alivio e desespero.


A minha tarde até que foi boa. Tirando o fato de eu ter encontrado Timothy várias vezes, e ter que agüentar ele me encarando descaradamente, e ainda por cima, ter que ignora-lo, o resto foi bom. Acabei comprando duas capas e uma mochila nova. Estava me sentindo melhor e renovada para a segunda feira.



Eu ainda não estava entendendo. Minhas emoções pareciam mais uma montanha russa. Uma hora, completamente depressiva, triste, na outra, sorrisos , bom papo e animação.
A carta ainda latejava em minha cabeça, sempre que me deitava ou me pegava distraída. Eu tinha que encarar aquele par de olhos esverdeados todos os dias. Mas um movimento automático dentro da minha mente fazia eu apenas ignora-lo. Eu sabia que a melhor forma de fazer ele sofrer era ignorar. Porém , meu coração se feria cada vez mais com aquilo. Acho que dentro dele, Timothy já estava perdoado. Mas não na minha cabeça.
Decidi responder ele, só para deixar bem claro que eu não queria nada com ele, e que passou. Não citei sobre seu perdão, ainda estava confusa.
Pablo tinha se distanciado bastante de mim. O Fato era que ele havia arrumado uma “namorada”, e já não andava tanto comigo. Então, tomei o rumo da solidão e prossegui a minha vida.



Descia eu, tranqüila pelo gramado coberto de neve, para a minha aula de herbologia. Sozinha, mas tive a leve impressão de estar sendo seguida, e sabia muito bem quem tinha esta mania. Me virei e olhei para o nada atrás de mim. Percebi logo, que alguém acabara de se esconder atrás de uma pequena árvore. Não queria me encontrar com Timothy, então continuei meu caminho.
Então, senti um esbarrão na minha mochila. Pronto, lá estava ele , parado recolhendo tudo que havia derrubado. Me virei furiosa e comecei a gritar


- Seu retardado! será que não viu que eu tava na sua frente?! Por que você fez isto? Ein? foi de propósito?anda, fala alguma coisa!


- Bem, aqui estão sua coisas.- ele me estendeu a mochila com tudo dentro. Tinha um sorriso confiante no rosto.- eu não quis fazer nada, foi sem querer.


- A nãoooooo!!!! E eu sou o Papai Noel! Eu vi você me seguindo!


- Bem- ele abaixou a cabeça- eu só queria ouvir a sua voz.


- OTIMO! ACABOU DE OUVIR SEU IDIOTA...SATISFEITO? OU QUER QUE EU TE CHINGE MAIS UM POUCO?


- CALMA LORIEN!FOI SEM QUERER!


Ele jogou minhas coisas com fúria no chão e saiu pisando fundo, em direção a orla da floresta.


- VOCÊ ME PAGA ALETSCH!!!VOCE ME PAGA SEU CRETINO!


Me abaixei para pegar minhas coisas. Teria que ser forte, ele estava alguns metros de distancia. Havia se acomodado em uma raiz de arvore e estava de cabeça baixa. Segurei as lágrimas o mais tempo possível e fui procurar Pablo. Parei no meio do corredor, rumo ao salão principal Não. Eu tinha que ser forte. O pensamento de Pablo me veio a mente. “Só os fracos choram!”. Olhei para o salão, que agora, se encontrava vazio. Certamente se Filch me pegasse ali eu estava ferrada. Ai me dei conta do que estava acontecendo.Voltei correndo para a estufa e consegui assistir aula com uma desculpa esfarrapada.


Comecei a tentar raciocinar as coisas de uma forma diferente. Eu já o havia perdoado. Agora, ou esquecia mesmo, ou eu o perdoava na minha mente também. Mas não, seria muito difícil. A confusão voltou. Nada resolvido.


Decidi optar pelo destino. O que haveria de acontecer, aconteceria. Comecei a pensar que não adiantaria eu ficar me culpando, me precipitando e nem tomando decisões cedo de mais. Continuaria a viver minha vida e esperando o destino fazer sua parte.


Tentava ignorar totalmente o fato dele ter existido na minha vida. O tratava como qualquer aluno desconhecido.


Então tomei outra decisão importante: Traçar um objetivo na minha vida. Eu gostava muito de quadribol.Tinha a opção de ser batedora. Estava no meu sexto ano e havia adquirido ótimas notas no NOM’s , em todas as matérias. Mas também gostava muito de poções , e fiquei em duvida. Snape sempre me elogiara, dizendo que daria uma ótima professora de poções. Não sabia o que realmente fazer, afinal, escolhas não era o meu forte.


Pablo já me aconselhara a ser professora, pois disse que quadribol não iria me manter por muito tempo. Resolvi decidir isto mais para frente.


Minha terceira missão seria resgatar Pablo daquela namoro. Eu precisava dela agora.
Acho que nunca fui de muitas amizades. Quando entrei costumava a andar com o Malfoy, mas ele era um sacana, Pansy vivia atrás de mim, mas ela era muito babaca. Então conheci Pablo. ELe era meu amigo desde o terceiro ano. Éramos praticamente irmãos.
E lá ia eu a minha terceira missão.


Terminei minha poção com calma e a entreguei ao professor. Voltei a minha carteira lentamente, olhando discretamente para Pablo, que estava distraído fazendo sua poção ao lado de “sua garota”.
Arrumei o material e me sentei, ainda o observando. Me dirigi a ele , sem o professor perceber e sussurrei :


- Me espere...eu preciso falar com você.


- Tudo bem....


Voltei a minha carteira e me sentei, sorrindo simpaticamente para Snape, que não havia percebido. O sinal tocou e eu me dirigi a carteira de Pablo, onde este se encontrava arrumando o material. Sua namorada me lançou um olhar do tipo “Nem-pense-em-tirar-ele-de-mim” e eu respondi com um típico Gélido, não dando muita importância a vadi...a garota me olhou novamente e observou Pablo. Ele se virou para ela e lhe disse algo inaudível ao meu alcance.


Ela fechou a cara e saiu da sala batendo o pé. Ainda não conseguia entender como Pablo pode deixar de andar comigo para namorar uma menina tão chata, besta, burra, feia e todas os piores “apelidos” existentes na face da Terra. Puxei ele para fora da sala e olhei para ele:


- Eu queria falar com você...te contar o que anda acontecendo. Afinal, você é meu único amigo por aqui...


- Fala!


- Bem, não aqui e nem agora. Tem como você me encontrar no corujal as oito?


- Humm...acho que a Bianca não vai gostar muito disto...mas eu dou um jeito!


- Então ela controla até onde vocÊ anda?! Pablo, Pablo...você está bem diferente ein? Só falta você me aparecer aqui dizendo que vai ser Auror!


Ele deu uma risada sem graça.


- há há há Lorien! Nunca....


- Ótimo...entaum até mais tarde...


- Até.



Terceira missão estava completa. Pablo largou a namorada. Não por causa de mim. Ele pegou ela beijando o Malfoy.Tudo bem que eu tive grande influencia e um pouco de trabalho, porque convencer o Malfoy dar em cima dela não foi nada fácil. Minha amizade com ele havia voltado ao normal.


N/a: tem continuação este cap dois...depois eu atualizo...bjinhus


Belly Malfoy

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.