Turbulências...



Capítulo 1 - Turbulências

Andei até o peitoral da janela e parei. Ainda com um sorriso na face, olhei para o fio de luz que ainda restava do sol. Me sentei por ali, Pensando na vida.


Eu queria estar ao seu lado; Acordar e poder ver você sorrir; Dormir no seu ombro;Te beijar na chuva;E chorar nos momentos difíceis contigo.
Eu não gosto de estar sozinha. Só de pensar que poderia estar com você, me irrita.
Ainda não me acostumei com isto. Sabe aquele vazio que se sente ? Aquilo que somente uma pessoa pode preencher? É isto que sinto....
Um dia você vai ver isto como eu vejo. E daí vai para de me usar. Mas acho que vai ser tarde de mais...sempre é quando se enxerga a verdade.



Já estava de noite quando resolvi descer. Passei pelas várias corujas que haviam ali , que entravam e saiam , piando. Chegando em minha sala comunal e me sentei de frente para a lareira. As lembranças me vieram a mente e eu tentei esquece-las. Mas não consegui.


- Vai me ignorar mesmo?


- E porque eu deveria lhe dar atenção?- Ergui a sombracelha e parei séria na sua frente.


- Bem...- ele me rodeou


- Você não tem argumentos!


Me virei e continuei me caminho rumo a sala . Ele começou a me seguir novamente, e se tem algo que eu não gosto, é que me sigam. Me virei novamente irritada.


- Será que dá para parar de me seguir?


- Não...- ele sorriu ironicamente- não dá.


- O que você quer afinal?
- Você vai descobrir Sra. Lorien....
Ele deu um sorriu novamente e sumiu.


O barulho da sala me despertou das lembranças. Os garotos do quadribol agora desciam do dormitório.


- Lenny! Pablo vinha em minha direção, sorrindo, com a vassoura na mão.


- OI....-dei uma leve despertada e lhe encarei. Ele sentou ao meu lado.


- Tem treino agora! Você ainda não pegou a sua vassoura?!


- A é?


Estava completamente em outro mundo. Minhas notas estavam baixas, meus feitiços não estavam mais dando certo e não conseguia mais voar direito./


- Lenny, Lenny...acorda garota!! O Malfoy já esta bastante irritado com você...


- O Malfoy que se phoda!


- é impressão minha ou a Sr. Lorien acabou de mandar eu me fuder?


Malfoy descia as escadas em minha direção, com um sorriso sarcástico no rosto. Se sentou na minha frente, encostando a sua vassoura do meu lado.


- Porque não está com a vassoura na mão Lorien?


- Não lhe interessa!


- Mas é claro que me interessa garota! Eu sou capitão do seu time! Aliais, acho que sua boca esta muito suja!


Pablo olhou para malfoy com muita raiva. Eu sabia que Pablo não ia muito com a cara do Malfoy, mas ele realmente estava com raiva....


- Cala a boca Malfoy! Você não se toca? Acha que pode controlar o mundo? Seu babaca!


Pablo olhou furiosamente para ele e se levantou. Malfoy , também com raiva, se levantou . Pronto, mais uma discussão.
Me levantei, e subi para o dormitório. Precisava treinar. Já havia faltado a dois treinos, e realmente estava dando trabalho para Malfoy. Além do mais , não estava muito afim de ouvir discussões e brigas. Esperei um pouco, deitada na minha cama, fitando o teto. Peguei a vassoura e desci novamente. Agora todos já haviam sumido, apenas Pablo me esperava , parado e impaciente.


- Eu juro que um dia eu mato este Acéfalo Assexuado!


Dei uma gargalhada alegre. Finalmente , depois de tanto tempo sem conseguir sorrir novamente. Pablo me olhou admirado.


O treino foi até bom.


- Lenny! – Pablo gritou meu nome do outro lado do campo, onde havia aterrissado – Você não vem?


- Vão indo....eu vou te alcanço.


Eu ainda estava péssima com o que havia acontecido comigo. Meu coração ainda estava apertado. E meus pensamentos mais confusos do que o de costume. Sentei na arquibancada, admirando o céu. Lembrei do dia em que eu dormi olhando as estrelas ao seu lado. Foi lindo, perfeito.
Algumas horas se passaram de lágrimas derramadas. Chorando e confusa voltei para o dormitório, onde me isolei. Não sentia vontade de nada.
Mas então algo me despertou. Uma pequena coruja batia freneticamente na minha janela. Eu já a conhecia e realmente não estava acreditando no que via. Impossível.


Tirei a carta de sua perna . Ela sumiu. Peguei a carta e olhei para verificar se era para mim. O pior: era. Abri o envelope delicadamente e me sentei na cama, ainda pasma.
Ao visualizar a letra, quase cai para traz. Não podia ser! Como ele teve coragem?


Lenny:
Imagino que você deve estar espantada. Eu ainda não consigo entender como tive coragem de te escrever. Mas, pensando melhor, acho que foi uma boa idéia, já que você não olha mais na minha cara, coisa que eu também não consigo entender em você.
Vou mudar de assunto, já que não lhe escrevi para falar de suas loucuras.
Eu acho que errei. Não quero lhe pedir perdão, porque ainda não tenho certeza disto. Depois do que aconteceu entre nós acho que estou pensando melhor antes de falar ou ter alguma atitude.

Acho que a minha consciência está um pouco pesada. Acho que estou me arrependendo de ter lhe dito aquilo. Foi um pouco de desespero e de medo. Medo? sim, medo...medo de te perder . E eu não estou ficando louco! Na verdade, estou.,

Não agüento mais dormir sabendo que no outro dia não vou mais poder te ver. Sua voz me pertuba em tudo que eu faço e teu perfume me atazana em qualquer lugar que vou. Minha boca chora ao pensar que não tenho mais o teu beijo para me acalmar e me fazer feliz. Meu orgulho esta indo embora ao assumir isto para você. Você pode me entender? Eu acho que agora, depois de escrever isto, posso pedir perdão. Eu sei que você está muito magoada comigo , mas por favor, tente entender. As pessoas erram e pelo que eu me lembre, errar ainda é humano. Perdão, é só isto que eu lhe peço . Se quiser continuar a ficar sem olhar na minha cara, sem me dirigir a palavra, eu entendo. Vai doer olhar você todo dia e não poder nem falar com você, mas acho que consigo superar. Vou tentar. A única coisa que peço é o seu perdão. Somente isto. Me mande uma resposta por favor, nem que seja somente um “ Vai se ferrar”. Estou com saudades até de seus insultos.


Beijos com saudades....
Timothy Aletsch



Não estava acreditando! Como ele tinha coragem! Não podia ser....
Alguém batia na porta descontroladamente. Ignorei. estava completamente chocada.


Um arrombo.


- LENNY! VOCE QUER ME MATAR DE SUSTO?EU ANDEI ESTE
CASTELO INTEIRO! INTEIRO....


- Calma Pablo! Calma....eu estou aqui! Do seu lado


- Mas até agora não estava!!!! olha desculpa por ter gritado, mas você tem umas loucuras viu...some do nada!


Ele se sentou do meu lado. Viu a carta em minha mão....


- o que é isto Dona Lenny?


- Uma carta animal!


- Eu sei que é uma carta...eu quis dizer: de quem é?


- Do Aletsch....


Ele me encarou com raiva. Ele também não gostava muito do Timothy. Só ele sabia o tanto q ele me fez sofrer.


- Eu não acredito que aquele retardado teve a capacidade de te escrever uma carta depois de tudo que ele fez! Vagabundo miserável dos inferno! Eu juro que se eu encontrar ele por ai eu soco ....e não me segura!


- Aff Pablo, sossega! Eu já falei que eu não quero mais nada com ele!


- Mais ele ainda mora aqui Lenny- ele pôs a mão em meu coração- e acho que vai ser bem difícil você arrancar ele daí...


- É difícil, mas não é impossível!


- Lenny...apesar de eu odiar aquele cretino...você tem certeza do que está fazendo?


Abaixei a cabeça e olhei para as minhas mãos tremulas que seguravam a carta. Lembrei do sorriso dele. Eu realmente gostaria de esquecer ele, porém, tinha uma outra coisa além da razão: o coração.
Pablo sentou ao meu lado ao ver minhas lágrimas, e me abraçou. Eu ainda não conseguia entender como uma pessoa poderia machucar tanto. Ferir com simples palavras. Eu não queria relembra-las pela milésima vez. Aquelas palavras que me cortaram a alma ao entrarem em minha cabeça e se atrofiarem em meu coração. Eu não podia simplesmente esquecer e perdoar. Não conseguia, minha razão não podia permitir um absurdo destes. Mas meu coração gritava, urrava ,tanto de dor ,como de saudade.
Pablo me virou e limpou as minhas lágrimas. Ele odiava me ver chorar. Odiava o jeito que eu ficava quando lembrava de Timothy . Aliais, o que Pablo não odiava?
Enxuguei as lágrimas por eu mesma. me levantei e olhei para a janela. Fui até ela,abandonando a carta em cima da cama.


Pablo abriu a carta e começou a ler.


- Cretino! Ainda teve a ousadia de pedir perdão depois de tudo o que fez!


- Não Pablo...eu também errei.


- Como você errou?


- Eu me entreguei de mais, esperei muito de uma pessoa...e eu sabia que ele era um sacana!


- Mas lenny, você nunca fez nada que o magoasse!


Olhei para ele. Se encontrava novamente vermelho de raiva. me deitei e pedi para que ficasse sozinha. ele olhou para mim com pena e saiu.
Ainda não conseguira decidir o que fazer, aquela carta me deixara confusa e completamente indecisa. Adormeci ali com minhas lembranças e confusões.







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