Tempestade
A chuva açoitava as paredes do castelo. Trovões reboavam no céu e relâmpagos iluminavam a paisagem. Eu não conseguia dormir. Estava inquieto, revirando-me na cama. Resolvi levantar.
Saí tentando fazer o máximo de silêncio para não acordar os outros. Desci as escadas de pedra que levavam ao Salão Comunal. Estava quase tudo engolido pela escuridão, exceto pelos últimos vestígios do fogo na lareira e pelos raios que cruzavam o céu. Um raio caiu e iluminou o Salão, fazendo-me ver que não estava sozinho. Havia uma garota de frente à janela, olhando para fora. Outro raio. Vejo seus cabelos longos e cacheados caídos pelas costas.
Me aproximei, e vi que estava chorando.
- Hermione? – Chamei-a. Ela se virou e me olhou, e virou para a janela novamente.
- O-Oi George.
- O que houve?
- N-Nada.
- Se nada tivesse acontecido, você não estaria chorando.
Ela se virou e se jogou em mim, abraçando-me com força e me deixando sem reação. Surpreso, limitei a abraçá-la, acariciar seus cabelos e murmurar coisas incompreensíveis. Senti suas lágrimas encharcarem minha camisa, enquanto ela chorava desconsolada, um rio de lágrimas. Fiquei ali quieto, só a escutando chorar até que se acalmasse.
Quando ela se acalmou, livrou-se de meu abraço e se sentou em uma poltrona. Acendeu a lareira com um aceno da varinha, e sinalizou para que eu sentasse perto dela. Sentei-me ao seu lado, e pus a mão em sua perna, e apertei fracamente. Ela descansou a cabeça em meus ombros, e suspirou, triste.
- Hermione, o que houve?
- Eu estou com medo, George.
- Medo de quê?
- Do futuro. Do que nos aguarda lá fora. Voldemort está a solta. Tenho medo por meus pais. Por aqueles que amo.
- Hermione, olha só. É exatamente isso que ele quer, que sintamos medo. E eu não vou deixar nada de ruim acontecer com aqueles que você ama, eu te prometo.
Ela me abraçou, e me beijou na bochecha.
- O que você faz acordado à essas horas?
- Simplesmente não conseguia dormir. E você?
- Também não...
- Sabe que eu tenho um costume de vir aqui sozinho de madrugada, só para sei lá, pensar? Porque quando estou sozinho eu consigo ser eu mesmo, sem ser o centro das atenções e tudo o mais...
- Mas você não gosta disso? – Ela perguntou, sorrindo fracamente com o canto dos lábios.
- Gostar, eu gosto, mas tem uma hora que tudo cansa, não é mesmo Srta. CDF?
Ela corou fracamente e sorriu.
- É, uma hora tudo cansa.
Ficamos conversando até cinco horas da manhã. As sete, teríamos que levantar. Ninguém reparou que a CDF certinha e o bagunceiro mulherengo estavam com tremendas olheiras e trocavam sorrisinhos no café da manhã.
Comentários (1)
gostei desse começo
2012-01-10