O Ministro da Magia
Nota da Tradutora – Esse é o primeiro capítulo, mas Alvo ainda não aparece. Ele aparecerá no próximo, tenham paciência.
Capítulo 1: O Ministro da Magia
Harry abriu a porta do Grimmauld Place com cuidado e lentamente. Sentiu um cheiro ruim proveniente da casa, obviamente porque estava velha, e por um momento pensou que seria melhor dar meia volta e ir embora. Poderia arrumar um quarto no Caldeirão Furado... Mas assim que pensou nisso descartou a ideia. Queria paz e isso ele duvidada que encontrasse naquele lugar. Gostando ou não, aquela era sua casa, ao menos pelo momento. Sorriu de lado, com um pouco de amargura, pensando em como ele sempre acabava chamando de “lar” os lugares que mais detestava. Mas, afinal, era apenas provisório, até que encontrasse sua verdadeira casa.
A casa estava do mesmo que ele recordava pela última vez que havia estado ali, junto antes de começar a missão no Ministério para recuperar o Medalhão de Slytherin. Parecia ter passado uma eternidade desde aquele momento... Mas apenas um pouco de pó parecia ter se acumulado naquela enorme mansão. Monstro tinha feito um bom trabalho em sua ausência.
Encaminhou-se até a cozinha e se sentou em uma das cadeiras, esperando. Tinha combinado com Quim que se reuniriam as quatro de tarde, ali. Faltavam apenas alguns minutos para que o novo Ministro da Magia chegasse pelo pó de flu.
Tinham passado apenas dois dias desde o funeral. Harry tinha concordado em permanecer nesse curto tempo na Toca, a pedido da Sra. Weasley, mas logo se despediu da família educadamente. Precisava pensar algumas coisas... Como, por exemplo, o que faria de sua vida a partir daquele momento.
O ruído proveniente da chaminé o tirou de seus pensamentos. Quim Shacklebolt se materializou junto à mesma, sacudindo suavemente as cinzas suavemente as cinzas que haviam ficado em sua elegante túnica azul marinho.
- Boa tarde, senhor Ministro. – o cumprimentou Harry cordialmente, enquanto se punha de pé. O homem lhe sorriu de forma ampla e amistosa.
- Harry, pode me chamar de Quim – disse Quim rindo suavemente. – acho que, se alguém ganhou esse direito, é você.
Harry assentiu, mas não soube o que dizer. Para sua sorte, o ministro retornou a falar.
- Obrigado por me receber em sua casa, Harry. É muito amável de sua parte. – adicionou. Harry então percebeu que não tinha sido educado ao não oferecer ao Ministro nem sequer que se sentasse.
- Por favor, senhor Minis... Quer dizer, Quim, sente-se. Vou ver se tem algo para tomar por aqui. - Harry se desculpou, enquanto buscava entre os armários algo para tomar. Finalmente encontrou uma garrafa com líquido com de âmbar e percebeu que era o Licor de Dragão que ele mesmo havia guardado ali a última vez que havia estado na casa, para se algum dia necessitasse de algum gole. Pegou a garrafa em meio ao pó junto a dois copos e se sentou em frente ao Ministro. Serviu a bebida em silencia e estendeu um copo a Quim, quem aceitou de bom grado.
-Pela paz – disse Quim, enquanto levantava levemente o copo.
-Pela paz - repetiu Harry, e ambos tomaram grande parte do conteúdo que lhes havia sido servido. Harry sentiu o sabor doce e áspero da bebida e se surpreendeu ao descobrir que lhe resultada agradável.
- Muito bem o discurso que você deu no outro dia, Harry... Muito emotivo. Acho que todos nos sentimos como você. – começou o Ministro. Harry simplesmente assentiu, com o olhar atento no homem que estava em frente a ele. Sabia o que ele lhe ia pedir, mas não estava certo se podia ajuda-o. Pelo menos ainda não. Quim teve algumas dúvidas por uns segundos e depois continuou.
– Veja Harry... Não estou querendo mentir para você e nem dar voltas no assunto. Acho que depois de tudo que passou você ganhou o respeito e o direito que te tratem como um adulto. Você se mostrou muito maduro para sua idade, muito maduro... – ele pigarrou levemente, limpando a garganta. Potter não estava decidido, mas tinha a impressão que Shackebolt estava... Nervoso?
– Venho a te pedir algo, garoto. – ele soltou finalmente. – Venho te pedir que me estenda uma mão... As coisas estão um pouco fora de si, sabe... Agora que Vol- Voldemort já não está. – o Ministro pareceu duvidar antes de dizer seu nome completo.
– As coisas estão voltando a sua ordem lentamente... O Ministério pouco a pouco volta a funcionar. Mas reparar todo o dano que causou ao Mundo Mágico vai levar muito tempo, inclusive me atreveria a dizer que anos. Muitos Comensais da Morte fugiram... – o ministro fez uma pausa enquanto olhava fixamente Harry, como se quisesse adivinhar o que o garoto teria a dizer de sua proposta.
– Bom, a questão é a seguinte, Harry. Direi sem dar voltas. Queria saber que conto com seu apoio para meu governo. - Quim disse as últimas palavras em um tom serio e decidido, olhando Potter fixamente nos olhos. E Harry, se esperava mesmo aquilo, se surpreendeu igualmente.
-Confio em ti, Quim. Sei que é um bom homem. Confio no seu julgamento. Não duvido que o seu governo será muito bom, muito melhor que seus antecessores. Não sei o porquê necessita de meu apoio. – confessou Potter. Shackebolt sorriu de uma forma quase paterna.
- Você é tão humilde, garoto. Claro que você não vê... – falava mais para si do que para Harry. Pensou alguns segundos e logo, olhando Harry diretamente aos olhos, adicionou. – O povo te adora, Harry. É um herói. Você salvou pela segunda vez a comunidade mágica de um Mago das Trevas e o povo inteiro se sente em dívida contigo. Acho que não me equivoco ao dizer que a partir de hoje, qualquer palavra que saia da tua boca será considerada palavra santa.
-Ah…
-Não quero que interprete mal, Harry. Não pretendo te usar. Nem um pouco, completamente ao contrário. – aclarou rapidamente o ministro. E Harry sabia que era verdade. Quim era um bom homem. Compreendeu então sua verdadeira intenção.
Quim... Você não está... Pedindo conselho a mim, senhor Ministro? – Harry disse, sendo incapaz de acreditar no que estava passando. Quim sorriu.
-Sim. – confessou simplesmente.
-Por quê?
- Porque você provou ser um homem mais inteligente e sensato do que a maioria que eu conheço. Você é jovem, bom e desinteressado, verdadeiramente deseja o melhor para este país. Sei que as pessoas não se enganam ao confiar em ti, pois és digno de confiança. Só gostaria de te pedir teus conselhos e seu apoio sempre que pense que atuo corretamente e também pedir que não duvides em que faça notar se alguma vez eu me desviar do caminho.
-Bom... Sim, claro... – foi tudo o que lhe ocorreu responder.
- Obrigada. – adicionou Quim. – Outro tema a tratar... Vamos ter alguns julgamentos durante as próximas semanas. Gostaria de saber se conto contigo como testemunha contra vários dos Comensais da Morte para o julgamento.
- Posso saber seus nomes? – pediu Harry. Imediatamente Quim pegou sua varinha e materializou um pergaminho que estendeu a Harry, pelo qual leu lentamente nome por nome.
- É... – Harry se deteu rapidamente, levantando a vista. – Há um par de nomes que eu gostaria que você contemplasse com grande cuidado, Quim...
- Como quais?
- Os Malfoy.
- O que há com eles? – Quim se surpreendeu ao escutar dito sobrenome.
-Bom, há algumas coisas que acho que deveriam tidas em conta no momento do julgamento... Narcissa Malfoy salvou minha vida de certa maneira. E seu filho, Draco... Ele só foi outro prisioneiro de Voldemort – lhe explicou Harry. Ainda podia recordar a mão gentil da Sra. Malfoy quando tinha agachado para comprovar se ainda estava vivo e sobre como havia mentido sobre isso. Havia sido egoísta, só para salvar seu filho, mas Harry lhe devia muito por isso. Depois de tudo, ele havia vivido em carne própria o que uma mãe é capaz de fazer por amor a seu filho. Shackebolt parecia surpreso com a revelação.
-Interessante… - foi tudo o que pôde dizer. Logo sacudiu levemente a cabeça, como se afastasse um pensamento, e voltou a olhar Harry. – Bom... claro. Pode apresentar os argumentos a favor deles e asseguro que vindos de ti vão ser tidos muito em conta... – lhe comunicou com sua voz tranquila. Harry assentiu.
-Há outro nome… Severo Snape. - continuou Harry.
-Ele morreu Harry... Seu julgamento é algo simplesmente simbólico.
-Eu seu, eu o vi morrer. – aclarou Harry e novamente notou que Shacklebolt se surpreendia. – Mas ele não merece esse julgamento. Foi um homem justo e valente, do começo ao fim.
E então Harry relatou brevemente a verdadeira história de Snape. Shackebolt escutou em silêncio, absorto em uma história que o garoto de apenas 17 anos lhe contava.
-Nossa… - foi tudo o que o ministro alcançou a dizer. - Esse Dumbledore era realmente uma caixa de surpresas. Que homem mais inteligente! – não pôde mais do que se assombrar Quim. E Harry teve que lhe concordar.
Ambos o homem permaneceram em silencia durante uns minutos, absortos em seus próprios pensamentos. Até que então Quim resolveu falar de novo.
-Harry, há algo a mais que quero lhe pedir.
-Fala ministro.
-Me perguntava se poderia me contar que o foi o que aconteceu durante o ano em que esteve desaparecido... E o que foi que aconteceu naquela última noite em Hogwarts. – lhe pediu Shackebolt. Harry o olhou durante uns segundos, pensativo. E finalmente soltou um suspiro. Sabia que esse momento ia chegar. Sabia que essa devia ser a verdadeira razão pela qual o Ministro da Magia havia o visitado pessoalmente em sua casa. O que não sabia era se queria contar essa história, agora. “Quanto antes, melhor” pensou finalmente.
-Sim, tenho que conta-la. Mas tenho que lhe advertir que terá de preparar-se para uma longa tarde, Quim. Porque não se trata de uma história breve... – alertou Potter. Fez uma pausa e tomou ar, até começar seu relato. – Tudo começou há dois anos, quando Dumbledore começou a me dar aulas particulares... – e assim Harry começou contar uma história que sabia que lhe levaria horas. Mas uma vez que havia começado, simplesmente não pôde parar.
A história parecia contar-se por si só e Quim escutava atentamente tudo o que se dizia, fazendo apenas alguns gestos, como franzir a sobrancelha quando não gostava de algo ou arregalar os olhos de surpresa em outras. Harry relatou todos os eventos: as recordações do passado de Riddle que Dumbledore havia mostrado, a busca pelas Horcruxes que ele e seu diretor tinham começado e também como Dumbledore havia morrido verdadeiramente. Como logo após sua morte Harry teve que continuar a busca por si só, sem outra companhia a mais do que Hermione e Rony. Lhe contou como tinham conseguido a espada com a ajuda de Snape, como tinham descoberto as Horcruxes e as haviam destruído. Falou da fuga na Mansão Malfoy, de sua conexão especial com Voldemort e de como graças a ela havia confirmado que o Diadema de Ravenclaw devia estar em Hogwarts. E, finalmente, contou como havia visto a morte de Snape e como este havia lhe dado, com seu último suspiro, suas memórias. Quim deu um leve respigo quando Harry contou que graças a essa recordação ele descobriu que ele mesmo era uma Horcruxe e como havia decidido enfrentar Voldemort. Explicou a estranha conexão que Voldemort criou entre eles ao tomar seu sangue e como ele, Harry, tinha sobrevivido pela segunda vez perante a maldição assassina. Durante o relato, Harry apenas evitou dois temas: as Relíquias de Morte e a conversa com Dumbledore em King Cross. A primeira, porque não queria que ninguém soubesse que existiam para maior segurança e a segunda porque era uma coisa não pertencia só a ele... E que, para dizer a verdade, ele não estava de todo certo que tinha acontecido realmente.
Quando Harry terminou de contar toda a história, Quim o olhava de outra maneira. Havia em seus olhos uma mistura de assombro e reverência que fizeram com que Harry se sentisse ligeiramente incômodo.
-Terá que revelar essa história algum dia, Harry – falou o ministro finalmente, se ajeitando sobre a cadeira e bebendo um longo gole de sua bebida.
- Sim, eu sei. Mas não ainda. – confessou Harry. E Quim não se queixou.
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