Perebas



 Outra ida à Hosmeade. Tinha muita neve cobrindo a paisagem e o frio era enorme. Eu tinha sido convidada a ir, para fazer contato com o Ministro, sobre os acontecimentos do castelo; mas eu fiquei doente e não pude ir. Era só um resfriado, Madame Pomfrey disse que eu só precisava de um descanso. Acordei lá pelas quatro da tarde. Já estava me sentindo melhor, mas não arriscaria piorar. Fui para a sala dos professores com algumas aulas para preparar. Eu preferia lá, pois tinha uma lareira. Eu poderia ficar aquecida enquanto trabalhava como antigamente no salão comunal.


 Cheguei lá. A sala não estava vazia. Remo estava numa cadeira, lendo um jornal pensativo. Quase não percebeu quando eu entrei. Mas então eu arrastei sem querer a cadeira e ele deu um sobressalto.


- Julieta! – Ele disse com um leve sorriso – Que susto!


- Quem leva susto à toa está fazendo algo errado. – Eu disse para ele enquanto estreitava os olhos – Ada fazendo algo de errado, professor?


- Só estava lendo um Profeta Diário, calma! – Ele disse rindo – Não deveria estar em Hogsmeade?
- Não... Peguei um resfriado chato e tive que ficar descansando. – Eu expliquei – E você? Não deveria estar lá?


- Bem, deveria... – Ele disse – Mas eu tinha muitas aulas para preparar... acabei há uns 15 minutos.


 Dei um sorriso e comecei a escrever. Estava preparando uma aula para o sexto ano, sobre dragões. Ia ser perigoso, mas era necessário trazer um para a aula. Peguei um pedaço de pergaminho na lista no meu colo. Um papel caiu de lá. Quando vi, era aquela foto minha com Remo que eu tinha visto outro dia. Olhei para o Remo atual, que lia o Profeta Diário com atenção. Merlin ele realmente envelheceu muito! Parece que essa foto foi tirada há trinta anos!Mas infelizmente, Remo percebeu que eu ria.


- O que foi? – Ele perguntou sem entender


- Eu achei uma coisa... – Eu sorri lhe estendendo a foto. Ele deu um sorriso triste e me devolveu – Merlin, você envelheceu muito, Remo! – Eu disse rindo


  Ele riu também.


- A lua cheia e a solidão detonam uma pessoa Julieta – Ele disse olhando para o chão com seu sorriso se tornando amargo


 Meu sorriso desapareceu. Eu me aproximei dele.


- Ta tudo bem, Remo?


- Tudo ótimo. Não se preocupe. – Ele respondeu voltando a me olhar


- Remo, eu te conheço a 18 anos Remo. – Eu insisti – Sei quando está mal.


- Lembranças Julieta. Só lembranças. – Ele disse como se não fosse nada de mais – Elas tomaram conta de mim por um estante, mas eu já estou bem. Não se preocupe.


- Acho que não deveria ter te mostrado a foto – Resmunguei


- Foi ótimo ver a foto Julieta. – Ele disse sorrindo de leve – Me lembrou da época mais feliz de minha vida. O púnico problema é que junto com ela, vieram as lembranças... – Seus lábios se mexeram, mas nenhum som saiu


- Lembranças...? - Insisti


- Lembranças do dia em que brigamos Julieta. – Ele explicou desanimado – Do dia em que eu gritei com você, te expulsei de minha casa, te tratei mal, e tudo isso para nada. São essas as lembranças que me matam às vezes.


 Olhei em seus olhos profundamente. Ele retribuiu por um momento e desviou.


- Remo, pare de se culpar por coisas que fez quando não estava em sã consciência. – Bronqueei


- Eu estava em sã consciência Julieta. – Ele disse aflitivamente – Eu não estava transformado. – Ele adicionou num murmúrio


- Precisa estar na forma humana para perder a consciência dos fatos? – Murmurei no mesmo tom de bronca – Você estava confuso e perdeu a noção da realidade. Perdeu a noção de tudo. 


Ele bufou e ficou olhando para o fogo por um tempo. Eu voltei minha atenção para os meus projetos de aula. Depois de um tempo, Remo voltou a ler o Profeta Diário. Uma hora se passou no silêncio. Eu já tinha uma semana de aulas prontas, e continuei preparando. Eu tinha o dia todo mesmo...


- Eu sabia que ia te magoar. – Remo exclamou de repente, me causando um sobressalto – Eu tinha consciência do que fiz. Eu... sabia.


 Olhei para ele. Ele estava com as sobrancelhas franzidas numa expressão de angústia. Sorri tristemente.


- Remo... Não insista. Você nunca me magoaria por vontade própria. Você estava fora de si naquela noite. Eu sei disso. Você, no fundo também sabe.


  Sua expressão facial suavizou um pouco, mas continuou angustiada. Eu peguei meus papéis, me levantei.


- Boa noite – Eu disse com um sorriso. Então me levantei e saí da sala.


 


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 Eu estava dando uma aula sobre uns vermes no terceiro ano. Ahhh, o terceiro ano... É a minha classe favorita. Não só pelo Harry e pelo Neville, mas também por que é a turma que mais interage. A turma com mais interesse. Enquanto eu observava os alunos cuidarem de seus vermes, não pude deixar de ouvir a conversa de cochichos de Harry, Rony e Hermione. Ou melhor, Harry observando calado uma discussão de seus melhores amigos, que pelo visto, estava feia.


- Aquele animal sanguinário está matando Perebas de estresse! – Rony cochichou


- Não é culpa de Bichento se ele está doente! – Hermione defendeu-se irritada


- Ele não está doente! Está morrendo de medo de ser morto durante a noite! – Rony disse num pouco mais alto.


- A culpa não é minha se você tem um rato paranóico! – Hermione exclamou num tom mais alto ainda


- Algum problema meninos? – Perguntei chegando perto deles


- Nada não professora. – Harry se apressou em responder


- Tem certeza? Ouvi alguma coisa sobre um rato doente... – Eu insisti – Posso ajudar em algo?


- Bem, meu rato está doente... eu acho. – Rony disse timidamente diante de um revirar de olhos de Hermione


- Está com ele aí? – Perguntei


 Ele assentiu


- No final da aula me dê ele que eu o examino certo? Eu o devolvo aula que vem.  Agora, eu acho melhor alimentar melhor esses vermes, ou eu terei que encomendar mais deles, e eu não quero fazer isso. – Continuei sorrindo. O menino assentiu e voltei a vigiar os alunos cuidando daquelas criaturas nojentas.


 No fim da aula, os alunos foram saindo, então Rony me entregou o bicho, que ficou chiando e tentando fugir de mim. Bicho paranóico... Eu o pus numa caixa e fui para a minha sala.


 Corrigi os trabalhos de casa que havia recebido naquela tarde por uma hora. Então fui ver o rato. Era um animal de aparência que perdeu muito peso em pouco tempo. Tinha várias áreas de seu corpo sem pelo. Aparência doentia. Orelhas pontudas, corpo marrom claro meio acinzentado e... sem um dedo.


 O bicho era muito familiar... Parecia... Não, não era... Pedro está morto Julieta, ponha isso na cabeça!  Tá esse maldito rato não para quieto. O bicho Está realmente estressado... Tentei virá-lo e ele me mordeu.


- Animal estúpido! – Exclamei soltando o rato, que corria pela sala tentando fugir – Volta aqui!


 Peguei minha varinha e levitei ele de volta para a caixa. Fui limpar o meu dedo sangrando para não pegar nenhuma doença.

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Comentários (2)

  • Julieta Giucci

    HAHAHAHAHA! ERA ISSO QUE EU QUERIA! Eu tava esperando algum comentário!! Obrigada pelo comentário, vou começar a escrever imediatamente! PS: A Giucci gosta do Remo, não do Sirius, ok? Ele é TODINHO seu ;D

    2011-10-20
  • Julia Black Lovegood

    POSTA MAIS JULIETA GUCCI! POR FAVOOR! você sabe o desespero da minha pessoa pra ler o resto? nau? tá. EU QUERO MAIS POR FAVOR. MAAAAAAAAAAAAAAAIS. O QUE VAI ACONTECER? E O REMO? EO SIIIIIIRIUS? (ele é só meu, meu e meu. só pra constar...) AAAAH! E O RABICHO ESCROTO FELADAPUTA? aw meu deus. eu vou morrer.

    2011-10-20
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