My Moony



 Quinta feira à tarde. Intervalo entre as aulas. Alunos andando por ai. Malfoy abulinando Harry por causa de dementadores. Harry avançando para Malfoy. Rony e Hermione seguram Harry. Malfoy ri. Crianças...


- Algum problema senhores? – Eu perguntei entrando entre os dois meninos que se olhavam com ódio


- Nenhum, professora – Malfoy respondeu simpaticamente. Falso...


- Então acho que vocês estavam fazendo o que? – Eu perguntei sarcástica - Não me diga que o Sr. Potter estava avançando para o senhor para dar um abraço!


 Harry e Draco me encararam esperando a bronca. Rony deu um risinho, Hermione deu um tapa nele.


- Vão estudar. – Eu ordenei. Eles saíram da minha frente e foram um para cada lado.


- Crianças... – Murmurei


 Então eu resolvi dar uma volta. Olhar se os alunos estavam fazendo algo errado... Minha geração era muito mais destruidora cara! Ninguém faz nada de errado! Então eu voltei para a minha sala.


 Já era alta noite quando eu olhei pela janela e vi o cão preto e o gato laranja novamente na orla da floresta. Eu só consegui pensar em uma coisa. Devo contar a Dumbledore.Mas eu não posso...


*Idéias a mil* Eu posso falar com Remo sobre isso! É perfeito! Sou tão inteligente :D Pera ai... Tá de madrugada... Aff, ele me ama, vai me perdoar! *Modéstia On*


Como ainda não tinha posto o pijama, foi só vestir uma capa e sair pelos escuros corredores. Então cheguei à porta da sala de DCAT e bati na porta. Mas ela se abriu quando eu toquei nela. Eu a empurrei e entrei na sala.


 Uma grande sala com carteiras espalhadas e uma escada no canto que leva à sala do professor. Subi a escada e bati na porta. Ela, igualmente como a outra, se abriu ao meu toque. Eu esperei algum barulho. Mas nenhum barulho vinha de lá de dentro. Então empurrei a porte e entrei.


 A primeira coisa que percebi é que a janela aberta tornava visível a lua-cheia que iluminava o quarto. A segunda foi dois olhos brilhantes que me observavam nas sombras. Agi por instinto. Um lobisomem adulto estava à espreita então eu bati a porta e me transformei em raposa. Rugi para ele. Mas ele não atacou.


 Ele chegou perto docilmente e apontou com a cabeça para um cálice em cima de sua mesa. A poção mata-cão! Óbvio! Por isso ele está ensinando aqui! Está inofensivo! Eu avancei um passo. Ele recuou e se escondeu nas sombras.


 Avancei mais dois passos, saindo do alcance do luar. Como estava transformada, a minha visão era perfeitamente boa no escuro, tirando as cores, é óbvio. Ele me olhava tristemente. Eu sabia que ele se incomodava com o fato de ser o que era, mas não sabia que se envergonhava.


- Vá embora. Não quero que me veja assim. – Ele disse com o olhar


 Ai eu sentei, deixando bem claro que não ia ir embora. Ele apontou para a porta com a cabeça. Eu lancei um olhar severo a ele. Nunca entendi porque ele tem tanto medo de eu vê-lo transformado. Eu já vi milhões de vezes na adolescência! Mas ele continuava a apontar para a porta... Crianças... Então me levantei e andei até ele. Encostei o focinho em seu rosto de leve e me deitei ao seu lado. Ele desistiu e me imitou. Eu passei a noite com ele, como fazia antigamente... Só que dessa vez ele não tentava me ferir gravemente.


Só sei que acordei na forma de raposa no chão da sala de Remo, ele, já na forma humana, cochilando encostado à parede. Me destransformei e me levantei. Andei devagar para sua mesa e escrevi um bilhete para ele:


    Esqueci da lua cheia. Desculpe entrar assim do nada. Eu preciso falar com você. Quando se sentir disposto me procure.


                                                                                                                                       Julieta


Então saí da sala. Como estava clareando e podia ter algum aluno no corredor, usei um feitiço desilusório para não ser vista (pensem comigo... uma professora linda saindo da sala de um professor de manhãzinha... o que iriam pensar? Que estávamos corrigindo deveres em grupo?) e cheguei na minha sala. Sexta feira... Só vou ter que dar aula para o quinto ano... J 


 Me arrumei rapidamente e saí para o café. Do café para a sala dos professores ( troca de fuzilamentos visuais com Snape). Da sala dos professores para a orla da floresta.


 Explicação, tirar dúvidas, mais explicação, mais dúvidas, mostrar os tronquilhos, ter que impedir os gêmeos Weasley de desmembrar a pobre criatura, passar lição, dar bronca num lufano que quase pôs fogo na minha roupa (brincando com a varinha. Tsc, tsc... lufanos...) dispensá-los. Esperar todos irem embora. Evitar olhar os gêmeos. Pegar minhas coisas. Subir para o castelo. Guardar minhas coisas. Almoçar. Ficar na sala dos professores...


- Viu como a sua vida fica monótona sem mim?  Você precisa discutir comigo, se não a história perde a graça – Aquela voizinha disse na minha cabeça. Cala a boca, ontem eu dormi ao lado de um lobisomem transformado, dá para ser menos monótono que isso? – Dá sim amor. – Como então? – Hããã... Dormir do lado de um lobisomem transformado que não tomou uma poção para ficar manso? – Não use o termo manso! Ele não é um animal, voz besta! – Nervosinha...


- Giucci, o que ouve com o seu rosto? – Profª Minerva perguntou


- Nada, por quê? – Perguntei alarmada


- Você está fazendo uma expressão estranha... – Ela comentou


 - Estou? – Perguntei. Se eu fiz uma expressão estranha agora, então imagina quantas vezes eu já fiz na vida? – Interessante...


 Ela me olhou estranho e voltou a ler um Profeta Diário. Eu resolvi sair dali (adivinha? Outro lugar que me dá medo) e andar pelos terrenos do castelo. Parei de andar na ponte de madeira que liga a ilha onde o castelo foi construído, à área da floresta. Fiquei olhando o céu, a floresta, o lago... Fiquei somente observando, pensando, e é claro, respirando.


- Julieta? – Alguém chamou por trás de mim


- Remo. – Eu cumprimentei


 Ele ficou do meu lado e começou a olhar para a paisagem. Então se virou e me olhou.


- O que queria falar comigo?


- É algo sério. Eu acho que talvez um lugar mais coberto fosse melhor para isso – Comentei


- Não tem ninguém num raio de 50 metros além de Hagrid na casa dele. – Ele falou com um leve sorriso – Diga o que é.


 Suspirei.


- Acha que devo contar à Dumbledore do fato de Sirius ser animago? – Perguntei num sussurro


 Ele não respondeu


- Remo?


 Ele me olhou.


- Eu não sei. Também estou nesse conflito. – Então ele balançou a cabeça – Acho que talvez ele tenha entrado por meio de artes das trevas, Julieta; não como cachorro.


- Entendo.


 Ficamos olhando a paisagem por um momento.


- Você pode me chamar de maluca, mas eu pensei ter visto ele na floresta. – Eu comentei me achando uma boba – Ridículo, não?


- Na floresta? – Ele perguntou serio. Eu assenti – Acho que estamos muito nervosos... Eu também pensei tê-lo visto um dia desses... Deve ser o estresse.


- É... O estresse. – Eu suspirei – Remo desculpe ter invadido sua sala, está bem?


 Ele sorriu de leve


- Não se preocupe. Eu achei ótimo ter companhia esta noite... – Então ele baixou o tom - Só que não queria que me visse naquela forma...


- Não seja bobo, eu já estou até acostumada em te ver daquele jeito Remo. – Eu disse - Até achei legal você não tentar me ferir gravemente... Antigamente você me lançava nas paredes...


 Ele sorriu e me olhou no fundo dos olhos. Se aproximou. Estávamos a milímetros de distância. Fechei os olhos... Nada. Abri os olhos confusa. Era para ele ter me beijado, não? Mas ele tinha recuado no último minuto e me olhava intrigado.


- Professores. – Ele murmurou – Desculpe.


- Pare de se desculpar. – Eu briguei – Não se deve pedir desculpas por algo que não fez.- Ele bem que deveria pedir desculpas por não me beijar...- Pensei.


- Mas eu quase fiz... E eu não deveria nem ter avançado. – Ele murmurou olhando para o chão


- Quem disse que não deveria? – Eu deixei escapar


 Ele me encarou confuso. Sorriu de leve e beijou minha testa. Depois saiu andando em direção ao castelo.


-Homens... Porque são tão complicados?! – Eu murmurei observando a paisagem


 


 


(n/a: o título, My Moony, significa em inglês, Meu Aluado, ok? Eu sei que muita gente sabe, mas talvez alguém não tenha entendido né?! Comentem mesmo este capítulo tendo sido micro, tá? Beijos da sua queridíssima autora)

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Comentários (2)

  • Mimi Black

    PS2: Valeu, porque minha SANTA ignorância não sabia o que significava My Moony ;)

    2014-06-27
  • Mimi Black

    Nossa! Eu to AMANDO a fic!!! Acho que eu nunca deixei um comentário, mas foi só por preguiça mesmo... Aí eu senti que PRECISAVA comentar, porque tá perfeita *-*, e eu sei como é RUIM ficar sem comentários e sem consideração. Mas eu tô lendo e ADORANDO, viu? Você escreve OTIMAMENTE BEM e eu meio que me identifiquei com a Julieta!  Ela é MUUUITO BOA! E totalmente nova (tpo, um personagem novo)! Parabéns! Só que a fic tá MUITO deprimente! Eu tô com saudade do Srius, porque TODO MUNDO que já leu ou viu o 3° filme sabe que ele não é culpado! Tô com saudade daquele jeitinho adolescente... E você bem que podia ter mudado a morte do James e da Lily, né? Eles ficaram namorando tão pouco tempo... BUM! De repente, eles morrem. Simples assim =‘(  PS: Sei que já tem muito tempo que a fic foi postada, mas só li agora! 

    2014-06-27
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