Cap. Único
Uma Aula de Defesa Contra as Artes das Trevas
Rose Weasley entrou pela porta da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas acompanhada de Alvo Potter, seu primo e melhor amigo. Aquela era a aula favorita de ambos.
De acordo com seus pais, a aula de Nathan Parker era bem parecida com a de R.J. Lupin, não pelos métodos, muito menos pela explicação dada de acordo com o assunto da aula, mas pelo fato de colocar os alunos para praticar, trazendo animais para dentro da sala de aula e mostrando (ao vivo e à cores) tudo o que era preciso aprender sobre ele.
Nathan era um professor jovem, com apenas vinte anos de idade, e perfeitamente brilhante. Havia estudado na Durmstrange, feito um pequeno estágio no Ministério da Bulgária, mas, durante esse período, havia descoberto sua verdadeira vocação: lecionar. Assim, viera direto para Londres e pedira uma chance como professor em Hogwarts, o que estava trazendo bons resultados.
Hoje os grifinórios estariam dividindo a aula com os sonserinos, o que, para Rose, significava tortura, já que, em meio à tantas pessoas, Scorpius Malfoy faria questão de se sentar ao lado dela, como sempre acontecia.
Devagar, os alunos foram se acomodando, não se incomodando quando a porta da sala se fechou sozinha. Coisas anormais eram mais que freqüentes em Hogwarts. Alvo foi se sentar com Anna Zabine, da sonserina (a rivalidade entre as casas deixara de ser uma coisa aceitável) e Rose foi se sentar em uma carteira mais afastada, sendo seguida de perto por Scorpius, que se sentou ao lado da garota.
- Faça-me um favor e fique quieto, não quero mais uma detenção na minha ficha escolar. – disse Rose rispidamente.
- A última detenção que pegamos juntos não foi culpa minha!
- Ah, claro que não! Jogar uma bolinha de pergaminho na professora de Adivinhação foi uma idéia inteiramente minha. – retrucou ela, ironicamente.
- Vai me dizer que não gostou?
- Da idéia?
- Não, Rose, da detenção!
A menina corou.
- Não acho que tenha gostado de ter sido agarrada por você!
- Pois eu adorei agarrar você...
- Porque, em nome de Merlin, você fez aquilo?
- Ora, estávamos sozinhos, o professor que ia aplicar a detenção estava atrasado e a luz se apagou de repente! O que um garoto normal teria feito?
- Um garoto normal teria pegado a varinha e dito “Lumus”.
Scorpius revirou os olhos, mas não teve tempo de retrucar, por que neste momento o professor Nathan apareceu. Muitas garotas suspiraram, com ar apaixonado pelo professor loiro. Rose passou a arrumar os cabelos, preocupada com a aparência. Sempre achara ridícula essa idéia de se apaixonar pelo professor bonitão, mas ela era humana. E vamos combinar que Nathan tinha lá seus encantos. Ela arrumou a gravata.
- Você está linda. – tranqüilizou-a Scorpius e Rose não pode deixar de sorrir ao murmurar um “obrigado” ao garoto.
- Olá. – cumprimentou Nathan. Algumas garotas disseram um “oi” mais estridente do que o necessário. O professor deu um sorriso de lado que arrancou mais suspiros. – Estamos na página 523, onde começaremos o capítulo 38, que fala sobre Criaturas Mundanas. Alguém aqui sabe o que são as Criaturas Mundanas?
Rose levantou a mão. Nathan sorriu para ela, encorajando-a à falar.
- As Criaturas Mundanas são denominadas assim por terem controle dos quatro elementos da natureza: fogo, terra, água e ar, ou seja, os elementos necessários para manter o mundo funcionando. – disse a garota.
- Muito bem, srta. Weasley. 10 pontos para a Grifinória. – ele deu uma pausa. – Existem ao todo, quatro espécies de Criaturas Mundanas: sereias, que controlam a água; fadas, que controlam o ar; fênix que tem o poder sobre o fogo e as nayades, que tem o poder sobre a terra.
Anna Zabine levantou a mão.
- Sim, srta. Zabine?
- Desculpe, professor, mas não entendi a parte que diz respeito às fênix. Elas não são apenas aves?
- As fênix, srta. Zabine, são aves. Mas não é à essa fênix que me refiro. Uma Criatura Mundana destinada ao fogo, pode se tornar uma fênix.
- Neste caso, ela seria como um animago?
- Acho que pode ser interpretado dessa forma. – o professor voltou a se virar para a classe. – As Criaturas Mundanas tem exatamente à nossa aparência humana, mas se diferenciam quando entram em contato com seus respectivos elementos. Vou mostrar-lhes.
Devagar, Nathan fez um aceno com a varinha e a sala escureceu brevemente. Depois, ele se virou e andou até um objeto arredondado, coberto com uma manta escura. Tinha mais de dois metros e flutuava alguns centímetros do chão. O professor retirou a manta, revelando uma câmara oval, transparente, feita de um material parecido com vidro, mas que emanava um brilho esverdeado. Dentro da câmara, havia uma moça.
A moça tinha a pele morena, e cabelos negros longos, presos em uma trança. Trajava um vestido verde elegante e longo, que deixava espaço na frente para as pernas e parecia feito do mesmo material que uma folha. Estava descalça. Seus braços eram cobertos por tatuagens finas, negras e completamente sem sentido.
A criatura olhou com curiosidade para os alunos, examinando-os com olhos castanhos minuciosos. Depois, ela olhou para Nathan, séria e sem emoção. O professor sorriu-lhe gentilmente, mas a moça apenas encolheu os joelhos para junto do corpo, abraçando-os, e escondeu o rosto.
- Esta é Scarth. – Nathan apresentou a moça. – Ela é uma nayade. É uma das poucas de sua espécie que confraterniza com os humanos.
- Há algum tipo de rivalidade entre nós e eles para que não confraternizemos uns com os outros? – perguntou um aluno da Sonserina.
- Sim. Há muito tempo, a espécie que dominava o mundo Bruxo era a das Criaturas Mundanas. Depois que nós, os humanos, surgimos, elas digamos que “perderam” o trono.
- Eles falam alguma língua específica? – acrescentou Rose.
- Não. Na verdade, podem nos entender perfeitamente, mas só produzem rosnados para se comunicar uns com os outros. Ainda assim, é muito raro uma criatura se comunicar com a outra, já que eles não vivem em sociedade.
- Porque eles não vivem em sociedade?
- Tirando o fato de que são poucos hoje em dia, é da natureza deles viverem afastados.
Scorpius mantinha-se calado, enquanto toda a turma debatia o tema proposto. Ele se pôs a examinar a moça presa dentro daquela câmara de vidro. Ela continuava na mesma posição, sem nem um músculo fora do lugar. Em sua cabeça havia alguns fios de prata entrelaçados, dando base para as folhas douradas. O ornamento parecia uma coroa. As mãos dela eram maravilhosamente bem cuidadas. O loiro estava estranhamente encantado com Scarth.
Sua atenção foi desviada quando Nathan se aproximou da câmara novamente e deu três pancadas leves em sua estrutura, fazendo-a se partir ao meio (sem que despencasse no chão). Scarth levantou a cabeça para olhar o que estava havendo. O professor estendeu a mão para ela, ajudando-a à descer.
Assim que Scarth colocou os pés no chão, tudo mudou completamente. O ar se encheu com odores de pinheiros, hortelã e grama. Onde a moça pisava parecia que o chão se transformava em terra, e voltava ao normal conforme ela dava seus passos. E o mais importante: ela emanava um ar de magnitude.
Mesmo assim, Scarth ainda parecia humana. Bem, se você passasse por ela na rua, normalmente não veria nada de especial nela. Mas se olhasse bem, veria a diferença.
Nathan andou até sua mesa e pegou uma folha média e extremamente verde, entregando-a à Scarth. A moça, por sua vez, segurou a folha com delicadeza. Levou-a perto do nariz e aspirou profundamente. Depois, ela olhou para Nathan que afirmou com a cabeça, como se a instasse a continuar com o que quer que fosse aquilo.
Então, Scarth acomodou a folha na palma da mão direita, escondendo-a em seus dedos que se fecharam. O brilho esverdeado emanou de sua mão direita.
Scarth ficou assim por alguns minutos, até que Rose achou que nada aconteceria. Mas seus pensamentos logo se perderam quando a moça abriu a mão de repente e a folha flutuou levemente alguns centímetros acima de onde estivera antes, o brilho verde agora mais forte.
Os alunos observaram admirados quando as orelhas de Scarth criaram pontas, como as orelhas de um elfo; sua pele se tornando visivelmente áspera nas mãos e pés, como um tronco de árvore; sua boca se abriu e ela soltou um chiado gutural, exibindo os dentes pontudos, como os de um leão; seus olhos, antes castanhos, se tornaram de um verde musgo que clareava conforme chegava à pupila.
E Scorpius soube o que havia de tão sobrenatural nela. Scarth não piscava. Nem quando humana e muito menos agora.
- Quando entram em contato com seu elemento, as Criaturas Mundanas assumem sua verdadeira forma. – Nathan apontou para a moça. – Sentem medo dela?
Scarth sorriu e rosnou alto. Houve gritinhos histéricos por toda a classe. Rose não gritou, mas arregalou os olhos e cruzou os braços para evitar que suas mãos tremessem. Anna escondeu o rosto no pescoço de Alvo. Scorpius sussurrou um palavrão.
Todas essas reações não eram exageradas. Scarth havia assumido uma forma completamente diferente. Sua presença agora assustava os alunos, embora ela ainda continuasse linda, como em sua forma humana. Nathan Parker sorriu compreensivo para a turma e lançou um olhar reprovador para a moça.
- Não se preocupem. Ela não fará nada para vocês. – ele tranqüilizou os alunos. – As Criaturas Mundanas só atacam para se defender. Scarth está completamente consciente de que ninguém aqui fará mal à ela.
A moça deu mais um rugido baixo para o professor e fechou a mão direita em punho novamente, voltando à sua forma humana e se instalando dentro da câmara, aonde se deitou.
Houve alguns suspiros aliviados pela classe quando ficou claro que Scarth não poderia sair de lá sem que Nathan deixasse.
- Muito bem, para a próxima aula quero um desenho detalhado da forma humana e transformada de uma nayade. Quero também uma redação de no mínimo quinhentas palavras sobre o que aprenderam hoje. – Nathan fez uma pausa. – Estão dispensados. – acrescentou.
A turma começou a se levantar. Ruídos eram ouvidos por toda a classe. Alvo e Anna estavam combinando de ir se encontrar no lago depois da aula. Enquanto Rose saía com Scorpius em seu encalço, a convidando para sair mais uma vez.
Nathan Parker cobriu a câmara que continha a nayade, fechou a porta da sala e foi almoçar.
X&X
N/A: que legal, postei uma fic novíssima em folha! Gente, eu sei que a maioria de vocês devem estar pensando que perderam seu tempo aqui, mas é que eu tive essa idéia com as nayades e não sabia aonde escrever, então achei que ia dar uma boa aula de DCAT. Não sei se ficou bom, mas comentem, por favor!!!
Comentários (2)
Sua imaginação sempre me surpreende. GOSTEI MUITO !!!
2012-12-23Legal a aula, parabéns!!
2011-10-11