O quê? Quem? Aonde? Quando?
Abri, finalmente, as minhas palpebras pesadas. Era claro, mas mesmo assim difícil de enxergar, tudo parecia meio embaçado. Eu estava deitada em uma cama de lençóis brancos, ao meu lado havia um criado-mudo com algumas poções em cima. Não tinha idéia do que fazer, será que devia chorar? Gritar? Me levantar? Talvez. Pensei em fazer tudo ao mesmo tempo mas de repente ouvi vozes chegando proximas à porta que ficava no outro lado do quarto, decidi fingir dormir para, de repente, entender o que se passava ali. A porta se abriu e eu fiquei na mesma posição que estava quando acordei, apenas fechei os olhos.
- Sinto muito Srta. Williams, mas não há mais nada que possamos fazer por ela. Já se passaram dois anos e meio. Chamamos os preparadores de poções mais experientes, curandeiros... Sinto muito, mas acho que está na hora de desistirmos.
- Espere, - disse uma voz que me soava familiar- não podemos esperar mais um pouco? Alguns meses... Ela parece tão melhor... As cicatrizes mal aparecem, ela está respirando normalmente, e eu sinto que qualquer hora ela pode acordar e...
A moça que falava antes a interrompeu:
- Sinto muito Srta. Williams, o St. Mungus tem muitos pacientes e eles necessitam de quartos...
Nesse momento decidi abrir os olhos e me sentei na cama, eu via duas mulheres, uma ruiva jovem e uma enfermeira morena, de certa idade, com um óculos na ponta do nariz.
A enfermeira disse:
- Santo Merlim! Vou chamar o doutor para fazer os exames nela, ver se está tudo certo para poder voltar a andar e falar.
Nessa hora eu levantei da cama e disse:
- Olhe, eu posso andar e falar. Só preciso saber o que aconteceu realmente comigo.
A ruiva arregalou os olhos me forçou a voltar para a cama.
- Acalme-se Anna, te explico depois que o doutor te examinar, senti sua falta.
- Quem é Anna? Aonde estou? Como parei aqui? O que são essas poções? Quando vim parar aqui? Ou melhor, há quanto tempo estou aqui? - eu disse.
- Acalme-se Anna, te explico tudo depois...- Disse a ruiva.
Logo depois chegou o doutor e, ao ver que eu estava me excedindo, abriu minha boca e forçou uma poção goela abaixo...
E as minhas pálpebras pesaram, meus olhos estavam fechando, eu fiquei cansada... Mas eu não queria abandonar aquela ruiva estranhamente familiar... Adormeci, em sono pesado.
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