Esconderijo
Carrow soltou rapidamente as mãos deles. Dali mesmo, desaparatou. Iria se preparar para a batalha. Antony havia dito para Harry que seu pai já estava lutando lá, mas Lord Voldemort na verdade estava esperando todos seus servos reunidos, e também seus filhos.
Thamires não pôde deixar de notar que o galpão era extremamente amplo. Viu-se também cercada por objetos não-mágicos. Haviam canetas esferográficas, ventiladores, e inclusive uma TV. Conhecia tudo isso graças a seus avós paternos, e das diversas idas à casa de Duda. Não havia entendido o por quê de todos aqueles objetos trouxas. Resolveu perguntar.
-Hum, Antony... Por que seu pai está vivendo em um lugar cheio de objetos trouxas? - Disse, hesitante.
-Esse galpão não é dele. Ele matou os donos após não conseguir matar seu... Irmão. - Antony respondeu, demonstrando nojo e desgosto ao se referir à Harry. - E o transformou em seu esconderijo. Todos os trouxas e inimigos dele que já vieram aqui sofreram morte instantânea. Maldição Avada Kedavra... O que seria de nós sem ela?
-Tenho certeza que muito piores do que já somos. - Katherine entrou no diálogo.
Os três sentaram no chão, pois apesar de tudo que aquele galpão escondia, não haviam cadeiras. Katherine estava inquieta, parecia querer sair logo dali.
-Certo, o plano é o seguinte: Aleto Carrow voltará aqui em alguns minutos, cerca de vinte ou trinta. Irá nos levar de volta à floresta, e nós entraremos na escola. Com exceção de James, os outros meninos provavelmente já estarão no grande salão. - Disse Antony, bem calmo.
Aleto Carrow não voltara no tempo combinado. Katherine acabou por dormir. Thamires desenhava em pedaços amassados de papel. Antony passou o tempo todo sentado no chão, mergulhado em um oceano de pensamentos. Deveria lutar honestamente ou só matar e torturar? Poderia ser filho do Lorde das Trevas, mas havia uma parte dele que simplesmente se negava a fazer aquilo. Medo de perder a irmã pequena. Medo de perder Thamires. Medo de morrer.
Thamires colocava força em excesso no lápis, apesar de desenhar com calma. Chegou então o momento em que a ponta do lápis quebrou, causando um estalo que tirou Antony do seu estado pensativo. Na mesinha, tinha de tudo. Canetas, borrachas, lápis, exceto estiletes e apontadores. Antony levantou-se e andou até seu lado. Viu o desenho. Ela mesma, com uma perfeição imensurável. Porém, encontrava-se em um cenário triste, vazio, parecido com o grande salão, mas sem as velas, e com o chão rachado.
-Está pondo muita força no lápis. - Antony falou. - E por que um desenho tão triste e melancólico?
-Não parece haver um real motivo para retratar aquilo que nós sabemos que não será verdade. - Disse, sombria. - Vai ser assim, não? Destroços, mortes em excesso... Vão odiar nossos pais, nós três, os comensais, e o ministério, pois eu tenho certeza que a culpa de tudo cairá nas costas de Cornélio Fudge.
Houve um silêncio mortal no galpão. Antony debruçou sobre o desenho.
-Eu acho que odiar minha família e nossos seguidores é quase uma lei no mundo bruxo. Não me importo realmente com isso. Se a culpa de tudo for para Fudge, o ministério cairá, e o domínio será nosso.
-Mas e se meu pai morrer? Sem ele, tenho só o Duda, que por mais difícil que seja acreditar, tem um bom coração. Por mais durona que eu possa parecer, sem alguém ao meu lado, eu caio.
-Sem alguém do seu lado? - Antony perguntou em um tom baixo. - Pelo qu vi você contou apenas a família. - Disse, agora sussurando. Havia se aproximado mais de Thamires.
Houve um momento de tensão no ar. O que fazer a partir dali poderia ou não ter uma consequência. Antony então decidiu agir. Puxou-a para perto, e fez o que tinha que fazer. Thamires não relutou, mas logo se separaram. Houve uma breve risada dos dois. Antony sentou-se na mesa, ao lado do desenho.
-Eu realmente não acreditei que Harry fosse tão burro a ponto de crer que nossa mãe era comensal da morte. Tão amável, tão pacífica, tão... Tão enjoada.
-Eu acreditei menos ainda. Ele não sabe que o que ela esconde na manga da camisa é só uma queimadura?
-Não, nunca soube. Serviu para assustá-lo e fazer dele um paranóico. Vai subir e gritar pelos corredores como louco por uma guerra que não foi iniciada. Esse será o sinal para meu pai recrutar os mais jovens, tais como Draco Malfoy, Blásio Zabini, Gregório Goyle e Vicente Crabbe.
-Aqui, vista isso. - Antony entregou uma calça e uma camisa a Thamires. - Servirá para não morrer nas mãos de um dos nossos. Vou acordar Katherine.
"Será que Dumbledore, sendo o gênio que é, já sabe de tudo e tem um plano? Será que dará tudo certo e o ministério finalmente cairá?" - Thamires pensou, enquanto vestia as roupas pretas.
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