Pesadelos e petrificação

Haviam aranhas, por todo lado. Rony não sabia o que fazer. Corria sem parar, mas elas o seguiam. Surgiam mais aranhas a cada passo dado. Não tinha mais ninguém na torre da Grifinória, apenas ele. Subiu as escadas, se trancou no dormitório. Haviam aranhas lá também. Gritava e se debatia, não sabia mais o que fazer. As aranhas avançavam em sua direção até que o encurralaram. Gritou mais. Mais. Mais. Ninguém respondia, não haviam som naquele lugar a não ser por seus gritos e os sons emitidos pelas aranhas.

-Rony, Rony, RONYYYYY!! - Gritou uma voz conhecida. Era Harry. Mas onde estava?

-Harry, cadê você?? ARANHAAAAAAS -Rony gritou em resposta.

-Acorda Rony! Acorda!

-AAAAAAAAAAHH!
Rony sentiu uma dor imensa no rosto. Um tapa. E as aranhas iam cada vez mais rápido ao seu encontro. De repente, sentiu um jato forte e bem espalhado de água gelada tomar conta de seu rosto. Viu tudo ficar preto, e perdeu as aranhas de vista. Ergueu-se e abriu os olhos. Neville, Dino e Simas o estavam encarando com expressões assustadas. Harry estava com um copo de água pela metade na mão, e encarava Rony, que agora estava um tanto confuso. As aranhas sumiram, e seus amigos e repente estavam ali. Então se deu conta do que acabara de acontecer. Estava tendo um de seus constantes pesadelos. Geralmente eram com aranhas, ou com seus inimigos, ou com seu time de quadribol, o Chudley Cannons, perdendo por uma diferença absurda de pontos.
-Tá vivo? - Disse Neville, um tanto assustado, ainda.
-Sim, estou. Que horas são, alguém sabe? - Respondeu Rony, com uma voz arrastada.
-São 3:24 da manhã. - Disse Dino, consultando seu relógio com rapidez. Estavam todos prestando atenção em Rony, mas nenhum deles se atreveu a dizer mais nada depois disso. A não ser Harry. Ele disse para Rony voltar a dormir logo, pois teriam aula de herbologia logo de manhã. Rony tentou, mas passou umas 2 horas acordado com medo de sonhar mais uma vez com aranhas.

-Ei, tem alguém aí? Já é hora do café da manhã! Rony? Harry? Meninos? - Dizia Hermione na porta do dormitório dos meninos. Ninguém respondeu por pelo menos uns 10 minutos, até que Harry abriu a porta, e ficou um tanto confuso. Por que Hermione estava ali? Não tinha realmente prestado atenção no que ela estava dizendo.
-O que foi? Que houve?
-Já está na hora do café da manhã, e nenhum de vocês desceu.  
-Como assim? Já?? Mas o despertador do Dino não tocou. - Então Harry olhou para o relógio. Estava ensopado. Rony, com certeza havia derrubado o restante da água ali, ao se debater antes de dormir. Harry então chamou os outros meninos e desceu rapidamente.
A aula de herbologia foi rápida, mas bem engraçada. A professora Sprout os levou para estufa número 3, e lá os alunos do segundo ano tiveram que replantar mandrágoras. Não parecia uma tarefa difícil, até que descobriram que as mandrágoras gritavam ao serem retiradas de seus vasos. As adultas podem até matar, mas a professora Sprout deu mandrágoras jovens aos alunos, para que não houvessem mortes ali. Apesar disso, Neville Longbottom desmaiou ao ouvir o grito da primeira mandrágora desenvasada.
Após o almoço, tiveram aula de poções e de astronomia. No fim de todas as aulas, Hermione e Harry desapareceram. Rony vagou pela escola na busca incansável dos amigos. Procurou bastante pelos dois amigos, mas não conseguiu achar nenhum deles. Ao chegar em um dos últimos corredores da escola que não havia olhado, viu Draco Malfoy pelo canto do olho. Estava conversando de mãos dadas com uma menina, mas Rony não prestou muita atenção em quem era a pessoa. Mas sua curiosidade foi maior. Voltou alguns passos e olhou. Não acreditou no que via. Draco estava junto de Gina, sua irmã. Encarou o casal por alguns segundos, e desistiu. Falaria com ela mais tarde. Continuou a procurar Harry e Hermione.
Virou um corredor e encontrou outro casal. Estavam riscando uns papéis e conversavam animadamente. Apesar das piadas constantes do menino de olhos azuis profundos, a jovem de olhos verdes não sorria, apenas repuxava o canto da boca. Ajeitava constantemente os cabelos lisos e escorridos. Era Antony e Thamires. Rony fingiu não ter visto nada, pois nunca gostou de nenhum dos dois. Ainda procurava por Harry e Hermione. Até que, quando virou no último corredor, viu os dois. Mas não acreditou. Estavam de mãos dadas, assim como Draco e Gina. Os dois estavam sorrindo. Rony estava meio confuso. Como nunca havia percebido? Eles se gostavam, e Rony nunca tinha notado. Se sentiu um completo otário. Voltou para a torre da Grifinória e tentou dormir. Foi um tanto difícil, viu 3 casais distintos que jamais pensou ver.
Rony não se lembra de ter caído no sono, mas se lembra do que houve em seguida. Se via no gramado da escola, mas ele estava diferente. Haviam flores brancas por ele todo. Bancos enfileirados em duas colunas, com uma passagem entre elas. Um arco florido logo a frente deles, com um pequeno palco no meio. Parecia que ali haveria um casamento. Viu os bancos serem tomados por alguns alunos, e o professor Dumbledore subir no palquinho. Logo em seguida, viu um casal passar entre os bancos. mais ou menos do seu tamanho, os dois. A menina estava com o rosto completamente coberto pelo véu, e o menino estava sempre fora da visão de Rony. Quando chegaram até Dumbledore, Rony correu para perto do casal. Viu o menino tirar o véu da noiva. E logo sentiu que iria desmaiar. Eram Draco e Gina. Coçou os olhos só pra ter certeza. Sim, eram mesmo eles. Coçou os olhos de novo, dessa vez com mais força. Agora não eram mais Draco e Gina, mas sim Harry e Hermione. Rony ficou ainda mais surpreso. Recusou-se a acreditar, saiu correndo e caiu. Caiu da cama. Levantou-se rapidamente e tentou fingir que estava dormindo, mas Dino e Simas acordaram com o barulho alto.
-QUe houve agora? - Simas perguntou.
-Eu tive um pesadelo.
-De novo? Aranhas? - Disse Dino.
-Não, não... -Murmurou Rony antes de cair na cama de novo e dormir rapidamente. Ou pelo menos fingir. Não iria se atrever a contar esse pesadelo para os amigos, não mesmo.
Ao amanhecer, Rony foi conversar com Gina antes de ir tomar o café da manhã. Gina insistiu que estavam apenas conversando, mas Rony não acreditava, de maneira nenhuma. Viu as aulas voarem, e não entender absolutamente nada. Ele e Neville inclusive receberam deveres extras.
No fim do dia, Rony estava indo para a torre juntamente de Harry e Hermione, quando Harry ouviu de novo aquela voz das paredes. Arrastada, fria, e sempre dizendo as mesmas coisas. "Matar... Sangue...". Ao virarem em uma das curvas, perceberam que o chão estava cheio de água. Aquela fantasma do banheiro feminino, Murta Que Geme, abrira todas as torneiras, e inundou completamente aquele andar. Mas não foi só isso que notaram. Tinha alguma coisa presa em um candelabro, algo com pelos. Chegaram perto. Era a gata de Filch, a Madame Nor-r-ra. Mas não se movia, estava paralisada. Pensaram que algum engraçadinho havia lançado um petrificus totalus na pobrezinha. Não, estava completamente imóvel, estava dura. Parecia pedra. E Hermione notou que tinha algo nas paredes.
-"A câmara secreta foi aberta. Cuidado." - Ela leu baixinho - Foi escrito com sangue...
Logo em seguida Filch apareceu.
-O que... Fizeram... Com a minha gata? Vocês a mataram??
-O que...? Não! Claro que não! Já estava assim quando chegamos!! - Disse Hermione, ficando nervosa, com medo de que se dessem mal por algo que não fizeram.
-Mentira. Vocês vão pagar... Eu te mato... - Disse pegando Harry pela gola da camisa. - EU TE MATO!
-Argo... - Dumbledore apareceu. - Argo eu... Quero que me diga o que houve.

-Eles mataram minha gata.

-Não está morta, Argo, está apenas... Petrificada. E tenho certeza que não foram os meninos.

-Como pode ter tanta certeza?

-Acabaram de sair do salão comunal. Pode relaxar, Argo, vamos descobrir tudo...

-Não fomos nós diretor! Tem que acreditar em nós! - Disse Hermione, exasperada.

-Calma, srtª Granger, sei que não foram vocês... Agora vão para cama...

Subiram . Estavam nervosos. Não foram eles, não mesmo. Porém, Harry sentia que essa história teria grande influência sobre eles. Mas afinal, o que era essa tal câmara secreta?

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