Visões
CAPÍTULO 5
Visões
DEPOIS DA DISCURSÃO ENTRE Rony e Hermione Harry tentou, sem sucessos, reaproximar os dois amigos. Percebeu que a situação estava bem mais séria do que pensava. Conhecendo Hermione como conhecia, sabia que o amigo iria ter que enfrentar sua fúria mais uma vez. Cansado de tentar ter uma conversa amigável com os dois, achou melhor usar de sua especialidade: conversar com Hermione distante de Rony, coisa que fizera tantas vezes desde seu 1º ano em Hogwarts.
- Hermione, tente considerar. – dizia ele, sentado à beira do lago com Hermione, duas horas depois de seu ataque à Rony – Ele só estava chateado.
- Claro, ele briga com você e eu é que tenho que aguentar a rabugice daquele trasgo? - indagou Hermione, fechando com força um livro intitulado Mil e um feitiços defensivos cujo autor Harry desconhecia.
Ele não falou nada, não queria admitir para a amiga que não estava com raiva do amigo, mas pela expressão de Hermione não foi preciso dizer uma só palavra para saber que ela já sabia disso.
- Sinto muito Harry, mas não sou como você, que aceita as injustiças do bebezão Rony – disse ela, levantando-se.
- Nem eu disse isso – replicou, levantando-se também – apenas tento entendê-lo. Você mesma me disse para eu ter calma e entendê-lo, durante esses últimos meses, lembra?
- É, disse sim, mas cheguei à conclusão que estava maluca. Pensando bem, acho que foi pela situação em que nos encontrávamos, por estarmos longe de todos e de tudo o que estava acontecendo, sem saber noticias, nem nada.
- Falando assim, até parece que você o odeia.
- E odeio! – exclamou ela, estava a beira das lágrimas novamente – Ele é um trasgo irritante. Odeio ele.
Ela parecia estar a ponto de um ataque, pensou Harry. O que seria preciso para fazer com que ela perdoasse Rony?
- Olha, porque vocês não conversam? Aí vocês podem decidir algo.
- Você não entende. – falou, pegando uma pedra no chão – Tenho meu orgulho. Não posso simplesmente aceitar as desculpas esfarrapadas do Ronald.
Hermione ficou olhando para a pedra em sua mão por alguns segundos e atirou-a ao lago. Harry ficou observando seu efeito na água, quicou três vezes e afundou na escuridão das águas do Lago Negro.
Harry não sabia como fazer aqueles dois fazerem as pazes. Eles se gostam mas são cabeças duras demais para admitirem isso.
- Hermione, você gosta dele...
Tentou mais foi interrompido por Hermione.
- Não, Harry – disse ela, um pouco nervosa e se é que era possível, corada – Não gosto.
- Mas Mione, o que aconteceu com vocês...
- O que aconteceu foi coisa do momento, por causa da guerra, a guerra acabou e o momento já passou. – falou ela, convicta.
- Só mostrou que tem medo de perdê-lo – Não sabia o porquê que estava dizendo isso, assuntos do coração era a especialidade de Hermione e não dele.
- Não começa você também. Será que a Gina te pediu pra vir falar comigo?
- A Gina? – perguntou um pouco confuso – Como assim? A Gina veio falar com você também?
- Veio, e também veio com esse papinho de “medo de perdê-lo”. – terminou, franzindo o cenho.
- Bom, não sabia que ela tinha vindo falar com você.
Esperava que Gina tivesse dito coisas muito melhores, por que ele não estava tendo nenhum sucesso.
- Tudo bem – Hermione foi até uma arvore próxima à margem do lago, a mesma arvore em que ele estivera horas antes em companhia de Gina, e sentou-se. Harry a acompanhou. – Na verdade Harry, eu gosto dele sim, não posso continuar mentido pra mim mesma a respeito deste sentimento. Só que aquele hipócrita nojento é muito tapado pra ver isso. – disse ela, escondendo o rosto nas mãos.
Por um minuto Harry ficou sem reação. Se antes não sabia o que dizer, agora muito menos.
- Ah, bem.. é ... – gaguejou
- Sorte sua que a Gina não é tão complicada. – riu-se Hermione.
- É. – sentou-se ao lado dela, também rindo – Bom, então o que custa você falar com...
- Custa o meu orgulho, Harry – encarou-o nos olhos, sua expressão dura – Você ouviu muito bem o que ele disse: “Esqueça tudo o que aconteceu com a gente durante esses dias”.
Harry sabia que, com a perfeita memoria de Hermione e seu orgulho ruim de ser quebrado, as chances de os amigos voltarem a se entender seria de uma em um milhão.
- Não vou dizer que ele não tenha cometido um erro, mas você o conhece, Hermione, sabe como ele é inseguro.
- Ele é um tapado nojento.
- É, é isso aí. – vendo que seus esforços não estavam surtindo efeito algum sobre Hermione, então tratou de concordar com a amiga.
Hermione parecia bem decidida. A Batalha estava perdida.
- E você e a Gina? Fico feliz que tenham, enfim se acertado.
Harry percebeu que a repentina mudança de assunto queria por fim na questão “Rony”.
- É, não podia deixar de me acertar com ela.
- O que aconteceu quando encontramos vocês?
Por alguns momentos Harry ficou pensando naqueles poucos minutos em que ficara conversando com Gina, mais cedo em baixo daquela mesma arvore. Lembrou-se do que a namorada tinha lhe dito que o fez cair na real. Ela tinha um poder sobre ele que nem mesmo ele sabia discernir. Saiu desse devaneio e observou a cara que Hermione o olhava. Sorriu sem jeito.
- Aposto um galeão que você estava pensando nela. – disse Hermione, com um sorriso em seus lábios. – É incrível como você fica com a cara de bobo sempre que ela está por perto. Nem sei como ela não percebeu que você estava a fim dela há dois anos atrás. Qualquer um que o visse quando ela estava por perto tinha percebido, Harry.
Que ele ficava apreciando Gina por um longo tempo, observando seus movimentos, às vezes em que ficava brincando com seu mini puff, isso ele já sabia. Várias vezes se pegou imaginando ser namorado dela. Lembrou-se de seu pequeno devaneio, durante uma noite que estivera na enfermaria, quando Rony lhe falou que ela tinha ido visitá-lo quando ele estivera desacordado por causa de um balaço que recebera na cabeça lançado por McLaggen.
- É, às vezes não consigo controlar. – respondeu Harry meio sem graça.
- Então, o que aconteceu? – perguntou Hermione novamente.
- Bom, eu sai e vim aqui fora, pensar um pouco...
- Se culpar um pouco – corrigiu ela
- É. E ela veio atrás de mim. Me fez cair na real.
- Sabe, sempre soube que a Gina era a garota certa pra você.
Harry se lembrou de sua conversa com Gina durante o enterro de Dumbledore, onde ela falou algo sobre uma conversa que teve com Hermione.
- Ela me disse, ano passado durante o enterro de Dumbledore, que...
- Que eu falei para ela se soltar mais quando estivesse no mesmo ambiente que você, para ela ser ela mesma. Você lembra como ela ficava toda vez que estava no mesmo lugar com você? Não falava nada. Então, pensei que talvez, se ela fizesse isso e começasse a sair com outros garotos...
- Eu iria percebê-la. É, e deu certo não é? Mas, quando foi que você disse isso a ela? – perguntou ele, a curiosidade aflorando.
- Em nosso quarto ano. Ela estava esperando que você a convidasse para acompanhá-lo ao baile, mas você estava com a cabeça cheia de outras coisas.
- Estava bancando o idiota.
- Não, não estava. Você só estava preocupado com o Torneio e...
- E estava cego pela Cho. – interrompeu-a novamente. – Ainda me pergunto como pude ser tão cego. A Gina esteve o tempo todo ao meu lado e eu não a percebi antes. Minha vida teria sido bem mais alegre se estivesse com ela desde então. – falou amargurado.
Com certeza não teria perdido tanto tempo tomando cuidado para não dizer algo que a fizesse chorar, coisa que aconteceu todas as vezes que falara com Cho anos atrás. Gina era diferente, era segura, alegre, não vivia chorando pelos cantos. Isso foi uma das muitas qualidades que o atraiu nela.
- As coisas devem acontecer a seu tempo, Harry. Acredite, o que aconteceu com você e a Cho só te deixou preparado para perceber que ela não era a garota certa pra você.
- É, e que a garota certa estava bem embaixo do meu nariz, era irmã do meu melhor amigo, arriscou a vida por minha causa quando lutamos juntos no Ministério e o único sentimento que eu nutria por ela era como se ela fosse uma irmãzinha.
- Digamos que você estava “trabalhando” o sentimento pela Gina. Só demorou um pouco para que você percebesse isso. – falou ela, um largo sorriso estampado em seu rosto.
Decididamente Hermione esquecera completamente o assunto em que estiveram tratando há minutos atrás e agora estava se divertindo com os martírios de Harry.
- Demorou muito mesmo. Quase que eu a perco para o Dino, porque estava ocupado demais bancando o idiota tapado. – o monstro que estivera adormecido em suas entranhas soltou um rugido forte e alto ao lembrar-se do flagrante que ele e Rony deram nos dois naquele corredor a mais de um ano.
- Não Harry, aconteceu no momento exato. No momento em que você precisava ser forte e não ficar pensando tanto naquela profecia idiota, e ela o ajudou a enfrentar esses problemas.
- Sabe Hermione, se não fosse pela Gina não sei o que teria acontecido. Eu não teria tido forças para continuar... – sua voz estava embargada sentiu como se algo estivesse entalado em sua garganta. – Muitas vezes pensei em me entregar para Voldemort, mas quando pensava nela eu tinha mais forças para continuar e acabar com aquele assassino psicopata.
- O amor de vocês é bem mais forte do que vocês pensam.
- Como assim? O que você quer dizer com isso?
- Não sei Harry, mas às vezes Gina agia muito estranho... – Hermione estava séria, uma pequena linha marcando sua testa. Sinal de preocupação.
- Olha não enrola fala logo de uma vez – agora ele estava preocupado. O que será que Hermione queria dizer com isso?
- Você lembra daquele ataque que você sofreu dos dementadores? – perguntou Hermione calma.
- Lembro sim, mas o que isso tem haver com a Gina? – agora estava desesperado e aquela calma toda de Hermione estava deixando-o furioso.
- Bom agente estava na sede á mais ou menos duas semanas quando aconteceu, e naquela noite eu e a Gina estávamos no quanto que dividíamos...
- Anda Hermione, fala de uma vez. – o medo estava tomando conta dele.
- Tá, tá. Então, aí a Gina começou a falar coisas sabe,... coisas desconexa. Começou a falar sozinha.
- Falar sozinha? Como assim? O que ela falava?
- “Não... por favor, o Harry não” – disse a garota com a voz tremula. – Era algo assim, não deu pra entender muito bem, foi como eu falei: eram coisas desconexas. Depois ela falou que estava acontecendo alguma coisa com você e que você estava correndo perigo.
Ficaram em silencio por alguns minutos, apenas ouvindo o pipilar dos pássaros. O que será que estava acontecendo com a Gina? Como ele poderia descobrir o que estava acontecendo com ela? Porque será que ela nunca falou sobre isso? No entanto quem falou foi Hermione:
- Deu muito medo sabe. Pedi para que ela falasse com a Sr.ª Weasley sobre aquela visão que ela teve, pedi pra ela procurar o Prof. Dumbledore mas ela se recusou. Você sabe como ela é. Só me fez prometer que não comentaria com ninguém. Mas as visões começaram a acontecer com mais frequência. Ela conseguia saber quando você estava correndo perigo, Harry.
Harry estava sem reação. Deveria ter uma explicação para aquilo. Ele teria que descobrir o que essas visões significavam, mas pra isso precisava de ajuda.
- Escuta, – falou pela primeira vez após vários minutos refletindo. – preciso que você me ajude a descobrir o que isso significa. Deve haver alguma explicação para essas visões da Gina. Com certeza em alguns dos livros da biblioteca...
- Não Harry, não há nenhum livro na biblioteca que fale sobre esse tipo de magia, já pesquisei e não encontrei nada.
- Então na seção reservada...
- Também não Harry, sinto muito. – disse Hermione com pânico estampado em seus olhos.
- Não é possível, deve haver algum livro que fale sobre isso. E eu vou encontrar. Você sabe que isso pode ser muito perigoso para ela, não sabe Hermione?
Ele estava muito nervoso, não conseguia ficar parado. De um pulo ficou em pé e começou a andar de um lado a outro.
- Eu prometo que vou ajudar Harry. Você confia em mim? – Hermione estava em pé ao seu lado, parou-o e pegou em suas mãos.
O que será que estava acontecendo com sua ruivinha? Não podia ficar parado, não podia permitir que algo de ruim acontecesse a ela. Ele prometeu a sim mesmo que nunca iria fazê-la sofrer.
- Confio, claro que confio Hermione.
Hermione estava com lagrimas no rosto. Abraçou-o e disse:
- Tenho você e a Gina como irmãos pra mim. Farei o que for preciso para que vocês sejam felizes, Harry.
Harry não soube o que falar. A emoção que sentia ao ouvir isso de Hermione e o medo que sentia de perder Gina novamente o deixara paralisado.
- Mas é melhor irmos. Ainda temos que ouvir as recomendações da Prof.ª McGonagall sobre os funerais e temos ainda o jantar. - disse Hermione largando-se do abraço e puxando-o pela mão.
Ele apenas fez que sim com a cabeça. Não estava com ânimo para mais nada. Queria ficar sozinho.
- Vamos. – Foi só o que conseguiu dizer.
Durante o caminho, Harry só conseguia pensar em uma coisa: Gina. Tantas vezes, em pouco menos de um ano sofreu a sua perda. Não poderia permitir perdê-la mais uma vez, não depois e tê-la reencontrado. Nem que para isso ele tivesse que enfrentar tudo novamente. Nem que para isso ele tivesse que morrer. Mas não poderia permiti que ela sofresse.
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"Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom"
Hu-hú \o/ >>> ( Autora eufórica)
Olá gente,
Capitulo postado, como prometido.
Quero pedir desculpas por não ter atualizado a FIC antes, mas estou com muitos trabalhos da Facul e o tempo está pouco, mas uma coisa já posso adiantar sobre o proximo CAP. : Haverá muitas surpresas e revelações a serem desvendadas.
Ficaram curiosos?
Então, comentem... comentem muito.
PS: Deixando mais uma vez o lembrete: Se quiserem podem me add no MSN: [email protected], ou no POTTERMORE: WolfFloo14770
"Malfeito Feito"
"NÓX"
Comentários (6)
Gentee... pelo amor de Deus... que curiosidade.. o que será q está acontecendo com a Gina...? Agora vc me deixou bastante curiosa...ADOOORANDOOOO...
2012-04-28ameeeei *-* mais, mais e mais!!
2011-10-27Vlw meninas, seus coments são muito importantes... Beijos =*
2011-10-27Olá leitora nova aquipassando pra dizer queestou adorando e esperando peloproximo post...BJussss!!!
2011-10-26Fofo e ao msm tempo engraçado!!!
2011-10-26ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
2011-10-26