Bônus - Versão Harry



A vida de Harry Potter nunca foi um mar de rosas, principalmente durante sua infância. Passou boa parte dela sendo maltratado por seus tios, sentindo-se indesejado e odiado. De repente, descobriu-se bruxo e deparou-se com um mundo totalmente diferente do que estava acostumado. Além de tudo, era famoso por algo de que sequer lembrava que tinha feito. E, muitas vezes, sentiu-se incapaz de atender às expectativas que todos pareciam ter dele. Não conseguia se sentir tão seguro de si.




A boca de Hermione estremeceu e ela correu de repente para Harry e o abraçou.
— Hermione.
— Harry você é um grande bruxo, sabe?
— Não sou tão bom quanto você — disse Harry, muito sem graça, quando ela o largou.
— Eu! Livros e inteligência! Há coisas mais importantes, amizade e bravura e, ah, Harry tenha cuidado!
(-Pedra Filosofal – Capítulo 16-)




— Ah, fala sério, Harry — impacientou-se Hermione. — Não foi o Quadribol que ficou popular, foi você! Você nunca foi tão interessante e, para ser sincera, nunca foi tão desejável.
Rony engasgou com um pedaço grande demais de peixe salgado. Hermione lançou-lhe um olhar de desprezo e retomou a conversa com Harry.
— Agora todo o mundo sabe que você esteve dizendo a verdade, não é? O mundo bruxo teve de admitir que você estava certo sobre o retorno de Voldemort e que realmente o enfrentou duas vezes nos últimos dois anos, e sobreviveu às duas. E agora estão chamando você de "o Eleito". Bem, fala sério, você não entende por que as pessoas estão fascinadas por você?
De repente Harry começou a achar o Salão Principal muito quente, embora o teto ainda se apresentasse frio e chuvoso.
(-Enigma do Príncipe – Capítulo 11-)


                                       Exceto quando ela estava por perto.




Além disso, a não ser pelo Quadribol, não se considerava talentoso em nenhuma das outras áreas. Não se achava realmente merecedor das tantas vitórias que tinha conquistado, alegando tratar-se de pura sorte. A verdade é que não aprendera muito bem a confiar em si.




- Sim Harry - disse Hermione gentilmente. - Mas tudo bem, não há ninguém dizendo que você é ruim em Defesa Contra as Artes das Trevas, porque você não é. Você foi a única pessoa ano passado que resistiu à Maldição Império completamente, você pôde produzir um patrono, você pôde fazer coisas que muitos bruxos adultos não podem, (...)
(Ordem da Fênix – Capítulo 16)




- Não é óbvio? Estou falando de você, Harry.
Houve um momento de silêncio. Uma brisa noturna sacudiu a vidraça atrás de Rony.
- De mim o quê?
- Estou falando de você nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.
(...)- Mas eu não sou professor, eu não...
- Harry, você foi o melhor do ano em Defesa Contra as Artes das Trevas! - disse Hermione.
- Eu? - disse Harry, o sorriso ainda maior no rosto. - Não, eu não sou, você me bateu em todos os testes...
- Acho que não - disse Hermione friamente. - Você me derrotou no terceiro ano, o único ano onde nós dois fizemos o teste juntos e tivemos um professor que realmente sabia da matéria. Mas eu não estou falando de resultados de testes, Harry. Pense no que você já fez... (...)
(...) Ele olhou desesperadamente para Hermione, cuja face estava paralisada.
- Harry - disse ela timidamente - Você não vê? Isso... Isso é exatamente por que precisamos de você... Precisamos saber como r-realmente é... Enfrentá-lo... Enfrentar V-Voldemort.
Era a primeira vez que ela havia dito o nome de Voldemort e foi isso, mais que qualquer outra coisa, que acalmou Harry. (...)  
(Ordem da Fênix – Cap. 15)




Harry não queria ficar sentado imóvel, continuava cheio de adrenalina.
Levantou-se, querendo ver o que estava acontecendo lá fora, mas antes que chegasse à entrada da barraca, duas pessoas entraram em disparada — Hermione, seguida de perto por Rony.
— Harry, você foi genial! — exclamou Hermione em voz alta e fina.
Tinha marcas de unhas no rosto, que ela andara apertando de medo. — Você foi fantástico! Realmente foi!
(Cálice de Fogo – Capítulo 20)


                             Exceto quando ela vinha e confiava nele pelos dois.




Durante sua jornada para vencer Voldemort, passou por inúmeros desafios inesperados. Viu vários de seus amigos se distanciarem e chegou ele mesmo a isolar-se. O perigo que teria que enfrentar era grande demais para obrigar os outros a lutarem a seu lado. Todos, em algum momento, pararam de acreditar no que ele dizia e se afastaram dele.




Assim, dirigiu-se resolutamente ao buraco do retrato, abriu-o, passou por ele e deu de cara com Hermione.
— Olá — exclamou ela, estendendo uma pilha de torradas que carregava em um guardanapo. — Trouxe para você... Quer dar uma volta?
— Boa idéia — respondeu Harry agradecido.
Os dois desceram, atravessaram depressa o saguão, sem olhar para o Salão Principal, e pouco depois estavam caminhando pelos jardins em direção ao lago, onde o navio de Durmstrang, ancorado, se refletia na água. Fazia uma manhã fria e os dois amigos não pararam de andar, comendo as torradas, enquanto Harry contava a Hermione exatamente o que acontecera depois que deixara a mesa da Grifinória, na noite anterior. Para seu imenso alívio, Hermione aceitou sua história sem duvidar.
— Bem, é claro que eu sabia que você não tinha se inscrito — disse a garota quando ele terminou de contar a cena na câmara vizinha ao Salão Principal.
— A cara que você fez quando Dumbledore o chamou! Mas a pergunta é, quem inscreveu você? Porque, Moody tem razão, Harry... Acho que nenhum estudante teria sido capaz de fazer isso... Nunca teria sido capaz de enganar o Cálice de Fogo nem de anular o feitiço de Dumbledore...
(Cálice de Fogo – Capítulo 18)

- Que vai fazer?
- Como assim?
- Você vai ficar, ou o quê?
- Eu... - Ela pareceu angustiada. - Vou... vou sim. Rony, nós dissemos que viríamos com Harry, dissemos que ajudaríamos...
(Relíquias da Morte – Capítulo 15)

Espantava-se, agora, ao pensar em sua presunção quando aceitou o oferecimento dos amigos para acompanhá-lo nessa viagem tortuosa e inútil. Nada sabia, nada lhe ocorria, e estava constante e dolorosamente alerta ao menor sinal de que Hermione também estivesse prestes a lhe dizer que estava farta, que ia embora.(...)

(...) Hermione pegara sua mão e a apertava com força. Ele não conseguia fitá-la, mas retribuiu o aperto, e agora inspirava haustos profundos e cortantes do ar noturno, tentando suportar, tentando se controlar. Ele deveria ter trazido alguma coisa para lhes oferecer e não pensara nisso, e todas as plantas no cemitério estavam desfolhadas e congeladas. Hermione, porém, ergueu a varinha, fez um círculo no ar e, diante dos seus olhos, fez brotar uma coroa de heléboros. Harry apanhou-a e depositou-a no túmulo dos pais. Assim que se levantou, quis ir embora: achava que não agüentaria ficar ali nem mais um minuto. Harry passou o braço pelos ombros de Hermione, e ela passou o dela por sua cintura, viraram-se em silêncio, se afastaram pela neve (...)
(Relíquias da Morte – Capítulo 16)

                                                             Exceto ela.


 


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- E então, Mione? Vai se tornar a minha Senhora Potter ou não?


Ajoelhado diante dela, estendendo a caixinha com o anel de noivado que ele mesmo mandara fazer, Harry aguardava que ela se pronunciasse. No momento, o anel possuía apenas uma pedra citrino descansando sozinha no meio, mas assim que ele colocasse a aliança de casamento junto a ela, um coração de esmeraldas passaria a contornar a pedra. Era uma bela magia e tinha certeza que Hermione iria gostar de assisti-la.


A expressão que ela tinha no rosto agora dava total segurança a Harry de que ela diria “sim”. Embora estivesse surpresa com o pedido, parecia absolutamente feliz e segura. Bem diferente de quando disse que a amava pela primeira vez. A situação fora quase cômica devido ao grau de negação no qual ela ficou; estava claro que não esperava pela declaração, nem em um milhão de anos.




(Flashback)




-Não me diga que foi você quem fez o almoço! – disse, assim que entrou no apartamento e sentiu o aroma de comida no ar.


- É tão difícil assim acreditar em meus dotes culinários? – Parou na porta da cozinha, colocando as mãos na cintura, descrente.


- Quer a verdade ou um comentário construtivo?


- Cale-se, Potter! – Fingiu-se magoada, embora estivesse sorrindo. – Além do mais, devo lembrá-lo de que será minha cobaia hoje e, portanto, se a comida estiver muito ruim, vai ser o primeiro a saber.


- Só espero ser um bom ator e convencê-la de que está tudo ótimo. – Sorriu, maroto.


- Não me obrigue a azará-lo. – Ameaçou zombeteiramente.


- Certo, certo. – Pôs as mãos em frente ao corpo, em sinal de derrota. – Agora venha cumprimentar-me, sim? – disse, enquanto abria os braços – Tenho uma agenda apertadíssima e não foi fácil abrir espaço para uma mera plebéia. – empinou o nariz e a encarou com falso tom de superioridade, lembrando, de certa forma, alguns membros da família Malfoy.


Hermione riu e começou a caminhar em direção a ele, tirando o avental no percurso.


- Oh, sim! Perdoe-me por tomar seu tempo, caro herói do mundo bruxo. – Postou-se em frente a ele, ainda sorrindo e fez uma leve reverência – Já que, provavelmente, tem milhares de outras importantíssimas tarefas no momento, eu o liberto do fardo que pus nas suas costas tão cruelmente.


Harry corou. Embora realmente tivesse derrotado Voldemort, salvando o mundo bruxo, ouvir Hermione chamando-o pelo seu “apelido popular” era tenebroso, pois a fazia parecer mais uma fã inconsequente que sua melhor amiga. E ela tinha plena consciência disso.


- Droga, Mione! – Ela riu alto.


- A vingança realmente é doce.


- Já tive meu castigo – suspirou e olhou para ela – posso abraçá-la agora? – Tentou não demonstrar o quanto estava desesperado por aquele contato. Desde que percebera que estava apaixonado, tentava conter seus impulsos com uma freqüência cada vez maior, para evitar que uma confissão escapasse no momento errado.


Sem esperar por uma resposta, puxou-a para si e a tirou do chão, apertando-a junto ao corpo. Fechou os olhos enquanto apreciava sentir o calor e maciez do corpo dela, o cheiro de suas mechas castanhas e o leve roçar da lenta respiração em seu pescoço. Ficaria assim para sempre, se pudesse. Ouviu-a suspirar e decidiu que era melhor afastar-se antes que não conseguisse mais resistir a ela, embora tivesse certeza de que ela não estava fazendo absolutamente nada para quebrar suas resistências. Apenas a presença dela bastava.


Colocando-a novamente no chão, depositou um suave beijo em sua testa e sorriu ao olhar para ela, fitando-a com intensidade. Por um breve momento, sentiu que ela estivesse tão hipnotizada por seus olhos quanto ele pelos dela. Mas ela logo virou o rosto e pegou sua mão para guiá-lo para dentro.


- E então? O que a mestra da culinária preparou para um reles mortal como eu?


- Algo simples, fácil e Trouxa: lasanha!


- Certo, acho que posso agüentar comer um pouco de sua “fabulosa” lasanha. – Sorriu quando a viu parar para dar-lhe uma leve tapa no braço.


- Não me provoque, Harry Potter. – Parou ao lado da mesa e soltou a mão dele – Sente-se aí, enquanto vejo se está tudo pronto. E foi em direção à cozinha.


Harry ficou de pé apenas admirando-a até que desaparecesse dentro da cozinha. Agora que pensava melhor, era simplesmente impossível que não tivesse se apaixonado por Hermione. Afinal, ela era sua melhor amiga. A mulher mais absurdamente inteligente, gentil, fiel, companheira, compreensiva e justa que conhecia. E, Merlin, como era linda...


Ele sorriu sob seus pensamentos. Estava realmente encrencado.


Sentou-se na mesa e mirou a janela do apartamento por um longo tempo. Hermione tinha realmente tido uma boa idéia ao comprar aquele apartamento Trouxa. Era tudo muito mais calmo, embora as ruas lá embaixo dissessem o contrário. Não havia muitos bruxos na rua e, sendo assim, não eram conhecidos tão facilmente. Não que Harry não apreciasse o reconhecimento que todos davam a ele, mas não gostava muito da idéia de ser idealizado por todos como o ser perfeito que derrotou Voldemort duas vezes. Olhou para a cozinha e viu que Hermione retornava com a lasanha em mãos. Sorriu. Sua Mione, por outro lado, sempre o tratou como simplesmente Harry, aquele que cometia erros e tinha um certo pavor pelas regras. Ela nunca tinha medo de dar-lhe um sermão, não importa quem ele tivesse destruído.


Apesar de o aroma da lasanha estar bom, Harry não ficou muito contente com o visual da mesma. Parecia um tanto quanto... Dura, quando Hermione a colocou na mesa. Ela sentou-se de frente para ele e falou:


- O primeiro pedaço é seu, Harry. – Ela começou a cortar, mas ele percebeu que fazia esforço para cortar direito, tentou não rir da determinação da amiga em tornar-se uma boa cozinheira, quando ambos sabiam que esse não era seu verdadeiro dom. Ela colocou um pedaço no prato dele e depois no próprio. Nas duas vezes a comida fez um barulho semelhante ao de um martelo batendo na parede. Harry, com dificuldade, colocou um pequeno pedaço em seu garfo, esperou ela fazer o mesmo e levantou a mão, imitando um brinde.


- Aos seus dotes culinários. – Sorrindo, os dois levaram o garfo à boca.


Ele esperava poder fingir bem, mas a massa realmente parecia pedra. Rezou para que não fizesse barulho quando mordesse. De repente, ouviu um “Crack”, provavelmente da massa quebrando. Mas Harry constatou, surpreso, que ele não tinha vindo de sua mordida, mas sim da de sua amiga. Olhou para ela e viu que seu lábio inferior começou a tremer.


Viu-a pegar um guardanapo e cuspir o pedaço no mesmo. Depois, levantou a vista para ele e falou:


- Pizza?


Não agüentaram e caíram na gargalhada. Ficaram muitos minutos rindo até Hermione falar, ofegante e com lágrimas nos olhos:


- Bom. Se a culinária não der certo, posso sempre iniciar a fabricação de tijolos na minha própria casa, o que acha?


O comentário só fez piorar a crise de riso e ficaram mais algum tempo rindo sem parar.


Quando finalmente se acalmaram, os dois levantaram e se dirigiram para a sala. Com um aceno da varinha, Hermione fez com que tudo que estava sobre a mesa flutuasse de volta à cozinha. Pegou o telefone e pediu uma pizza.


Depois de ter feito o pedido, juntou-se a Harry no sofá.  Sentou bem próxima a ele, que passou o braço por trás do pescoço dela e a trouxe para si, fazendo-a apoiar a cabeça em seu ombro.


- Acho que vou desistir desta história de culinária. – Falou, dando um suspiro cansado.


- Ora, vamos, Mione! Você não pode esperar que, apenas com algumas tentativas, possa conseguir fazer tudo com perfeição. – Acariciou o ombro dela com a mão que a mantinha encostada nele – Até porque sempre nos rende boas risadas, não acha?


- Um dia, ainda o farei suspirar com minha comida, Potter. – Falou em tom de desafio. Mas Harry pensou que ela não precisava cozinhar nada para fazê-lo suspirar.


- Claro. Mas, diga-me, como está indo a conversa com o ministro sobre a criação de seu órgão para defender os elfos?


- Muito bem! – Ela levantou a cabeça e sorriu entusiasmada. – Estou muito perto de convencê-lo a aprovar a criação e tornar-me a chefe. Nem acredito nas proporções que o F.A.L.E. pode tomar!


- Eu acredito. Se Hermione Granger quer, Hermione Granger consegue.


- Mas e você? Como está indo o treinamento para aurores? – Surpreendeu-se ao vê-lo levantar-se do sofá e caminhar em direção à cozinha, voltando com um copo contendo o que parecia ser suco de abóbora.


- Não quero falar sobre isso. – Falou, calmamente, lançando-lhe um sorriso triste e dando um gole em seu suco logo depois.


- Ah, não quer, mas vai! Realmente acha que vou deixá-lo sofrer em silêncio com o que quer que seja? – Levantou-se também e caminhou em direção a ele – Odeio quando resolve se fechar para o mundo, Harry. Parece que se esquece de que estou aqui.


- Nunca me esqueço disso, acredite. – Deixou seu copo na mesa – Só não quero aborrecê-la com as minhas besteiras.


- Se fossem besteiras, não estariam te afetando tanto. O que foi? Está muito difícil? Estão exigindo muito de você?


Harry riu da preocupação da amiga.


- Na verdade, é justamente o contrário. Não estão exigindo nada de mim. – Viu que ela tinha uma expressão confusa. – E é esse o problema. Quero dizer, eu sei que derrotei Voldemort e tudo mais. Mas isso não quer dizer que, de repente, aprendi tudo que é necessário saber sobre magia, que não preciso de treinamento. – Passou a mão pelo cabelo, nervoso. – Eu não quero ser tratado como um deus para depois decepcionar a todos. Como vou saber se tenho a capacidade para ser um bom auror se nem ao menos me deixam descobrir se sou bom o suficiente? Eu-


- Vamos parando por aí. – Hermione o interrompeu. –Até concordo com a parte de precisar de treinamento. Todos precisam... Mas não tem capacidade para ser um bom auror? Harry, por Merlin! Não tenho dúvida nenhuma quanto a isso e você também não deveria ter.


- Mas só porque-


- Não. Eu não estou dizendo isso só porque você derrotou um dos maiores bruxos das trevas de todos os tempos, embora esse seja um grande ponto ao seu favor. Estou dizendo isso por tudo que você passou, durante toda a sua vida. – Parou em frente a ele e pôs a mão em seu rosto, olhando-o diretamente nos olhos. – E, pelo que me lembro, passei uma grande parte dela ao seu lado e sei bem sobre o que estou falando. Portanto, nem pense em me contrariar. Ou já se esqueceu da Armada? Que derrotou um trasgo montanhês sem saber quase nada sobre magia? Ou do fato de que conseguiu conjurar um Patrono perfeito aos treze anos? Ou de ter se tornado apanhador da Grifinória logo em seu primeiro ano? E, além de tudo isso, você sempre foi bem melhor que eu em Defesa Contra as Artes das Trevas. – O moreno ficou calado. Apenas olhando diretamente para os olhos castanhos dela.


- Eu já te disse várias vezes – Hermione continuou – mas vou repetir: você é um grande bruxo, Harry. Se não está confortável, fale com o responsável. Sei que não gosta de usar essa arma, mas você é Harry Potter! Claro que irão te ouvir. – Acariciou a bochecha dele - Eu não vou permitir que você desista, ouviu? Eu confio em você. Sempre confiei.


Harry sorriu largamente para ela. Ele sabia disso melhor que ninguém. E Hermione nunca deixaria que ele perdesse a confiança em si mesmo. Ela era, de fato, excepcional.


- Sei disso, Mione. – Retirou a mão dela de seu rosto e beijou-a. Fitou os olhos dela intensamente e ela retribui o olhar. Sentiu o coração disparar. Não agüentava mais. – Esse é um dos motivos pelos quais eu te amo tanto.


Hermione ficou quieta, absorvendo o significado das palavras dele. E quando finalmente o fez, arregalou os olhos e deu um passo para trás, quase tropeçando com o ar. Se a situação não fosse tão séria e intensa, Harry teria rido.


- Vo- você me a-ama? – Ela estava tremendo.


- Amo.Tanto que mal consigo respirar direito quando olho para você. – Ele respondeu simplesmente.


- Harry, eu... Tem certeza? – Com os olhos cheios de lágrimas, Hermione se recusava a deixá-las cair.


Embora tivesse plena consciência de que ela não sentia o mesmo em relação a ele, o moreno ficou um tanto quanto desapontado com a reação dela. Agora ela ficaria se culpando por não poder amá-lo. Inferno, por que resolvera abrir a boca?


- Quero dizer, você sempre foi apaixonado por... Pela Gina. Quero dizer,eu sei que terminaram há algum tempo, mas... Quero dizer, pensei que ainda iriam se resolver. Talvez você apenas esteja confuso. – Ela continuou.


Enquanto a ouvia falar freneticamente, andando aos tropeços de um lado para o outro, Harry percebeu que a reação não tinha nada a ver com o fato de ela estar se culpando por não amá-lo. Não. Aquilo parecia mais com... Insegurança. Como se não quisesse acreditar nas palavras dele, com medo de se ferir. Ela, como sempre, estava tentando ser racional, mesmo que sua reação demonstrasse o quão irracional estava no momento. Aquilo reacendeu a chama da esperança dentro dele. Por Deus, será que ela nunca iria parar de falar?


- Mione, pare. – Ela parou de andar e de falar e olhou para ele, ainda chocada. Ele esticou o braço e ofereceu-lhe a mão. – Venha cá.
Como se sua alma estivesse fora do corpo, Hermione pegou a mão dele e ele a trouxe para si, apoiando a cabeça dela em seu peito, de modo que ela pudesse escutar seu coração, que ainda batia acelerado. Quando a sentiu relaxar um pouco em seus braços, Harry falou:


- Está ouvindo? Sente o quão rápido ele está batendo? – Perguntou, apoiando sua própria cabeça sobre a dela.


- S-sim. – Ela falou. Tão baixo que ele não teria escutado se não estivesse tão perto.


- É por você. – Sentiu que ela prendeu a respiração. - Somente por você. – Ele afastou a cabeça e encontrou-a com os olhos fechados, o rosto calmo, com um misto de alívio e felicidade. Desceu os lábios para o ouvido dela. – Eu te amo. – Beijou-a na testa, na ponta do nariz, nas bochechas e no canto da boca, apreciando cada contato. Depois, descansou novamente o queixo sobre a cabeça dela, permanecendo abraçados. Depois de alguns minutos junto a ele, ela o chamou:


- Harry...


- Sim?


Percebeu que ela tirou a cabeça de seu peito e sentiu os lábios dela depositarem um curto beijo em seu pescoço e depois em seu queixo. Depois, ela baixou o rosto dele, para que pudesse olhá-la nos olhos.


- Eu também te amo. – Falou calmamente, mas com uma convicção que não deixava dúvidas.


Sorrindo, ele encostou os lábios nos dela, beijando-a.


E, nunca, nenhum dos dois tinham se sentido tão completos.


Não conseguiram manter o beijo calmo por muito tempo, pois estavam ambos famintos um pelo outro. Quando perceberam já estavam no sofá, e parecia que oxigênio já era a coisa menos importante do mundo naquele momento. Como se pudessem sobreviver apenas tendo um ao outro.


Nem ouviram quando a campainha tocou. A pizza tinha chegado.


Que pizza?


(Fim do Flashback)




Já na cama, abraçados, após a “comemoração” do noivado, Harry falou:


- A propósito, está olhando para o mais novo Auror do mundo bruxo. – Ela olhou rapidamente para ele um grande sorriso.


- Quer dizer que... Você-


- Passei, com certeza. Em primeiro da turma, obrigado. – Ele sorriu também. Ela subiu em seu peito e abraçou-o com força.


- Parabéns, Harry! Você merece! Eu sabia que conseguiria. Simplesmente sabia!


- Você sempre sabe, não é?


- Sempre. – E o beijou.




Porque todos, inclusive ele mesmo, em algum momento de sua jornada, pararam de confiar nele, acreditaram que ele não era bom o suficiente, acharam que falharia vergonhosamente, ou simplesmente o abandonaram. Todos.

                                    Exceto Hermione Granger.
 




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N/a: Para começar, MUITO OBRIGADA MESMO pelos comentários, de verdade. :)
A princípio, eu não ia fazer um segundo capítulo para essa fic. Mas, sabem quando a idéia surge, te persegue até que você escreva? Então... Não acho que ficou brilhante, mas enfim.
AAh sim, vocês notaram que a "história" desse é antes da do outro, né? Eu prefiro assim porque eu gosto de imaginá-los casados para depois pensar em como ficaram juntos.
De qualquer forma, espero que gostem! :)
Comentem, por favor!


P.S.: Eu sei que a fic está aparecendo como atualizada umas mil vezes, mas é por causa de uns errinhos que eu só percebo depois, ou de algumas partes que eu simplesmente paro de gostar e resolvo mudar, então não se espantem, ok?

:**

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Comentários (6)

  • Mione Jean Potter

    AWN. QUE AMORcéus, eu ameiMuito bem escrita, viu? E eu concordo com cada coisa que tu escreveu.Minha parte favorita foi esse último parágrafoGostei das alianças e do modo como aconteceu a declaraçãoTudo tão perfeitoMuito bom 

    2015-06-09
  • Lady Midnight

    Muito boa a fic! Leve, simples, divertida e romantica! Muito gostosa de ler, e os momentos tirados dos livros só reforçam a cumplicidade entre eles. Parabens!!

    2012-08-04
  • Carolina Nunes Oliveira

    Perfeita Perfeita acho que foi uma das mais lindas que li até agora o/parabéns viu ?

    2011-12-27
  • leleu_mione

    Lindo, adorei, você deveria escrever mais sobre a vida desses dois, beijos.

    2011-11-22
  • rosana franco

    Adorei vc escreve muito bem.Realmente a ligação entre os dois é fantastica.

    2011-11-20
  • OFF.EVER

    Você escreve muito bem, continue a fic ;D    Esse harry é muito perfeito, como eu amo ve-los juntos. E é tão óbvio nos livros o quanto eles dependem um do outro, que chega a ser impossivel imagina-los cosados com outras pessoas. 

    2011-11-20
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