A outra personagem
Seu nome: Melissa. Melissa Riddle, chamavam-na. Diziam que era por ser misteriosa, sempre calada, ninguém sabia nada sobre ela. Fora deixada para ser criada em um orfanato, no qual passara todos os outros dias de sua vida sem saber o que lhe acontecera, quem eram seus pais, sua história. Apenas sabiam seu nome pelo cartão que fora deixado junto a cestinha em que a menina foi encontrada.
A garota era magricela e tinha os cabelos de cor ruivo-escurecido, mais liso que ondulado. Tinha grandes olhos verdes e brilhantes, muito bonitos e elogiados pelas pessoas bondosas que viam-na passar. Ficava sempre pelos canto, pobrezinha, tão solitária. Não se comunicava com ninguém. Apenas se fosse preciso, se lhe fizessem alguma pergunta, por exemplo.
Menina dedicada, educada, respeitava os demais, estudiosa, muito inteligente, atenta... Sempre lhe aconteciam coisas estranhas, coisas que não conseguia explicar. Frequentemente ela tinha pesadelos, quase sempre o mesmo: Homens de capas negras e máscaras, tiravam um bebê dos braços da mãe forçadamente. Tentava impedir, não conseguia. Não passava de um fantasma naquele sonho, era uma única pessoa que via de longe. Gritava incessante, por ajuda. Não sabia o porque daquilo, mas fazia com que sofresse muito e acordasse chorando aos berros, fazendo muitos acordarem e os monitores do orfanato iam sempre ver o que acontecera.
Era sempre a menina chorando, até já acharam que fosse maluca, tivesse algum problema, até mesmo por ser tão anti-sociável. Nunca contava o que havia acontecido, apenas que fora um pesadelo e voltava a dormir. Algo mais estranho acontecia, o pesadelo virava sonho. Sonhava com um menininho de cabelos bem negros e despenteados, sentia que o conhecia, mas não sabia de onde.
As vezes, quando era bem pequenininha, vinham uns flashes de repente e parecia que havia visto o tal menino. Foi crescendo e ver os flashes já não era tão fácil e para vê-los se esforçava, pois lhe traziam, inexplicavelmente, sentimentos bons e felizes. Um dia algo mudou sua vida drasticamente.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!