Madeline Petrov
- Ela está em perigo. Jamie, Harry. Ela está em perigo. – Tonks repetiu.
Harry respirou fundo, como se o ar da cozinha no largo Grimmauld não fosse nem um pouco suficiente. Ele tentou se controlar, parecer frio, mas ele não conseguia. Era Jamie.
Ele passou o dedo pela cicatriz e olhou para Tonks, que estava sentada a sua frente, com um ar aflito e cabelos cinza claro. Ele sabia o que deveria fazer.
- Vocês escondem coisas dela, e eu sei disso, Tonks. Eu preciso que você me conte tudo. Preciso saber por que Belatrix torturou Jamie e por que vocês estão protegendo ela desse jeito. – ele olhava fundo nos olhos de Tonks, e a jovem mantinha o olhar na mesma altura, com seus olhos marejados.
- Harry... – Lupin começou, mas antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Tonks respirou fundo e disse:
- Jamie não pode saber, ok? Eu te contarei, Harry... – Ela trocou um rápido olhar com Lupin. Ele fez um aceno com a cabeça e se sentou do outro lado da mesa. Tonks pensou um pouco antes de começar a falar. - É a história de Madeline Petrov.
“ A muito tempo Harry, os Black tiveram uma filha chamada Henrietta – começou Tonks, nervosa e cheia de olhares de canto de olho para Lupin - Que cresceu e se tornou uma bruxa extraordinária que, para o desgosto da família, se casou com um nascido trouxa chamado Marco Petrov. Eles tiveram uma filha, chamada Madeline, e a família Black, se sentindo envergonhada pela filha que os havia traído se casando com um nascido trouxa, a baniram de família sem conhecer a pequena Madaleine. “
“ Henrietta sempre fora diferente da família, mas quando soube que as irmãs mais velhas estavam se juntando a uma nova legião de bruxos que seguia um bruxo das trevas, sentiu medo pelos poderes que sua filha havia herdado do marido, e fugiu com Marco e a bebê para Siena, na Itália.
“Henrietta e Marco se tornaram prisioneiros do próprio lar, ao descobrirem pela única irmã boa que Henrietta tinha, Andrômeda, que Voldemort os caçava, pois havia descoberto uma antiga profecia, que dizia que a filha dos traidores de sangue seria quem pagaria pela geração que Voldemort dominaria, e que por meio do sangue dela todo povo bruxo se libertaria, e Voldemort, enfim, conheceria seu fim.”
“ Andrômeda e a Ordem, que já havia se formado nessa altura, protegeram os Longbottom e os Potter, que era de conhecimento geral haviam tido cada um, um pequeno garotinho, que Voldemort caçaria. Mas ninguém sabia de Madeline, e isso impediu Andrômeda de chegar a tempo de lançar o Fidelius para proteger a irmã e a sobrinha que mal havia completado um ano, e Voldemort os achou...
Tonks respirou fundo, ela olhou para Lupin, que a olhou com carinho e fez menção para ela continuar.
- E matou Henrietta e Marco, mas a pequena Madaline não estava mais lá. A garotinha, que não tinha nem como ter noção do que era, mas por ordem da mãe, foi para junto da tia Andrômeda, e seu marido Tedd. Madaline não poderia ter o mesmo nome, nem o sobrenome dos pais, pois Voldemort pensava que ela havia morrido esmagada pelos escombros da casa que ele havia destruído. Mas ela, com os poderes herdados do pai, havia conseguido achar o caminho para casa de minha mãe, que a transformou em Jamie Marriet-Tonks, minha irmã mais nova... – Ela parou e deu um meio sorriso antes de deixar mais lágrimas caírem.
- Voldemort descobriu que Madaline, que é Jamie, está viva. – Não era uma pergunta. Harry havia entendido, só queria tentar absorver a ideia.
- Ele só não sabe que Jamie é Madaline, Harry, mas ele quer matá-la por ela estar ajudando a você, e achamos que ele... Ele sabe que ela, pra você, significa algo muito... Muito maior. – Lupin pigarreou, e Tonks limpou as lágrimas que escorriam de seu rosto.
Harry tinha milhões de perguntas... Ele sentia medo. Medo por ela. Medo de Jamie descobrir tudo aquilo e... Ele não conseguia pensar. Não conseguia. "A geração dominada por Voldemort seria salva por meio do seu sangue", isso significaria que Jamie teria que morrer?
- Ela sabe? – Disse ele por fim.
- Não tenho certeza, pra ser sincera. – Tonks encarou o nada com um olhar pensativo – Minha mãe sempre disse para ela que era especial e... Jamie sente isso. Meu pai a chama de Maddie, mas ela acha que tem algo haver com seu sobrenome...
- Achamos que é melhor não contar nada agora – Lupin suspirou - Jamie é uma pessoa que não consegue imaginar ninguém fazendo o que estamos fazendo por ela. Ela teme por todos, menos por ela. Por isso é perigoso que ela saiba, ela pode querer...
- Fugir. – Harry fechou os olhos por alguns segundos. Aquilo não podia estar acontecendo.
- Belatrix suspeita de Jamie, – Tonks disse como se falasse mais para ela mesma do que para Harry. - e a interrogou por ela ter alguma importância pra você, achamos que ela pensava que ela teria acesso aos seus pontos fracos e segredos com confissões vindas de Jamie. Mas ela não tem ideia de que ela seja Madeline Petrov, graças ao desprezo que ela demonstrou por Henrietta e minha mãe. Mas... Precisamos mantê-la segura.
- Você disse que ela tem... Poderes especiais... Herdados do pai dela, certo? Ela sabe disso, não é? Pois ela as vezes faz coisas realmente incríveis e... – ele lembrou das vezes que ela cuidara das rosas-vampiras que haviam n’A Toca, e como ela fazia pequenas estrelas seguirem todo mundo que ela gostava... Ele tentou se concentrar na pergunta que queria fazer, e fugiu das lembranças com aqueles olhos azuis escuros que o faziam ficar perdido – O que é isso? Que magia especial é essa?
- Jamie possui uma coisa muito, muito rara Harry. – Tonks falava devagar e em um tom abafado, pelas lágrimas. – É um tipo de magia que ela herdou do pai dela, que descendia diretamente das bruxas de Avalon. Esse tipo de magia está completamente instinto, Harry. Ela é a última herdeira de uma linhagem que o pai dela acreditava vim de Merlin, e alguns outros bruxos que o seguiam, e talvez até das Bruxas de Avalon. Jamie sempre foi diferente de todos vocês e ela sabe disso. E não é qualquer magia Harry, é algo grandioso e... Inexplicável. – Lupin sorriu, vendo como Tonks parecia haver esquecido o lado ruim de tudo aquilo.
- Mas ela nunca quis isso, – Tonks apressou-se em dizer - ela nunca quis que as pessoas soubessem, pois sabia que não seria bem aceita, e eu e meus pais tínhamos certeza que as pessoas erradas a achariam se ela decidisse aprimorar esse lado dela. Jamie nunca usou seus poderes herdados pelo lado do seu pai... Nunca ao ponto de ser notado como algo anormalmente poderoso. Ela deve ter feito umas coisas estranhas uma vez ou outra na frente de vocês – ela sorriu de leve – mas é perigoso Harry... Se algo acontecer a você e ela estiver por perto, tenho certeza que ela fará de tudo pra te proteger... Temos medo de ela ser descoberta. Por isso...
- Teremos que protegê-la, mais do que protegíamos antes e... Temo que ela não poderá ir com vocês, seja lá o que você estiver tramando com Rony e Hermione. – Lupin suspirou novamente, com um ar cansado, ele se sentou na cadeira ao lado de Tonks.
- Achamos que a casa de minha mãe, sobre o Fidelius, será o local certo para ela. Quem sabe chegue a hora certa de ela saber de tudo isso... Mas por enquanto... – Tonks baixou os olhos por um momento e olhou para Harry novamente, com os olhos marejados, quase suplicando apenas com aquele olhar.
- Mantenha ela segura, Harry. – Disse Lupin por fim. – Você tem feito isso bravamente, e sabemos que por enquanto, o lugar mais seguro que ela pode ter é ao seu lado. – Ele sorriu amarelo, e Harry respirou fundo novamente, querendo digerir tudo aquilo.
Ele não sabia o que deveria dizer, sentiu que eles esperavam que ele dissesse algo como “Ah, não se preocupem, ela está mais do que segura.” Ou algo encorajador, mas tudo que Harry sentia vontade de fazer era achar Jamie e leva-la para o lugar mais distante de tudo aquilo que ele conseguisse imaginar. Depois de muito tempo se sentindo seguro, naquele lugar que por tanto tempo estava abrigando-o, ele se sentiu sufocado, amedrontado e inseguro... Tinha medo das paredes de repente revelarem tudo isso que ele havia escutado. Ele temia pela garota que ele sabia que daria a vida por ele. E vice-versa.
Ele só conseguiu pensar em uma coisa pra dizer que não fosse um palavrão ou algo rude.
- Rony e Mione podem saber de tudo isso, certo?
Lupin e Tonks assentiram.
- Tudo bem... Eu... Eu preciso dormir. – Harry se levantou, evitando olhar para o casal confuso que ele havia deixado na mesa da cozinha.
As paredes do Largo Grimmauld pareciam estreitas e mais longas, e a porta de seu quarto parecia mais distante do que o normal. Ele passou em frente a porta do quarto de Hermione e Jamie, e por um momento ele parou, encostando a cabeça na porta sem fazer barulho, querendo ouvir aquela voz e garantir que ela estava bem.
- ... e sempre dizendo as mesmas coisas, entende? Ela não entende que eu já sou maior de idade e que eu posso, talvez, querer fazer isso. – Jamie disse isso com falhas na voz, como se estivesse chorando. O coração de Harry se apertou no peito, e ele sabia que era errado continuar ouvindo, mas a voz dela... Ele só precisava de mais um pouco daquela voz. – Ai! – Jamie deu um grito abafado, e Harry ouviu Hermione suspirar. – Desculpe.. Ainda está doendo.
- Ela usou aquele feitiço do Snape, não usou? – Hermione suspirou novamente. – Calma, vou achar aquela poção... – Harry ouviu os passos de Hermione pelo quarto, e depois de uns minutos, voltarem para o mesmo lugar. – Jam,Tonks ama você. Eles só querem garantir sua segurança...
- Mione, vocês estão arriscando suas vidas lá fora e eu tenho que ficar presa na casa dos meus pais ou aqui. Agora sinto como era para Sirius, ver todos que ele ama se arriscando a cada segundo, enquanto não podemos fazer absolutamente nada. – Ela parou e respirou fundo. Harry ouviu ruídos dos pequenos pés de Jamie se levantando de um lugar e indo para o outro lado do quarto. – Eu não consigo mais ficar aqui sabendo que ele está lá com você e Rony, sendo procurados por todo mundo bruxo, por Você-sabe-quem... Enquanto eu o espero, para umas olhadas sem jeito, e momentos que nunca duram o suficiente.
- Jamie... – Hermione agora se juntava a Jamie no lugar do outro lado do quarto, que deveria ser sua cama, onde Jamie agora soluçava, ele podia ouvir, e murmurava coisas como “Só não quero perder a chance de ajudar a vocês.”
Harry se afastou da porta e foi para o fim do corredor, abriu a porta de um quarto ao acaso e se encostou na porta, com os olhos fechados, sentindo lágrimas quentes escorrerem dos seus olhos, embaçarem os óculos, enquanto ele finalmente compreendia que não importava o que ele fizesse, Jamie estaria em perigo enquanto Voldemort estivesse a solta, e pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu a cicatriz latejar, não por causa de Voldemort, mas por que o sangue dele fervia.
Ele sentia que Voldemort sabia de tudo que ele sabia, e isso o assustava. Naquele momento, ele respirou fundo e se concentrou no que ele mais temia naquele momento. Ele precisava manter Jamie segura.
(N/A: Para tirar algumas dúvidas gente: Essa fic se passa logo depois da fuga deles do casamento de Gui e Fleur, eles estão (obviamente) no largo G. e Jamie conhece o trio desde sempre, é como se ela sempre estivesse envolvida nas histórias (: Comentem!
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