Epílogo



Hermione.


 


Eu estava o olhando colocar os gêmeos pra dormir, depois de muito trabalho. Fred e Rosa são duas das crianças mais teimosas da face da Terra. Os dois têm os cabelos ruivos iguais o do pai, lisos e macios. Rosa havia herdado os meus olhos castanhos, e Fred, os olhos azuis do pai. E o comportamento? Inteirinho do pai.


De braços cruzados, na soleira da porta, observei George colocar Rosa no berço, com delicadeza. Era uma noite de chuva igualzinha a noite em que os gêmeos nasceram. Comecei então a lembrar daquela noite tão especial...


 


Acordei de noite, sentindo fortes pontadas na barriga e sentindo o líquido amniótico descer. Entendi que meu filho ou filha já estava pra nascer. Arfando, o chamei.


- George... – E segurei seu braço com mais força do que pretendia. Ele acordou.


- Que foi, Hermione?


- A bolsa... Estourou. – Arfei em resposta. Ele se sentou rapidamente, completamente acordado e me olhou. – Vai ficar... aí parado? Chama a Gina!


Ele finalmente acordou do transe de surpresa em que tinha entrado e aparatou. Uns cinco minutos dolorosamente longos depois, ele chegou com ela e Harry.


- Mione! Mione! Respira fundo e empurra! – Gina já começou dizendo. – George, vai buscar água fria e um pano, traz numa bacia. VAI! – Ela gritou quando ele não se mecheu. Ele saiu correndo porta afora, e alguns minutos depois voltou com a água fria e o pano


- Ok, começa a passar na testa dela. Mione! Respira! Respira! Calma!


Eu comecei a gritar com a dor. Harry e George me deram as mãos, e eu sem querer as apertei com muita força. Mas nenhum dos dois soltou. Gritei novamente. E de novo. Minha filha, Roxanne, e meu filho Hugo, os dois mais velhos, entraram correndo no quarto.


- MÃE? O QUE HOUVE? – E ao verem que eu estava em trabalho de parto, calaram-se e Hugo envolveu Roxanne em um abraço lateral, e os dois ficaram apenas olhando, com expressão preocupada.


- Hermione! Empurra! Já vejo a cabeça! – Gina gritou.


Gritei mais uma vez, com a dor. Então escuto um choro de bebê.


- Mione! É um menino! Harry o embrulha aqui com a toalha e leva ele pra perto dela.


Mas a dor não havia cessado. Eu comecei a gritar novamente, assustando George, Harry, Gina e meu filho. Vi Gina fazer uma expressão surpresa.


- Mione! São gêmeos! Vai, empurra! Respira!


Fiz força e gritei novamente. E mais uma vez, o choro de bebê chegou aos meus ouvidos.


- Mione! É uma menina!


E a dor cessou devagar. Gina embrulhou minha filha em outra toalha e a trouxa para perto de mim. Segurei-a nos braços. Sorri e chorei ao mesmo tempo, com a alegria, a dor, a emoção de segurar minha filha nos braços. George sentou ao meu lado na cama, com nosso filho no colo. Olhei para meu filho, e depois para meu marido. Ele tinha uma cara de bobo olhando para nossos dois filhos, nossos caçulas. Roxanne e Hugo se aproximaram para olhar seus irmãos, bobos por serem dois, e não apenas um como esperavam.


- Mãe, qual vai ser o nome deles? – Roxanne perguntou.


- Fred. – Respondi, e olhei para George, que estava prestes a chorar, ou desmaiar.


- E a menina?


- Rosa. – George respondeu, olhando-me.


 


- Pensando no que, Dona Hermione? – George me perguntou, sussurrando, assim que se virou e me encontrou o olhando.


- Lembrando da noite em que os gêmeos nasceram.


- E você lembra da noite que Hugo nasceu?


- Claro, como eu poderia esquecer a noite em que nosso primeiro filho nasceu e que seu pai não viu, pois desmaiou? – Zombei. Ele corou levemente, e sorriu.


 


George.


 


 Eu estava colocando os gêmeos para dormir. Completariam um ano daqui a um mês, e parecia que tinha sido ontem que Hermione me acordou arfando de dor, dizendo que nossos filhos iriam nascer. E nós achando que iria ser apenas um... Veio em dose dupla! Sorri, acariciando o rosto de Rosa. Me virei e encontrei Hermione de braços cruzados me olhando na soleira da porta, com um olhar pensativo e sorridente.


- Pensando no que, Dona Hermione? – Perguntei, sussurrando para não acordar nossos filhos.


- Lembrando da noite em que os gêmeos nasceram.


- E você se lembra da noite que Hugo nasceu? – Perguntei, sorrindo.


- Claro, como eu poderia esquecer a noite em que nosso primeiro filho nasceu e que seu pai não viu, pois desmaiou? – Zombou. Corei levemente e sorri. Ela adorava me zombar com isso...


 


Era três horas da tarde, em um sábado de verão. Estava realmente quente. Estávamos fazendo uma pequena reunião Weasley em nossa casa: Harry e Gina,que estava grávida, Rony e Lilá, Percy e Audrey,com sua filha mais velha Molly, a minha mãe e meu pai, Bill e Fleur... A família completa.


Hermione tomava um sorvete quando começou a fazer umas caretas. Fleur se aproximou dela e perguntou:


- Hermione, está tudo bem?


- Contrações... Ai caramba, a bolsa estourou.- Disse ela, enquanto o sofá ficava molhado pelo líquido da bolsa.


Todos se aproximaram dela, e Gina gritou:


- SAIAM DE CIMA DELA! DEIXEM ELA RESPIRAR! – E todos se afastaram, menos eu. Gina começou a dar comandos para todo mundo, enquanto Fleur e Audrey estavam ao lado dela, dizendo para respirar fundo, ter calma e empurrá-lo.


Assim que Hermione começou a gritar de dor, eu comecei a me sentir mal. Comecei a me sentir tonto.


- George, cara, está tudo bem? – Rony perguntou.


- Não. – E é a última coisa de que me lembro antes de desabar no chão da sala de estar, completamente inconsciente.


Sinto tapas no meu rosto.


- Ei! George! Acorda! Teu filho nasceu!


Acordei devagar, ainda me sentindo tonto. Assim que o choro de bebê preencheu meus ouvidos, me senti completamente acordado. Levantei-me e me sentei ao lado de Hermione, que segurava um pequeno embrulho em seus braços. Um garoto. De cabelos castanhos e pequeninas sardas no rosto. Aos poucos ele parou de chorar, e abriu seus pequenos olhos azuis. Azuis. Iguais aos meus. Sorri abobalhado, e olhei para Hermione, que chorava, sorrindo.


- Qual vai ser o nome dele? – Audrey perguntou.


- Hugo. – Respondemos praticamente juntos.


 


Segurei a mão de Hermione, e fomos juntos para a sala de estar. Ligamos a TV em baixo volume, e começamos a assistir um filme. Então começou a passar a cena de um casamento. Quando a noiva apareceu, olhei para Hermione, sorrindo.


- Ei, lembras do nosso casamento?


- E como eu poderia esquecer um dos dias mais felizes da minha vida?


 


Hermione.


 


Estávamos juntos assistindo um filme qualquer, quando ele me pergunta:


- Ei, lembras do nosso casamento?


- E como eu poderia esquecer um dos dias mais felizes da minha vida?


 


Eu estava nervosa. Ansiosa. Até com medo. Olhei-me pela décima vez no espelho. Meus cabelos estavam presos em um coque com vários fios soltos e em cachos definidos. Minha maquiagem era uma leve, que destacava os olhos e um pouco meus lábios. Meu vestido era branco e longo. A saia era toda de babados meio que repicados, dando um ar um tanto rebelde ao vestido, mas ao mesmo tempo, delicado. Era tomara que caia, com o busto bem colado e realçando meus seios (idéia de Gina). Eu não usaria véu, apenas uma grinalda de prata com pequenas pedrinhas brilhantes.


- Hermione, tais pronta? – Gina perguntou. – Está na hora, já o fizemos esperar trinta minutos. Ele deve estar morrendo de ansiedade lá embaixo. Ei, está tudo bem?


Ela perguntou ao ver minha cara. Eu estava prestes a chorar.


- Sim, só estou nervosa.


- Hermione, você esperou tanto por esse momento, vai dar tudo certo.


- Eu sei que vai.


- Então, pronta?


- Sim.


Ela abriu a porta, e Harry entrou. Ele me levaria ao altar. Descemos as escadas devagar, para que eu não caísse. Chegamos então a porta, e a marcha nupcial começou a tocar. Harry me olhou, e disse:


- Você está linda. Vamos? Tem um certo ruivo quase morrendo lá na frente, te esperando!


Eu sorri e afirmei com a cabeça. Começamos a andar devagar, e ambos com um sorriso enorme no rosto. A Toca estava toda decorada de branco e vermelho, com várias rosas brancas e vermelhas dispersas por todos os cantos embaixo da tenda branca armada. O tapete era vermelho, e levava a um altar decorado com várias rosas e pedrinhas de cristal em forma de coração. Novamente, idéia de Gina.


E lá estava ele. De terno preto, com uma flor vermelha junto ao peito. Com as mãos para trás, sorrindo. Dava para ver em seu olhar o nervosismo. Harry me entregou a ele, e disse:


- É melhor você cuidar muito bem dela, se não eu vou acabar contigo. – E riu. George respondeu, sorrindo, e olhando apenas para mim:


- Não é minha intenção machucá-la de maneira alguma, e sim protegê-la e estar com ela até o fim de nossas vidas. – Harry sorriu satisfeito e foi se sentar ao lado de Gina.


- Você está linda. Perfeita. – George disse.


- Obrigada, mas você é perfeito. – Eu respondi, e se era possível, seu sorriso se alargou ainda mais.


A cerimônia se passou. Chorei emocionada, e senti George tremendo, com sua mão junto da minha. O ápice de meu choro foi:


- Hermione Jean Granger, você aceita George Weasley como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, até que a morte os separe?


- S-Sim. – Respondi, gaguejando com o choro emocionado.


- George Weasley, você aceita Hermione Jean Granger como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, até que a morte os separe?


- Sim.


- Eu vos declaro, então, marido e mulher. Pode beijar a noiva.


E ele me beijou, segurando-me firme pela cintura, colando meu corpo junto ao seu. Envolvi meus braços pelo seu pescoço, desarrumando seu cabelo ruivo tão perfeitamente arrumado. O coração de cristal acima de nós explodiu, liberando uma chuva de pequenos papéis prata e vermelhos em forma de coração.


Mais tarde, no fim de nossa valsa, fogos de artifício são explodidos, marcando no céu as letras H&G, em meio de cores e mais cores, formas e mais formas. Era tudo perfeito, como eu nunca imaginei.


 


- Eu lembro de cada detalhe. Desde os meus fios de cabelos soltos até os fogos no céu. Tudo.


- E eu me lembro de apenas estar olhando pra você e o seu sorriso.


Ele me beijou. Os beijos foram aumentando de intensidade, e ele me deitou no sofá.


- E as crianças?


- Devem estar dormindo. – E me beijou novamente.


- AH CARA! VÃO FAZER ISSO NO QUARTO, PELO AMOR DE DEUS, E MAIS IRMÃOS NÃO! – Era a voz de Hugo.


Nos levantamos muito rapidamente e nos viramos. E lá estava Hugo, parado ao pé da escada, olhando com uma cara muito esquisita para nós dois.


- Depois dessa eu perdi até a sede. Boa noite pra vocês. – E saiu.


Eu e George nos olhamos e começamos a rir. Ele me pegou no colo e me levou até nosso quarto, ainda rindo.


 


Hermione&George.



Sabe aquela história de que os postos se atraem? Então, é verdade. A CDF certinha se apaixonou pelo ruivo bagunceiro e com desprezo pelas regras.


E como estava nossa vida? Maravilhosa.


Tínhamos construído uma família juntos, uma vida juntos. Vida bagunçada, mas era a nossa vida. Tínhamos os nossos filhos. Nossa casa. Tínhamos superado todos aqueles traumas pós-guerra juntos. Tínhamos descoberto a ser fortes juntos. Tínhamos descobrido o que é o amor juntos. E sabe do que mais?


Não mudaríamos nada.

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Comentários (2)

  • Lena

    Fiquei apaixonada por essa fic!

    2012-11-06
  • Polyane

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

    2011-12-05
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