Is The End - Part Three



Havia uma leve irritação em Annie por Liz estar demorando tanto. Adam continuava sob o efeito da poção, mas a garota não sabia quanto tempo isso duraria. Claro, ela o enfrentaria se fosse necessário. Se fosse necessário...





            Ela á muito tempo tinha parado de olhar as fotos, então só observava Adam. Não parecia que ele tinha um plano para fugir ou algo do tipo, o que aliviou Annie. Ela estava cansada. Extremamente cansada. Cansada de lutas, perdas...





            Quando dizia perdas, ela se lembrava de Peter. Ela realmente o amou, e ele também. Ele se matou por ela. "Isso é uma prova de amor certo?", às vezes ela se pegava pensando assim. A resposta era óbvia, era sim uma prova de amor.





            Annie sentia falta dele. Muita falta. Como sentia do seu pai e de sua mãe. Era quase isso. Ela estava perdida em pensamentos quando ouviu um barulho na parte de cima da casa.





- Sem graçinhas. - Ela falou pra Adam com cara séria e saiu correndo para a escada que dava pro porão. Chegando lá em cima deu de cara com Ally e correu para abraçá-la.





- Wow, você está me amassando. - Ela disse, abraçando Annie também. Elas ficam um longo tempo assim, até que Annie a soltou.





- Você... Está preparada Ally? - Annie perguntou.





- Sempre estive. - Ela disse firme.





- Então... Vamos? - Disse Liz entrando na conversa.





- Eu tenho que fazer isso sozinha, vocês sabem.





- Sim Ally, nós sabemos. Você entendeu toda a história, certo? Ele está sob efeito de uma poção... - Liz começou e Annie completou depois:





- Bom... Agora está mais doido que antes. Quer dizer, eu acho que dei uma dose muita alta...





- Não tem importância, logo ele estará morto. - Allynne disse friamente. Bom, nem Annie nem Liz podiam culpá-la. Adam fez mal a toda sua família e amigos. Tudo por um trauma de infância ou algo do tipo. Era ridículo. Assim como sua namoradinha, Adam devia estar morto.





- Então... - Liz disse quebrando o silêncio que tinha ficado. – O calcanhar de Aquiles dele é um osso chamado omoplata, não sei te explicar onde fica, mas você deve saber... Vamos levá-la até lá, Ann?





- Liz, leva você, eu... Preciso me despedir dessa casa. Mas, antes... - Ela correu até o porão novamente e pegou a caixa com as fotos, que antes ela havia separado. Adam a encarou. Estava mais sério. - Bom, Adam, adeus. - Ela riu e saiu correndo de novo. Antes de sair, ouviu um Adam indignado gritar:





- Do que você está falando garota?





             Quando ela voltou, Allynne e Liz logo perguntaram que caixa era aquela.





- Essa caixa, tem fotos dos meus pais... - Ela disse. Mas logo mudou o assunto. - Bom, Ally, você vai encontrar um Adam mais irritadinho, o efeito está passando.





- Melhor, não aguento pessoas felizes demais. - Ela deu uma risadinha e Annie a abraçou novamente.





- Boa sorte. – Annie disse, ainda segurando a caixa.





- Obrigado Annie. Liz... Fique aqui.





- Porque? - A garota logo exclamou irritada.





- Eu tenho que fazer isso sozinha! - Ally disse.





- Novamente eu pergunto: PORQUE? - Ela disse já com a sua cara de emburrada tão conhecida.





- Fique aqui. Ouviu?





- Argh. Faça o que quiser.





- Boa menina, se for boazinha ganha um biscoito. - Allynne falou sarcasticamente.





- Argh, nem merece resposta. - Liz falou. Ou rosnou, entenda como quiser. 





             Ally riu e seguiu para o porão. Como o dia estava claro lá fora, ela demorou pra se acostumar com o escuro da caverna. Ela observou rapidamente toda a peça da casa enquanto entrava, mas tudo perdeu a graça quando ela viu seu irmão amarrado à cadeira.





- Olá Adam. - Ela disse.





- Olá? É isso que se diz antes de matar alguém? - Ele disse seco.





- Eu não sou que nem você, que precisa rir das pessoas antes de tirar a vida delas. - Ela retribuiu o descaso. - Mas antes Adam, vou te dar uma chance de pedir perdão.





- Você realmente acha que eu vou me rebaixar a você Allynne? Logo pra você? Idiota. - Pelo que Liz e Annie tinham descrito, o Adam de agora não tinha mais o efeito da poção. - Eu nunca, nunca iria pedir perdão.





- Você tentou matar pessoas da sua própria família! VOCÊ É UM ASSASSINO! ASSASSINO! - Allynne perdeu a calma nesse momento. O convencimento sem razão de Adam era incrivelmente irritante.





- Vocês não são minha família. - Ele disse friamente. Era como se ele tivesse outra família.





- Por isso que você nunca mereceria perdão Adam, você é uma pessoa fria, inútil no mundo. Você é sozinho, porque essa sua maldita raiva idiota o fez assim. Eu tenho amigos, eu tenho família. Não preciso de mais nada. Eu não sou sozinha, tenho pessoas para me apoiar. Se você não guardasse essa amargura inútil, você também teria isso. - Ele ficou tocado por um tempo. Adam ficou pensativo, e logo despejou outra resposta.





- NÃO, NÃO TERIA! - Ele disse gritando, e tentando se libertar dos nós da corda. – VOCÊ! VOCÊ SEMPRE TEVE TODA A ATENÇÃO!  





- Ah, fala sério, você realmente tentou em matar porque "a mamãe não dava atenção pro Adam". Nem uma criança de cinco anos consegue ser mais idiota que você.





- ENTÃO, ME MATA LOGO!- Ele continuou gritando, agora com mais raiva ainda.





- Realmente, seria legal. Mas torturar deve ser legal né... Você é especialista nisso.





- Você não... - Adam falou, disfarçando seu medo.





- Adam... Você acha mesmo que eu não teria coragem? Você... Atacou minha mãe, meus amigos, até raptou uma amiga minha! Você acha que eu não faria isso? - Allynne disse tocando a ponta da sua espada na garganta de Adam. Ele engoliu em seco.





- Não, você é fraca, não faria. - Ele disse, sem certeza.





- Não teria... - Ela tirou lentamente a lamina da espada do pescoço e fez, num movimento rápido, um enorme corte no ombro de Adam.





Adam gritou, urrando de dor. O corte havia sido realmente fundo.





- Eu não teria Adam? - Allynne disse. - Ele ainda urrava de dor. - Eu não vou me igualar a você Adam, nunca. Eu sempre vou ter apoio de alguém, nunca vou guardar magoa de alguém. Nunca, nunca, eu vou ser igual a você. - Ela cortou as cordas com outro movimento rápido, e o derrubou no chão, de costas. Ela o olhou, com nojo, e cravou a espada exatamente onde se encontrava sua omoplata.





             Foi tão incrivelmente rápido que Adam nem gritou, ou chorou, Ou falou qualquer coisa que as pessoas antes de morrer fazem. Simplesmente ficou ali, imóvel.





             Allynne só ficou olhando por um tempo, sem piedade. Adam não merecia piedade.





             Minutos depois, Liz apareceu (ela não estava mais emburrada) e lentamente perguntou:





- Ele está morto?





- Isso explicaria todo o sangue espalhado aqui, certo? - Allynne disse séria. Realmente, o sangue de Adam estava por toda a parte, quase que inundando o lugar.





- Está arrependida? - Isso fez Allynne pensar. Ela estava arrependida, será que ela devia ter tido piedade? A resposta era...





- Não Liz, ele mereceu o que teve. Tudo que ele fez. Pelos deuses que eu estou certa. - Ela tinha certeza do que tinha dito. Adam era um cachorro maldito que não merecia perdão nem de uma pedra. Se ele tivesse feito mal para ela.





- E agora o que nós fazemos? - Liz pergunto.





- Trazer a mamãe... Pra casa. – Sua voz falhou na última palavra. Ela, de relance, olhou para Adam, e depois saiu andando do lugar com Liz, a procura de Annie.





 





                Sim, este era o fim.

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