Capítulo Onze



Capítulo Onze

[Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês
Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair]





Eu corri. Corri para onde consegui, onde podia, onde não podia. Simplesmente queria me ver longe daquilo tudo. Queria sumir, queria não existir. Queria voltar no tempo. Não ter tocado seus lábios pela primeira vez.

[Senti saudade, vontade de voltar
Fazer a coisa certa: aqui é o meu lugar
Mas, sabe como é difícil encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar]


E eu encontrei um pequeno refúgio em um lugar da floresta. Não sei ao certo quando tempo fiquei lá. O sol estava indo embora quando percebi que poderia estar perdida. Voltei, procurei me esconder. Ele me procurou, tentou se explicar.
Um olhar gélido pode ferir muito mais do que um tapa. Eu sei. Recebo sempre do meu pai.
Foi a pior semana da minha vida. Não conseguia comer, eu chorava. Perdi. E o pior de tudo: sabia que a culpa não era totalmente dele, mas mesmo assim o culpava sem dó.


[Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês
Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair]



Ele me mandou algumas cartas. Cartas de perdão, cartas de amor, cartas. Ignorei. Quando uma ferida acaba de se abrir, não adianta tentar curá-la imediatamente. Acho que ele não pode entender. Eu não também não. Me envolvi com ele, mas Adam ainda tinha um pedaço de mim. Ele não sabe, mas muitas vezes eu pensava em Adam. Sentia seu cheiro. E depois de um tempo, quando eu finalmente me dei conta de como o amava, como eu não conseguia mais respirara sem ele, ele fez aquilo.

[O certo é que eu dancei sem querer dançar
Agora já nem sei qual é o meu lugar
Dia e noite sem parar procurei sem encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar]




Não. Eu era orgulhosa. Todos perguntavam, todos questionavam, davam opiniões. Mas não, ninguém tem nada haver com minha vida. Eu preferi me esconder. Um mês. Eu perdi o brilho, me deixe levar pelo desanimo, pela derrota. Ele era o culpado.

[Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês
Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair]



O que eu não sabia era que estava enganada.
Não desconfiava que a culpa não era dele.
Porque as vezes você julga, você se precipita, você cria opiniões ilusórias.

Mas nem sempre tudo é o que parece.








[ Engenheiros do Hawaii_Eu que não amo você ]

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