capitulo 2



‘’Viva sua vida com braços abertos.
 Hoje é o dia em que seu livro começa.
O resto ainda está em branco."



  Fazer compras não era exatamente sua especialidade, nunca sabia aonde ir ou o que comprar e as pessoas sempre pareciam incomodadas com sua presença. Como se a qualquer minuto ela fosse fazer algo estranho ou sair sem pagar.


Procurava não se ofender ou guardar ressentimentos, mas com o tempo acabou deixando de sair para fazer compras. Quando precisava de roupas novas reformava as antigas ou alguma de sua mãe. O jardim e o pomar ofereciam tudo que precisava para sua alimentação e a do pai. Os Lovegood viviam em um mundinho auto-suficiente.


Eram felizes e achavam que tudo o que precisavam estava ao alcance de suas mãos. Bem, até o dia que o convite chegou. "... primeiro aniversário de Victoire Weasley”.


Depois de revirarem a casa em busca de um presente adequado para um bebê de um ano com uma família superprotetora, Luna e o pai finalmente se deram por vencidos. E foi assim que Luna se viu cruzando as ruas lotadas do Beco Diagonal em pleno sábado.


Já tinha visitado quatro lojas sem sucesso. Ou estavam lotadas e com poucas atendentes para dar conta das clientes ou não tinham nada interessante. Mas ela não estava pronta para desistir, sabia que em algum lugar o presente perfeito estava esperando para ser encontrado.


Tinha parado para descansar um pouco quando seus olhos encontraram o prédio do Gringotes. Uma idéia surpreendente e simples lhe ocorreu no mesmo momento.


-Hey, Lovegood! – escutou alguém gritar assim que seu pé tocou no primeiro degrau do banco.


Parou de subir e virou na direção da voz para ver ninguém menos do que George Weasley, acenando e caminhando em sua direção. Estava sem o uniforme da loja. Pelo menos foi o que ela imaginou, já fazia tantos anos desde sua única visita as Gemialidades Weasley que eles poderiam muito bem ter mudado o uniforme sem que ela ficasse sabendo. Mas de alguma forma não conseguia acreditar que eles trocariam as antigas vestes, tão bonitas e vistosas, por uma camiseta do Chudley Cannons, jeans desbotados e um par de chinelos que há muito, muito tempo tinham sido brancos.


-Hey, Luna! –ele a saudou novamente quando parou ao lado dela, dessa vez usando seu primeiro nome.


Luna sentiu uma coisa estranha em seu estômago, como se borboletas estivessem voando por lá, lutando por liberdade. Se perguntou como elas teriam ido parar dentro de sua barriga.


-Passeando? – ele voltou a falar, não parecia incomodado com a falta de resposta da parte dela.


-Presente de aniversário da sua sobrinha. – respondeu mostrando o papel em sua mão.


Ele pareceu ficar um pouco sem ação ao ver que ela saíra de casa com o convite. Luna aproveitou o momento para reparar nas olheiras que enfeitavam seu rosto e no cabelo despenteado. Achou que combinavam com ele, o ar desleixado fazia um conjunto perfeito com as roupas e com o jeito descontraído do ruivo.


-Oh, eu sabia que estava esquecendo de alguma coisa! – ele socou a própria testa e depois olhou para as mãos vazias de Luna. –Ainda não teve sorte?
   -Não, comprar presentes para bebês é muito mais difícil do que pensei. E todas as lojas estão lotadas hoje.


-Hoje? Elas estão lotadas todos os dias. Precisava ver essas ruas na semana depois do final da guerra... Por falar nisso, a última vez que nos vimos foi naquele dia não foi?


Luna olhou surpresa para o rosto do rapaz.


–É, foi... Eu estive viajando.


-Gina falou.


Um silêncio incomodo caiu sobre eles logo depois disso. Luna olhou na direção do banco quando ouviu a porta giratória travar e as reclamações do cliente que tinha ficado preso.


-Esses duendes nunca mudam. -George comentou. -Vai entrar aí?


Tentou imaginar porque ele estava se esforçando tanto para conversar e ser simpático. Sempre gostara dos gêmeos, mas seu relacionamento com eles nunca tinha ido além das reuniões da AD e do fato dela ser amiga da irmã mais nova deles.


Mesmo não sendo amiga dos dois sempre soube diferencia-los. Achava fascinante, os pequenos detalhes, as diferenças que ninguém mais parecia perceber. Por um momento a lembrança da festa do casamento de Gui e Fleur ameaçou vir a superfície, mas Luna foi rápida em afunda-la novamente.


-Vou trocar alguns galeões por dinheiro trouxa... -respondeu com simplicidade.


-Dinheiro trouxa? Está pensando em comprar o presente em Londres?- ele perguntou com curiosidade e uma ponta de divertimento.


Se alguém lhe perguntasse mais tarde como eles dois tinham ido parar na frente de uma loja de ursos no Surrey, Luna nunca conseguiria responder. Todo o trajeto até o lugar tinha sido uma grande aventura, mexer com dinheiro trouxa não era assim tão simples e os trouxas por algum motivo pareciam cismar que eles dois eram estrangeiros.


Deixaram a loja pouco depois de uma da tarde, cada um com seu devido presente.


-E agora?-George perguntou animado. Ele tinha feito muito sucesso com as vendedoras trouxas.


-Vamos voltar?


-Já?


-Já compramos os presentes...


-É, mas somos turistas, lembra? –ele piscou e passou o braço pelos ombros dela, puxando-a de encontro a si enquanto caminhavam na direção do ponto do ônibus mais próximo. Luna imaginou que quem os visse pensaria que eram um casal. Sentiu as bochechas ficarem misteriosamente quentes.


-O que você sugere? –levantou o rosto para olhar nos olhos dele.


-Que tal um pouco de turismo?


Luna espremeu o rosto de encontro ao vidro da cabine. Não sabia para onde olhar, já tinha rodado o lugar pelo menos cinco vezes. Não tinha idéia de que os trouxas possuíam uma coisa tão maravilhosa. Tinha decidido que o London Eye era seu lugar preferido da Londres Trouxa. Rodou a cabine mais uma vez, ouvindo e fazendo comentários enquanto apontava prédios e lugares do lado de fora, ninguém parecia incomodado com seu comportamento ou seu entusiasmo. Riu da piada que um senhor irlandês contou sobre a construção daquele lugar e voltou a parar ao lado de George.


Ele estava parado no mesmo lugar desde que tinham entrado na cabine e olhava assombrado para a beleza da cidade. Luna já estava começando a ficar preocupada quando ele, sem o menor aviso, agarrou a mão dela e apontou para o lado de fora.


-Lindo não é?- perguntou, a voz tinha um toque de reverência. 

   Ela sorriu e concordou. Depois de mais alguns segundos de contemplação virou o rosto na direção dele e se surpreendeu ao notar que ele a olhava. De uma só vez sentiu novamente as borboletas e o rosto quente. Mas o mais perturbador foi o desejo súbito de ficar na ponta dos pés e beija-lo.


Não conseguia entender de onde vinha aquele desejo ou as borboletas que parecia acordar nas horas mais inoportunas.


George continuou segurando sua mão até o final do passeio.




Música: Unwritten – Natasha Bedingfield



Tudo bem, gente? Gostando da estoria!! Acho que notarão que eles sente algo, né.
Comentem. Beijos

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Comentários (3)

  • Lily Wood

    awwwwwwnnnnnnn que lindo!! amei,foi super fofo :3

    2014-02-10
  • Arcenildes Nascimento

    To achando mais fofo ainda!

    2012-03-17
  • Tah Snape

    Eu estou realmente adorando, e a escolha da música da Fergie foi magic *-* junto com a fic <3 nunca ouvi essa Natasha, eu acho, eu vou ver.

    2011-10-09
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