Encontro de mãe e filho
Draco e Luna foram ao supermercado fazer compras para o jantar que iam oferecer para Louren no dia seguinte.
- Estou tão feliz com esse jantar! – a loira disse – A Louren é uma menina tão boazinha, esses dois merecem ser felizes juntos.
- É verdade – o homem falou – vamos logo para o caixa?
- Vamos sim! – ela disse – Mas eu queria ligar lá para casa para saber se os meninos estão cuidando direitinho da July. Será que você se incomoda de me esperar no caixa.
- Claro que não! – ele respondeu – Pode ir lá!
Deu um selinho do marido e foi até o lado de fora do supermercado.
Todas as filas estavam enormes, parecia que todas as pessoas da cidade tinha tido a mesma idéia de fazer compras naquele dia. Procurou a fila que estivesse menor e parou com o carrinho lá.
- Draco! – ouviu alguém na fila ao lado falar – É você mesmo?
Quando o loiro virou para ver quem o chamava, tomou um grande susto. Lá estava Pansy Parkison, sua ex -”namorada” e mãe de seu filho.
- Olá Pansy! – ele disse –Há quanto tempo não nós vemos.
- Eu digo mesmo! – ela disse dando um grande sorriso ao homem – Aconteceram tantas coisas desde que nós vimos no Beco diagonal há cinco anos. Para começar, eu e Zabine nos divorciamos.
- Mas que pena! – disse, parecendo um pouco sarcástico – Vocês dois pareciam tão felizes.
- Era só aparência! – respondeu, o mais naturalmente possível – Nós casamos por puro interesse, ele precisava de uma mulher para levar a jantares importantes e eu não tinha ninguém. Sabe que eu sempre fui apaixonada por você Draco! – completou, se aproximando ainda mais dele.
O loiro não disse nada. Apenas fingiu uma tosse, que fez com que ela se afastasse.
- É claro que as crianças ficaram comigo! – continuou a falar, como se não houvesse interrompido por nenhum segundo – Mas estão com o pai agora nas férias. Não agüento eles gritando no meu ouvido o dia inteiro, lá tem babá para olhá-los – falou tudo isso depressa demais – Por falar em filhos, como está o Wiliam? Pelos meus cálculos, ele já deve estar com 15 anos, meu Merlim, como o tempo passa.
- Exatamente, ele está com 15 anos! – respondeu, da maneira mais fria possível.
- Eu queria tanto vê-lo! – a mulher falou – Eu sou a mãe, tenho esse direito. Que tal ele ir almoçar lá em casa na segunda-feira?
- Boa idéia! – respondeu – Vou falar com ele e te ligo, me dá o seu telefone.
Ela anotou em um pedaço de papel e entregou ao loiro.
- Mas sabe, não precisamos nos ver só porque temos um filho juntos! – Pansy disse, chegando, perigosamente, perto dele e passando a mão pelos seus ombros – Poderíamos tentar tomar a nossa relação de onde paramos.
Draco não precisou falar nada. Nesse mesmo momento, Luna apareceu.
- Desculpa a demora meu amor! – ela disse, praticamente ignorando a mulher que olhava maliciosamente para o seu marido – Os meninos pediram para levarmos pipoca porque está passando um filme muito bom na televisão.
- Está certo Luna! – ele disse dando um beijo na esposa – Você se lembra da Pansy, a mãe do Wiliam.
- Di-lua! – disse, quase gritando – Você se casou com a Di-lua?
- Sim Pansy! – foi a própria loira quem respondeu, ignorando que a outra havia dito o seu velho apelido de escola – Temos até uma filha! Draco não te falou?
- Não! – ela respondeu, fazendo cara de nojo.
Quando olharam para frente, já era vez dos dois no caixa.
- Temos que ir Pansy! – Draco falou – Vou falar com o Wiliam e depois eu te ligo.
Alguns minutos depois, estavam no carro a caminho de casa. O homem explicou o que ele a outra mulher tinha conversado.
- Acho que vai ser muito bom para o Wiliam conviver com a mãe! – ela disse – Mas não acha estranho o repentino interesse na Pansy em querer ver o filho.
- Realmente Luna, é muito estranho! – ele disse.
Não demoraram muito para chegarem em casa. A loira foi direto para o quarto da filha caçula ver se ela estava dormindo direito e o homem foi até a sala onde os dois garotos estavam.
- Vocês se comportaram direitinho enquanto eu e a Luna estivemos fora? – ele perguntou.
- Sim! – eles responderam, sem muita emoção.
- Wiliam, será que eu poderia falar com você? – o loiro perguntou.
- Claro pai! – ele respondeu se levantando do sofá e seguindo o pai.
Eles foram até o quintal da casa, onde se podia sentir uma leve brisa que caracterizava uma noite de verão em Londres.
- O que você queria falar comigo? – o garoto perguntou, se sentando em uma cadeira e fitando o gramado.
- Quando nós estávamos no caixa do supermercado encontramos a sua mãe! – ele disse se sentando ao lado do filho – A biológica – completou – Ela me perguntou como você estava e quer que você vá almoçar com ela segunda-feira, se você quiser, é claro.
- Por que eu iria querer ver uma mulher que me abandonou quando eu era bebê e passou 15 anos sem se importar em saber se eu estava vivo ou morto – ele perguntou, não parecendo muito feliz.
- Eu sei que pode parecer uma atitude estranha da Pansy, mas ela é sua mãe, tenho certeza que ela te ama muito – o loiro disse.
- A minha mãe é a Luna! - respondeu com muita convicção – Mas eu vou a esse almoço, quero saber porque ela me abandonou.
- Quero que você saiba que eu não estou obrigando você a nada – Draco falou, passando a mão nas costas do filho.
- Eu sei! – respondeu – Todo mundo merece uma segunda chance, não é?
Eles se abraçaram antes de voltarem para dentro da casa.
Ele ligou para Pansy logo depois disso dizendo que o filho aceitou o convite que ela fez.
- Que bom que ele decidiu encontrar a mãe! – Luna disse, depois que o marido contou sobre a conversa que os dois tiveram. Ela não parecia ter ficado muito feliz – É muito bom que os dois se dêem bem, quem sabe ele não resolva morar com a Pansy.
- Você está com ciúmes, meu amor? – ele perguntou passado os braços em volta da cintura da loira e a trazendo para mais perto – Está com medo que o Wiliam esqueça de você se ele começar a se dar bem com a mãe?
- Não é isso! – ela respondeu com a voz falhando, pois Draco beijava o seu pescoço nesse momento – Eu estou feliz por ele.
Os dois não disseram mais nada, se beijaram e depois foram dormir, pois havia sido um dia muito cansativo.
No dia seguinte, todos na casa dos Malfoy acordaram bem cedo. Passaram o dia inteiro arrumando a casa para o jantar onde receberiam Louren.
Quase na hora marcada, todos já estavam na sala quando, de repente, a campainha tocou.
- Deixa que eu atendo! – Wiliam falou, andando até a porta.
Quando viu sua namorada ele sorriu. A menina sorriu, timidamente, em resposta.
- Acho que você já pode ir pai! – a garota disse, entrando na casa e dando um selinho no garoto a sua frente.
- Eu queria falar um minuto com o Malfoy! – ele disse.
- O que você quer comigo, Potter? – ouviram o outro homem que se aproximava perguntar.
- Vamos conversar lá fora! – o moreno disse.
Estavam do lado de fora da casa. A noite estava muito estrelada.
- Espero que você não deixe os dois nenhum minuto sozinhos – Harry começou a falar – Você pode até confiar no seu filho, mas eu não confio. Acredite, eu ainda não estou preparado para ser avô e não quero ser tão cedo.
Sem mais nem menos, Draco começou a rir.
- Por que você está rindo? – ele perguntou.
- Você é mesmo muito engraçado Potter! – ele respondeu, ainda rindo – Pode deixar, eu não vou deixar o meu filho se aproveitar da sua garotinha. Eu também não pretendo ser avô agora – completou – Mas você tem que se acostumar com a idéia, o namoro dos dois parece estar sério!
- Eu sei disso! – respondeu, um pouco mal humorado – Eu tenho que ir, Mione não está se sentindo muito bem, está com enjôos desde manhã – completou, antes de ir embora.
Quando o loiro voltou para a sala todos estavam conversando alegremente. Louren parecia já ter se interagido com todos e não estava mais constrangida por estar naquele local.
- Louren, você quer dar uma volta pelo quintal? – Wiliam perguntou, se levantado do sofá e estendendo a mão para a namorada.
- Claro, vamos lá! – respondeu, segurando a mão dele.
Eles caminharam um pouco, ainda de mãos dadas. O garoto estava contando tudo que tinha conversado com o seu pai no dia anterior.
- Que lega! – Louren disse – Você vai poder conversar com sua mãe, achei que queria isso.
- Eu queria mesmo, mas isso foi antes do meu pai casar com a Luna! – ele respondeu – Ela sempre me tratou como se eu fosse filho dela e eu a considero minha mãe – explicou – Acho que ela pode ficar chateada por eu querer conhecer minha mãe de verdade.
- Eu acho que ela não vai se importar – a garota falou – Você tem todo o direito de querer conhecer a sua mãe – continuou a falar – Se você realmente considerar a Luna uma mãe, você não vai deixar de gostar dela só porque esta convivendo com a sua mãe verdadeira. Pense nisso, você terá duas mães.
Ele não pode deixar de sorrir com esse comentário da namorada.
- Você acha que ela vai gostar de mim? – perguntou, meio inseguro.
- Só uma louca não gostaria de um menino lindo como esse! – respondeu dando um selinho namorado.
- Assim você me deixa sem graça, senhorita Potter! – ele disse.
- Essa é a intenção, senhor Malfoy! – respondeu com um sorriso maroto antes de beijá-lo.
Os jantar não demorou muito para ficar pronto. Ficaram conversando um pouco mais depois da sobremesa antes de Harry ir buscar a filha.
O fim de semana passou bem rápido. Logo era segunda-feira e Wiliam estava no seu quarto se arrumando para ir almoçar com sua mãe.
- Você já está pronto? – Luna perguntou, entrando no quarto do garoto.
- Estou sim mãe, quero dizer Luna – ele disse.
A mulher não pode deixar de sorrir ao ouvi-lo chamá-la de mãe.
- Seu pai pediu para levá-lo – ela disse – ele está cheio de trabalho no ministério e não pode sair de lá agora.
- Então vamos! – ele disse, saindo do quarto.
- Vai indo para o carro, eu vou pegar a July! – a loira falou.
A viagem de carro foi bem silenciosa, com exceção da garotinha que parecia ser divertir no banco de trás com um boneco que segurava. Wiliam tentava olhar para todos os lugares, exceto para a sua “mãe”.
Pansy morava em um prédio de luxo em Londres. Pelo visto ela conseguiu arrancar bastante dinheiro do seu marido.
- Acho melhor você subir sozinho – ela disse, depois que se identificaram na portaria.
- Está certo! – respondeu, entrando no elevador.
Quando chegou no andar desejado, a mulher já o esperava na porta de casa.
- Olá Wiliam! – ela disse, o abraçando.
- Oi! – ele disse.
- Vamos entrando! – ela disse, o fazendo entrar dentro do apartamento.
A sala era bem grande e pela janela dava para ver uma boa parte de Londres.
- E então como você está meu filho? – Pansy falou – Em que casa você está em Hogwarts?
- Na Sonserina! – ele respondeu, sem muita emoção.
- Fico muito feliz que você esteja na mesma casa que eu e o seu pai! – a mulher disse – Aposto que deve ter um monte de garota atrás de você na escola.
- Não! – o garoto não estava gostando muito daquela conversa – Elas sabem que eu tenho namorada.
- Você já tem namorada! Mas que gracinha! – Pansy disse, apertando as bochechas dele – Qual é o nome da minha futura nora.
- Louren! Louren Potter! – respondeu – Ela é da Grifinória.
- Potter! – a mulher falou, fazendo cara de nojo – Você está namorando a filha do Potter e da Granger?
- Sim! – respondeu com a maior naturalidade possível – Os nossos pais são amigo e aprovaram o nosso namoro.
- Está certo, conversamos sobre isso depois! – respondeu, não parecendo ter ficado muito feliz – Mas me responda, como foi que o seu pai se casou com a Di-lua, digo, com a Luna.
- Eles começaram a namorar quando se reencontraram na casa dos Potter – disse – E algum tempo depois resolveram se casar.
- Não acredito que o Draco tenha se rebaixado tanto a ponto de conviver amigavelmente com essa gentinha – ela disse bem baixinho para o filho não ouvir – Mas Wiliam, você gosta da Luna.
- Sim! Ela cuida de mim como se eu fosse filho dela de verdade – respondeu.
Nesse momento um elfo doméstico entra na sala.
- Com licença, senhora, posso mandar servir o almoço! – ele pergunta, fazendo uma curta reverência.
- Claro que sim! – a mulher disse com um certo desprezo.
- Pensei que já tivessem decretado a libertação de todos os elfos – ele disse, ao reparar no trapo que ele usava no lugar da roupa.
- Eu nunca aceitei muito bem esse programa de apoio aos elfos – ela disse – Sempre achei que a Granger estava metendo o nariz onde não era chamada. Ela não sabia qual era necessário para uma família bruxa ter um elfo doméstico dentro de casa, afinal ela nasceu trouxa.
Wiliam não gostou do comentário que a mãe tinha feito a respeito da família de sua namorada, mas achou melhor não comentar nada.
O almoço estava delicioso e a sobremesa também. Depois que terminaram de comer, continuaram na mesa conversando a respeito de Hogwarts.
- Você aceita uma xícara de café, meu filho? – ela perguntou.
- Não obrigado! – respondeu – Eu não gosto muito de café, prefiro chá.
- Então espero que não recuse uma xícara de chá – disse, despejando um pouco do liquido contido no bule, dentro de uma xícara e entregando para o garoto.
Ele bebeu um pouco do chá e depois colocou a xícara, novamente, em cima da mesa.
- Eu queria saber, se você aceita vir morar aqui comigo e com os seus dois irmãos – ela disse – Isso é claro se o seu pai não se importar.
- Vir morar aqui com a senhora? – ele fala, espantado – Mas eu ficaria longe do meu pai, do Daniel e da July e da mamãe, digo da Luna.
- Tenho certeza de que você não ficara longe do seu pai por muito tempo – ela respondeu com um sorriso malicioso – Não seria maravilhoso ver o seu pai e a sua mãe juntos novamente.
- Então é por isso que a senhora quis me ver depois de 15 anos e ainda me convidou para vir morar aqui. Porque quer que o meu pai volte para você – o garoto começou a gritar e levantou da mesa – Eu deveria imaginar, porque uma mulher que me abandonou quando eu ainda era bebê e nunca se importou de saber com eu estava, de repente resolve aparecer e ser uma mãe amorosa – continuou – não sei como eu agüentei você ficar o tempo todo criticando a minha namorada, a família dela e a Luna. Ela sim é minha verdadeira mãe, me deu o amor que eu não recebi quando era criança. E eu amo a Louren e não me importa que a mãe dela tenha nascido trouxa, a família dela é muito legal e todos me tratam muito bem.
- Exatamente isso, você quer saber a verdade? Então eu vou te contar! - a mulher disse, também se levantado da mesa e gritava – Eu só engravidei porque achava que dessa forma o Draco casaria comigo, quando vi que não funcionou resolvi deixá-lo na porta do seu pai. Não agüentava ficar olhando para a sua cara todos os dias, você me lembrava o Draco e me deixava com mais raiva ainda – continuou a gritar cada vez mais alto – Você foi um erro na minha vida.
- Ótimo, então não preciso ficar aqui! – respondeu abrindo a porta da sala – Vou esperar meu pai lá embaixo! – completou batendo a porta com toda a força que conseguiu.
Quando estava no elevador, não agüentou mais chorou. Não era possível que ele estava sendo usado daquela maneira e ainda descobriu que sua mãe não o queria que ele fora um erro.
Não demorou muito tempo para a Luna chegar para buscá-lo.
- Como foi o almoço com a sua mãe? – ela perguntou, quando abriu a porta do carro – Por que você está chorando? – perguntou, novamente, quando olhou para o rosto do garoto, que estava todo vermelho.
Wiliam não disse nada, apenas abraçou a mulher e voltou a chorar.
- Ela não estava interessada em se dar bem comigo, só queria arranjar uma maneira do meu pai voltar para ela! – disse, depois que já tinha chorado bastante – Ela me disse coisas horríveis!
- Meu Merlim, que coisa horrível! – a loira disse.
- Desculpe-me mãe! – ele disse.
- O que você disse? – ela perguntou, com um sorriso bobo nos lábios.
- Você é a minha verdadeira mãe, você sempre cuidou de mim desde que casou com o meu pai – ele disse, enxugando algumas lágrimas que ainda caiam do seu olhos – Não se importa se eu chamá-la de mãe?
- Claro que não me importo – respondeu abraçando o garoto e dando um beijo em sua testa – Meu filho!
Voltaram para casa, muito felizes!
À noite, Wiliam contou para o pai tudo o que aconteceu no almoço com Pansy.
- Eu não acredito que ela fez isso! – o homem disse, estava com muita raiva – Você está bem, meu filho?
- Estou sim – respondeu – Fiquei um pouco desapontado, mas eu vou superar. Não esperava muita coisa daquela mulher mesmo.
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