Capítulo II

- Então, o que é que eu faço?

- É como eu já disse, já que agora não tem mais jeito você tem que fazer com que ela goste de você também. Ah, Scorpius, você não deve ser fraco nisso não. Mas agora eu vou pro meu dormitório, ficar num dormitório do sexto ano não é muito legal, sabe?

Tiago saiu, deixando Scorpius pensativo, e no corredor esbarrou com Lílian.

- Tiago! Vê se olha por onde anda!

- Tiago, vê se olha... – Falou ele de voz falsete. – Olha quem fala, você também, né? Tava fazendo o que no dormitório do sexto ano feminino?

- Conversando com a Rose, ela pediu uns conselhos. – Rapidamente Lílian arregalou os olhos e tampou a boca, como se tivesse dito o palavrão mais ofensivo do mundo.

– E você, tava fazendo o que no dormitório do sexto ano masculino?

- Conversando com o Scorpius, ele pediu uns conselhos. – Falou ele, um sorriso no rosto.

- Ah, Tiago, não acredito! – Falou Lílian empolgada. – É o que eu to pensando?

- Se Scorpius gosta da Rô? Gosta sim, é caidinho por ela. – Ele falou no ouvido da irmã.

Lílian soltou um gritinho de satisfação e Tiago deu uma gargalhada. No mesmo instante uma terceiranista colocou a cabeça pra fora do dormitório.

- Que barulho é esse?

- Desculpa, Alie, não é nada não. – Falou Lílian. – Tchau, Tiago.

Ela entrou no dormitório, e Tiago a imitou, entrando no do sétimo ano.

FLASHBACK – Conversa de Rose e Lílian.

- E então, Rose, o que é? – Perguntou Lílian, sentando em uma das camas vazias.

- Eu sou uma boba. – Rose enfiou o rosto em um travesseiro. – Eu to gostando de um menino.

- Ah, que máximo! – Falou Lílian empolgada. – Quem é?

- Eu não sei se eu devo contar, Lily.

- Conta, conta, conta!

- Tá, é o Scorpius.

- Quem, o Scorpius? Você é mestra nisso, Rose, eu nem percebi, já certas pessoas...

- De quem você tá falando, Lí?

- Dele, né? Dã! Ele gosta de você, Rose, todo mundo da escola em sã consciência sabe disso.

- Sério, Lily? Eu nunca percebi nada! – Ela deu um sorriso de satisfação.

- Seríssimo. – Falou Lílian, com um ar de superioridade. – Se eu fosse você eu corria atrás, até porque o Scorpius é bem gatinho.

- Tá, eu sei sua opinião sobre todos os meninos.

- Mas, fala a verdade, o Scorpius é o mais bonito do sexto ano, né? O segundo lugar é o Alvo, mas o Scorpius ainda é mais bonito.

- E o que você acha que eu devo fazer?

- Hum... – Lílian olhou para o teto, pensando. – Nada.

- Como assim, nada? – Rose ficou indignada.

- Não tem nada o que você possa fazer, só continue do jeito que você está, aja normalmente.

- Por quê?

- Porque fica mais fácil, ele já gosta de você, você só tem que dar a deixa, entendeu?

- Ótimo, piorou.

- Ah, Rô, quer saber? Não faça nada, espere por ele.

- Ah, Rô, quer saber? Não faça nada, espere por ele. Agora eu vou dormir, se você me permite, acho que tem gente lá no dormitório esperando pra contar fofoca. – Lílian deu um sorriso.

- Tchau, Lí. Até amanhã, e obrigada.

FIM DO FLASHBACK.

No outro dia, Rose estava na sala comunal quando Scorpius apareceu, e o estômago dela deu uma grande revirada.

- Oi, Rose. – Ele deu um sorriso forçado. – Eu tava pensando, é...O baile...Você já tem par?

- Não, não tenho.

- Quer ir comigo?

Rose sentiu como se o teto tivesse caído na cabeça dela; não sabia se saía correndo, se dava um grito ou se levantava da poltrona e dava pulinhos, então optou pela maneira mais simples.

-Sim. – Ela se sentiu corada, então fingiu que estava lendo O Pasquim, uma revista que encontrou em uma das escrivaninhas.

Scorpius saiu da sala comunal antes que Rose percebesse que ele também estava corando.

Desceu direto para o salão principal, onde Tiago já o esperava.

- Então, você a convidou? – Perguntou empolgado.

- Convidei.

- Ela não aceitou? – Ele demonstrou parecer constrangido.

- Ela aceitou...

- Então porque você tá aqui, seu bobalhão? – Ele deu um sorriso.

- Porque se eu passasse mais um segundo perto dela eu ia ficar corado.

- Sintoma de paixão doentia, tsc, tsc...

- Paixão doentia uma ova! – Scorpius meteu o livro de História da Magia na cabeça de Tiago, e os dois começaram a rir.

- A propósito, com quem você vai, Tiago?

- Sei lá... Acho que vou chamar a Jessie.

- Quem é Jessie?

- Jessie Parkinson, eu me sinto atraído por meninas chatas da Sonserina. – Ele deu um sorriso.

- Você tá brincando, né?

- Claro que eu tô, aquela ali é insuportável, Scorpius.

- Então, você vai com quem?

- Não sei ainda, vou tentar convidar alguém durante a aula.

Minutos depois Rose chegou, tentou fingir que não via Scorpius, mas ele precisou falar com ela.

- Rose, seu nariz tá melado de leite. – Ele falou.

Rose arregalou os olhos e passou um guardanapo levemente no nariz, enquanto se sentia a pessoa mais idiota do mundo.

- Obrigada. – Ela falou, depois de engolir a torta de maçã.

- De nada.

Mais tarde os dois foram juntos para a aula de Adivinhação, por mais que Scorpius quisesse desistir dessa matéria. A professora Cooper os estava esperando na porta da sala de aula. Helena Cooper era uma mulher magra, de cabelos ondulados e olhos escuros, tinha uma pele escura que dava a impressão que ela era uma cigana. Ela vestia casualmente uma blusa branca com rendas e uma saia longa estampada, também gostava de colares de ouro e algumas pulseiras. De toda forma, ela era muito bonita.

- Olá, queridos. Acomodem-se.

A professora era bastante calma e gentil, eles não odiavam a matéria por causa dela, e sim porque adivinhação era uma matéria bastante chata. A professora abriu as janelas e pediu que todos abrissem seus livros na página cinqüenta e seis.

- Hoje iremos estudar sobre as maiores previsões já feitas, previsões feitas por pessoas que nem mesmo acreditavam que eram videntes. Uma dessas previsões foi feita há pouco tempo, quarenta anos, para se falar a verdade.

- Quarenta anos são pouquíssimo tempo. – Murmurou Scorpius para Rose, que abafou uma risada.

- Como ia dizendo, vocês irão abrir o livro na página cinqüenta e seis. Da cinqüenta e seis até a setenta e três tem várias previsões, vocês irão escolher uma delas, a que mais gostarem, e fazer uma redação sobre o motivo pelo qual a previsão chamou a atenção de vocês. Vocês tem meia hora pra isso, então, boa sorte e mãos a obra.
Rose abriu o livro na página indicada e logo descobriu porque a professora tinha citado a profecia de quarenta anos atrás.

- Ei, Scorpius. Olha isso aqui!

Ela apontou para uma das profecias.

- O que é que tem ela?

- Essa foi a profecia que Sibila Trelawney fez, ela preveu que chegaria um garoto que fosse capaz de acabar com Lord Voldemort, e assim fez, o tio Harry nasceu e a profecia acabou por ficar conhecida nesse livro velho.

- Uau, que interessante, Rose. Você vai escolher essa?

- É, vou. Não tem nada demais aqui.

Scorpius começou a folhear o livro procurando alguma previsão interessante, só aí que olhou para o relógio e viu que só faltavam dez minutos para entregar o trabalho e escolheu a primeira que viu pela frente.

- Pronto, podem me entregar e estarão dispensados. – Falou a Professora Cooper.

Uma hora depois eles já estavam a caminho da aula de História da Magia quando Scorpius resolveu puxar conversa.

- Rose, que cor é o seu vestido do baile? – Ele perguntou, e um segundo depois desejou não ter perguntado aquilo.

- É vermelho. Por quê?

- Nada, curiosidade.

Chegaram na aula do professor Adams. O professor Robert Adams era um homem de aparentemente cerca de quarenta anos, ruivo, baixo, com várias sardas no rosto, e era um tanto gordo também. Rose agradeceu como sempre fazia desde o começo do ano, pelo fato de terem finalmente aposentado o Professor Binns, que fazia a aula ser mais chata ainda, se é que isso era possível.

- Bom dia a todos. – Falou ele bem-humorado. – Hoje estudaremos sobre a guerra dos gigantes no século XV. Sentem-se todos, por favor. Ah, Srtª Anderson, não se sente perto da Srtª Smith. Sr. Lee, por favor, troque de lugar com a Srtª Anderson. Obrigado.

Depois que todos estavam em lugares diferentes das aulas normais, começou a aula. Scorpius dormiu a aula toda, era um hábito dele nessa aula, e Rose prestou muita atenção, tanto que saiu da aula comentando.

- Se fosse com o professor Binns eu não entenderia uma palavra do que ele disse.

- Eu particularmente odeio História da Magia. Seria melhor ter escolhido outra matéria. É aula de quê agora?

- De poções. Vamos.

Os dois chegaram na sala. A professora de poções, Srª Taylor, era particularmente muito desagradável. Provavelmente por implicar com todos quando esqueciam algum ingrediente, ou era pelo modo que ela pigarreava quando via alguém conversar. Depois de terem uma aula inteira sobre Veritaserum, a poção da verdade, foram almoçar, e tudo ocorreu normalmente até o fim do dia. Lílian Potter estava conversando com a amiga, Juliet Wilson, quando Scorpius entrou na sala comunal. Ele trocou alguns “boa-noite” com as meninas e foi para o dormitório. Exatos cinco minutos depois Rose entrou na sala.

- July, será que você podia nos dar licença rapidinho? Acho que Rose quer falar comigo, certo, Rose?

Rose fez que sim com a cabeça e Juliet saiu da sala.

- E então, alguma novidade?

- O Scorpius me convidou pra o baile.

- Que legal! Não me diga que você recusou!

- Eu aceitei. Ah, tô tão feliz, Lily!

Ficaram por mais vinte minutos conversando sobre o baile quando Juliet entrou novamente na sala e acharam melhor encerrar o assunto, Rose ficou na escrivaninha fazendo um trabalho de Aritmancia e Juliet e Lílian conversando sobre um tal de Frederico Jones, cujo Rose não conhecia. Quando finalmente Juliet saiu da sala anunciando que ia dormir, as duas primas tornaram a conversar.

- Nem acredito que o baile vai ser semana que vem! – Comentou Lílian.

- Você já tem par?

- Não. Eu pensei em chamar o Hugo, mas ele é um chato. Vou chamar o Frederico Jones, um garoto bonitinho do quarto ano, ou se não o Teddy Richards, ele é terceiro ano também, mas acho que ele já vai com a Day Simpson. Sorte sua já ter garantido o seu par, ainda mais que o Scorpius é...

- Eu já sei, Lílian, você sempre diz que ele é lindo e tal...

- Ah, olha lá, o Teddy tá entrando... Oi, Teddy.

- Oi, Lílian.

- Você já tem par pra o baile?

- Não. Por quê?

- Quer ir comigo? – Ela perguntou

- Pode ser. – Ele deu um sorriso educado.

Depois que ele saiu, Lílian e Rose caíram na gargalhada.

- Ele é super educadinho, por isso achei que ele já tinha par. Tá vendo como é fácil, Rô?

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