O passado bate a sua porta
Rony estava dirigindo para a casa de Luna. Os dois estavam em total silêncio desde que saíram do hospital.
- Foi bem legal da parte da Mione nos chamar para serem padrinhos da Nina – a loira comentou sem retirar os olhos da janela – Você não acha, Rony?
- Sim – respondeu balançando a cabeça afirmativamente – Só não tenho certeza se poderei ser um bom padrinho para ela. Espero que a Hermione não se arrependa da escolha que fez.
- Vejo a maneira como você trata o Ian, e ele te adora – garantiu – Tenho certeza de que vai ser a mesma coisa com a Nina.
- Nunca tive muito jeito com crianças – explicou – Nem consigo imaginar como vai ser quando eu tiver os meus filhos. Eles vão é ter medo de me deixarem tomando conta sozinho, posso até acabar derrubando o bebê de cabeça.
- Isso não vai acontecer – a garota não pode deixar de rir nesse momento – Acredite em mim, quando tiver filhos, vai saber exatamente o que fazer.
Nesse momento, o ruivo quis dizer para Luna que era com ela que queria ter esses futuros filhos, mas não conseguiu. Tudo que fez foi abrir e fechar a boca várias vezes sem sair nenhum som sequer.
Já estava pensando a respeito de seu futuro com a namorado há algum tempo, mas o nascimento da pequena Nina tinha mexido muito com ele. Seu melhor amigo de toda a vida agora era pai e, mesmo só tendo 17 anos, tinha grandes responsabilidades. Não podia deixar de pensar que era hora dele também começar a agir como adulto, afinal, logo estaria na faculdade.
O primeiro passo para isso era, com certeza, achar alguém com quem quisesse construir uma família e passar o resto da vida juntos, essa pessoa, com certeza, era Luna. Mesmo só se conhecendo há poucos meses, tinha certeza de que a loira era a garota certa para ele.
O único problema era: como iria começar a falar sobre essa assunto com ela? Sempre que estava decidido sua voz, simplesmente travava.
- Tudo que eu sei nesse momento é que vou mimar muito a minha afilhada – Luna comentou depois de mais um momento de silêncio – Pode ter certeza de que eu vou comprar muitos presentes para ela.
Vai comprar para ela todas as coisas de menina que você não pode comprar para o Ian? - perguntou a olhando com a visão periférica.
- Acho que posso dizer que sim – deu de ombros e ele não pode deixar de sorrir – Mas acho que você dizendo assim parece que eu não gosto do meu filho e é totalmente ao contrário. Eu o amo mais do que qualquer outra coisa na vida.
- Eu nunca pensei isso de você, Luna – garantiu – Entendo muito bem o que é isso. Gina ganhou muito mais presentes do que eu e os meus outros irmãos. A grande maioria das nossas roupas vieram do Gui, meu irmão mais velho.
- E essa é mais uma desvantagem de ter uma família grande – comentou, por fim – Mas, é claro que eu nunca vou deixar de comprar presentes para o Ian.
Não demorou muito para Rony parar o carro em frente a casa dos Lovergoods. A garota retirou o cinto de segurança e ficou encarando o namorado.
- Muito obrigada por ter me levado para visitar a Mione – disse – Eu ia pedir o carro do meu pai, mas duvido que ele fosse me emprestar.
- Não foi problema nenhum – respondeu – Eu também estava querendo ir vistá-las, afinal, a filha do meu melhor amigo.
- Tem razão – concordou com a cabeça – Acho melhor eu ir embora, meu pai já deve estar enlouquecendo.
- Espera só mais um minuto, Luna – pediu, fazendo com que a garota retirasse a mão da maçaneta – Eu tenho um convite para te fazer.
- Um convite – isso a pegou totalmente de surpresa – Que tipo de convite você quer me fazer?
- Você se lembra ontem, quando estávamos no ônibus indo para o jogo – começou a falar – E você disse que o Ian adora assistir futebol?
- Claro que me lembro – acenou a cabeça em resposta – Costumo deixá-lo com o meu pai quando vou preparar a papinha dele. Sempre que está passando o jogo ele fica completamente concentrado na televisão.
- Isso mesmo – concordou – E eu também disse que um dia levaria ele para um jogo em um estádio de verdade.
- Você só precisa fazer isso se quiser mesmo – avisou – Ian não vai ficar frustrado, ele só tem dois anos.
- Mas eu quero levá-lo, inclusive vai ser mais cedo do que eu imaginava – respondeu – Meu pai ganhou seis ingressos para o jogo de amanhã. Gina e minha mãe não querem ir, meus dois irmãos mais velhos não estão na cidade e Percy está sempre falando que precisa estudar o fim de semana todo. Então só vamos eu, meu pai e os gêmeos.
- É claro que você pode levar o Ian – respondeu, por fim – Confio em você tomando conta dele.
- Na verdade o convite não é só para ele – completou – Também quero que você vá conosco.
- Mas eu não entendo absolutamente nada de futebol, vai gastar um ingresso a toa – falou – Por que você não chama o Harry? A ione vai achar ótimo que ele não fique o tempo todo no hospital com ela.
- Não chamar o Harry para um jogo do Chelsea – revirou os olhos – Tudo que ele vai fazer é criticar o time em todas as jogas.
- Pelo jeito eu não entendo nada de futebol mesmo – reclamou.
- Vai ser divertido! - garantiu segurando as duas mãos dela – Também temos passes para os bastidores e eu estou doido para conseguir o autografo de todos os jogadores do time.
- Se você faz tanto questão, eu vou ao jogo – disse, por fim – Talvez seja até um domingo bem divertido.
- E vai ser mesmo muito divertido – deu um selinho nela – Prometo que você não vai se arrepender.
Ainda levaram cerca de cinco minutos para terminares de “se despedir” e a loira entrou em casa, não antes de Rony dizer que passaria no dia seguinte bem cedo para irem ao jogo.
Não foi nenhuma surpresa quando ela encontrou seu pai assistindo televisão sentado no sofá da sala.
- Oi pai – ela disse enquanto guardava a chave de volta dentro da bolsa – Aonde é que está o Ian?
- Está lá em cima do quarto dele desde a hora em que você saiu – respondeu – Nem parece que ele está em casa, não deu o menor trabalho.
- Que bom! - tinha certeza de que seu pai não tinha nem pensado em ir até o andar de cima para ver como estava o neto, mas achou melhor não comentar nada.
- E como foi a visita para a sua amiga? - foi a vez dele perguntar – A sua amiga do grupo de mães adolescentes, não é mesmo?
- Exatamente! - concordou com a cabeça – E a visita foi ótima. Está tudo bem com ela e com a filha.
- Isso é mesmo muito bom – as conversas entre os dois eram sempre assim, ficavam mais tempo em silêncio que falando – E será que eu posso saber quem é que te levou até o hospital?
- Foi o Rony – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Você sabe que é, aquele meu amigo que vem aqui sempre nos últimos três meses.
- Claro que me lembro dele – concordou com a cabeça – Vocês dois tem passado muito tempo juntos ultimamente não é mesmo?
- Nós dois estamos meio que namorando – deu de ombros tentando não ficar com o rosto vermelho de vergonha – Ainda não sei se é algo sério, mas nós nos conhecemos há pouco tempo. Temos muito o que conhecer um do outro.
- Vocês dois mal se conhecem e já estão namorando – colocou a mão no queixo, pensativo – Tem certeza de que não se conheciam há mais tempo?
- Tenho certeza absoluta de que não conhecia ele até três meses atrás – garantiu – Como já disse antes, foi a Mione quem nos apresentou.
- Tenho observado ele nas vezes em que veio aqui – continuou – Ele gosta bastante do seu filho.
- E o Ian também gosta muito dele – completou – Acho importante que os dois sejam amigos. É muito fofo!
- Não é normal um garoto de 18 anos se envolver com alguém com um filho – estava falando isso calmamente – Com essa idade eles só querem saber de aproveitar a vida e não assumir uma responsabilidade dessas. Principalmente não sendo o pai.
- O Rony é especial – foi tudo que ela disse.
- Tudo bem, eu vou direto ao assunto – se levantou e foi caminhando em direção a filha – O Rony é o pai do seu filho?
- É claro que não! - gritou mais alto do que estava planejando – De onde foi que você tirou essa ideia absurda?
- Você nunca fala do pai dele – explicou – E, de um dia para o outro, aparece esse garoto aqui em casa. Tenho motivos para desconfiar, não é mesmo?
- Nunca comentei sobre ele pois não tinha o que falar – explicou – E também não preciso desse idiota na minha vida. Eu e Ian estamos muito bem sem ele.
Sentiu algumas lágrimas se formarem no canto dos seus olhos e sentiu muito raiva. Não era hora para estar chorando, principalmente pelo pai do seu seu filho, ele não merecia nada disso.
- Eu me preocupo com você, minha filha – o homem puxou a loira para mais perto de si – Imagina como eu fiquei quando minha filha de 13 anos, que nunca tinha namorado, me disse que estava grávida. Queria saber quem fez isso com você e quebrar a cara dele.
- Se você tivesse prestado o mínimo de atenção em mim nos último sete anos saberia qual era o meu problema – saiu de perto do pai – E quando percebeu, era tarde demais para fazer alguma coisa.
Foi caminhando em direção as escadas e enxugou as lágrimas que agora caiam pelo seu rosto.
- Aonde você está indo, Luna? - perguntou, fazendo com que ela parasse no primeiro degrau da escada.
- Estou indo ver o meu filho – respondeu, sem virar o rosto para ele – Pelo jeito você nem foi ver como ele estava enquanto estive fora.
Subiu correndo as escadas, não queria ficar mais nenhum minuto naquele lugar poe mais nenhum minuto. Abriu a porta do quarto de Ian, ele estava sentando no chão com os seus carrinhos de brinquedo, assim que a viu levantou a cabeça.
- Mamãe! - esticou os dois bracinhos para que a loira o pegasse no colo.
- Oi meu pequeno – o puxou para perto de si e deu um beijo no topo da sua cabeça, o cheiro do perfume de bebê invadiu as suas narinas – Está tudo bem, meu filho, eu estou aqui com você e nada vai te acontecer.
Sentou-se no tapetinho de espuma que tinha no chão do quarto e Ian voltou a brincar com os seus carrinhos. Foi nesse momento que ela começou a perceber as características do menino, todos diziam que ele se parecia com ela, mas achava que ele era mais parecido com o pai.
Ao olhá-lo não podia deixar de lembrar de seu ex-namorado. Sabia que ele tinha sido um grande canalha e não merecia a sua preocupação, mas não podia deixar de pensar no que ele poderia estar fazendo agora.
- Queria que você pudesse ver como o nosso filho está se tornando um garoto lindo – começou a falar sozinha – Quem sabe assim você mudava de ideia e decide participar da vida dele.
Foi nesse momento que alguém bateu na porta do quarto. Foi até lá abrir, era seu pai. Deixou que ele entrasse, mas não falou absolutamente nada com ele.
- Luna – começou a falar, encarando o piso – Eu queria te pedir desculpas. Não tinha motivos para desconfiar que você estava mentindo sobre o Rony não ser o pai do seu filho.
- Tudo bem! - deu de ombros – Já esqueci o que você tinha me falado lá embaixo. Não tem porque eu guardar magoa mesmo.
O homem se sentou ao lado da filha e pegou Ian no colo e ficou passando a mão pelo cabelo dele.
- Eu também quero te pedir desculpas por ter sido negligente com você todos esses anos – continuou – Quis me afundar no trabalho para não pensar na sua mãe e me esqueci que você também sentia falta dela.
- Ainda sinto falta dela, todos os dia – admitiu – É claro que, com o passar do tempo fica mais fácil, mas a saudade ainda fica.
- Também sinto muita falta dela – ele disse – E você está cada dia mais parecida com ela. E isso também é muito difícil para mim.
Luna sabia o quanto todos aqueles anos tinham sido difíceis para o pai. Não podia culpá-lo por tudo que tinha acontecido a ela, ele também era uma “vítima”.
- E quero dizer que a partir de agora tudo vai mudar – garantiu – Vou trabalhar menos e passar mais tempo em casa. Vou até te ajudar a tomar conta do Ian quando você precisar.
- Obrigada, pai – o abraçou – É muito importante estar ouvindo isso de você, ainda mais nesse momento.
No dia seguinte, Luna acordou bem cedo, estava muito ansiosa com o jogo de futebol. Depois de tomar o café da manhã foi tomar banho e trocar de roupa e depois colocou uma roupa bem confortável no filho.
- Prontinho, Ian – disse depois de calçar o tênis nele – Você já está arrumando para ir ao jogo.
Pegou uma bolsa, colocou uma muda de roupa e uma fralda para o caso de ter algum “acidente”. Sair com criança pequena é assim, você acaba levando o dobro de peso.
- Luna – seu pai abriu a porta do quarto, apenas o suficiente para passar a cabeça – O Rony já chegou. Disse que vai esperar no carro e que está com um pouco de pressa.
- Tudo bem – deu um fraco sorriso – Diga para ele que eu já estou indo. Só preciso terminar de arrumar as coisas do Ian.
Terminou de colocar as coisas dentro da bolsa e fechou o zíper. Pegou o filho no colo e foi para o andar debaixo da casa.
O ruivo estava encostado no carro. Assim que viu a namorado foi caminhando em direção a ela.
- Oi meu amor – deu um selinho nela – Você está linda, aliais, como sempre, não é mesmo?
- Não precisa exagerar, Rony – sempre que ele a elogiava assim, começava a sentir o seu rosto esquentar de vergonha – Não sabia o que vestir para ir a um jogo de futebol e coloquei a primeira coisa que encontrei no armário.
- Mas eu estou falando sério, Luna, não estou falando isso só para te elogiar – garantiu antes de retirar Ian do colo dela – E como está esse garotão?
- Muito empolgado com o jogo – Luna disse – Quando disse que íamos ao jogo e ele demorou para dormir ontem a noite.
- Estava pensando em comprar uma camiseta oficial do Chelsea para ele – avisou – Ia mesmo passar na loja para comprar alguma coisa para a Nina. É claro que o Harry vai querer me matar, mas a minha afilhada não vai torcer para o Manchester.
- Mas você está pensando em fazer tudo isso hoje? - ele balançou a cabeça afirmativamente em resposta – Tem certeza de que vai dar tempo? Tinha dito que estamos atrasados.
- A loja é dentro do estádio – explicou – Podemos passar lá antes de irmos para os nossos lugares.
- Está vendo como não entendo nada de futebol – fez uma careta – Acho melhor irmos logo, então.
Entraram no carro e se dirigiram para a casa da família de Rony. O senhor Weasley, Fred e Jorge estavam esperando por eles.
- Finalmente vocês dois chegaram! - um dos gêmeos reclamou – Pensei que só fossem chegar para o jogo da semana que vem.
- A culpa foi minha – Luna explicou – Estava terminando de arrumar as coisas do Ian e ainda não estava pronta quando ele chegou.
- Então vamos logo! - o patriarca da família falou olhando para o relógio – O jogo começa em uma hora e não quero pegar engarrafamento na entrada do estádio.
- Estou doida para ver esse jogo – Fred falou enquanto iam para o lado de fora da casa – Vai ser o primeiro jogo do Krum depois da cirurgia há dois meses. Espero que ele faça um gol.
- Krum? - Luna pareceu ligeiramente desconfortável – De quem é que vocês estão falando?
- Victor Krum – o outro gêmeo explicou – O melhor atacante do mundo, a maior contratação do inicio da temporada. Pena que ele se machucou, mas agora ele vai voltar com tudo.
- Não costumo ver as notícias de esporte – deu de ombros – Meu pai assiste os jogos, mas nunca parei para prestar atenção em quem estava jogando.
- Eu posso ir te falando sobre os jogadores durante o caminho - o ruivo sugeriu – O que você acha?
- É uma boa ideia – concordou dando um sorriso sem graça, ela parecia preocupada – Assim eu não fico tão perdida.
O ruivo falou sobre o time de futebol durante todo o caminho, mas Luna estava olhando para a paisagem da janela e parecia não estar prestando a mínima atenção na conversa.
Chegaram ao estádio e foram diretamente para a loja do time. Rony comprou uma camisa para Ian e também comprou um presente para Nina, disse que iria visitar Hermione no dia seguinte e entregá-la pessoalmente.
Quando, finalmente, chegaram o jogo já estava para começar, por isso não tiveram tempo para mais nada. O Chelsea ganhou de 3x0 do outro time e um dos gols foi de Victor Krum, deixando toda a torcida muito feliz.
- Vamos logo para a área dos jogadores – o senhor Weasley disse na hora em que o jogo acabou – Tenho certeza de que vocês estão doidos para pedirem autógrafos.
- Vamos! - os três falaram ao mesmo tempo.
- Várias pessoas estavam no local e logo começaram a esvaziar deixando que os fãs conversassem com os jogadores.
- Ali está o Victor Krum – Rony estava mais feliz que criança na manhã de natal – Vamos até lá falar com ele.
- Não vamos incomodar, Rony – a loira disse, sem se mover do lugar – Ele deve estar cansado do jogo.
- Os jogadores sempre ficam felizes em receber a torcida – garantiu – Tenho certeza de que não vamos incomodar.
Com muita relutância, Luna foi junto com ele em direção a Victor Krum, que estava bebendo água e olhando para a paisagem da janela.
- Com licença, senhor Krum – disse fazendo com que o homem o olhasse – Meu nome é Rony Weasley, será que o senhor Poderia assinar a minha camisa?
- Mas é claro! - disse pegando a caneta, que estava no bolso da camiseta.
Assinou a camisa. No momento em que se levantou, seu olhar cruzou com o de Luna e, depois, no bebê que estava no seu colo.
- E esse menino lindo – foi se aproximando dela – Também quer que eu assine a sua camisa.
- Fica longe do meu filho! - a loira disse se afastando, bruscamente – Não quero que você encoste nenhum dedo nele.
Saiu correndo em direção a saída. Ninguém entendeu nada da atitude dela, por que estava agindo dessa forma?
- O que aconteceu com a sua namorada? - um dos gêmeos perguntou para Rony depois que a porta bateu com toda a força.
- Também não sei – deu de ombros antes de se virar para o jogador Búlgaro – Desculpe-me por isso, senhor Krum.
- Não tem problemas – garantiu.
A senhora Weasley estava preparando um grande almoço, por isso Luna ia para a casa do namorado agora no final do jogo. Ela passou o trajeto todo em silêncio, e quando chegou foi direto para o quarto de Rony junto com o filho.
- Luna! - o garoto entrou no local parecendo um pouco cauteloso – Será podemos conversar sobre o que aconteceu?
- Não quero falar sobre isso – virou-se para ficar de costas para o namorado – E, por favor, respeita a minha vontade de não querer conversar.
- Tudo bem, eu vou respeitar – disse colocando a mão sob o cabelo dela – Só achei que fossemos sinceros um com o outro. É assim que funciona os relacionamentos, na base da confiança.
- Está bem, eu vou te contar – se sentou e enxugou algumas lágrimas – Não foi a primeira vez que eu vi Victor Krum. Nós dois já nos conhecíamos.
- Vocês dois já se conheciam? - pareceu chocado – Aonde foi que vocês se conheceram.
- Foi há alguns anos quando ele estava começando a carreira em um clube pequeno daqui de Londres, eles não tinham estádio, por isso treinavam no campo da minha escola – começou a explicar, calmamente – Quando nos conhecemos durante a minha aula de educação física e ele disse que ficou completamente encantado comigo. Sempre saia do treino e ficava me esperando na saída da aula e eu estava adorando toda aquela atenção. Não demorou muito para começarmos a namorar escondidos, tinha certeza de que meu pai iria me matar se soubesse que estava saindo com um cara mais velho.
- Então, se vocês dois namoraram há alguns anos – olhou rapidamente para Ian, que estava com alguns bonecos de ação de quando ele era pequeno – Você está querendo dizer que...
- Passamos vários meses juntos e eu tinha certeza de que estava completamente apaixonada por ele, até que eu engravidei – o interrompeu para poder terminar a história – Sabia que era muito nova , mas tinha ficado totalmente feliz. A primeira coisa que eu fiz foi contar para o Victor.
- E ele te tratou mal – foi a vez dele completar – Você já tinha me contado essa história.
- Quando cheguei em casa tive que contar para o meu pai sobre a gravidez e ele decidiu me mandar para a casa da minha avó e não fui mais para a aula no colégio de Londres, foi um alívio, pois não queria vê-lo de jeito nenhum – o ruivo segurou a mão dela para dar força – Quando eu voltei, depois que o Ian nasceu, ele não estava mais lá. Um dos jogadores do time disse que ele tinha voltado para a Bulgária, seis meses antes. Nunca mais tinha ouvido falar de Victor Krum, até hoje.
- Não consigo acreditar no que estou ouvindo – fui tudo que Rony conseguiu dizer depois do que ouviu – Mais alguém sabe quem é o pai do Ian?
- Somente a Jéssica – respondeu – Não eramos da mesma turma na época. Mas eu mostrei uma foto, um dia, e ela disse que se lembrava dele.
- Acho que nunca poderia imaginar que o Ian era filho do Victor Krum – não pode deixar de dar uma risada – Se bem que eles até que se parecem um pouco. Só agora eu percebi.
- Por favor, não comente nada disso com ninguém, principalmente com o meu pai – pediu – Na época, ele pediu para eu dizer quem era o pai, mas eu não falei, não tive coragem.
- Pode ficar tranquila, Luna, não vou dizer nada – garantiu beijando a ponta dos dedos da garota – Esse vai ser o nosso segredo.
- Obrigada! - disse dando um fraco sorriso.
Logo eles foram para o andar debaixo da casa, o almoço já ia ser servido. Por sorte, ninguém mais comentou sobre o incidente daquela manhã.
O resto do dia passou sem maiores problemas. No dia seguinte, Luna foi para a escola normalmente. Depois a aula, foi buscar o filho na creche e foi para a casa, pois tinha uma prova muito importante no dia seguinte.
Estava totalmente distraída com o seu livro de biologia quando a campainha tocou no andar de baixo. Achou muito estranho, pois não estava esperando por ninguém.
- Com licença, senhorita Luna – a governanta disse entrando no quarto – Tem um rapaz esperando por você lá embaixo, disse que se chama Victor Krum.
Não conseguia acreditar que Krum teve coragem de ir até lá, depois de tudo que ele fez. Teria que ir, não sabia o que o ex-namorado seria capaz de fazer.
- Vou até lá – avisou se levantando – Rosa, será que você poderia olhar o Ian? Tenho medo que ele pula da cama.
- Claro que eu olho ele – garantiu – Pode ficar tranquila.
Ela não tinha prestado muita atenção no búlgaro no dia anterior, pois estava preocupado com o que poderia falar, só agora que, realmente, “olhou” para ele. Estava exatamente como se lembrava, talvez com algumas marcas de expressão a mais, e isso o deixava ainda mais charmoso. Balançou a cabeça tentando agastar esses pensamentos.
- O que você quer aqui? - cruzou os braços e o encarou, tentando parecer o mais séria possível.
- Ainda me lembro de quando te trazia aqui, sempre antes do seu pai chegar para ele não desconfiar sobre nós – comentou – Foram ótimos tempos aqueles, não acha?
- Você veio aqui somente para recordar o passado? - não estava acreditando no que tinha acabado de ouvir – Então, por que não começa falando o que você andou fazendo nesses últimos três anos?
- Não sabia que você tinha tido um menino – mudou, completamente de assunto – Ele se parece comigo, deve ter o charme dos Kruns.
- O nome dele é Ian – disse bem séria – E você não vai chegar perto dele. Passamos dois anos sem você e poderemos continuar assim.
- Quer dizer que você está namorando aquele garoto ruivo que estava com você ontem – colocou a mão no queixo, pensativo – Ele sabe do envolvimento que tivemos no passado?
- Ele sabe sim! - respondeu – E também sabe o canalha que você foi comigo quando soube que estava esperando um filho seu.
- Não acredito que você ainda se lembra disso, Luna – suspirou pesadamente – Já faz anos, não guarde ressentimentos.
- Não é, simplesmente uma magoa qualquer – seu tom de voz estava ligeiramente alterado – Você me abandonou grávida. No dia em que o Ian nasceu você não estava lá, não viu os primeiros passos dele nem as primeiras palavras. Não sabe de nada da vida dele.
- Sei que fui um completo canalha com você naquela época – admitiu – Você tinha que me entender: estava começando a minha carreira e você é menor de idade, imagina o escândalo que ia ser no clube, poderia até ser demitido.
Ele se aproximou da loira e passou a mão nos cabelos dela, colocando uma mecha atrás da orelha.
- O que acha de irmos jantar juntos hoje? - sugeriu – Vamos esquecer o que aconteceu e vamos recomeçar aonde paramos.
- Você sabe que eu tenho namorado – lembrou – Não pode me propor voltarmos de onde paramos. Nunca vou trocar o Rony por você.
- Então vamos sair somente como bons e velhos amigos que se reencontram depois de anos – completou – Só quero que você saiba eu gosto muito de você e não deixei de pensar em nós dois nenhum dia todos esses anos.
A garota ficou completamente estática com aquela declaração, principalmente quando ele deu um beijo na sua bochecha.
- Quando quiser me responder é só me ligar – abriu a carteira, retirou um papel e entregou a ela – Aqui está o meu número, pode me ligar há qualquer hora.
Ele saiu da casa e fechou a porta. Luna passou a mão pela bochecha, no local em que Krum tinha dado um beijo. Aquela visita tinha mexido com ela, e muito, não podia negar isso.
***
N/A:
Em primeiro lugar, desculpem pela demora em postar.
Acontece que todas as vezes que eu sentava na frente do computador para escrever o capítulo alguém me chamava para fazer alguma coisa (inclusive hj), ainda nem acredito que consegui terminar de escrever. Portanto, se tiver algum erro me desculpem, pois não tive tempo nem tempo de reler.
De qualquer maneira, ta ai o capitulo.
O passado bateu a porta da Luna (literalmente, kkkkkkkkk). Quem ai ficou surpreso de saber que o Krum era o pai do Ian? E a conversa q eles tiveram no final do cap, ela ficou mexida, o q será q vai acontecer agora?
Não teve H² nesse capítulo, mas no proximo cap vou recompensar. Será que a Nina vai dar muito trabalho para o papai e para a mamãe?
Comentem!
Comentários (14)
CARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMBA, TO CHOCADAAAAAA !!! :OOOOO não imaginei que era o Krum
2012-01-28OMG!!! Eu sabiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa que era o Krum!!! XD Caraca, tadinha da Luna, tem uma vida bem dificil cuidando do Ian e até o pai dela só veio perceber o quanto deixou a filha abandonada agora!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH o Rony foi tão fofo ficando do lado dela, convidando o Ian para o jogo *-* Pelas barbas de Mérlin, o Krum dando em cima da Luna??? O Rony tem que dar uma mega surra nele!!!! Estou ansiosa por um capítulo HHr
2012-01-27capítulo muito bom, apesar de faltar momentos HH, mas foi muito bem escrito, abraços e até o próximo.
2012-01-27AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA NINA TEM QUE TORCER PRO CHELSEA *O*
2012-01-27