Partindo em um avião de vampir
Capítulo 18
Partindo em um avião de vampiros
Emma está esperando por mim no vestiário.
- O que aconteceu? - pergunta ela. - Você está parecendo acabada.
- Córmaco McLaggen aconteceu.
Emma levanta uma sobrancelha.
- Ooh, Córmaco McLaggen. Isso é uma coisa boa, então?
- Algo assim. Eu acho. Bem, não realmente. - Eu me encosto contra o armário mais próximo e suspiro profundamente. Estou tão confusa. - Na verdade, foi estranho. Quer dizer, não me interprete mal – eu não tenho nenhum problema moral com Córmaco enfiando a língua na minha garganta, acredite. Mas ainda assim, o tempo todo em que ele estava fazendo aquilo, não pude deixar de pensar como ele realmente não gosta de mim. Como ele está apenas enfeitiçado por essa coisa de Perfume Vampiro e não tem idéia do que está fazendo. E, de repente, a improvisada sessão de beijos não parecia tão emocionante.
Minha gêmea assente com simpatia.
- Desculpe, Mione - ela diz. - Eu posso ver como isso é uma droga. Mas espero que você volte ao normal antes que ele saiba e então você possa ver de uma vez por todas se Córmaco gosta de você como pessoa. Quem sabe - acrescenta ela - talvez a coisa de vampiro seja apenas uma coincidência e ele realmente suspira por você há longos anos e finalmente teve coragem de falar contigo.
- Certo. E talvez você um dia acabe sendo uma bancária de investimentos com uma minivan, um marido que usa gravatas Paisley¹, e três crianças Gap².
Emma bufa.
- Touché.
- Não importa, de qualquer maneira - digo, afastando-me do armário. - Eu tenho que me concentrar em minha missão. Córmaco e sua estranha nova obsessão devem esperar. Transformar-se em um ser humano tem prioridade.
Eu tiro o meu jeans e camiseta e os entrego a Emma. Ela, por sua vez, me oferece uma saia comprida preta e uma blusa camponesa³ com um cheiro forte de patchouli.
- Certifique-se de tirar toda a maquiagem do seu rosto - eu a lembro quando ela desliza em meus jeans, queixando-se de como as suas coxas ficam. - Mamãe nunca vai acreditar na idéia da minha canalização para Avril Lavigne.
- Eu sei, eu sei - Emma diz. - Relaxa, certo? Tudo vai ficar bem. Ninguém vai nos pegar. Vá para a Inglaterra sem problemas, encontre o Graal, transforme-se novamente em um ser humano, e viva feliz para sempre com seu apalermado filhotinho de cachorro Córmaco.
- Só se pode sonhar - eu respondo com uma pitada de talento dramático. Eu coloco a blusa camponesa e a saia, então me olho no espelho. Este não é um bom look para mim. E Draco, são e salvo em seu novo conjunto Armani, vai ter um dia de campo.
Não que eu me importe com o que ele pensa, obviamente.
Após trocar de roupa e lavar o rosto, Emma me leva ao aeroporto, onde eu irei encontrar com Draco. Não converso muito no caminho até lá, principalmente por que eu ainda estou muito nervosa com essa coisa toda. Quer dizer, pense nisso por um segundo. Eu estou deixando o país com um homem que mal conheço, que a propósito é uma imortal criatura da noite.
Não é exatamente o seu típico 7-Eleven Cherry Slurpee³.
Repentinamente, Emma vai até o hangar privado onde Draco disse que a convenção mantém seu jato. Eu tinha essa idéia estranha na cabeça que o Air Vampire seria um avião preto com o interior vermelho-sangue. Mas eu acho que isso seria óbvio demais, por que o veículo em questão na vida real apenas se parecia com um típico e indescritível avião particular.
Eu abraço Emma me despedindo antes de sair do carro.
- Boa sorte - ela sussurra. - Cuide bem do Magnus para mim.
- Eu irei - eu digo, ficando com aquela sensação encantadora de culpa na boca do estômago. Talvez seja apenas a minha sede de sangue. Espero que Draco tenha um bom suprimento a bordo, por que eu sinto que estou quase desmaiando de fome.
Saio do carro e sigo para o avião. Um homem com um uniforme de piloto me cumprimenta com um sorriso amigável.
- Olá - diz ele, com um sotaque britânico. - Você deve ser a Srta. Granger.
- Sim, sou eu - respondo. - Mas você pode me chamar de Mione.
Ele faz gestos para a escada que leva até o avião.
- Você pode embarcar se quiser, madame.
Eu olho ao redor da pista.
- Onde está Draco?
- Lá dentro - o piloto me informa. - Ele está tirando um cochilo no momento.
Ah, isso faz sentido. Eu pensei que era muito cedo – ainda estava com luz do dia – para ele estar levantado. Ele deve ter se escondido no avião antes do amanhecer e planejou acordar durante o vôo, quando o sol se retirasse no horizonte.
Subo pelas escadas, e viro-me para me despedir uma última vez de Emma. O sentimento nervoso começar a aparecer no meu estômago novamente. Mas eu o reprimo e tento passar com confiança para dentro do avião.
Eu esqueço os meus nervos completamente quando os meus olhos caem sobre a decoração do interior do jato. Assim como a convenção, esse lugar cheira a luxo. Decorado com ouro e veludo, é uma exibição de riqueza quase obscena. Há poltronas de couro macio e televisões de plasma ridiculamente enormes. Garrafas de vinho tinto (sangue?) refrigeram em baldes de prata e laptops de última geração estão em mesas entalhadas em vidro. Este é realmente o Ritz dos aviões do mundo.
- Por favor, sente-se em algum lugar e aperte o cinto - diz o piloto, vindo atrás de mim. - Nós iremos decolar em breve.
Eu obedeço, ainda surpreendida com todas as extravagâncias. Ser um vampiro certamente tem algumas regalias. Então, novamente, Drak é o próximo na fila para ser rei. Pergunto-me se o avião está disponível para todos os vampiros ou apenas aqueles que estão em altos cargos.
Ligo a televisão, encantada de descobrir que isto têm filmes sobre o sol. Eu escolho uma comédia leve, ansiosa para me distrair, e me adaptar ao meu super confortável assento. Um minuto depois, eu apago como a luz.
* * *
- Mione?
Abro um olho, e depois outro, um pouco chateada por terem perturbado meu sono. Draco está espiando por cima de mim, um leve sorriso tocando no canto da sua boca.
- Você vai dormir a noite toda? - ele pergunta, cutucando-me levemente no ombro.
- Grumph - eu respondo, tentando rolar de lado e ignorá-lo. Infelizmente, como uma boa menina, eu prendi meu cinto de segurança, assim eu tenho a minha capacidade de manobra limitada.
- Acorde. Nós estamos aqui - ele instrui.
- Aqui?
- Na Inglaterra. Na cidade de Bristol, para ser exato.
- Que horas são?
Ele olha em seu relógio. Rolex, é claro.
- São apenas três horas da madrugada no horário local. Temos que chegar à nossa casa segura antes que o sol nasça.
Eu bocejo, esticando as mãos acima da minha cabeça.
- Casa segura? - pergunto. Eu não posso acreditar que estamos na Inglaterra. Que eu dormi durante todo o vôo. Eu nem sequer tive a chance de desfrutar de todos os luxos que o avião tinha para oferecer. Maldição. Talvez no caminho de volta...
Draco concorda.
- Você sabe que não podemos ficar presos na luz solar. Eu arranjei com a convenção de vampiros local para que nós fiquemos com eles até o anoitecer. Então, vamos viajar de carro para Glastonbury. É cerca de uma hora de viagem.
- Oh. Okay - eu digo. Eu tinha esquecido a aversão de Draco pelo sol. Isto significa que a nossa viagem vai demorar mais do que eu tinha imaginado. Eu tinha assumido estupidamente que nós chegaríamos na Inglaterra, pegaríamos o Graal, e iríamos diretamente de volta para a América, chegando pouco depois que a escola tivesse terminado. Espero que Emma seja capaz de manter a mentira das gêmeas por mais tempo.
Eu tiro o cinto de segurança e sigo Draco para fora do avião. Há uma limusine (claro!) esperando e um motorista apropriadamente vestido abre a porta para que nós entremos.
Uma vez sentados e em nosso caminho, Draco se vira para mim.
- Então, como você está passando por tudo? - pergunta ele, e para seu crédito soa verdadeiramente preocupado.
- Bem.
- Não. Quero dizer, realmente - ele insiste. - Está tudo bem. Você pode me dizer. Tenho certeza que foi uma terrível experiência sangrenta para você. É bastante difícil para aqueles que foram devidamente treinados. Mais passar por tudo isso completamente despreparado... Bem, eu só posso imaginar o quão difícil isso deve ser.
Eu aceno lentamente.
- É muito estranho - eu admito. - Minha mãe acha que eu estou usando drogas. Eu tenho todas essas estranhas ânsias. Sinto o meu estômago mal todo o tempo. É difícil ver sob luzes fluorescentes e as batidas do sol na minha pele é como se pudesse sair bolhas a qualquer momento. E - acrescento relutantemente. - Eu sinto que estou morrendo de sede.
Aí está. Eu disse. Eu admiti que quero – faço o que for necessário – por sangue. Eu sou oficialmente uma aberração da natureza. Mas, novamente, ele também é.
Draco assente com simpatia.
- Tenho certeza que você está faminta por isso. Eu tinha um pouco de vinho para você no avião, mas eu não quis te acordar. Pensei que você precisava de todo o descanso possível que você possa ter. - Ele bate levemente no meu joelho. - Agüente um pouco. Quando chegarmos à convenção, seremos capazes de te alimentar.
Oh, bem. Eu mal posso esperar.
***
¹ Tipo de tecido delicado.
² Loja de roupas.
³ Pelo que eu pesquisei esse 7-Eleven Cherry Slurpee, seria aquele geladinho de cereja. Tipo isso: http://www.recipezaar.com/recipe/gallery.php?rid=97773
Capitulos 17 e 18.
26 se Setembro de 2011.
P.S: OH.MY.GOD!!!
Só uma palavra para descrever o 7x01 de Sobrenatual: FODA!!
Comentários (2)
Estou supeer curiosaa para ver/ler o que vai acontecer na convençãoo! =D E eu concordo com a Déia Santos a fic fica cada vez melhoor! Mal posso esperar para ler os próximos caaps! ;D Beeijoos♥
2011-10-01Kd vez melhor! Quando pego o ritmo quase não paro kkkkkkkkk
2011-09-30