O maldito Santo Graal?!



Capítulo 14



O maldito Santo Graal?!



Eu paro de celebrar, as minhas mãos presas na imagem permanente da área de dança, e olho fixamente para Draco.



- O Santo Graal? - Repito, percebendo que a minha voz se elevou em um silvo estridente. - O MALDITO SANTO GRAAL?



Draco baixa sua cabeça, assentindo.



- Eu disse que era uma má notícia.



- Como diabos você acha que vamos conseguir uma gota de sangue do Santo Graal? O Santo Graal pelo menos existe? Eu pensei que o Santo Graal fosse algo criado pela igreja... ou Steven Spielberg. - Eu bato minha cabeça contra a mesa. - Estou condenada. Condenada, condenada, condenada. Condenada a andar pela terra como uma criatura da noite para sempre. Condenada a beber sangue de doadoras excêntricas por toda a eternidade.



- Cale-se, Mione - Draco ordena, soando um pouco irritado com a minha exibição super dramática. - O Santo Graal existe. Eu vi com meus próprios olhos.



Olho para ele, mais uma vez esperançosa.



- Você viu?



- Certamente.



- Então você sabe onde ele está?



Draco faz uma pausa.



- Er, não exatamente.



Eu sabia! Sabia que ele ia dizer isso.



- CONDENADA! ESTOU CONDENADA! - Eu grito, começando a bater de novo na minha cabeça.



- Você poderia manter a sua voz baixa? - Draco sibila. - Você está perturbando os outros.



Levanto a cabeça e olho ao redor. Realmente é verdade, consegui que o 3 Vassouras inteiro me desse um olhar malvado.



- Você sabe, nem todos vêem a perspectiva de se tornar um vampiro como uma condenação. - Repreende um homem de capa negra, e um adolescente loiro-esbranquiçado que parece alarmantemente com o Spike da série Buffy. - Na verdade, alguns de nós realmente gostamos.



Ah, cara.



- Hum, desculpe? - Atrevo-me, decidindo parecer humilde, uma rota ignorante. Afinal, se no sábado à noite eu serei uma bebedora de sangue para toda a eternidade, eu não quero começar com o pé errado. - Eu não pretendia ofender. Tenho certeza que é uma maneira muito agradável de passar a eternidade e tudo mais. Somente é que, bem, não é realmente a minha xícara de chá, você entende.



- Tanto faz - responde o rapaz que parece o Spike, voltando-se para seus companheiros. - Deus, eu odeio vampiros inexperientes - ele acrescenta, sob sua respiração.



- Então, DE QUALQUER MANEIRA - Draco interrompe em voz alta, antes que eu possa dar o dedo para “Spike” - Eu ainda não tinha terminado o que estava dizendo antes que você explodisse em um luto prematuro.



- Oh. Desculpe. - Eu murmuro. - Vá em frente.



- Como eu estava dizendo, o Santo Graal não é um mito. É um objeto real de poder. O cálice foi usado por Cristo durante a Última Ceia, em seguida, recuperada por José de Arimatéia, que encheu o cálice com o sangue de Jesus quando ele morreu na cruz.



Encher um cálice de vinho com o sangue dos mortos. Legal; um cara normal esse José de Arimatéia, não?. Então, novamente, depois de beber um gole da taça de Chateau de Rachel et Charity, percebo que eu realmente não posso falar.



- O Santo Graal ficou escondido em Israel por muitos anos, até que os cavaleiros ingleses vieram durante as cruzadas. Eles a roubaram e trouxeram de volta para a Inglaterra.



Eu tamborilo os dedos na mesa, impaciente para que Drak chegue ao ponto. Honestamente, eu não acho que preciso conhecer toda a história do mundo aqui.



- Fascinante. Realmente - Eu digo, quando o vampiro faz uma pausa para respirar. - Agora você pode apenas me dizer como fazemos para recuperar essa coisa?



Ele me ignora, é claro, e continua com a lengalenga. Ele seria um grande professor de história. Ele é quase tão chato quanto a Sra. Dawson.



- De alguma maneira a relíquia antiga caiu nas mãos da Dama do Lago, Nimue, que viveu na ilha de Avalon. E é aí que se acredita que ela está até hoje em dia. Enterrado muito abaixo do solo em uma caverna secreta sob a colina de Tor”.



Agora estamos chegando a algum lugar.



- Então Avalon é realmente um lugar real? Será que ainda existe? Será que podemos ir até lá e recuperar o Graal? - Eu sei que estou fazendo as perguntas mais rápido do que Draco pode respondê-las, mas eu estou muito desesperada para evitar.



- Sim, não, talvez - responde Draco, com total naturalidade. - Nessa ordem.



- Hum...



- Sim, era um lugar real - esclarece. - Mais as sarcedotisas do passado já se foram há muito tempo. Agora nem sequer tecnicamente é mais uma ilha. Ao longo dos anos as águas se tornaram zonas pantanosas e os pântanos desde então secaram. O que costumava ser uma ilha agora está ligado ao continente da Inglaterra.



- Entendo.



- Nos dias de hoje, Avalon se encontrar num lugar chamado Glastonbury. Uma vila pequena e tranqüila no sudoeste da Inglaterra.



- Você acha que o Graal está lá em algum lugar?



- Talvez. - Draco acaricia seu queixo, pensativo. Eu adoro esse perigoso rastro da sua barba por fazer no seu rosto juvenil. Eu gostaria de saber se os vampiros têm de fazer a barba. - Eu ouvi rumores de uma ordem druida antiga que ainda mora na vila. Eles guardam seus segredos intimamente, mas talvez com a persuasão certa, eles possam partilhar a sua sabedoria.



- Então, isso é bom, não é? - pergunto esperançosamente.



- Eu não vou mentir para você, Mione. É definitivamente algo com poucas chances de êxito.



- Poucas chances de êxito, mas não impossível. - Estou determinada a ser uma Garota Otimista aqui.



 - Correto.



 - Então - eu digo, querendo fazer um resumo de tudo. - Tudo o que tenho que fazer é voar para a Inglaterra, ir para Glastonbury, encontrar os membros de uma antiga ordem druida escondidos, e persuadi-los para me levar até o Santo Graal, onde eu devo ser capaz de beber uma gota de sangue purificadora que irá parar a minha transformação em uma vampira.



- Tudo antes do sábado à meia-noite - acrescenta Draco, olhando para o relógio.


Eu suspiro. As coisas não parecem muito otimistas de repente. Eu poderia ter que mudar o meu nome para Garota Pessimista a partir de agora. Na verdade, poderia ser Garota-Drenada-Seca¹, neste caso.


Primeiramente, como diabos eu vou chegar na Inglaterra? Eu não posso exatamente sugerir uma viagem de improviso para a minha mãe. Ela terá todas as ridículas objeções – seu trabalho, minha escola, sem ninguém para cuidar do nosso gato, Bichento, etc, etc. Para não mencionar o fato que os velhos hippies têm essa crença ultrapassada que os aviões são monstruosidades beberronas de gás que causam estragos no ambiente e que não deveriam ser permitido voar, exceto em emergências, como o funeral da vovó, quando não tinha tempo para chegar no híbrido Toyota Prius.



Não, as minhas chances de ir para a velha e feliz Inglaterra antes de sábado à meia-noite são quase nulas.



- Acho que você pode começar a me chamar de Vampira Mione - digo, com um suspiro desolado. Tomo outro gole do vinho de sangue. Eu poderia muito bem começar a desenvolver um gosto por essas coisas.



- Espera aí - diz Draco. - Você não vai desistir tão facilmente, vai?



Eu olho para cima de meu copo.



- Eu não estou vivendo em um mundo de fantasia, Drak. Não estou sustentando falsas esperanças. Não há absolutamente nenhuma maneira possível que eu possa ir para Glastonbury antes de sábado à noite. Estou apenas sendo realista.



Draco pega sua própria taça e a balança criando redemoinhos do líquido, olhando-o por um momento. Então ele olha para mim.



- Vou te levar - diz ele, após uma longa pausa.



Eu olho para ele, tentando ignorar o azul-acinzentado de seus olhos.



- O quê? - pergunto, embora eu tenha ouvido perfeitamente. É por que simplesmente eu não posso acreditar no que ele disse.



- Para a Inglaterra. Para Glastonbury. Para Avalon. Para encontrar o Graal.



- Você vai... você vai me levar? - Repito, sabendo que eu não estou falando como a pessoa mais inteligente do mundo. Mas ainda...



Draco dá de ombros.



- Claro. A convenção tem alguns jatos particulares. Eu posso pedir um amanhã de noite e podemos guiar. - Ele coloca seu copo sobre a mesa. - Eu honestamente não sei se podemos encontrar o Graal enquanto estamos lá, mas nós podemos pelo menos tentar, certo?



Eu aceno lentamente, encantada com a sua proposta. Quer dizer, com certeza ele tem coisas melhores para fazer do que passar a semana em uma tentativa absurda e em vão de perseguir o Santo Graal. E, no entanto, ele está perfeitamente disposto a anular seus planos para me ajudar.


- Isso é tão... agradável da sua parte - digo.


Ele chega mais perto e pega a minha mão na sua. Gah! Seu toque envia arrepios pelo meu braço, pelo meu corpo, e descendo pelos meus pés, como uma espécie de louca corrente elétrica. Resisto à urgência de me contrair.



- Mione - ele diz, traçando a palma da minha mão com um dedo.



Ok, ele precisa parar de fazer isso. Agora. - Eu espero que você saiba que eu me sinto terrível por todas essas coisas sangrentas que eu te fiz passar. Se houver alguma maneira de fazer algo por você, reverter o curso do que já está acontecendo, eu quero fazer isso.



Sinto meu interior se derretendo, como um picolé de limão no sol.



- O-obrigado - eu murmuro. - Eu realmente... aprecio isso. - Eu soei totalmente fraca, mas o que mais posso dizer?



Ele captura meus olhos do outro lado da mesa. Eu quero afastar meu olhar, mas por algum motivo, encontro-me totalmente hipnotizada. Ele realmente tem olhos incríveis. Eu me pergunto se ele nasceu com eles ou se é algo que se consegue como um beneficio por se tornar um vampiro. Supus que seria um prêmio de consolação muito bom. Perder sua alma e ganhar cativantes e irresistíveis olhos. Sim, isso seria legal, na verdade. Talvez você também perca peso e pareça como uma modelo. Sangue tem pouco carboidrato, certo? Rico em proteínas, rico em ferro...



Nós ainda estamos olhando um para o outro. Isso esta ficando um pouco estranho. Eu deveria dizer algo. Desviar o olhar. Deveria deixar de pensar o que aconteceria se ele se aproximasse mais da mesa, segurasse meu queixo em suas mãos, e me beijasse até que eu ficasse sem sentido.



Por que a coisa assustadora é que eu acho que eu poderia deixá-lo. Na verdade, eu acho que poderia beijá-lo de volta.



E isso seria muito, muito, muito errado.



- Draco! - grita uma voz soando torturada. - Aí está você.



Draco se vira na direção da voz, eliminando qualquer possibilidade de beijo. Ufa. Que alívio. Afinal, eu não quero começar qualquer tipo de relacionamento – físico ou de outra forma – com uma criatura da noite, especialmente, não com Drak. Embora eu admita, que ele é muito mais agradável e nobre do que eu achava na primeira vez que lhe vi. E ele tem boa aparência...



Balanço a cabeça para me livrar dos pensamentos malucos e centrar a minha atenção no cara que está se aproximando da mesa.



- Harry - Draco cumprimenta o nosso visitante, silencioso. Ele também está desapontado por que o nosso potencial beijo foi rudemente interrompido? Nah, estou imaginando coisas. - Como você está essa noite?



- Como eu estou? - Harry pergunta com muita incredulidade. Ele é alto e de boa aparência como um Jude Law, um cara britânico de certa forma. Parece ter dezoito anos, mas provavelmente deve ter uns oitocentos. - Como eu estou? - ele repete. Puxa uma cadeira e se senta. - O poderoso líder da nossa convenção foi tragicamente morto e você pergunta como eu estou?



- Estamos todos completamente devastados pela perda do mestre- Draco concorda, cautelosamente.



- Você está? Todos vocês estão? - Harry exige, examinando a sala com os olhos verdes fosforescentes misteriosos. Veja, eu realmente estou pensando na mesma coisa do olho que vêm com a transformação em vampiro. Quem tem olhos tão legais na vida real? (Bem, além daquela garota loira da terceira temporada do America's Next Top Model – não que eu já tenha assistido esse programa estúpido. Sério.)


- Para um povo de luto, vocês parecem estar tendo um bom momento sangrento.


Ele tem um ponto. Ninguém aqui no 3 Vassouras parece particularmente triste sobre o fato de que seu líder destemido foi efetivamente transformado em pó menos de vinte e quatros horas atrás. Claro, eles estão todos vestidos de preto, mas eu sinto que é mais uma moda de todos os dias, do que qualquer coisa a ver com pagar seus respeitos para Ted.



- Estamos todos aflitos em nossa própria maneira, tenho certeza. - Draco responde, eventualmente. - Alguns de forma mais aberta do que outros.



- Bah! Eu não os deixaria mostrar esse desrespeito para mim - Harry zomba. - Mas, eu suponho que você tenha seu próprio estilo de governar. Falando nisso, quando você planeja assumir o comando oficialmente da convenção?



O que é...? Viro a minha cabeça para olhar para Draco. O que esse cara está falando? Assumir o comando da convenção? Draco?



Draco dá de ombros.



- Eu tenho alguns negócios importantes para atender no exterior - ele explica. - Quando eu voltar para os Estados Unidos, assumirei o meu reinado.



Minha nossa! Ele está dizendo o que eu acho que ele está dizendo? Draco está assumindo o trono de Ted como rei dos vampiros? Eu não tinha idéia de que o cara estava tão alto na cadeia alimentar. Pensei que ele fosse apenas um vampiro comum, mas não! Ele é da realeza. Quão legal é isso?



Hum, pergunto-me. Será que isso significa que se eu terminar de me transformar em uma vampira para sempre eu chegarei a ser rainha dos vampiros? Por que isso seria muito legal. Especialmente se houver uma tiara envolvida. Eu sempre tive uma coisa por tiaras...



- Não fique fora por muito tempo - Harry aconselhou, severamente. Seus brilhantes olhos esmeraldas realmente são um pouco desconcertantes. - Há outros que querem tirar vantagem da sua ausência para legitimar seus próprios direitos ao trono.



- Estou ciente de suas ambições - diz Draco, suavemente. - E eu prometo a você, que irei levá-las muito à sério.



- Muito bem, então - diz Harry, evidentemente satisfeito com a resposta de Drak. - Quando você for, nós iremos publicamente apresentar o nosso apoio à você. Isto não irá pará-los, mas talvez atrase o seu ímpeto.



- Agradeço-lhe por isso, irmão. - Draco se levanta para puxar o outro vampiro em um abraço. – Midhug², ele sussurra algo em seu ouvido que pela minha vida eu não consigo entender. Não que eu estivesse tentando espionar eles ou qualquer coisa. Eu estava apenas curiosa. E, ei, se eu vou ficar presa como uma rainha, eu acho que tenho direito de saber todas essas coisas.


- Você vai ser um bom líder da convenção - diz Harry, antes de sair do abraço. Ele se levanta da cadeira e despede-se de Draco. - Eu tenho muito a fazer, então eu me despeço. Boa sorte com a sua aventura no estrangeiro e espero poder conversar com você sobre vários assuntos quando voltar.



- Esperarei com impaciência - Draco diz, diplomaticamente, espelhando a despedida do vampiro e inclinando a cabeça.



Uma vez que Harry foi embora, viro-me para Draco, pronta para começar as 411 perguntas sobre a coisa toda de rei.



- Então que negócio é esse? - pergunto ansiosamente. - Você é como o rei dos vampiros agora? Como é que você não me disse nada? Quer dizer, você poderia ter contado durante a nossa conversa.


Draco dá de ombros.


- Eu pensei que a política de vampiros não interessasse para você.



- Política de vampiros, não. Meu companheiro de sangue ser rei da convenção, um inferno que sim.



Draco levanta uma sobrancelha.



- Seu companheiro de sangue?”



Eu posso sentir meu rosto esquentando com um forte rubor. Por que acabo de chamá-lo dessa maneira? Eu não queria. Apenas escapou.



- Hum, sim. Bem, companheiro de sangue temporário, de qualquer forma, certo? Até que encontremos o Graal e tudo.



- Ah. - Draco concorda. Se eu não o conhecesse melhor, eu diria que ele estava parecendo desapontado. O que é totalmente estranho, já que eu sei que ele não me quer como sua companheira de sangue mais do que eu quero ele como o meu. - É claro.



- Então que negócio é esse? - eu pergunto, voltando ao assunto em questão. - Você é o rei ou o quê?



- Tecnicamente, sim. Eu sou o próximo na linha de sucessão de líder da nossa convenção - diz Draco. - Fui o primeiro novato de Ted e, portanto, sua linhagem mais direta de sangue. Pela lei dos vampiros, isso me faz líder.



- Uau. Quão legal é isso? - Eu grito. - Rei dos Vampiros. Isso tem que ser uma grande coisa. Você deve estar muito empolgado.



Draco balança a cabeça.



- Não especialmente, não - diz ele. - A posição carrega um monte de responsabilidades e muito perigo. Há aqueles, tanto no mundo exterior e mesmo na nossa própria convenção, que procuram destruir o líder para incrementar a sua própria agenda política.



- Sim, ouvi Harry dizer isso. Então, teremos caras de fora atrás de você? Como caras vampiros, e não apenas Caçadores? - Hmm, talvez ser rei dos vampiros, não seja uma grande coisa, afinal.



- Sim, haverá ‘caras de fora atrás de mim’ como você tão eloqüentemente colocou - diz Draco, com um sorriso triste. - Mas eu não estou preocupado. Com os homens de Harry ao meu lado estarei bem protegido.



- Eles são como guarda-costas?



- Soldados. Harry é líder do nosso exército real.



- Ah, eu vejo. - Uau. Essa coisa de vampiros é super-organizada. É assim todas as sociedades clandestinas, com reis, soldados e caras maus que não são nada bons...



Draco levanta de sua cadeira. - Já perdemos muito tempo. Devo fazer os preparativos para a nossa viagem para a Inglaterra amanhã.



- Certo - eu concordo, levantando e agarrando a minha bolsa no chão. Olho para o meu relógio. - Eu preciso ir de qualquer maneira ou vou perder o toque de recolher. Não posso exatamente pegar um jato para a Inglaterra, se estiver de castigo.



Saímos do 3 Vassouras para a noite. Eu me lembro a última vez que andamos pelo estacionamento, apenas algumas noites atrás. Na época, a única coisa que eu pensava era em ficar ali com um cara sexy. Há! Se eu somente soubesse o que estava para acontecer, eu teria acabado aos gritos na noite.



Pelo menos eu acho que eu teria.



- Então se você realmente tem que assumir o trono e tudo, e tratar com os caras maus, vampiros sedentos de poder que adorariam usurpar o seu poder e se tornar rei, você honestamente tem tempo para ir até a Inglaterra para me ajudar a encontrar o Santo Graal? - Eu pergunto, voltando-me para olhar para Draco. Sua já pálida pele parece brilhante sob o luar. Eu não sei como um vampiro pode ser tão delicioso. Isso é tão injusto.



- Não me interprete mal - acrescento. - Estou empolgada por ter a sua ajuda, já que não há nenhuma maneira em que eu possa fazer isso sozinha. Eu estou apenas tentando ser uma Garota Altruísta e tudo mais. Parece que você já tem um monte de coisa sobre o seu prato.



Draco sorri – aquele gentil e reconfortante sorriso que ele usa apenas ocasionalmente, mas cada vez que usa me derrete mais um pouco. Eu não posso acreditar que eu pensava que ele era um idiota quando o conheci.



- Você é minha companheira de sangue - diz ele simplesmente, encontrando a minha mão e apertando com a sua. - Eu morreria por você.



Gah. Um pequeno aviso antes de me tocar seria agradável. Principalmente para que eu possa resistir ao desejo incontrolável de me transformar em uma pilha de gelatina, muitíssimo obrigada.



- Você... morreria... por mim? - Eu tento não sufocar. Eu tenho que aliviar um pouco o humor aqui. - Tecnicamente você já não está morto?



Ele ri baixinho, puxa a minha mão, e eu acabo de frente para ele. Nós estamos muito perto agora. Acabamos de ultrapassar a regra dos três metros. Eu posso sentir sua respiração no meu rosto. Suas mãos se movendo para a minha cintura. Eu falo com uma respiração rouca, tentando manter alguma aparência de controle.



- Urn - eu digo, repentinamente não mais articulada. Meu coração está batendo fora de controle e eu sinto que vou desmaiar. Como pode uma cara ter tanto sex appeal?



Então eu me lembro. O Perfume Vampiro. Eu não estou realmente atraída por ele, em absoluto. É apenas aqueles feromônios dele que faz com que a minha essência flua. Há!



Saio de perto dele.



- Existe uma maneira que você possa desligar essa coisa de Perfume Vampiro? - Eu pergunto. - Por que essa coisa está me lançando fora do meu jogo aqui.



Ele ri e me puxa para mais perto, nossos corpos estão agora um contra o outro, minhas curvas moldam-se ao seu rígido e plano estômago musculoso. Ele parece tão bem que eu mal consigo ficar em pé.



- Como minha companheira de sangue você é imune ao meu Perfume Vampiro - ele sussurra em meu ouvido, fazendo cócegas em meu lóbulo com seu fôlego. - Qualquer atração que você sinta é toda sua.



Vê? Eu realmente estou condenada.



- Eh, por favor. Você está entendo mal. Eu não, er, sinto atração por você - consigo dizer, relutantemente puxando-me de seu abraço. - Quero dizer... um...



Ele liberta-me com um sorriso.



- Certo. Nenhuma atração. Bom saber. - Não parece que ele acredita em mim nem por um segundo. O que é compreensível, já que eu não acredito em mim mesma.


- Eu, hum, tenho que ir - digo, afastando-me alguns passos. Na verdade, eu preciso abandonar esse lugar tão rápido quanto for possível – antes que eu me atire sobre ele e sucumba as paixões da noite. (Wow, soei como um romance ou o quê?) - Não quero chatear a minha mãe e ser castigada por perder o toque de recolher na terceira noite seguida.


Draco concorda.


- Claro. Eu entendo. - Olho para ver se ele parece decepcionado, mas ele está mantendo uma completa cara de pôquer. - É provavelmente o melhor. Tenho muito que fazer.



- Ótimo. Okay. - Então por que eu sinto esse profundo sentimento de decepção de repente? O que eu queria que ele fizesse, me agarrar, arrastar-me de volta para a sua casa e ter seu mau caminho comigo, contra minha vontade? Ele é um cavalheiro. Um cavaleiro da armadura brilhante aposentado, treinado no código da cavalaria. Não um troglodita bárbaro sem respeito pelas mulheres.



- Então, quando é que vamos para a Inglaterra? - pergunto, voltando a caminhar em direção ao meu carro estacionado. Draco me segue, alguns passos atrás de mim.



- O mais cedo possível - ele diz. - Eu vou tomar providências quanto ao jato particular essa noite. Estaremos amanhã no Aeroporto de Manchester às quatro horas da tarde, e partiremos de lá.



- Ok - digo, procurando na minha bolsa pelas minhas chaves. Para desbloquear e abrir a porta da frente. - Então, até amanhã, eu acho.



- Até amanhã - Draco repete.



Nós dois ficamos lá por um momento, como se cada um de nós estivéssemos indispostos a ser o primeiro a ir embora. Por que isso tem que ser tão estranho?



Finalmente Draco se vira para sair.



- Drak? - eu chamo por trás dele.



Ele para e volta a olhar para mim.



- Sim? - pergunta ele em uma voz baixa e rouca que me deixa totalmente ligada mais uma vez.



- Obrigada.



Ele acena lentamente e começa a andar novamente. Eu o ouvi murmurar algo sob a sua respiração. Algo que não consigo reconhecer muito bem. Mas algo que soa muito parecido com “Qualquer coisa por você, meu amor”.



Mas estou certa que estou somente ouvindo coisas, certo?


***


¹ Do original: Glass-Drained-Dry. Eu acho que a autora fez uma brincadeira aqui, criando uma expressão. Como não achei nenhum significado, fiz uma tradução literal.


² Desculpe, meninas, mas não achei uma tradução para essa palavra. E no e-book em espanhol está a mesma coisa. Se alguém souber a tradução por favor avise.



Capitulos 13 e 14.


20 de Setembro de 2011.

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Comentários (1)

  • Sarah-Malfoy

    AAAAAh! EU AMEEI! Os caps estão perfeitos! E o Dracoo?! Nãoo existe ser mais perfeeito que ele nesse mundoo! As vezes dá vontadade de bater na Mioone! Pow! Ela pode ter a eternidadee inteeeira com esse Deus Grego e quer voltar a ser a ser humanaa? Aaah se fosse comigoo! ~*suspira*~ Paraabéens e posta logo os outros caps viu, estou esperandoo! Boa noiite! =D Beeijos♥

    2011-09-21
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