Capítulo 22



Após a longa canção do Chapéu Seletor e de mandar cada aluno para suas respectivas Casas, Salazar parecia mais irritado do que nunca.


Logo que todos terminaram seu jantar, dirigiu-se para a porta lateral perto da mesa dos professores. Godric olhou para as duas mulheres e foi atrás, seguido por elas.


- O que aconte...?


- O que aconteceu? Arnold White!


- O que? Você conhece esse aluno? – falou confuso, sem saber onde o outro queria chegar.


- Ele, como grande parte dessa escola parece agora ser, é um sangue-ruim!


- Um o que? – Godric riu.


- Um sangue-ruim! Um trouxa! Um maldito trouxa!


- Ah começou. – revirou os olhos e encostou-se na parede esperando o discurso continuar.


- É Godric, começou! Sem falar dos mestiços e traidores de sangue que ficam se relacionando com trouxas. Isso é insuportável. Inadmissível! Não quero mais esses seres aqui no colégio! – falou conclusivo.


- O que? – Godric riu nervosamente e escondendo a raiva que não demorou a aparecer. – Você não pode simplesmente expulsá-los! Qualquer um é bem vindo em Hogwarts. Ensinamos a todos desde que consiga usar uma varinha.


- Então eu me recuso a dar aulas para qualquer sangue-ruim. – Nesse momento Rowena e Helga, que tinham resolvido esperar lá fora, entraram.


- O que está acontecendo? O grito de vocês dá para se ouvir do Salão! – Rowena censurou-os.


- E o que são sangue-ruins? – Helga olhou para Salazar.


- É, "Sal". O que são sangues-ruins? Vamos! Fale sua teoria para ela. – Godric parecia prestes a explodir.


- Não é nada. – desviou o olhar.


- Ah! Então não tem coragem de mostrar quem é na frente da amada? – virou-se para Helga e aos berros, continuou. – Ele quer ou que expulsemos todos os nascidos trouxa do colégio ou então se recusa a ensiná-los.


- O que? – Helga arregalou os olhos e se aproximou dele. – Qual o seu problema?


- Não os quero aqui! Simples.


- Acontece que esse colégio não é só seu, meu amigo. – Godric apertou bem os olhos.


- Mas fui eu que consegui o dinheiro para construí-lo, não?


- Há! Eu sabia! EU SABIA que você ainda ia voltar a jogar isso na nossa cara. Não precisávamos do seu dinheiro trapaceiro. Poderíamos ter conseguido de outra forma.


- Ah claro. – gargalhou debochadamente. – Como?


- Não importa. Só sei que não quero mais olhar para você agora. – saiu pela porta batendo-a tão forte que foi um grande milagre ela não ter caído.


- Por que você os odeia tanto? – Rowena perguntou possessa.


- Eles são mesmo um lixo! Não vão aprender nada mesmo que eu tente ensiná-los! – explodiu, porém logo em seguida arrependeu-se.


- Ah! – os olhos de Helga encheram-se de água. – Então nascidos trouxas são lixo? Bom saber, seu egocêntrico imbecil!


- Não...eu não me referi a você... – falou desesperado tentando segurar a mão dela. Helga a puxou de perto dele.


- Por que sempre se acha superior a todos? Acontece que você é pior do que um trouxa. Mil vezes pior! – saiu por uma outra porta, que dava para o corredor.


Rowena nada disse. Balançou a cabeça negativamente e também saiu pelo mesmo lugar que Godric.


Depois de hesitar por apenas dois segundos, correu atrás de Helga.


Conseguiu alcançá-la na subida da escada. Todos os alunos já haviam se recolhido para seus dormitórios e o castelo estava silencioso.


- Espera...por favor! – segurou o braço dela. Novamente ela o repeliu olhando tão profundamente em seus olhos que Salazar percebeu o quanto a tinha magoado. – Desculpe-me.


- Você se desculpa por minha causa ou se arrepende do que falou de todos os outros? – sua voz era baixa. Parecia fazer um grande esforço para falar.


Ele ficou em silêncio olhando para os próprios pés.


- Eu sabia. – seu queixo tremeu e virou-se novamente para sair.


- Eu falei a verdade quando disse que te amava.


- Como é possível ter algum espaço para o amor em você?


Novamente ninguém falou por um tempo. Quando, pela terceira vez, Helga tentou ir embora, ele a puxou para ficarem de frente, a empurrou contra a parede e a beijou.


Helga debateu-se e depois com esforço conseguiu soltar-se, deu um tapa em seu rosto ofegando.


- Nunca mais se aproxime de mim. – saiu correndo, deixando Salazar olhando-a se afastar.


- Ótimo. – disse irritado. – Se todos já me odeiam e ninguém quer se desfazer desses trouxas, eu mesmo vou tomar providências.


 




Rowena, após sair do cômodo onde havia tido a discussão com Salazar, seguiu para sua sala. Assim que abriu a porta, sentiu que algo estava fora do lugar.


 


Era uma pessoa muito perfeccionista, e alguns centímetros de diferença de algum objeto, era notado por sua dona.


Seu coração disparou quando percebeu o que não estava presente. Seu diadema. De novo.


Suspirou irritada e foi em direção às portas de entrada do colégio.


Andava tão furiosa que o vento embolava seus cabelos e a terra deslocava-se abaixo de seus sapatos.


Sua casa em Hogsmeade era graciosa e acolhedora, apesar dos fundadores quase nunca permanecerem nos seus lares. A maior parte de sua vida era atrás das paredes do imponente castelo.


Abriu a porta de forma brusca e ignorou um homem muito bonito, loiro de olhos azuis metálicos, vindo em sua direção com os braços abertos.


- Rowena, querida! Resolveu aparecer na sua casa? – sorriu carinhosamente.


- Onde está Helena?


- Eu...eu acho que está lá em cima. O que aconteceu? – a mulher o ignorou novamente e subiu as escadas correndo. Abriu a porta e olhou para sua filha, uma linda jovem de cabelos longos escuros.


- Onde está minha tiara? – a garota escondeu algo atrás das costas e seu olhar a entregou. – Dê-me isso! – arrancou bruscamente das mãos de Helena, a tiara que costumava usar em seus cabelos. – Já é a segunda vez!


- Por que não posso usar? Tem medo de ficar menos inteligente se eu roubar seu bem precioso?


- Deixe de ser idiota. – respondeu ríspida. – Essa tiara é um enfeite, um presente do meu povo que recebi assim que nasci. Ele não dá inteligência como vocês cismam em acreditar.


- Então qual o problema de eu ficar com ela? – a garota parecia arrogante ao falar.


- Nenhum, se não a tentasse roubar o tempo todo. Eu pretendia dá-la a você quando eu morresse. Mas agora ficará para os futuros estudantes da minha Casa. Você jamais a terá. – o olhar das duas exibia rivalidade.


- Eu não acredito em você. – a garota disse quando a mãe se dirigiu de volta à saída do quarto. – Eu acho que isso tem, sim, poderes e eu a terei um dia. Você querendo ou não.


- Você pode ser inteligente, minha filha, e uma ótima bruxa. Mas lembre-se que EU ensinei tudo que sabe. E há muitas coisas que ainda desconheces.


- Adoro desafios. – seu olhar fulminante acompanhou a capa da mãe sumir pela porta.




Oi gente. Só vim dar um  feliz ano de 2012! Vou falar o mesmo que disse no outro site:


É isso. Para todos um maravilhoso Ano Novo. Que 2012 seja repleto de alegrias e felicidades. Muitas fics e releituras de Harry Potter, já que 2011 encerrou nossa saga cinematográfica do mundo mágico de Hogwarts. Agora 2012 será de saudades e lembranças de quando víamos os trailers e chorávamos de emoção, quando mesmo tendo 20 anos na cara, eu ia fantasiada no meio do shopping para a estreia do filme e gritava que nem louca quando aparecia a imagem da WarnerBros e tocava a música "Hedwig's Theme".
Foram boas lágrimas derramadas quando morreram Sirius, Dumbledore, Dobby, Remus, Tonks, Fred e Edwiges.
Bem, serão boas memórias e sempre teremos os DVDs, os livros e o potterish para matar a saudade.
Beijos!

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Comentários (1)

  • Neuzimar de Faria

    Que bom você estar de volta, com a saúde em dia! Capítulos 21 e 22 incríveis, como sempre ! Quanto à saudade da saga, alivia, mas não passa (eu não me envergonho de dizer que sou bem mais velha que você e muita gente se surpreende ao saber do quanto eu gosto de "Harry Potter" e das incontáveis vezes que reli cada livro, com emoção sempre renovada). Por isso, é muito gratificante encontrar histórias tão bem escritas quanto a sua (que aliviam a saudade). E quanto ao seu novo projeto, desejo sucesso e quero acompanhá-lo.  Tom Riddle, com certeza, rende boas boas histórias. Um muito feliz Ano Novo. bjs. 

    2012-01-01
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