Capítulo 18



Dois anos se passaram até que Hogwarts enfim pudesse ser inaugurada. O novo governo liderado por bruxos e bruxas já havia sido instalado em oito países incluindo a Britânia, que agora chamava-se Inglaterra, e Hogsmeade já estava sendo habitada pelos aldeões muito antes de Hogwarts ficar pronta.


O momento de pagar os duendes chegara e Salazar conversava com Godric, Rowena e Helga.


- Vocês acham mesmo necessário isso? – perguntou.


- Isso o que? Pagá-los? – Rowena perguntou enquanto olhava no papel quanto havia dado ao todo.


- É! – o chefe de obras e um seleto grupo de duendes, que Salazar havia contrato para construir a câmara, misteriosamente desapareceram. Através de um feitiço chamado Império em um outro daqueles seres, conseguiu espalhar a estranha notícia de que eles fugiram de volta para sua moradia com medo de serem traídos e mortos por aquela grande aglomeração de bruxos. De início, Godric desconfiou que tivessem roubado algo deles e por isso sumiram, mas depois de notar que tudo estava em seu devido lugar, a história morreu. – Quero dizer, eles sempre trabalham de graça, por que temos que pagar?


- Você não pode estar falando sério! – Helga olhou-o abismada.


- Mas é óbvio que estou. Para quem já trabalhou a vida toda como escravo, não seria tão ruim. É só falarmos que mudamos de ideia e pronto. Já está tudo feito mesmo. – apontou para a imensa construção.


- Você não pode estar falando sério, Salazar! – Helga parecia prestes a explodir. – Primeiramente essa coisa ridícula de escravidão já passou dos limites! Não podemos ser coniventes com um ato tão desumano!


- Eles não são humanos. – deu de ombros. – E se fossem menos idiotas já teriam se livrado dessa situação.


- Você é tão...frio e patético! – Helga o empurrou dando uma tapa em seu tórax. – Se vocês aceitarem isso, vou-me embora daqui. – apontou para os outros dois.


- Deixa de ser dramática. – revirou os olhos.


- Um caráter de um homem é medido de acordo com a forma que ele trata os inferiores e não seus iguais. – cerrou os olhos, desafiadora.


- Olha, poderíamos usar o dinheiro para pagar os professores, zeladores... – falou cansado.


- Podemos nós mesmos ensinar até conseguirmos juntar o dinheiro necessário para isso. E ainda temos bastante. Afinal, a ideia inicial não era passar nossos conhecimentos?


- Ahhhh! – Salazar berrou passando por eles e esbarrando fortemente em Godric.


- Onde vai? – Rowena gritou para o homem.


- Façam como quiserem! Não quero saber!


Salazar andou depressa até seu cavalo e montou com grande velocidade. Passou galopando pelos três e Helga correu atrás dele chamando-o pelo nome. O homem deu uma parada e a olhou ainda irritado.


- Sim?


- Onde está indo? – parecia desesperada. – Você não...não vai embora, vai? – Isso fez com que ele se acalmasse e sorrisse.


- Não se preocupe. Voltarei logo.


Involuntariamente a bruxa suspirou aliviada e Salazar voltou a correr.




Helga esperava a volta de Salazar admirando a bela construção. Rowena aproximou-se e comentou, feliz.


- Estamos ficando famosos, sabia disso? E olha que a Escola nem inaugurou.


- É eu sei. – bufou irritada. – Antes: "quem são esses?", agora é: "ahhh! Eu sou parente de Hufflepuff". – revirou os olhos.


- Como assim? – Rowena achou graça. – Tem pessoas inventando que são seus aparentados?


- Não. São de verdade. Familiares germanos que ouviram falar que estou fundando uma grande Escola na Grã Bretanha e agora fazem questão de dizer que são do meu sangue.


- Ah sim. Até consigo imaginar no futuro, falando: ah! Sabia que sou uma descendente distante da Helga? Sim, senhor!


A garota concordou e continuou mirando a vista a sua frente.


- Sabia que até colocaram um nome interessante na cidade em que o Godric nasceu? – a mulher de cabelos negros divertia-se.


- Qual?


- Godric's Hollow!


- Céus! Eu não me importo que eu me torne famosa ou não. Só quero dar a oportunidade a todos os bruxos, para que tenham uma educação correta.


Rowena aquiesceu pensativa.


- Esse é mesmo um projeto interessante.




Pensava que desculpa poderia dar quando voltasse. Talvez não precisasse dizer nada. Não era obrigado a partilhar seus assuntos pessoais só porque estavam agora os quatro juntos em uma empreitada.


Porém, pareceria suspeito. Pensaria depois.


Assim que chegou em uma parte afastada, que nem mesmo podia ver a ponta da torre mais alta de Hogwarts, Salazar prendeu seu cavalo em uma árvore e apanhou sua varinha.


Não iria novamente viajar por dois dias. Talvez não fosse por tanto tempo se corresse, mas ainda assim Godric tinha razão: aquelas vassouras foram ótimos investimentos. Conjurou para que ela aparecesse e montou.


Voou o mais rápido que conseguia por cima da floresta. Observava o topo das árvores e por sorte viu algo que lhe chamou atenção.


Um imenso grupo de aves levantou voo e quase o derrubou. As árvores tiveram movimento como se alguém muito forte tivesse batido nelas. Mas nenhum humano ou animal seria capaz de fazer tal coisa. Apenas se fosse um gigante ou um animal bem grande. Porém, Salazar tinha quase certeza de que não eram gigantes.


Embicou a extremidade frontal da vassoura para baixo e desceu em direção onde havia acontecido o último "terremoto".


- Maldito veado. – Salazar ouviu. A gigante cobra estava de costas para ele. De repente ergueu a cabeça e ouviu-se um aspirar de ar pelas narinas seguido do barulho de sua língua para fora, ajudando na respiração. – Então você voltou. – virou a cabeça em direção ao homem. Havia um corte no alto dela e Salazar compreendeu que a cobra devia estar perseguindo o veado xingado, que conseguiu escapar de seu olhar mortal, e bateu com a cabeça na árvore.


- Eu cumpro minhas promessas.


- Não achei que fosse voltar. E eu não esqueço aqueles que me traem. Jamais.


- Não se preocupe. Aqui estou e tenho um lugar para você ficar. Terá comida a vontade. – sorriu.


- Onde está seu amiguinho?


- Não importa. Venha. – apontou sua varinha para a cobra, ainda olhando para baixo.


- O que pensa que está fazendo? – Salazar ouviu um silvo. O basilisco colocara a língua para fora em sinal de ameaça.


- Não quer que eu leve uma cobra maior que dois navios em fileira, até o local, em uma vassoura, não é? – como ela não havia reclamado mais, aceitou o silêncio como consentimento. – Reducio! – falou em linguagem comum.


O feitiço Reducto pode ser usado para diminuir um objeto ou ser vivo até pulverizá-lo. No entanto, se controlado corretamente, pode deixar qualquer coisa do tamanho que desejar.


Salazar apanhou, o antes praticamente indestrutível, basilisco - que agora estava do tamanho de uma minhoca - e pôs em seu bolso.


- Não saia daí até que eu a tire.


***


Hey! Dois comentários talvez desnecessários, talvez não: a fala da Helga "Um caráter de um homem é medido de acordo com a forma que ele trata os inferiores e não seus iguais." foi tirada do livro Harry Potter e é uma fala do Sirius.


E a outra fala: "ah! Sabia que sou uma descendente distante da Helga? Sim, senhor!" foi aquela mulher que tinha a taça da Helga Hufflepuff e que Tom Riddle matou para poder ficar com a taça. Eu coloquei esse negócio de descendentes vindo de familiares germânicos da Helga por um motivo que talvez vocês notem no fim. Não sei se vou lembrar de comentar, mas caso eu lembre, saberão ^^ talvez notem sozinhos.


Review de Neuzimar de Faria:


Obrigada! Fico feliz que eu escreva bem rs. Espero que essa qualidade tenha uma outra utilidade um dia além de escrever fics ^^ Amo escrever fics de Harry Potter, mas tenho outros projetos em mente. O problema é sair da mente e ir pro papel rs.
Vou me esforçar para não decepcionar mesmo.


Beijos.

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Comentários (1)

  • Neuzimar de Faria

    De novo, um excelente capítulo. Vou enviar comentários a cada capítulo, para você não desanimar!

    2011-12-05
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