Capítulo 16
A viagem de volta foi bem mais animadora. Godric gostaria de utilizar a vassoura, mas não teria como carregar as coisas que haviam deixado na cidade portuária, muito menos dois cavalos.
Depois de cinco dias, finalmente chegaram. Havia sido mais rápido pelo fato de não se desviarem, em nenhum momento, do caminho.
Quando alcançaram a floresta onde os aldeões estavam reunidos, foi uma grande festa.
Helga abraçou animadamente Godric e olhou feio para Salazar, mesmo Rowena depois ter dito que a menina morrera de saudades dele.
Esta última também saudou-os animadamente.
- Vocês devem estar cansados. Venham se sentar e comer alguma coisa. Conte-nos! Como foi?
Godric mostrou os quatro enormes sacos de ouro, contou sobre o basilisco, apresentou a vassoura voadora para os bruxos e avisou que não conseguira falar com o dono de Beauxbaton. Nem ao menos vira a escola de relance. Mas que descobriram uma ótima mão-de-obra.
- Duendes! Por que não pensamos antes? – Rowena disse irritada consigo mesma por não ter tido aquela ideia.
Godric deu de ombros e comeu um grande pedaço de pernil do seu prato.
- E então...?- disse Rowena animada.
– E então, o que?
- Pensaram nas Casas? – Godric engasgou e falou nervoso.
- Anh...sabe o que é? Nós...estávamos muito ocupados. À noite só pensávamos em dormir, então não tivemos tempo de...
- Fale por você. – Salazar engoliu também sua comida. – Eu pensei.
Godric ficou de boca aberta e logo em seguida o olhou como "seu traidor! Me deixou sozinho!"
- Viu? Isso é ser responsável, Gryffindor. – Rowena falou irritada e se virou para o outro, feliz. – Vamos! Diga-me sua idéia.
- Poderíamos usar nossos sobrenomes para cada Casa.
- Ei! Essa ideia foi minha!
- Claro que foi. – Salazar riu fazendo que não com a cabeça para Rowena e piscando.
- O meu brasão será verde e prata e o símbolo uma cobra.
- Hum...interessante! Legal representar por um animal. Suas ideias são boas. Bom trabalho, Salazar! – Rowena sorriu e depois olhou feio para Godric. – Que vergonha.
Godric bufou e continuou a comer. Depois que Rowena havia saído de perto, perguntou:
- Como teve essa ideia em tão pouco tempo? Duvido que tenha passado a viagem pensando nela.
- Bem...não pensei. Então resolvi usar o brasão da minha família mesmo. – mostrou um medalhão que ficava por dentro de suas vestes. Era dourado e na frente havia uma cobra desenhada. Por dentro havia o símbolo da família. – Viu?
- Perspicaz, meu caro amigo trapaceiro.
Helga estava conversando com um homem que tinha em volta de si diversos pergaminhos, penas e tinta.
O homem falava algo animado e indicava vários desenhos de casas. Alguns eram de cômodos, outros de perspectivas diferentes da casa e outros de um conjunto delas.
Salazar olhou de longe e uma pontada de ciúme o fez andar apressado até eles.
- ...e seria uma cidade só nossa! Poderíamos andar de varinhas em punho e não haveria nenhum...trouxa, para nos perturbar!
Helga ria e concordava.
- Claro, Senhor Hengist! É uma ótima idéia. Poderemos começar a construir ao mesmo tempo que Hogwarts. Já pensou em um nome?
- Tenho alguns, mas nada conclusivo...Hogsmeade, Hengistcity, ou até Hengistville. Esses últimos são os meus preferidos até agora. – riram.
- Helga?
A menina olhou para trás e seu semblante fechou-se. Virou-se novamente para frente ignorando Salazar.
- Posso conversar com você? - pediu novamente.
- Senhor Hengist, pode por favor me dizer se sou apenas eu, ou o senhor também está ouvindo um zumbido?
- Para de criancice! Quero lhe falar. – Salazar tentava impedir que fosse rude.
- Ah! Acho que é um fantasma. Pode dizer a esse fantasma que se não for embora, jogarei um feitiço nele que o pulverizará e o mandará para o inferno? – falou essa última palavra gritando e olhando diretamente para Salazar.
- Se sou um fantasma você não pode me pulverizar, sua tola.
- Diga a ele que não eu posso tentar se quiser. – o velho segurava o riso e olhava de um para o outro.
- Vem aqui! – Salazar revirou os olhos, a puxou pelo braço para longe.
- Para com isso! Você está me machucando seu grosso.
- Olha! – ele gritou e a garota calou-se, surpresa. – Desculpe-me, ta bem? Sinto muito se fui grosso...se estou sendo grosso. Mas sou assim.
- Pessoas podem mudar se quiserem. – dizia olhando para o céu, de braços cruzados.
- Se quiser eu mudo...por você.
Helga olhou para ele. O homem escondia um sorriso, porém parecia sincero.
- Eu gosto de você.
- Vou pensar no seu caso. – ela virou de costas para esconder o rubor que subia por seu rosto.
- Teimosa! – ele a envolveu por trás e começou a fazer cócegas na garota.
- Para...para... – ela ria e tentava se soltar. – Para. – soltou-se séria e se ajeitou. – Que liberdades são essas? Te perdoo. – e rapidamente saiu antes que ele a visse sorrindo.
- Pensei, Rowena! – Godric aproximou-se balançando, acima da cabeça, pergaminhos.
- Do que está falando? – a garota bebia de uma caneca e conversava animadamente com vários aldeões.
- Emblema e blábláblá.
- Ahhhh. Sente-se!
- Ok. Terá o nome Gryffindor, certo? As cores serão vermelho e dourado. As cores da cavalaria britânica. O símbolo será um leão. Forte e destemido! E as qualidades serão lealdade, coragem, ousadia e um dia os pertencentes da minha Casa serão grandes.
- Tirou isso das "Regras dos Cavaleiros"? – Salazar sentou-se ao seu lado.
- O que? – Godric ficou vermelho.
- Essas são as características de um cavaleiro nobre, meu caro. – ele sorria. – Esqueceu que também fiz parte deste tipo de coisa? Não é muito original, não?
- Ao menos já pensei em algo. E você não pode falar nada, ta? Brasão de família...
- Não importa gente, ao menos pensaram em algo. E as qualidades da sua Casa, Salazar?
- Como a serpente, terão que ter astúcia, ser ambiciosos sem medir esforços por seus objetivos e o principal: ancestralidade.
- O que isso quer dizer? Vão ter que se ricos e poderosos para pertencerem à sua Casa? – Rowena disse surpresa.
- Também, mas quis dizer família. Nada de trouxas.
- Mas não ensinaremos a trouxas e sim a bruxos. – falou irônica.
- Eu quis dizer nascidos trouxas.
Godric e Rowena trocaram um olhar preocupado.
- Você sabe que...Helga é nascida trouxa? – a garota falou cuidadosamente.
Salazar pareceu surpreso, mas voltou a ficar sério.
- Ela é diferente. Nem parece que tem parentesco com esses...animais.
Novamente silêncio. Godric o quebrou.
- Anh...e você Rowena? No que pensou?
- Ah sim! Azul e bronze. O animal: a águia! Demonstra altivez, iluminação. E a qualidade pode ser uma apenas: inteligência. Para mim é o mais importante.
Helga apareceu por trás deles.
- O que estão falando? – após explicarem sobre o que tinham decidido, Helga pareceu pensativa. Suspirou. – Pelo que percebo, se as crianças não forem inteligentes, destemidas e de famílias importantes não vão poder aprender em nossa escola, não? – olhou zangada para eles. – Era disso que estavam falando quando quiseram um lugar para ensinar a todos?
- Bem...nós...ela disse para ser qualidades que mais prezamos. Mas não quer dizer que aceitaremos apenas estes...
- Tudo bem. Não precisam se justificar. Esse é o modo de pensar de vocês. Minhas cores serão amarelo e preto como um texugo. Adorava brincar com eles quando era criança na Germânia. – sorriu. – Sem falar que representam unidade, persistência. Confesso que não fazia ideia de quais qualidades escolher, mas agora que ouvi vocês, decidi que aceitarei qualquer um que queira aprender, que seja honesto, justo e generoso.
Após mais algum tempo em silêncio, Rowena disse:
- Quando iremos em busca dos duendes?
- Eu irei. Amanhã mesmo se quiserem.
- Você, assim como Salazar, deve estar cansado. Fique aqui uns dois dias e vá. Quem sabe até lá, Merlin chegue e o ajude nisso? Ele é amigo de diversas criaturas mágicas. – Rowena falou.
- Tem razão. Tudo bem então. Boa noite.
Despediram-se um por um e foram deitar à luz das várias estrelas que podiam ver sob a copa das árvores.
Comentários (1)
Não desanime, sua FIC é ESPCIAL. Sempre quis que J.K.Rowling escrevesse a história de Hogwarts e agora você, corajosamente, entra nesse tema tão difícil. Não importa que o tempo de sua história não exista, como você mesma disse. Ela é brilhante, assim mesmo ! Parabéns pela FIC bem escrita ! Não desista !
2011-11-19