Prólogo



Hermione parou o carro em frente ao prédio e suspirou pesadamente apoiando os dois braços no volante. Olhou para o banco de trás pelo espelho retrovisor, Bonnie tinha dormido no caminho do ministério até ali, não pode deixar de sorrir.


Por mais que soubesse que precisava, não queria sair daquele carro, tinha evitado entrar naquele apartamento por vários anos. Quando precisava deixar sua filha com o ex-marido, a levava para a Toca ou pedia para seus pais a deixarem lá.


Ainda conseguia se lembrar, perfeitamente, da última vez em que estivera naquele local. E isso já faz quase cinco anos.


 


*Flash Back*


Hermione terminou de fechar a sua mala, só colocou algumas roupas, o resto pegaria depois. Ouviu o choro de bebê vindo da sala, Bonnie estava em sua cadeirinha de carro, em cima do sofá, e não parecia muito feliz com isso.


- Fica calma, minha filha! - pediu passando a mão pelos cabelos ralos da menina – Nós já estamos indo.


Agora foi a vez de ir para o quarto da filha. Também só pegou o essencial para alguns dias, além de um pacote de fraldas. Em seguida, pegou as duas malas e voltou para sala, a menina parecia ter se acalmado.


- Vamos embora Bonnie! - pegou a cadeirinha de bebê pela alça.


No momento em que caminhou em direção a porta, ouviu o barulho de chave. No momento em que Rony entrou no local e viu a morena, ficou totalmente chocado.


- Aonde você está indo Mione? - perguntou, depois de alguns segundos e silêncio – Para que essa mala?


- Não parece óbvio? - deu de ombros – Não tem mais como continuar aqui nesse casa.


- E para onde você pretende ir? - parecia bastante preocupado – Não pode ficar em qualquer lugar, principalmente com a Bonnie.


- Estou indo para a casa dos meus pais, liguei para eles mais cedo e já está tudo preparado para a nossa chegada – explicou – Com o tempo eu procuro um lugar para eu e a Bonnie morarmos, também não posso abusar da hospitalidade dos meus pais.


- Você acha mesmo que isso tudo é necessário? - perguntou, por fim – Quero dizer, nós podemos dar um jeito nisso.


- Nós dois passamos a maior parte do tempo brigados! - lembrou – Você tem que fazer como eu e admitir que esse casamento não está dando certo.


Sem dizer mais nada, ele se aproximou da morena e deu um rápido selinho nela e voltou a encará-la seriamente.


- Eu te amo, Mione! - continuou – Sei que as coisas podem estar um pouco estranhas no momento, mas vai dar tudo certo. As coisas podem voltar a ser como eram no começo.


- O nosso casamento já começou mal, Rony! - suspirou pesadamente – Casar as pressas por causa de uma gravidez nunca é uma boa ideia, mas fizemos tudo no impulso, só que agora é um pouco tarde demais para se arrepender.


- Então essa é mesmo a sua decisão final? - cruzou os braços, estava bem sério nesse momento – Está mesmo indo embora, para sempre?


- É melhor terminamos dessa maneira, pelo menos continuamos a ser amigos?- explicou – Vai ser a melhor coisa, para mim, para você e, principalmente, para a Bonnie.


Passou a mão pelos cabelos ruivos do marido e deu um beijo em sua testa. Assim que chegou ao carro colocou a bagagem no porta malas e a filha no banco de trás.


Quando estava acomodada no banco do passageiro, pode chorar a vontade. Chorava por tudo que tinha acontecido nos últimos meses, a gravidez não desejada, o casamento as pressas, o fracasso de seu casamento com Rony e, o mais importante, ter perdido o seu melhor amigo.


*Fim do Flash Back*


 


Agora ela estava ali, naquele mesmo lugar e da mesma maneira. Retirou o cinto de segurança e abriu a porta.


- Bonnie! - a chamou, delicadamente – Nós já chegamos, está na hora de acordar, minha dorminhoquinha.


A menina abriu os olhos e se espreguiçou e esticou os braços para que a mãe a pegasse no colo. Entrou no prédio e subiu as escadas até chegar ao andar aonde ficava o apartamento do Rony. Tocou a campainha e não demorou muito para ele vir atender.


- Oi Mione! - o ruivo deu um enorme sorriso assim que as viu – Você demorou, pensei que tivesse mudado de ideia.


- Eu tinha algumas coisas para resolver no ministério e precisava fazer isso antes de viajar – respondeu – Tinha pensado em te ligar para avisar que iria sair um pouco mais tarde do que tinha planejado, mas não tive tempo.


- Tudo bem! - disse – Oi Bonnie, como é que está a minha princesinha?


- Eu estou bem, papai! - deu um enorme sorriso para ela – Estou tão feliz que vou ficar aqui com você, somente nós dois.


- Também estou muito feliz com isso! - garantiu – Por que não leva as suas coisas para o seu quarto enquanto eu converso com a sua mãe?


- Eu vou lá! - pegou a sua malinha cor de rosa e saiu correndo em direção ao corredor.


- Estava pensando em levá-la até a Toca amanhã! -Rony explicou – Tenho certeza de que ela vai adorar brincar com os primos.


- Faça isso mesmo! - concordou com a cabeça – Ela passa a maior parte do tempo somente comigo e com os avós, tenho certeza de que deve ser muito chato.


- Você quer entrar um pouco? - perguntou, deixou um espaço na porta para que ela entrasse – Vou pedir uma pizza para mim e para Bonnie, mas adoraríamos a sua companhia.


- Infelizmente, vou ter que recusar o convite! - deu de ombros – Ainda preciso terminar de arrumar as minhas coisas.


- Certo! - pareceu um pouco triste com isso – Acho que isso é um tchau, então, não é mesmo?


- Vou viajar amanhã bem cedo! - continuou – Assim que eu chegar no hotel ligo para cá e falo com a Bonnie.


- Está bem! - apenas balançou a cabeça afirmativamente.


- Você sabe o número dos meus pais, não é mesmo? - ele respondeu que sim – Qualquer problema que você tiver, pode ligar para os dois. Se precisar ir ao St Mungus, você ainda se lembra do nome da médica que sempre a atende?


- Lembro sim! - revirou os olhos, Hermione sempre foi muito superprotetora, e exagerava as vezes – Pode ficar tranquila, essa não é a primeira vez que eu fico sozinho com a nossa filha.


- Sei disso! - concordou – Mas vai ser a primeira vez que você fica com ela comigo estando a milhares de quilômetros de distância.


- E você pretende ficar quanto dias lá na Itália? - perguntou mais uma vez.


- Devo ficar quatro dias lá! - disse – Quarta-feira já devo estar de volta em casa, mas, se você quiser, posso deixar a Bonnie aqui até o final de semana, ela está de férias mesmo.


- Você precisa mesmo de tido esse tempo para falar para o ministro sobre as suas idéia de salvar os elfos? - deu um riso debochado.


Hermione não pode deixar de revirar os olhos, seu ex-marido não tinha jeito mesmo, nunca vai conseguir entender a F.A.L.E.


- Essa viagem é muito importante para a minha carreira! - tentou explicar – Quem sabe eu consiga um emprego no ministério da magia Italiano, isso seria maravilhoso.


- E você vai se mudar para Roma se isso acontecer? - pareceu um pouco temeroso nesse momento.


- É claro que sim! - respondeu como se fosse óbvio - Mas, não precisa se preocupar vou mandar a Bonnie para ficar com você nas férias, nunca poderia te deixar longe dela por muito tempo.


- Certo! - não parecia muito bem isso que ele queria ouvir, mas preferiu ficar quieto.


- Papai! - Bonnie estava de volta a sala – Vem aqui ver o desenho que eu fiz quando estava lá no trabalho da mamãe hoje.


- Já estou indo, minha princesinha! - garantiu.


- Acho que agora eu já estou indo embora! - olhou, diretamente para a filha – Bonnie, venha até aqui.


Ela caminhou em direção aonde a mãe estava, a mulher de ajoelhou para ficar na sua altura e deu um abraço bem forte.


- Obedeça o seu pai! - pediu – Faça tudo que ele te pedir e , exatamente na hora em que ele disser para fazer.


- Pode deixar mamãe! - revirou os olhos, Rony imaginava que ela já tinha ouvido esse discurso várias vezes.


- Vou ligar sempre para saber como é que você está! - a morena se levantou e ajeitou a bolsa no ombro – Mais uma coisa, Rony, não a deixe comer muito besteira. Tenho certeza de que não quer que ela passe mal.


- Não quero isso mesmo? - fez uma careta – Ainda me lembro como foi da última vez.


Hermione voltou para o seu quarto e dirigiu de volta para a casa dos seus pais. Estava muito ansiosa por essa viagem a Itália e tinha um pressentimento de que algo muito bom iria acontecer enquanto estivesse em Roma.

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