Capitulo 4
4ª Capitulo
Continuei abraçada a Remus enquanto caminhávamos, ainda estava muito abatida. Ao menos conseguia prestar atenção no caminho. Quando chegamos à Toca, todos estavam na sala nos esperando, provavelmente estavam preocupados e atrás de respostas. A primeira a se manifestar foi Sra. Weasley.
-Oh, meu Merlin! O que aconteceu? Você está toda machucada... – Perguntou a matriarca da família enquanto começava uma vistoria em mim a procura de machucados graves. Eu admirava todo esse carinho que ela tinha com todos a sua volta, mas, naquele momento, preferia ficar sozinha.
- Se me permite, eu não quero falar sobre isso. Vou para o meu quarto. – Respondi enquanto me virava para a escada.
Subi até o quarto que dividia com Gina. Fechei a porta e sentei em minha cama e já estava perdida em meus pensamentos.
Como cheguei naquele lugar? Quem era aquele homem mascarado e o que ele queria comigo? Por que me senti segura nos braços de Harry? Essas eram as questões que me importunavam. Por mais que quisesse saber as respostas das duas primeiras e soubesse que elas tinham mais urgência, apenas uma realmente me preocupava. Por que me senti segura nos braços de Harry?
- Pagaria dez galeões só para saber o que está pensando. – Pulei de susto, por pouco não caio da cama. Use Legilimência, pensei e quase disse, mas percebi quem era o dono da voz.
- Vô? - Falei
- Há quanto tempo – falou ele sorrindo. Corri até ele dando-lhe um abraço – Como você está?
- Estou bem. – Tinha certeza de que ele sabia que eu estava mentindo. Seus olhinhos azuis, escondidos atrás dos seus óculos meia-lua característicos, sempre percebiam tudo. – O que aconteceu com sua mão?
- Nada demais. – Também sabia que ele estava escondendo algo, mas como ele respeitou o meu silêncio, fiz o mesmo com ele. Só então percebi um malão atrás do meu avô. Parecia que ele realmente lia os meus pensamentos, pois já tinha respondido a pergunta que eu ainda estava formulando:
- Comprei algumas coisas para você, Helena. Aqui está os teus livros de Hogwarts e todo o seu material.
- Obrigada.
- Não foi nada, querida. Mas agora eu tenho que ir, tenho muito trabalho a resolver. – Eu lhe dei outro abraço e assim que nos separamos ele aparatou.
Deitei-me novamente e acabei adormecendo. Acordei com Hermione me cutucando. Arrumei-me e desci para tomar café.
Senhora Weasley havia preparado uma mesa enorme de quitutis para comermos. Se eu morasse com ela viraria uma baleia. Não sei como Gina não engordava.
Rony parecia um porco quando estava comendo. Mal engolia a comida e já estava enchendo a boca novamente.
Os Gêmeos conversavam com Hermione e Gina enquanto tomavam o café. Harry estava mais afastado e era, também, o mais quieto da mesa. Quis saber no que ele tanto pensava e sentei do seu lado. Ele estava tão distraído que nem percebeu quando me aproximei.
- Harry?
-Ah, oi.
- Você está bem? – perguntei o olhando. Sabia que algo o incomodava, mas queria que ele mesmo desabafasse.
- Não é nada.
- Ah, tá. Vou fingir que acreditei.
- Bom dia, Helena! – Disse Fred e Jorge, ao mesmo tempo.
- Animada para o seu primeiro ano em Hogwarts? – Disse o gêmeo da esquerda, o qual eu acreditava ser Fred. Ainda tinha certa dificuldade para diferenciar um do outro.
- Sim, eu acho.
- Você vai adorar! Eu e Fred tivemos ótimos anos lá! - Disse o gêmeo da direita, que agora eu tinha certeza ser Jorge.
- Vai nos visitar na nossa loja, não é? – perguntou Fred.
- Sim, com certeza.
- Vamos, comam rápido! Estamos ficando atrasados. Quando acabarem coloquem seus malões na sala. Remus disse que irá despachá-los – Falou Sra. Weasley para que todos nós ouvíssemos.
Terminei rapidamente de tomar meu café da manhã e fui até o quarto de Gina para pegar minhas coisas. Assim que cheguei à sala, perguntei para Sra. Weasley como nós chegaríamos a estação.
- Nós vamos de Pó de Flu. Bom, acho que já estamos prontos. Vamos? – disse ela
- Só há um problema: eu nunca viajei com Pó de Flu.
- Não tem problema. Harry vai com você, não é Harry? – perguntou Sra. Weasley para Harry, o qual respondeu, simplesmente, com uma aceno de cabeça e um sorriso.
- Agora vamos. Nessa ordem: Eu, Arthur, Gina, depois Hermione e Rony e, por último, Helena e Harry.
Depois de dizer isso, ela entrou na lareira, pegou um pouco de um pó e jogou ele no chão pronunciando o local desejado. Uma chama verde a consumiu e depois ela desapareceu. Todos fizeram o mesmo, ficando por último eu e Harry.
- Bom, é nossa vez. – disse ele enquanto entrava na lareira e eu o acompanhava. – Segure no meu braço.
Assim o fiz. Ele pegou um pouco de pó, jogou no cão e disse: Estação King Cross. Eu senti um solavanco e fui puxada para cima. Tudo virou um borrão, até que senti o chão em meus pés. Senti-me um pouco enjoada e me segurei para não colocar todo o meu café da manhã para fora.
- Tudo bem? – Perguntou Harry me olhando
- Tudo. – falei forçando um sorriso
Nós saímos da lareira que dava para uma sala de espera, pelo o que me parecia. Ela estava vazia, a única pessoa que estava presente era Sra. Weasley, provavelmente estava nos esperando.
- Vamos, ou, se não, vão se atrasar. - Nós a acompanhamos.
Andamos até a pilastra que separava a plataforma nove da plataforma dez e, estranhamente, eles a atravessaram.
Preparava-me para fazer o mesmo, mas antes olhei ao redor, constatando que ninguém estava olhando, e fui andando em direção a parede. Fechei os olhos com medo. Mas, diferente do que eu esperava, quando os abri estava em outro lugar, uma estação totalmente diferente da que eu estava anteriormente. Então vi a placa que indicava nove ¾ .
Todos se despediam de seus familiares e amigos. Uns chorando, outros rindo. Vi que o Sr. e a Sra. Weasley me chamavam, então, fui até eles.
- Vamos logo. O trem já vai partir. – Falou ela
- Onde estão os outros?
- Já entraram – Respondeu Sr. Weasley.
Me despedi deles e entrei. Andei pelos corredores do trem a procura de Hermione, Harry e Rony, mas não os achei. Todas as cabines estavam lotadas, até que achei uma vazia. Sentei-me perto da janela e fiquei olhando a estação ficar cada vez mais longe.
- Posso me sentar aqui? – Perguntou um garoto pálido, com cabelos extremamente loiros e sedosos e frios olhos cinza.
- Sim – Respondi educadamente. Ele se sentou de frente pra mim e ficou observando a paisagem pela janela. – Qual é o seu nome?
- Draco Malfoy – Falou ele depois de dar um suspiro cansado – E o seu?
- Helena Dumbledore – Ele arregalou os olhos quando ouviu meu sobrenome, mas em seguida se recompôs.
- Nunca a vi por aqui...
- É porque esse é meu primeiro ano em Hogwarts. – Respondi dando de ombros.
Aos poucos a conversa foi surgindo. Ele me contava sobre a escola. Seu ponto de vista era totalmente diferente de Hermione. Quando chegamos, nós descemos do trem e fomos para a plataforma, onde estava a maior bagunça.
Ele me levou até uma estrada, onde havia varias carruagens paradas. Assustei-me quando vi criaturas horrendas. Pareciam cavalos alados, a única diferença é que não tinham pelos e eram muito magros.
Tudo o que aconteceu na minha antiga escola veio à minha mente: As maldades que cometi contra outros alunos, as mortes que causei...
- Helena? Vamos. – Falou Draco me tirando dos meus pensamentos.
Subi na carruagem onde tinham outras quatro pessoas. Draco me apresentou as quatro. Elas eram seus amigos e colegas de casa.
Vicente Crabbe e Gegório Goyle mais pareciam dois armários ambulantes do que garotos de dezesseis anos. Também havia uma menina, Pansy Parkinson. Ela era um pouco cheia de si, mas, fora isso, gostei dela. O último era Blásio Zabini. Um garoto negro que em todos os momentos tinha estampado no rosto um sorriso sardônico.
Enquanto eles conversavam, eu me perdia, novamente, em meus pensamentos. Será que Hermione, Rony e Harry continuariam meus amigos se descobrissem quem eu realmente sou, qual é a minha história? O que eles fariam se descobrissem quem é meu pai?
Já estava subindo as escadas do castelo quando ouço alguém me chamando. Era Minerva, uma senhora de rosto severo, mas a mais protetora e gentil que conheço.
-A Srta deve entrar com os alunos do primeiro ano. Vamos logo, a seleção já vai começar. - Fazia anos que não a via. Olhei ao redor, mas não encontrei ninguém. Draco e seus amigos já deviam ter entrado.
Fiquei um tempo esperando os alunos do primeiro ano chegar. Quando todos já estavam presentes, nós entramos em fila no Salão Principal, com Minerva indicando o caminho. Todos me fitavam e cochichavam entre si. Afinal, o que uma garota de dezesseis anos estava fazendo ali?
Minerva colocou um banquinho de três pernas no meio do salão, em frente a todos. Em cima dele havia um chapéu de bruxo muito gasto e empoeirado, o Chapéu Seletor. Como o nome já diz, ele selecionava os alunos novos para a casa que valorizava as mesmas características que predominavam em cada aluno.
Eram quatro casas: Sonserina, Corvinal, Lufa-Lufa e Grifinória. A Sonserina valorizava, acima de tudo, a astúcia; A Corvinal considerava mais importante existir bruxos com mente aberta, portanto a inteligência era a característica mais forte em seus alunos. Enquanto isso, a Lufa-Lufa e a Grifinória valorizavam a lealdade e a coragem, respectivamente.
Todos que eu conhecia eram da Grifinória: Meu avô, Harry, Remus, toda a família Weasley, Minerva e etc. Menos o meu pai. Ele era descendente direto de Salazar Sonserina, fundador da “Casa das Cobras” ou da “Casa dos Vilões”.
Fui tirada, novamente, dos meus pensamentos. Minerva estava me chamando. Era a minha vez de ser selecionada. Quando ela disse meu nome pude notar que várias pessoas voltaram a cochichar, esse era o efeito que meu sobrenome causava aqui no mundo bruxo. Dirigi-me ao banquinho, me sentei e coloquei o chapéu.
- Hum. – Falou uma voz na minha mente. – Riddle e Dumbledore? Assim fica mais difícil de selecionar. Você possui sangue grifinório e sonserino. Ousadia, sangue-frio, coragem, astúcia... Muito poder, posso ver isso.
A voz se calou depois de um tempo. Então ouvi o chapéu falando o nome da casa que eu pertenceria para todo o salão.
Comentários (1)
estou gostando muito da fic hhhh estou muito curiosa para saber em que casa ela vai ficar bjss
2011-07-28