Triste aniversário
Capitulo 20
Pior aniversário
Dezenove de maio. Seis horas da manhã. Ninguém estava no Salão Comunal, onde Drew estava. Ele devia descer para o café da manhã, mas nada lhe motivara para isso. Olhava fixamente para a lareira.
Já se passaram mais de dez dias que Elizabeth e Alvo não falavam com ele, na verdade, dez dias que os três nem se falavam. As aulas costumavam ser chatas. Alvo sempre sentava com Rosa, Elizabeth com Chris e Drew com Tam. Às vezes, Alvo sentava com Dominique, porque Rosa ficava com Escórpio, isso quando a aula era com a Sonserina.
Seis e cinco da manhã. Dessa vez, ele teria de descer. O tempo estava passando devagar demais. Drew levantara do sofá, mas não desgrudava os olhos da lareira. O tempo estava chuvoso. Não era época de chuva, mas estava.
Ele caminhou até o quadro e o empurrou devagar. Ele desejara que a cada minuto significasse um ano. Não queria descer, queria ir para a casa, depois de dias tentando se esconder da mesma, agora desejara estar lá. Descia as escadas como se fossem gigantes campos.
O salão estava lotado. Lotado de gente, de comida, de tristeza e de ansiedade para as provas. Alvo e Elizabeth estavam comendo calados em seus lugares. Drew fora arrastando os pés até a mesa, desejara que não tivesse passado nem um minuto.
Não batia sol na vidraça do salão, apenas os pingos de água que pareciam demorar horas entre um e outro. O loiro olhou para o seu prato e vira ovos, bacon e presunto, havia ali também um copo com suco de caju. Estava sem a mínima fome. Alvo comia seus típicos cereais e Elizabeth comia lentamente biscoitos.
Drew não agüentara, levantou e subiu as escadas para o banheiro masculino. Percebeu que os olhares de Alvo e Elizabeth o acompanharam. Subiu correndo até o sexto, entrou em um boxe, trancou a porta e ficou lá, chorando. Hoje era seu décimo segundo aniversário e ninguém se lembrara. Ele falava toda hora do dia dezenove, falou para todos que seu aniversário era neste dia, mas ninguém pareceu se lembrar.
- Drew?
Era uma voz extremamente familiar, mas ele teve a sensação de que não devia estar ali, tal pessoa. Drew decidiu ficar calado, mas não continha os soluços.
- Eu trouxe... Você poderia pelo menos sair?
Drew abriu a porta e ali estava Alicy, com um pequeno pacote. Ela viu as lágrimas escorrendo em seus olhos. Ela estava extremamente linda. Seus cabelos negros e enrolados e seus olhos brilhavam intensamente. Ela estava vestida com uma saia rosa forte, uma camisa rosa fraco. Estava com seu terno de Hogwarts e sua gravata de Grifinória.
Ela entregou o pacotinho a Drew e ele nem se quer abriu ainda. Dera um abraço tão forte em Alicy que ela se emocionou também. Era um abraço tão forte e carinhoso que ela teve que retribuir. Ele abriu o pacote e viu, dentro de uma caixinha, um colar, era um colar de ouro com o símbolo do Hogwarts.
- Eu pedi para o meu pai comprar no Beco Diagonal. – disse dando um sorrisinho.
- Mas por que o símbolo de Hogwarts? – perguntou Drew aos soluços.
- Fiquei sabendo que você não se dá muito bem com seus pais e que acha Hogwarts sua casa. Então comprei esse colar, para que você possa levar sua casa com você, perto do seu coração.
Drew voltou a chorar, e dessa vez, forte. Ele sentou no chão e ficou admirando o colar, não conseguiu nem agradecer. Alicy ajudara o garoto a colocar o colar.
- Eu...não...te...mereço...como...amiga.
- Para de bobagem!
- Você me ama e eu não vejo você mais do que amiga. – falou Drew voltando ao seu estado normal.
- Cada um decide o que quer ser e fazer de sua vida. Os outros não devem ficar tristes por isso.
Drew dera outro abraço forte em Alicy, que esta retribuiu novamente.
Drew não tirara o colar que ganhara de aniversário, e fora o único presente ganho em tal data.
Já era dois de junho e todos estavam ansiosos para fazer os testes, pegarem os resultados e irem para a casa. Chris, Cristopher e Tam acordaram Alvo, e também Drew sem querer, cantando parabéns para ele.
Era o aniversário de Alvo e todos se lembraram. Eles desceram para o café da manhã fazendo brincadeiras e algazarras com Alvo. Drew esperou todos descerem para ele ir.
- Parabéns Alvo! – bradava garotos de todas as mesas, e Alvo apenas retribuía com um sorriso.
O correio chegara e vieram três pacotes para Alvo: um tinha uma pena que mudava de cor a cada dez minutos. Estava com os dizeres:
Espero que use para estudar direito.
Gina Weasley Potter
O outro pacote vinha com uma bolinha pequena parecida com um pomo de ouro. Ela virava um balaço e uma goles quando quisesse. Era só fazer um gesto com a varinha. Vinha com os dizeres:
Isso é para treinar pelo menos para uma
posição no time.
Harry Tiago Potter
E finalmente o último pacote vinha com um porta-retrato com as fotos de Alvo e Lílian. Havia um bilhete também.
Esse foi meu melhor momento com você
Lílian Luna Potter
Alvo adorara todos os presentes e subiu para o quarto para guardá-los, seguido dos três meninos da Grifinória.
Os exames passaram rapidamente e chegou o dia dezesseis de junho. Iriam embarcar no trem às oito da noite. Todos os alunos da Grifinória do primeiro ano passaram. Victoire, Tiago, Escórpio e os outros familiares de Alvo também. Já estavam preparando os malões.
Alvo estava no sexto andar conversando com Tam. Eles apoiaram o corpo na mureta, que protegiam os alunos que saiam do corredor do sexto andar para não caírem lá de cima. Conversavam e riam de todos que passavam lá em baixo.
Drew passara e Alvo ficara excepcionalmente sério, tanto que Tam nem ousou comentar. Eles estavam descendo as escadas e Alvo parou em choque quando viu Elizabeth. Ela já estava no térreo quando do terceiro andar, Alvo berrara:
- ELIZABETH! EU TE AMO!
Ela apenas olhou para trás e fixou seus olhos em Alvo.
- Quem é você? – bradou para o menino.
- POR FAVOR ELIZABETH! PERDOA-ME!
Ela virara as costas para o garoto e ele ficou ali, sem ação. Desceu os restos da escada e estava exatamente onde Elizabeth estava, quando viu Drew encostado à parede atrás de Alvo.
- Alvo, por favor, me desculpa! – implorou Drew.
- Quem é você? – perguntou Alvo com o mesmo tom que Elizabeth.
Drew apenas saiu do saguão de entrada e rumou para a estação. Agora Alvo estava ali, parado, sozinho. Subiu para o segundo andar para pegar seu malão. O salão estava incrivelmente vazio e frio. Ele subiu para o dormitório quando deparou com um pacotinho em sua cama.
Ele viu um bilhete ao lado do pacote, pegou-o e leu:
Este pacote estava desde o dia dois no seu criado mudo
só você não viu. Espero que não seja tarde.
Espero que se lembre do seu amigo.
“Drew” pensou Alvo. Agora ele sentou na cama ainda observando o bilhete. Suspirou fundo e criou coragem para abrir o pacote. Dentro de uma caixinha saiu um mini jogador de quadribol, onde jogavam bombinhas que explodiam e apareciam os dizeres “Feliz aniversário”. Alvo leu nas instruções da caixinha. Para fazer o boneco parar de soltar essas bombinhas, é só apontar a varinha. Foi o que ele fez, e o boneco parou de soltar as tais bombinhas e agora voava em círculos.
Alvo pegou seu malão e desceu para o saguão de entrada. Enfiou o boneco no bolso e saiu atrás de Drew e Elizabeth para se desculpar. Mas já era tarde demais e o trem já chegara.
Não iria adiantar ele procurar o trem todo, pois talvez não os encontrassem, eles poderiam estar se escondendo.
Alvo rumava para Londres, onde encontrariam seus pais, mas não reencontrariam seus amigos até setembro do ano seguinte.
Passaria as férias sem receber uma carta sequer, pois jogara seus reais amigos fora.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!