Feliz Natal! - parte I
Ah, o Natal! Nada como acordar e sentir o peso enorme dos presentes em meus pés. Obviamente, a porção mais relevante da data comemorativa refere-se a reunião de amigos, o sentimento de estar entre aqueles que mais gosta, entretanto, a menor parte também é muito tentadora: presentes. Dar presente só não é melhor que receber uma vez que, ao recebermos, sabemos que a pessoa comprou pensando em nós. E tem sensação melhor de saber que fomos presenteados pelos nossos amigos com aquilo que gostamos? A sensação de ver o quanto eles nos conhecem e, no caso da minha amiga lunática Luna, perceber que podemos gostar de coisas totalmente inusitadas. Claro que toda esse pensamento, infelizmente, converge ao capitalismo presente no mundo. Deu, Granger, hora de levantar e rasgar papel! Exclamei mentalmente enquanto estava deitada na cama. Esfreguei os olhos e estiquei as cobertas grossas. Ao ver dois olhos azuis, gritei.
- Ginny, sua louca! O que você está fazendo em cima da minha cama? – perguntei baixinho ao ver sua indicação de silêncio.
- Sua pilha é o dobro da minha. – ela indicou o montante de papel rasgado em cima da cama – Já abri os meus, quero ver os seus. – deu de ombros – Obrigada pelo perfume trouxa, Mione, ele é perfeito! Sente só, eu já coloquei! – ela exclamou e chegou perto de mim
- Ficou ótimo mesmo. – sorri satisfeita com a escolha certa
O primeiro pacote que abri era de meus pais. Abri a caixa retangular de veludo preto e fiquei desconcertada com o que vi: uma pulseira grossa de ouro com um coração de ouro branco incrustado de brilhantes. Ao ler o bilhete, fiquei emocionada e não contive as lágrimas.
Hermione, minha filha, sei que escolhestes uma diferente jornada em tua vida. Quero que saibas que estaremos do seu lado independente da escolha que fizeres. Nosso coração estará sempre contigo. Te amamos, mamãe e papai.
Ginny sorriu ao ler e me ajudou a colocá-la. Exclamou um “uau!” e eu assenti. Não haviam palavras que pudessem expressar o quanto eu havia apreciado o presente e isto não era devido ao seu valor real e sim sentimental - que se instituíra no momento que os pais lhe escreveram o bilhete.
O segundo embrulho era mal feito e meio amassado e ao abrir constatei que era de Dobby e sorri. Ele me mandou, pelo terceiro natal consecutivo, meias! E, eu deveria ser honesta, estavam demasiadamente bem tricotadas. O restante dos presentes, Ginny e eu alternávamos na abertura. De Harry ganhei um conjunto de penas novas, Rony preferiu presenteou-me com uma camiseta da minha banda favorita: As Esquisitonas e Ginny optou por um diário rosa coberto de penas.
Olhei para o outro lado da cama e gemi de felicidade, ainda haviam mais presentes. Ganhei também de Hagrid uma cesta de Feijõezinhos de Todos os Sabores e sapos de chocolate. O típico suéter da senhora Weasley era da minha cor favorita, azul, e tinha um enorme HG no meio. Luna enviou-me marca páginas que funcionavam como despertadores: era só ajustar o horário que queria ler. Neville, por sua vez, enviou-me um lembrol e eu sorri perante a falta de criatividade do meu amigo trapalhão. Recebi livros trouxas de meus tios e, por último, restara um enorme embrulho prateado. Abafei um grito ao abrir e encontrar o novo exemplar de Hogwarts, uma história. Procurei pelo cartão no embrulho mas percebi que não tinha. Ginny, nesse momento, estava fechando a porta e descia as escadas para tomar café da manhã. Fiquei demasiadamente feliz com meu novo exemplar e o abri, atrás da contra-capa, uma letra pouco conhecida deixara um recado.
Seu exemplar estava surrado e pouco atualizado. Esse contém a excepcional fuga feita por mim e meu irmão. haha Feliz Natal, Hermione.
Tampouco precisava de assinatura, eu sabia quem havia me dado o meu livro favorito: Fred Weasley.
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Ontem, a senhora Weasley estava tendo colapsos nervosos com a proximidade do jantar, hoje, a situação pareceu agravar – se é que possível. Ninguém poderia entrar na cozinha nem na sala de jantar e os meninos deveriam desgnomizar o jardim enquanto eu e Ginny deveríamos ajudar a por a mesa e decorar os pratos. O fato de ser maior de idade possibilitou que eu fizesse tudo mais rápido e ajudasse minha amiga com as tarefas, dessa forma, fomos liberadas às quatro horas.
O aviso de que o jantar estaria na mesa às oito significava que todos deveriam estar na mesa neste horário, ou seja, nada de atrasos. Subi correndo as escadas e fui direto ao banho. No período que Ginny estava no chuveiro, li um pouco do meu novo exemplar de Hogwarts, uma história. Ao terminar a ducha, ela gritou comigo porque eu ainda não havia secado o cabelo e, se desculpou ao lembrar que eu poderia fazer isso em segundos. “Por favor, Mione, seca o meu também!” e, com um balançar de cabeça negativo, a ruiva tornou-se cabisbaixa. Tanto eu quanto ela sabíamos que eu o faria, mas era deveras divertido vê-la implorar. “Vamos lá” falei como se estivesse cansada de ouvir seus murmúrios.
Deixei meus cabelos lisos e encaracolei os de Ginny. Fiz uma maquiagem grafite que destacou meus olhos castanhos – comuns e feios –, na boca um gloss pêssego e nas bochechas apenas um “ar de saúde”. A ruiva utilizou uma maquiagem cinza – segundo ela sua mãe jamais deixaria a filha de apenas quinze anos utilizar algo mais escuro – e um batom rosa, ao contrário de mim, dispensou o blush uma vez que “já ficaria vermelha com os comentários inapropriados da tia Muriel”. Inevitavelmente fiquei tensa. Afinal, conheceria toda a família Weasley, a família que durante meses fiz parte. “Merlin, me ajuda a tirar ele dos meus pensamentos. Conceda-me esse presente de Natal” repreendi meus devaneios.
Quando descemos as escadas, às 19:45, tive a impressão de que A Toca estava prendendo fogo. Era um ruivo aqui, outro acolá, e, em cada canto da casa, havia pelo menos uma cabeça ruiva. Apenas um ponto se destacava em meio a multidão: os cabelos morenos de Harry. Até os loiros prateados de Fleur eram ofuscados tamanha quantidade de ruivos. Sorri e lembrei, com certa nostalgia, o último Natal que passara em casa, repleto de cabelos loiros e morenos e, por incrível que pareça, nenhum ruivo. Tonks –também e cabelo ruivo - e Lupin vieram de mãos dadas com o filho Teddy nos cumprimentar. Teddy sorriu e pediu colo imediatamente enlacei meus braços em sua volta e comecei a dar oi para todos. Logo que Harry me viu com o pequeno no colo, correu para mimar o afilhado. Ficamos rindo e observando as transformações do cabelo de Ted que variavam de azul para verde e para vermelho. Ginny fez questão de apresentar-me a toda sua família: desde seu avô Septimus até sua tia-avó Muriel. Lembrei do comentário enfadonho de Rony sobre seu traje a rigor e vi o quão injusto ele fora, a tia Muriel era bem pior. Seus cabelos revoltos ruivos tinham como enfeite um faisão empalhado, suas vestes eram longas de cor marrom e cheias de babadinhos brancos e rosa chá. Poderia jurar que ela havia derramado, no mínimo, meio vidro de perfume com essência de rosas envelhecidas.
George pareceu notar meu pânico em conversar com aquela mulher que, insistentemente, tentava me convencer a usar roupas mais compridas e a ter mais gatos em casa porque eles eram a única companhia verdadeira de uma bruxa. Ele sorriu e disse que eu deveria me retirar para jogar uma partida da Snap explosivo. A ausente astúcia da mulher em nossa tentativa fuga fez com que ela se auto-convidasse para jogar conosco. Devo ter feito uma expressão tão horrível que George abafou um riso e, em um murmúrio – que mais parecia um lamúrio – pediu desculpas.
Cerca de quinze minutos depois – minutos que pareciam horas – o jantar foi servido. Rapidamente a longa mesa foi preenchida pelos convidados. Ginny sentou ao meu lado esquerdo, Harry no direito, Rony na frente de Harry, Fred na de Ginny e a querida tia Muriel a minha. Eu estava em um ringue com Merlin e, tenho certeza, que o placar era desfavorável a mim. “Merlin, quão má eu fui durante esse ano? O senhor tira Ronald dos meus pensamentos e materializa sua tia solteirona?”. Enquanto comíamos, Sirius chegou afoito e visivelmente sem-graça e, sob o olhar de repreensão pelo atraso da senhora Weasley, pediu desculpas. Nem bem chegou e eu e Harry nos levantamos em um salto e fomos abraçá-lo. No mínimo, estávamos há dois meses sem nos ver devido as aulas e aos desencontros em Hogsmeade. Ele nos abraçou juntos e em um ímpeto de felicidade acariciou nossos cabelos, sussurrou com um tom paternal um “Saudade crianças!” e tornou-se a sentar no único lugar vago da mesa.
Harry e eu voltamos aos nossos lugares e a tia Muriel reclamava audivelmente sobre a falta de educação de chegar atrasado e ainda abraçar uma menina daquela forma petulante. Particularmente, nem eu nem Harry nem ninguém achou o gesto petulante visto que desde o terceiro ano Sirius fazia parte da minha vida tanto quanto de seu afilhado. Se tinha alguma coisa petulante ali era aquela mulher sem escrúpulos.
N/A: Obrigada pelos comentários!! Um beijo e uma ótima leitura!
Oi Summer! Na realidade, a fanfic não é totalmente igual aos livros. Voldemort, por exemplo, foi derrotado por Dumbledore antes de Harry ir a Hogwarts, ou seja, ele é famoso por ter sido “O Menino Que Sobreviveu” e por seus feitos durante a escola como ser um ótimo apanhador. Tanto que, neste capítulo, Tonks, Lupin e Sirius – que deveriam estar mortos após a guerra – estão vivos. Essa foi uma forma de livrar Harry de todo o sofrimento da perda dos amigos.
Eles estão no sétimo ano e a Ginny no sexto. A diferença de idade entre a amiga e Hermione foi baseada nas biografias delas que eu encontrei no Dicionário da Madame Pince e elas tem DOIS anos de diferença (obrigada pelo aviso! Matemática não é meu forte..vou alterar ali!) Então...quanto a esse relacionamento com o Krum vai ser explicado em outro capítulo! Espero ter explicado tudo e desculpa pelo erro, sempre que não entender qualquer coisa, só perguntar ok? Obrigada pelos comentários!!
Oi Mariana! É bom saber que consegui atingir o objetivo desse capítulo porque realmente acontece e, embora leviana, é do tipo que mais machuca não é mesmo? Harry tem Hermione e Rony como seus melhores amigos e, diferente dos livros, faz questão de mostrar o quanto sente a falta de ambos. Tanto que eles trocam carícias durante alguns capítulos e tudo é apenas amizade. Em relação a troca de narrador, me desculpa mas as vezes faço isso sem perceber. O maior problema de ser narrador em primeira pessoa é enxergar apenas em “uma direção”, diferente do em terceira que permite uma ampla visão.
Eu não demoro para postar porque ainda estou de férias, a partir de segunda-feira que vai ficar complicado porque tenho aula de manhã e a tarde... Sempre que tiver uma dúvida, pode perguntar viu? Tentarei esclarecer da melhor forma possível! Obrigada pelos comentários!!
Comentários (3)
Obrigada pelas explicações, agora tudo está mais claro =) Adorei o capítulo, eu sempre morro de rir nas fics imaginando a tia Muriel, imagino ela bem ranzinza e cachaceira sabe? KKKK O Fred foi um fofo own, estou doida para que ele e a Mione comecem a passar mais tempo juntos hehe. Parabéns!
2011-07-28Nossa cara que lindo! Amei os capitulos.. vc escreve de uma forma nova sabe? Não força o fnal feliz.. oiashoias AAAAOONW que lindo o presente do Fred..! E ainda estou puta com o Ron aqui! aishaoihs gente essa tia Muriel sempre complica óó mulher chata!! oishoaihsoaishoa Não vejo a hora de ler o proximo capitulo! Beijos (:
2011-07-28hahahaha, sempre imaginei a Tia Muriel como essa mala que tu escreveu aqui, que mulherzinha, aposto que vai soltar uma piadinha sobre a Hermione e o Fred.. Ah, adorei esse natal. Meu sonho é passar um natal na Toca, quero um suéter Weasley! E o presente mais importante, junto com o dos pais, foi o do Fred. Gostei desse clima tranquilo da Fic, evidencia a derrota do Voldemort. Só não imaginei que ele tinha sido derrotado tão cedo. E isso é muito legal, porque a gente tem uma visão do que poderia ter sido a vida do trio e de todos sem o medo e a tensão que o Voldemort espalhou pelo ar. Um trunfo, guria, acho que é exatamente por isso que a Hermione é diferente dos livros, ainda que se pareça bastante. Ela continua sendo a aluna exemplar, a sabe-tudo, mas sem aquela tensão por conta da Guerra e sem medo por ser uma nascida-trouxa. Gostei mesmo e agora deu para entender isso direito! :D Sempre achei interessante esse Harry imparcial diante de uma briga dos amigos. Porque ele não pode escolher um lado, e isso é o mais dificil... Bem retratado, também. Em resumo: eu já falei demais! Espero ansiosa o próximo, sinto que vou odiar a Tia Muriel mais um pouquinho no próximo capítulo rsrsrsrs
2011-07-28