Agora é a hora!



Quando chegamos na Estação de King’s Cross, tudo o que eu podia pensar era que eu precisava desesperadamente sair do trem. Eu estava extremamente enjoada, o que explicava eu ter passado metade da viagem dentro do banheiro. Assim que desci do trem, papai correu em minha direção.


- Não devia carregar peso, filha. – Ele falou nervoso, carregando minhas malas, sem olhar para mim. – Como está se sentindo? – Perguntou formalmente.


- Enjoada, com sono e morrendo de vontade de chegar em casa. – Falei sorrindo, papai fingiu não me escutar.


– Hugo, Alvo, Lílian e você. – Ele disse olhando finalmente para mim, e eu preferiria que não tivesse olhado. – Vamos, o carro está logo ali...


***


- Como consegue fazer uma coisa errada, e nem assim levar uma surra? – Hugo cochichou para mim, quando todos se distanciaram.


- Eu preferia levar uma surra, Hugo! – Ele entendeu o que eu quis dizer, e não falou mais nada.


 - Vamos, entrem no carro. – Papai falou bufando.


- Porque a pressa tio? – Lílian perguntou enquanto sentava no banco de trás.


- A família quer ver a Rose! – Papai respondeu estressado.


 


Chegando em casa, a família toda estava lá, com exceção de tia Muriel, que deixou claro que não queria me ver até o dia do meu casamento, ninguém teve coragem de contar a ela, que alem de não ter casamento, não tinha marido, namorado e nem um único homem para eu apresentar a família. A pedido de mamãe, ninguém me fez esse tipo de pergunta, e eu a agradeci internamente por isso.


Passei as férias me divertindo com meu irmão e primos, e conforme as férias iam acabando, entrei em uma depressão por não poder ir para Hogwarts junto com eles. Thiago também parecia desanimado por isso, mas seguiria com sua viagem pelo mundo.


- Então já sabem. – Papai repetiu pela milésima vez. – Se alguém perguntar, ela está estudando em outro colégio, digam que é na Academia da Albânia... E que ela foi para lá por vontade do marido. – Papai falou, fazendo mamãe revirar os olhos, assim como eu, meus primos e irmão.


 


*


- Rose, agente vai se atrasar. – Mamãe falou ao pé da escada. – Anda logo!


- Não dá mamãe, não posso ir!


- Porque não? – Podia escutar mamãe subindo as escadas. – Qual o problema? – Ela entrou no meu quarto e me olhou nervosa. – Porque todas as suas roupas estão em cima da cama?


- Porque nenhuma calça fecha, todas as blusinhas ficam apertadas e de barriga de fora. – Disse explicando, jogando as mãos para o alto. – Não vou!


- É claro que você vai. – Mamãe falou guardando as roupas com um aceno da varinha. – Prometi a Madame Pomfrey que te levaria ao St Mungus assim que as coisas se acalmassem.


- Prometeu que me levaria pelada? – Perguntei sentando na cama, de calcinha e sutiã, fazendo mamãe sorrir. O sorriso há tanto tempo extinto do seu rosto, achou o lugar ao qual pertencia, o que me fez sorrir também.


- Venha, sem desanimo, querida, vamos pegar alguma roupa do Hugo.


*


- Eu pareço uma palhaça. - Disse entrando no Hospital, olhando para o espelho na entrada.


- Boa tarde. – Mamãe falou a recepcionista. – Gostaria de ver o Dr. Morgan.


- Dr. Morgan está de férias. – A mulher baixinha respondeu atrás do balcão.


- Quem está disponível?


- Vejamos. – Ela colocou os óculos, que estava pendurado em seu pescoço e começou a ler o pergaminho. – Apenas o Dr. Malfoy.


- Não, esse não. – Mamãe respondeu nervosa. – Mais algum?


- Sinto muito, não. – Ela olhou o pergaminho mais uma vez. – Terá uma vaga amanha, a não, é o Dr. Malfoy também...


- Mas estamos no fim de janeiro! – Mamãe olhou nervosa para a mulher que deu de ombros. – Como pode estar tão lotado?


- Então veremos o Dr. Malfoy mesmo. – Falei olhando para a mulher.


- Não podemos, Rose. – Mamãe sussurrou ao me puxar de canto. – Alem desse homem não ser confiável, ele cobra caríssimo!


- Algo me diz mãe, que depois que eu tiver uma conversa com ele em particular, ele não vai cobrar nada.


- O que você quer dizer com isso?


- Apenas que eu... Algumas consultas de graça, não vão matá-lo...


- Espero que você saiba o que está fazendo, Rose.


- Eu sei muito bem o que estou fazendo. – Sorri para a recepcionista, que nos mandou para o sexto andar do prédio.


***


- Boa tarde, Malfoy. – Mamãe falou contrariada.


- A que devo enorme surpresa, Weasley? – Draco perguntou.


- Tenho uma consulta com você. – Disse, chamando sua atenção.


- E você tem como pagar? – Ele perguntou debochado.


- Não, a consulta é de graça!


- De graça? – Malfoy começou a rir.


- Sim, de graça. – Como ele continuou rindo, completei a minha frase. – Sabia que há mais ou menos um ano ou dois eu desmaiei e bati a cabeça?


- E ficou louca, pelo visto...


- Ah, não, minha saúde mental continua perfeita, dou-tor. – Sorri para ele, que não estava entendendo nada. – Eu tive que vir ao hospital e passar a noite aqui...


- E?


- E, bom, escutei uma conversa sua com um outro medibruxo, Frank, se não me engano... Sobre Flink Morris, lembrasse dele?


- Vocês não gostariam de entrar? – Malfoy perguntou educadamente, abrindo a porta de seu consultório. Mamãe olhou para mim desconfiada, mas não falou nada, entramos e sentamos nas cadeiras. – Do que você precisa?


- Alem de orientação médica no mínimo uma vez por mês, consultas e qualquer coisa a mais que eu venha a precisar, de graça. – Disse cruzando as pernas. – Sigilo...


- E o que eu ganho em troca?


- Bom, primeiramente eu manterei minha boca fechada para o Profeta Diário e para os aurores, e se você manter sua parte no acordo, mamãe pode falar bem de você para a sociedade bruxa...


- Falar bem de mim, para a sociedade bruxa? – Malfoy pensou no assunto. – E quem disse que eu preciso disso?


- Fora o fato de você ser o único médico desocupado de todo o hospital? Bem, se eles te colocaram no ultimo andar do prédio nessa sala minúscula, diria que você não está agradando os diretores daqui, e menos ainda, a sociedade...


- Tudo bem. Vi onde você quer chegar. – Ele me olhou pensativo, e eu o olhei em silencio. – Por mais orgulhoso que eu possa ser, isso parece uma boa idéia. – Estendeu seu braço para mim e eu apertei sua mão em concordância. – Temos um trato? – Ele perguntou voltando-se para mamãe, que confusa e pensativa fez o mesmo.


- Malfoy’s não quebram promessas, correto? – Perguntei com um pé atrás. – Você prometeu sigilo e vai guardar o meu segredo até o tumulo?


- Correto.


- Vai esconder meu segredo até mesmo da sua família?


- Mas que exagero. – Malfoy falou, mas se arrependendo ao ver a minha cara e a da mamãe. – Prometo.


- Tudo bem. Acredito em você, Senhor Malfoy. – Falei sorrindo. – Eu estou grávida, como pode perceber. - Draco teve uma crise de tosses, na qual eu e mamãe ignoramos, até que ela acabasse. – Terminou?


- Sim, sim, desculpe-me. – Ele falou massageando a garganta. – Deite-se na maca, Weasley.


- Não foi nada, Malfoy. – Fiz o que ele pediu. Vi-o passar a varinha sobre a minha barriga. – E então?


***


- Mérlin! – Draco continuou com o gesto de varinha, mexendo ela de um lado para o outro. – É um garoto, meus... Parabéns?


- Obrigada! – Respondi sem rodeios, mamãe postou-se ao meu lado, segurando a minha mão feliz, vendo a imagem que se destacava ao ar.


- Parece bem saudável. – Ele chegou mais perto da imagem. – Você está entrando na 17ª semana, como estão os enjôos? Eles tendem a ir melhorando agora...


- Estou quase sem enjôos... 


*


*


- Rose, você aqui de novo? – Draco me perguntou sorrindo. – Como você está? Onde está Hermione?


- Estou morrendo! – Respondi, tentando subir na cama, ele me ajudou de boa vontade. – Mamãe não pode vir hoje...


- Ele está chutando muito? – Ele perguntou, ajudando-me a deitar.


- O tempo inteiro... – Disse sorrindo. – Parece que está dançando ao ritmo das As Esquisitonas...


- É normal, não se preocupe. – Draco passou a varinha na minha barriga. – Ele está bem como sempre, você está na 29ª semana, falta pouco agora... As cãibras melhoraram?


- Melhoraram sim. – Segurei minha barriga ao dizer isso. – Você viu isso? – Perguntei animada. – Ele está querendo sair!


- Não, ainda não, mas eu vi um pezinho... Mais alguém teve oportunidade de ver?


- Com esses chutes visíveis a olho nu, todo mundo pôde ver... Minha mãe, meu pai, meus tios, meus avós...


- Achei que fosse o primeiro. – Ele disse desanimado e corando pelo comentário. – E a arrumação da casa, como está? O berço, as roupinhas, as fraudas, comprou tudo? Não falta nada?


- Ah, falta bastante coisa. – Disse sem jeito. – As mamadeiras e as chupetas, a banheira, a escovinha, essas coisas. – Ele fez uma cara de desaprovação. – Vou comprar tudo semana que vem...


- Semana que vem? Menos mal. – Ele sorriu para mim, e me ajudou a levantar. - Então vá para casa e descanse, Rose. Qualquer coisa, eu disse, qualquer coisa, você me manda uma coruja, ou então um patrono está bem? 


- Obrigada, Draco, até mês que vem?


- Ou antes. – Ele deu risada com meu desentendimento. – Caso precisar...


- Ah, obrigada.


- Eu que tenho que agradecer Rose. – Ele falou meu nome, de um jeito carinhoso, um jeito de pai, isso chamou a minha atenção. – Nunca tive tantos clientes como tenho hoje em dia...


 


*


 


Eram mais de onze horas da noite quando eu comecei a sentir dores, meu corpo todo doía, e eu tinha certeza que estava morrendo. O quarto, apesar de arrumado, estava apertado por causa da minha cama e do berço, fora a grande quantidade de coisas espalhadas pelo lugar.


- Mãe? Pai? – Perguntei, deitada na cama do quarto. – MÃE? PAI?


- O que foi, filha? – Papai perguntou irritado, ficando na porta.


- Está na hora. – Respondi tentando me manter calma.


- De novo? – Papai perguntou nervoso.


- Agora eu acho que é pra valer!


Papai e mamãe me levaram para o St. Mungus. Subimos ao 7º andar, para esperar por Draco, que havia mandado um patrono, dizendo que já estava chegando. Papai me ajudou a deitar na cama, de mal grado, enquanto eu gritava de dor. Mamãe tentava me acalmar, mas mesmo assim eu chorava.


 


- Draco, volte aqui. – Pude ouvir uma mulher falar no corredor.


- Eu preciso ir, Astória.


- Não antes de você me explicar quem é essa paciente misteriosa.


- Astória, amor, está tarde, volte pra casa. – Podia ouvir Draco suplicar. – Eu já disse que é um assunto sigiloso. – Ele tentava explicar. – Você não pode entrar aqui. – Escutei ele dizer.


- Quem é ela Draco? – Astória perguntava suplicante e o marido apenas respondia “Preciso ir”, “Volte para casa” – Olhe só que horas são, você acha mesmo que eu vou acreditar nesse papo furado de sigilo? Três noites seguidas? Quem é a vagabun...


Não agüentava mais segurar a dor que eu sentia, estava passando mal, e mesmo sabendo que fora eu a pedir sigilo, implorei a mamãe que buscasse Draco, tendo ou não que trazer sua mulher com ele. Mamãe acatou meu pedido no mesmo instante, abriu a porta do consultório e pude ouvir ela falar.


- Draco, ela pediu para você ir logo. – Mamãe falou desesperada. – Disse que se Astória quiser entrar, que entre.


- Ah, mas eu vou entrar mesmo. – A mulher falou, mas toda a raiva que ela estava sentindo, pareceu evaporar quando me viu na cama chorando, com a barriga que dava duas de mim. – Weasley? - Eu, papai e mamãe olhamos para ela. 


- Amor, faça companhia para o Ronald no corredor, por favor. – A mulher não precisou que pedissem duas vezes, e acompanhou papai para fora. – Calma, Rose. – Draco falou, voltando-se para mim. – Tome essa poção, a dor vai diminuir. – Chorando, fiz o que ele mandou.


Horas se passaram, quando eu finalmente acordei. Podia escutar papai gritando feito louco com Draco, e mamãe rindo da situação junto com Astória. Custei a conseguir me levantar da cama, meu primeiro pensamento, por incrível que pareça, foi “Consigo ver meus pés!”. Demorei a chegar até a porta que me separava da minha família, e os gritos e as risadas, invadiram o quarto.


- VOCÊ O PERDEU! – Papai gritava feito louco. – ONDE ESTÁ O MEU NETO?


- Eu já disse, ele está na maternidade! – Draco falava em vão.


- NÃO, NÃO TEM NENHUM RUIVO NA MATERNIDADE, MALFOY!


- Isso porque ele é loiro!


- IMPOSSÍVEL! Mione, amor, diga a ele, diga... – Papai falava nervoso. – TODOS NA NOSSA FAMÍLIA SÃO RUIVOS!


- Rony. – Mamãe falou em meio a gargalhadas. – Ele é loiro!


– “IMPOSSÍVEL!”.


- Eu o vi nascer... – Mamãe tentava acalmar papai.


*


- Aconteceu alguma coisa? – Eu perguntei, ainda em pé, assustada com os berros de papai.


- Rose, você acordou, não devia ter se levantado. – Mamãe falou feliz, vindo me abraçar.


- Ela nunca vai aprender a fazer a coisa certa? – Papai olhou nervoso para mim. Mamãe respondeu sua pergunta, apenas com um olhar de: “Repita isso de novo e está morto”.


- Posso vê-lo, Draco?


- Vou trazê-lo para você, Rose.


- Obrigada. – Disse, indo me sentar na cama. – Mamãe, você me ajuda?


- Sim, sim, venha Astória, venha conhecer meu neto. – Mamãe falou radiante por usar a palavra: neto. Mamãe e Astória me ajudaram a voltar para cama, enquanto papai voltou a se sentar, contrariado, na poltrona da sala ao lado.


- E o pai da criança? – Astória perguntou inocentemente. – Ele não vem?


- Estou esperando ele se arrep... Quero dizer, ele não sab... – Respondi mordendo os lábios, logo em seguida. – Não sei quem ele é! – Mamãe revirou os olhos para a minha mentira, Draco entrou no quarto, com papai logo atrás, me salvando de qualquer explicação, empurrava o carrinho, deixando todos radiantes. Meus olhos ficando embaçados..


 - Ah, que anjinho! – Astória falou, roubando as palavras da minha boca semi-aberta.


- Sebastian. – Respondi a pergunta muda, de todos que estavam presentes. – Bem vindo ao meu mundo. – Falei enquanto o olhava dormir. Um pensamento estranho surgiu em minha mente, naquele momento, mesmo que ninguém mais ali soubesse, o meu filho estava rodeado pelos seus quatros avós...




N/A: Realmente espero que gostem...

Se gostar, comente!!!
 

Comentário do dia 12/12: Ah, e obrigada Ilana da Silva Sodré, por sempre comentar! (; Quando vi seu comentário, esperei por uns 20 minutos... e não é que voce comentou de novo? hauhauahuaua Boa noite a todos!

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Comentários (5)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    OS QUARTO AVÓS LOUCOS MSM kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O O CAP.#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)PENA Q O SCORPIUS NÃO ESTAVA LÁ :((((((((((((((((((

    2013-01-30
  • Leticia Franciele Borghi

    Oh God! Conta pro Malfoy, ele merece saber, apesar de tudo!

    2011-12-21
  • Larissa Almeida

    taa muito booom, fiquei curiosa quando vique você tinha atualizo corri pra ver! hasuhs e olha conseguiu me surpreende, não esperava! ee Rony me estresso agora, sera que ela nunca vai apreinder a fazer coisa certa?  aaah vai pentea macaco ele! ahsuhsausa faça um esforcinho pra não demora, parabens!

    2011-12-13
  • Lana Silva

    Ameiiiiii o capitulo já tava morrendo de saudades da fic quanod vi dois capitulos novos corri pra ler *-* perfeiiiiiiiiiiiiiiiito!!! AMeiii o Draco foi tão..Avô, poxa diferente do Scorpion que nem quis ouvir ele cuidou dela mesmo não sabendo que era o neto e o Rony ahh ainda tô irritado com ele!

    2011-12-12
  • Laura Weasley Malfoy

    ameiiiiiii.Posta maisss por favorrrrrrr 

    2011-12-12
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