Brigas?

CAPÍTULO 6 – Brigas...

 

Era metade de novembro, a neve caiu sobre o castelo de uma única vez, e todos os alunos podiam ser encontrados em suas casas comunais, se escondendo do frio. Em um canto, próximo a lareira, estavam os marotos jogando xadrez bruxo. Algo que eles faziam todos os dias depois do jantar. Eu havia sido proibida de jogar com eles, pelo menos, assim que eu encarava a situação, porque todas as vezes que algum deles me chamava para jogar, as peças fugiam e procuravam um lugar para se esconder, estava claro que elas não queriam me ver dando ordens...

Os meninos competiam entre si, enquanto eu lia o livro de feitiço de John, que havia sido abandonado na mesa, comecei a treinar todos os feitiços que eu tinha dificuldade.

Em um certo domingo, quando acordei, reparei que estava deitada no sofá do salão comunal, havia uma coberta em cima de mim, e cinco corpos estirados no chão ao meu lado, cada qual com uma coberta. Eles roncavam em sintonia, e eu, sem conseguir conter o riso da situação, provavelmente havia adormecido no sofá, enquanto eles se divertiam jogando xadrez bruxo. Alvo devia ter me coberto, e para não me acordar, decidiram dormir ali no salão junto comigo, já que não poderiam me levar até a ala dos quartos das meninas. Meninos não podiam entrar lá, e nem queira saber o que aconteceria, se algum deles tentasse...

Levantei-me ao perceber que o sono se fora, ainda estava cedo, e antes de subir ao dormitório feminino, para tomar um banho e trocar de roupa, cobri maroto por maroto, todos sem exceção encolhidos de frio, com as cobertas em seus pés. Quando voltei a descer ao salão comunal, eles ainda dormiam, voltei para o sofá e trouxe a coberta para cima de mim, e com um pergaminho e uma pena, escrevi uma carta para Lily.

            Contei tudo o que havia se passado na semana, como eu havia derrotado uma menina da Corvinal, na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e os elogios que ganhava dos professores nas aulas. Contei como Alvo estava melhorando nas aulas depois que comecei a ajudá-lo com as tarefas. E não podia deixar de falar sobre o “Sonserino” (Sonserino era o apelido dele, já que eu me recusava a dizer seu nome de verdade), escrevi na carta, como as implicâncias e brigas nos corredores continuavam, e em como meu corpo correspondia a presença dele, cheio de borboletas agitadas e a garganta seca. Contei é claro, que ele me olhava o tempo todo, com caras que eu não sabia traduzir, e imaginando o que ele estaria pensando, provavelmente na próxima maneira de me irritar. Como de praxe, chutava mais um palpite, do que minha mãe falaria quando descobrisse que eu perdera meu colar.

Em todas as cartas que Lílian me mandava, ela dava palpites dos feitiços que deveria usar com o “Sonserino”, precisava admitir, que por mais engraçado que fosse os palpites, todos pareciam ser tirado de livro de tortura. Ela não entendia de onde eu havia tirado que amava ele, sempre me perguntando se eu não estava ficando louca: “Um sonserino Rose? Tenha santa paciência, Merlin está lhe pregando peças”. Mas apesar de tudo, receber uma carta de Lílian me confortava, me deixava mais do que feliz, saber que apesar de tão longe, nada havia mudado entre a gente. Ela sempre pensava no melhor para mim, na minha felicidade.

Ao terminar de escrever a carta, chamei Slight. Amarrei o envelope em sua perna e vi ela sair pela janela, ela parecia feliz por estar sendo útil, e sabia que Lílian cuidaria dela, quando ela chegasse em casa.

 

Continuei sentada no sofá, viajava em meus pensamentos, olhava Richard dormir e me dei conta de como ele era bonito, seu cabelo era loiro, em um tom um pouco mais escuro que o de Scorpius, assim como seus olhos... Até a altura era parecida, mas o Sonserino tinha um corpo muito mais bonito, ele era mais forte de uma forma um pouco assustadora... Passei um bom tempo imaginado como seria fácil se Scorpius fosse da Grifinoria. Ou então, se eu fosse da Sonserina... EU? DA SONSERINA? Dei uma risada interna. Ah, Rose, Lílian está certa, você está ficando louca! Pensei, suspirando.

Quando os meninos acordaram, devido o barulho que estava se formando no salão comunal, perguntei o que eles achavam da idéia de visitar Hagrid. Minhas esperanças foram por água abaixo, quando eles disseram que precisavam fazer seus deveres... Eu já havia feito todos os deveres que os professores passaram, até tinha terminado as tarefas complementares que não eram obrigatórias.

Eles passaram a tarde com as cabeças atrás dos livros, e os narizes enfiados em pergaminhos, e eu ajudei a todos, até mesmo John, com a esperança de eles acabarem mais depressa a pilha de deveres que foram deixados para trás.

- Rose, você já fez o dever de Herbologia, do professor Longbotom?

- Sim, Al, do que precisa?

- Apenas veja se está certo... – disse me passando suas anotações. – Não tenho certeza se eu e o professor estamos falando a mesma língua... Ele faz tantas perguntas sem nexo. – Disse emburrado.

- Alvo, visgo do diabo? Por favor, quantas vezes seus pais lhe contaram a historia da Pedra Filosofal?

- Inúmeras vezes, mas eu não me prendo nesses detalhes... O emocionante é a aventura...

- O visgo se enrola no corpo das pessoas, a esmagando. E não acariciando elas... – disse enquanto lia suas respostas - Você deve manter a calma, para elas afrouxarem seu corpo, Al. Se você se debater, elas apertam mais... E você pode derrotá-la com luz, e por isso, obviamente elas não podem ser encontradas em estufas com claridade, por Merlim. Você precisa consertar tudo! – Falei, rabiscando sua resposta - Elas morrem com luz, não ficam mais fortes!

- Ah, certo. Então elas preferem um local mais escuro?

- É óbvio! E de preferência, úmido também.

- Aff, vou ter que fazer tudo de novo! – Disse amassando seu pergaminho e jogando por cima de sua cabeça. Pegando um pergaminho em branco de cima da mesa, começando a escrever nele, mais uma vez.

O único barulho que podia ser escutado, era das penas roçando os pergaminhos. Eu continuei sentada no sofá, em baixo de três cobertas, estava morrendo de frio, mesmo com a lareira acessa. Eu segurava o mapa do Maroto, observando que eram poucas as pessoas que se aventurar pelos corredores do castelo, que eram frios devido as correntes de ar.

Passei a fitar o salão comunal da Sonserina, Scorpius estava lá ao lado de vários pontinhos, entre eles os irmãos Vaughan. Harriet era uma menina do 1º ano, muito bonita para falar a verdade, mas ela era umas das pessoas que mais me irritavam da Sonserina, a que mais fazia piadas comigo, bom, ela e o irmão Harold, que estava no 2º ano, assim como Thiago, John, Robert e Richard.

- As férias de Natal estão chegando, e eu estava pensando... – Disse Richard sorrindo para mim, mas interrompido por Thiago.

- Nem consegui me atentar a esse fato, tamanha quantidade de deveres que os professores estão passando! – Thiago bufava, entediado.

- Sábado que vem poderemos ir a Hogsmead? – perguntou John, distraído.

- Sim poderemos! – Respondeu Richard. – O que me leva a uma única pergunta. – ele se levantou da cadeira, e sentou ao meu lado no sofá. – Você quer ir comigo a Hogsmead, Rose?

- Ir com você?

- Isso, ir comigo.

- Richard, eu avisei para que não fizesse isso! – Thiago o olhou zangado. – Nós vamos todos juntos, como sempre! – Falou como se posse um ponto final na discussão.

- Deixe que ela decida isso, sim? E então, Rose, você quer ir comigo?

Ele estava me chamando para sair? Como em um encontro? Eu apenas o fitava enquanto meus pensamentos vagavam em um menino loiro, como Richard. Os olhos deles, tão parecidos, ambos eram claros, de um eram mais escuros, e do outro azul prateado de chamar atenção, a postura, o modo de andar... O modo como ambos mexiam as mãos enquanto falavam, no caso do outro menino, enquanto gritava... A altura deles era tão parecida, eles poderiam ser até irmãos, se não fosse o único fato de não serem... Lembrei de uma carta que mandara a Lílian, contando como Richard era bonito, como ele me lembrava alguém, alguém que eu gostava, ou melhor, amava em segredo, alguém impossível, da Sonserina. Foi pensando em outra pessoa, que eu aceitei o convite para só depois perceber o que eu havia feito. Eu falara sim a Scorpios, e não a Richard...

- Você está falando sério? Você aceitou sair com ele? – disse Alvo assustado.

Eu queria dizer que não, que tudo não bastava de um mal entendido, constrangedor, mas então eu olhei para Richard, seu sorriso branco, um brilho em seus olhos, me fitando, um brilho de... Satisfação?

Tudo o que pude dizer, quando fitava Richard foi “Sim” – Sim, será muito divertido! - Todos voltaram a fazer o que estavam fazendo antes, meus primos me olharam zangados por vários minutos, antes de voltarem a seus estudos.

Desde que falara sim a Richard naquele domingo, passei a receber corujas no meio das aulas, nos corredores, em todos os lugares, continham sapos de chocolates, ou rosas vermelhas solitárias. E não demorou muito para o castelo todo saber que Rose Granger Weasley, havia aceitado um convite para sair no sábado de Richard O’Malley, um menino lindo do segundo ano, filho de pais trouxas. Eu e Richard viramos o assunto da semana, e eu podia ver olhares de meninas invejosas quando passava pelos corredores. Escutei quando um grupo de sonserinos do segundo ano, entre eles, Harold Vaughan, falando que eu era desequilibrada por aceitar um convite de um sangue-ruim.

Na quinta-feira que se seguiu, após uma aula muito cansativa de Astronomia, junto com a Lufa-lufa, voltava para o castelo para jantar, encostado na parede, Scorpius colocara seu pé na minha frente propositalmente, com a intenção que eu caísse, e não deu outra, Rose e livros esparramados pelo chão. Como se não bastasse, ele debochou da minha cara, pela minha falta de atenção...

- Você é idiota, Weasley? Sua mãe trouxa, não te ensinou a andar direito?

- Cala a boca, Malfoy, filho de doninha! – Atenta ao fato que o pai dele, já havia sido transformado em uma.

- O que você disse? Retire agora o que você disse! – Ele parara de rir, e me encarava irritado, apesar das borboletas, eu estava mais explosiva do que ele, já que todos me encaravam nos corredores há quase uma semana. – Retira o que disse, Weasley.

- Eu não tenho o que retirar, Malfoy. Você chamou a minha mãe de trouxa!

- E é isso o que ela é!

- Foi o modo como você disse, seu idiota. – Disse sacando a varinha, ele fizera o mesmo, mas antes que qualquer um de nós pudéssemos pensar em qualquer feitiço, a Diretora Minerva estava parada entre nós dois.

- Srta Weasley, Sr Malfoy, detenção, sábado. Vocês receberam uma coruja ainda hoje, lhes dizendo o que terão que fazer. E menos dez pontos para cada casa.

- Mas diretora ele...

- Não quero saber, Weasley. Eu não permitirei dois alunos brigando.

E ela saiu, Scorpios estava rindo.

- E do que você esta rindo, Malfoy? Você pegou detenção assim como eu!

- Ah, Rose. – Disse sorrindo por poucos segundos, e voltando a ficar serio novamente, e aparentemente feliz, se corrigiu. - Digo WEASLEY, não percebeu o dia da detenção? Sábado, seu namorado vai ter que chupar o dedo!

- Ele não é meu namorado!

- E aparentemente, não terá a chance de ser, não é, Weasley?

Eu não respondi, sai bufando, em direção ao refeitório, vi enquanto ele me seguia, indo para a mesma direção. Por um segundo ele estava feliz, feliz por eu ter pegado detenção? Ou não poder sair com Richard? Você está ficando louca, Rose! Pensei comigo mesma. Ele está feliz por você ter pegado detenção, e nada mais! Quando entrei no refeitório, Scorpios parou para conversar com alguns amigos sonserinos e em meio de risadas, me olhava ir em direção a Richard, cutucar o seu braço e falar:

- Nós não poderemos sair sábado. Peguei uma detenção por causa de Scorpios Malfoy! – Eu não estava triste, por não poder sair, e sim por ter pegado uma detenção.

Richard me olhou sério, sua expressão mudando a cada palavra minha, seu rosto ficando inconformado, desolador. Ele encarou Malfoy que nos encarava também, quando perguntou:

- O que ele fez dessa vez?

- Nada de importante. – Disse olhando para ele, e seu sorriso de vitória.

- Podemos sair outro dia, quem sabe?

E foi olhando a expressão vitoriosa de Scorpios que eu fiz o que eu fiz, não foi nada de mais, admito, mas pude ver o sorriso de Malfoy sumir de seu rosto. Puxei Richard para um abraço apertado, soltei um beijo em sua bochecha, enquanto isso, ele segurava minha cintura com força, para que eu não fugisse. Todos nos olhavam. Escutei umas risadinhas a minha volta. Desprendi-me do aperto dele. E vi quando Scorpios dava as costas e saia de perto dos amigos...

Nenhum Maroto fez qualquer comentário, sobre o ocorrido. Acredito que fariam se tivessem à oportunidade, mas depois da quinta no refeitório, me escondi em meu quarto, saindo apenas para ir para as aulas. Na sexta à tarde, recebi uma coruja da diretora, dizendo que Sábado deveria ir a Sala de Troféus, sem levar minha varinha, e que eu e Scorpios cumpriríamos a detenção, juntos. Fiz todas as minhas lições antes da noite de sexta, para não deixar nada para trás.

 





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N/A: Uma nova leitora (: Eba!

E esse capitulo vai para voce Vitoria Weasley Malfoy!

Assim que corrigir o próximo cap. eu posto...

E peço desculpas a todos os erros que tem nos capítulos, sempre fui péssima em Portugues! hahaha
 

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