Sensualidade
CAPITULO 5: SENSUALIDADE
Hermione Granger olhava atentamente para as garotas à sua volta. Havia pouco mais de duas horas que notara que a maioria delas se vestia de modo extremamente parecido: salto alto (até em dias de aula), blusa decotada, saia curta, cabelos lisos (fossem naturais ou não). Claro que haviam suas exceções, mas as garotas que estavam nesse grupo normalmente não eram notadas.
Incomodava Hermione o fato de ela pertencer ao grupo das garotas diferentes, aquelas que não eram valorizadas. Luna com certeza pertencia à esse grupo, mas se destacava por ter uma beleza um tanto exótica. Gina não pertencia totalmente, porque sua personalidade não equivalia à personalidade das garotas como Lilá Brown e Parvati Patil. Já Hermione, chamava atenção pelo tamanho do cérebro (que era consideravelmente maior do que o das outras garotas).
No tempo em que ficou observando, percebeu que garotas como Lilá, eram, quase todo o tempo, sensuais em qualquer ato importante até o mais simples movimento. E isso atraia olhares. Já Hermione tentava ser prática e não chamar atenção.
Talvez isso fosse um problema. Talvez Malfoy fosse tratar desse assunto com ela mais tarde. Mas, afinal, se ela já sabia disso, porque não adiantar?
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Hermione se arrumou para a primeira aula do dia. Os cabelos estavam elegantemente cacheados e sem volume e ela passara à apreciá-los dessa maneira. Usava o uniforme normal, mas abrira dois botões à mais do que o realmente necessário e encurtou ligeiramente a saia. Em vez de usar a sapatilha usual, ela estava com um sapato preto de salto – emprestado por Gina.
O resultado foi um tanto vulgar, mas estava satisfatório. Mal podia esperar para que Rony a visse. Iria ser um choque e tanto.
Fazia cerca de cinco dias que Hermione parara de ignorar Ronald e aceitara Lilá. A situação, desde então, tinha melhorado consideravelmente, embora Hermione ainda sentisse náuseas quando via o casal aos amassos.
Para Harry, Hermione notou, a situação não poderia estar melhor. Ele tinha os dois amigos de volta (embora o fato de Lilá vir no mesmo pacote que Rony não tenha sido de todo agradável). A única coisa de que ele sentia falta, era das brigas constantes dos amigos, que já não aconteciam mais. Não era respeito. Era tolerância – pelos menos por parte de Hermione, já que Rony parecia achar que realmente estava tudo bem.
A garota suspirou pesadamente e pegou a mochila, descendo para a Sala Comunal da Grifinória.
Quase que imediatamente, todos os garotos voltaram sua atenção para ela. Hermione tentou não corar de vergonha, o que foi em vão. Tentando não tropeçar nos próprios pés ou não gemer de dor por causa dos saltos, ela empinou o nariz e jogou o cabelo para trás, em um movimento idêntico ao de Lilá.
Alguém assoviou. Hermione ignorou o individuo e seguiu para o quadro da Mulher Gorda.
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Passar pelos corredores fora um desafio. Hermione Granger, normalmente, sorriria educadamente para todos, mas, naquele dia, ela fez questão de lembrar a si mesma de que deveria sorrir de lado, como todas as outras garotas. E assim ela o fez. O resultado? Uma multidão de garotos assoviando, jogando cantadas, convidando-a para ir à Sala Precisa (e ao lago, e ao jardim, e ao dormitório masculino, e ao banheiro dos monitores, e à biblioteca...). Um desses garotos chegou à prensá-la na parede, o que resultou em uma detenção, já que Hermione exibiu o distintivo de monitora.
Hermione passou por Malfoy pelo corredor e olhou-o com uma sobrancelha levantada, indicando com a cabeça os garotos que a observavam (que eram muitos mesmo). Mas se ela esperava impressioná-lo, perdeu seu tempo. Draco Malfoy apenas balançou a cabeça negativamente, reprovando sua atitude. Isso a preocupou.
Quando finalmente chegou ao Salão Principal, Hermione recebeu os mesmo olhares de todos os garotos – exceto os sonserinos. Mas o olhar mais desejoso era definitivamente o de Ronald Weasley. E isso a fez sorrir.
- Puxa vida, Mione, o que deu em você? – perguntou Gina, quando Hermione se sentou.
- Nada. – respondeu a morena.
Gina levantou a sobrancelha.
- Nada?
- Eu só queria ficar bonita uma vez na vida, Gina. – disse Hermione.
Harry, que prestava atenção na conversa, resolveu se pronunciar:
- Mas você sempre foi bonita.
Gina e Rony fecharam a cara ao mesmo tempo.
E então a conversa morreu, porque, neste instante, Lilá Brown se sentou ao lado de Rony e ocupou-se pelo resto do café da manhã.
Gina fez uma careta de nojo e se retirou, dizendo que não queria presenciar isso. Harry deu de ombros, mas preferiu manter os olhos no prato. Hermione tentou engolir o nó que se formou em sua garganta e derramou uma lágrima solitária.
Harry tratou de distrair a amiga.
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No fim do dia, Hermione já estava cansada das aulas, cansada de Rony e Lilá, cansada de Gina questionando-a de cinco em cinco minutos sobre o porque de sua mudança repentina, cansada dos saltos. E, principalmente, estava cansada dos garotos e suas cantadas imbecis.
Como aquelas garotas aguentavam passar o dia todo cercadas de idiotas? Por Merlin, Hermione já havia se enfezado em poucas horas, imagine todos os dias?
E o pior: todo aquele esforço resultou apenas em mais seções de amassos entre Lilá e Rony. Sem falar que a Loira Oxigenada aumentara ainda mais o decote, já que Hermione tinha mais busto que ela.
Com um suspiro, Hermione deixou-se cair sentada no chão de um corredor deserto e retirou os sapatos de salto, jogando-os de qualquer jeito no chão. Fechou os botões da blusa que estava abertos sem necessidade. Retirou um elástico do bolso e prendeu os cachos de qualquer jeito.
Sentiu vontade de chorar, mas se conteve. Lembrou que Rony não merecia suas lágrimas. Fechou os olhos e apoiou a cabeça nos joelhos, respirando com dificuldade.
- Mas o que você pensa que está fazendo?! – uma voz perguntou ao seu lado.
Hermione precisou olhar para ver quem era, já que aquela voz em si nunca lhe chamara tanta atenção. Mas não foi surpresa alguma constatar que Draco Malfoy era o dono da voz.
- Estou sentada no chão, com tanta dor nos pés que seria capaz de amputá-los. Mas não vejo porque isso seria da sua conta... – respondeu, com a voz de uma deprimida.
Draco bufou e sentou-se ao lado dela.
- Não. Você esta se segurando para não chorar. – discordou veemente.
Hermione balançou a cabeça negativamente.
- Eu já passei da fase de choramingar pelos cantos. – negou veementemente.
- Não acho que seja o caso. – disse ele, um tanto rude. – Não existe realmente um fim para essa fase.
A garota o encarou, a cabeça ainda apoiada nos joelhos.
- É o que você acha?
- Não – respondeu Malfoy. – É o que me ensinaram a achar.
Hermione riu, um tanto tensa, e não respondeu. Draco prosseguiu:
- Mas eu, sinceramente, achei que tinha superado essa fase.
- Você não me conhece, Malfoy. Nem sequer convive comigo para saber.
- O que não me impede de deduzir... – retrucou ele.
- E para que você faria isso? Você não se importa comigo.
Malfoy apertou os lábios em uma linha fina. Respeito era o que tinham combinado, embora ele sentisse uma vontade gigantesca de mata-la.
- Eu sei que você quer chorar, Granger.
- Só não acho que valha a pena chorar por ele.
- Chorar não é vergonha.
- Não precisa ser legal comigo. Pela sua cara, eu fiz alguma coisa errada e você está furioso.
Foi a deixa para Draco explodir, quase que literalmente.
- O que foi que te deu na cabeça?! – perguntou, a raiva finalmente transparecendo. – Se eu quisesse que ficasse igual às outras garotas, eu teria lhe dado lingerie e camisinha!
- Eu achava que mais cedo ou mais tarde você iria me dizer para parecer com as outras. Afinal, sensualidade é uma coisa que eu não possuía.
Draco Malfoy bufou, irritado, perguntando-se onde estava o cérebro da Granger quando se mais precisava dele.
- Entenda uma coisa, Granger: você é uma sangue-ruim desprezível, que se acha melhor do que os outros só porque seu cérebro cresceu mais do que devia. Eu sinceramente não sei porque eu ainda perco meu tempo com você. – disse, sendo um tanto maldoso nas palavras.
- O que isso tem haver com o assunto?! – disse Hermione, sentindo-se quase raivosa.
As palavras de Malfoy não a machucavam, mas ela esperava que o respeito ainda prevalecesse.
- Tudo bem, se quer que eu pule a parte dos insultos, pare de tentar adivinhar o assunto das minhas aulas.
- Mas não estou...
- Escute. – pediu, fazendo questão de interrompê-la. – O que eu te ensino não faz parte das disciplinas escolares! Não é uma coisa que você encontra nos livros da biblioteca. Não é uma coisa que você possa questionar. Eu não um desses professores que vão aturar sua mão se levantando no ar à cada maldita pergunta. Não pretendo te fazer elogios por saber mais do que devia. – Malfoy fez uma pausa antes de perguntar: - Compreendeu?
Hermione deu de ombros.
- Compreendeu ou não? – Malfoy voltou à perguntar.
- Sim.
- Ótimo – aprovou ele. – Agora, deixe-me esclarecer uma coisa: ser sensual é errado.
Hermione levantou uma sobrancelha, incrédula. Mas... como assim? Todas as garotas que recebiam a devida atenção, ela observara, eram sensuais quase que o tempo todo.
- O que? – perguntou, confusa.
Malfoy revirou os olhos.
- Qual a parte do “é errado” que você não entendeu?
A garota ignorou essa ultima parte.
- Malfoy, eu andei pensando nesse assunto e cheguei à conclusão que a sensualidade é um fator considerável.
- E eu cheguei à conclusão que os garotos que procuram esse tipo de quesito não querem nada sério.
- Como não? Lilá é extremamente sensual e está em um relacionamento estável com o Rony.
- Mas você não é a Lilá.
- Mas foi Lilá que agradou ao Rony e não eu.
Malfoy se agachou até ficar da mesma altura de Hermione (que ainda estava sentada no chão).
- Tem que ser você mesma. Sem ficar tentando agradar o garoto. Ele tem que gostar de você pelo que é, e não pelo que espera que seja.
Hermione Granger ficou sem resposta. Fechou a boca em uma linha fina, os lábios rosados ficando ligeiramente brancos. Rony gostando dela pelo que era? Isso era logicamente impossível.
Era o sonho de toda garota. Ser amada por alguém que gostasse dela pelo que era, ou, quem sabe, apesar do que ela era. Mas poucas conseguiam isso. E esse era o caso de Hermione. Ninguém nunca gostara dela pelo que era – pelo menos não do jeito que ela gostaria.
Suspirou.
- Meu jeito de ser parece não ser adequado para ele. – disse finalmente.
- Já pensou que pode ser adequado para outra pessoa?
- Eu não quero outra pessoa.
Draco deu de ombros, sem se importar.
- Para mim, vocês dois se merecem.
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Hermione Granger voltou para o dormitório descalça. Não se atreveria à colocar os saltos novamente. Seus pés estavam tão doloridos que seria capaz de amputá-los só para amenizar a dor. Sua intenção era cair na cama e dormir um longo sono. Soltou os cabelos – que caíram em cachos definidos – e largou os sapatos em algum lugar no chão.
- Tudo bem – ela ouviu a voz de Gina dizer. – O que está acontecendo?
- O que? – perguntou Hermione, sonolenta.
- O que está acontecendo? – repetiu Gina.
- O que está acontecendo o que?
- Porque está agindo assim?
- Assim como?
Gina Weasley bufou audivelmente, cruzou os braços e revirou os olhos. Aquela conversa não estava levando ninguém à lugar nenhum.
- Hermione, hoje de manhã você pediu meu sapato de salto emprestado. Por um momento, achei que fosse para ir à mais uma daquelas festas do Sluggorn, mas você apareceu com ele no café da manhã. E estava usando aquela roupa curta.
- Não posso ficar bonita? – retrucou Hermione.
- Você não estava bonita! Estava parecendo a Lilá Brown.
Hermione abaixou a cabeça.
- Estava tão ruim assim?
Gina suspirou.
- Mione, você não estava feia, mas aquela roupa te estragou. Eu entendo que você queira conquistar o Rony, mas não precisar mudar à si mesma para isso.
- Alguém me disse quase a mesma coisa agora à pouco.
- Seja quem for esta pessoa, acertou na mosca. Afinal, você quer uma pessoa que não goste de você pelo que é?
- Não, claro que não.
- Então, pare de ser boba. Você é linda do seu jeito, está bem? E se Rony não souber valorizar isso, é porque não te merece.
Hermione olhou para a amiga e sorriu. Só ela conseguia falar mal do próprio irmão com um sorriso no rosto.
- Certo.
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Lilá Brown bateu o pé. Estava com os olhos cheios de lágrimas e um beiço enorme.
- Eu não acredito! – dizia ela. – Como pode fazer isso comigo?!
Rony estava sentado na carteira de uma sala vazia, com tanto sono que seria capaz de desmaiar ali mesmo. Fazia cerca de uma hora que Lilá começara à dar-lhe uma bronca.
- Por Merlin, o que foi que eu fiz?! – perguntou ele, pelo que parecia ser a milésima vez.
Lilá fez cara de incredulidade.
- Não se finja de santo.
- Lilá, diga logo qual é o problema.
A garota começou a chorar histericamente.
- Você acha que eu não vi? Quando a Granger entrou com aquela roupa de vaca, você ficou secando ela!
Ronald olhou a namorada de cima à baixo e constatou que ela se vestia bem pior do que Hermione. Mas resolveu não comentar.
- Eu não sequei ninguém.
- Não vem negar!
- O que você quer então? Que eu confirme?
Lilá soltou um gritinho esganiçado.
- Então você estava mesmo secando ela?
Rony respirou fundo, tentando não explodir com a namorada, que começou outro longo discurso de uma hora sobre como ele era “um insensível, hipócrita, que não se importava com ela e não dava valor ao que tinha”. Lilá com certeza beijava melhor do que falava.
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N/A: eu voltei!! Nossa, demorei mesmo pra postar, acho que já tava na hora... beeem, esse capitulo foi uma completa decepção, eu sei... mas o próximo vai ser melhor, eu juro *--*.
Obrigado aos comentários!!
Beijos, e comentem.
Thomas Cale.
Comentários (1)
ameii.. continua.. to superr anciosa .. que lindo quando ele diz que ela tem q ser ela msme diz q ela podia ser o tipo certo para outra pessoa ... obvio q e pra ele..to amando sua fic ..ja li varias e e uma das melhores q ja lipostaaahhhbjuhqueriaa das nota 10 pois vc merecce mais q 5
2012-02-11