Capítulo Três - Como Conquis
Capítulo Três – Como conquistar uma garota em 15 minutos.
- Não. – Hermione respondeu, com o costumeiro tom definitivo na voz.
Harry bufou.
- Ah! Vamos, Hermione, não custa nada tentar.
- E porque sou eu que tenho que tentar? Por que não ele?
- Você é a mais sensata. – tentou Harry.
- Talvez. Mas não sou a menos orgulhosa. – retrucou ela.
Eles estavam à caminho da biblioteca. Sem Rony, Harry passava a maior parte do tempo com Hermione, na biblioteca. O garoto havia visto o ruivo pela última vez à beira do lago, na companhia de Lilá Brown. Claro que Hermione também tinha visto, o que não ajudava em absolutamente nada.
Uma situação um tanto complicada.
- Então, vocês vão ficar assim para sempre? – Harry voltou a puxar conversa, entrando na biblioteca atrás da morena.
- Sim.
- Sem nem ao menos se falar? – ele parecia descrente.
Hermione suspirou, pousando a mochila em uma mesa de estudos entre duas estantes de livros.
- Harry – ela começou, pacientemente. – A única coisa que pode esperar de mim com relação ao Ronald se resume à aturá-lo. Sou completamente capaz de aceitar a situação, mas isso não significa que voltarei à velha amizade.
O garoto se sentou na cadeira, de frente para a amiga.
- E isso inclui desculpa-lo?
- Claro. Eu desculpo. Mas não perdôo e nem esqueço.
- Mas, Hermio...
- Escute, Harry. Não pode pedir que eu aprenda a conviver com uma coisa que me machuca. Não farei isso. A mesma coisa diz respeito à sua situação com Gina. – ela finalizou, abrindo a mochila e retirando todos os seus livros de lá.
Harry calou-se com esse comentário. Ele sabia que também nunca aprenderia a conviver com Gina e seus relacionamentos sérios de duas semanas. E mesmo que ele decidisse insistir no assunto, não conseguiria, pois quando Hermione bateu seu livro de poções na mesa, um pedaço de pergaminho caro caiu de lá.
O engraçado de tudo foi que não houve tempo de Harry sequer pensar em ler o pergaminho, porque Hermione, ao perceber o que havia caído, se apressou a guardá-lo de volta no meio de seu livro de poções.
- Hey, o que tinha de tão interessante ali? – o grifinório perguntou, com ar divertido.
- Nada. – respondeu a garota, meio afobada. O que Harry pensaria se soubesse que ela tinha encontros secretos com Malfoy na Sala Precisa? Tudo bem, até agora eles só haviam se encontrado uma vez, mas já era motivo para o amigo querer cortar relações com ela.
Harry sabia que Hermione não diria mais nada, por isso mudou de assunto.
- E o McLaggem?
A garota soltou um gemido de desgosto.
- Nem me fale. – pediu.
- Você não pareceu muito feliz com ele na festa do Sluggorn. – comentou Harry.
- Isso é porque eu não estava feliz.
- O que aconteceu depois da festa?
- Ah, eu terminei com ele. McLaggem beijava mal.
- Acho que fez muito bem. – aprovou Harry.
- Obrigado.
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Hermione andou rapidamente até o dormitório feminino da Sala Comunal da Grifinória antes do jantar. Certificou-se de que não havia ninguém junto com ela e pousou a mochila em cima da cama, retirando de lá seu livro de poções.
Ela começou a folhear o livro com rapidez e encontrou o pergaminho caro que procurava, abrindo-o e lendo o conteúdo. A morena soltou um suspiro quando constatou que era o mesmo que marcara o primeiro encontro de duas semanas atrás. Ela voltou a guardar o pergaminho dentro do livro.
Sim, havia duas semanas que ela não tinha notícias de Malfoy e isso a perturbava. Será que ele tinha desistido?
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Mais três dias se passaram e a cabeça de Hermione se esqueceu da ilustre existência de Draco Malfoy. Sua mente se focou em descobrir o feitiço que o garoto exigiu: como criar uma conexão entre dois Armários Sumidouros?
Foi uma pesquisa difícil e que exigiu máxima atenção. Muitas vezes ela saia para a biblioteca durante à noite, principalmente quando o prazo de uma semana estava para terminar e ela estava sem nenhuma resposta. Mas se passara mais de uma semana e nada de Malfoy.
Enfim, na tarde do quarto dia que fechava três semanas no anonimato, um pequeno pedaço de pergaminho caro dobrado ao meio foi parar no meio do livro de poções de Hermione.
E às sete horas em ponto, a garota estava parada na tapeçaria da Sala Precisa, sentada no chão, com um livro no colo. Malfoy pôde avistá-la de longe, o cabelo caindo pelo rosto. Seu primeiro pensamento foi algo relacionado a dar um jeito naquele cabelo.
- Saudações, Granger. – ele anunciou sua chegada.
Hermione levantou o olhar do livro e fechou-o, antes de se postar de pé.
- Malfoy. – cumprimentou balançando a cabeça.
O loiro examinou a garota de cima a baixo. Ela usava uma calça jeans surrada, um tênis sujo de barro e uma blusa marrom que se misturava estranhamente com seus cabelos, que caiam pelos ombros. Hermione corou ao perceber que ele a observava tão atentamente.
- Onde foram parar suas roupas decentes? – ele perguntou rindo abertamente.
- No mesmo lugar aonde foi parar sua educação. – retrucou a morena, fazendo Malfoy ficar lívido.
- Vamos entrar. – resmungou abrindo a porta da Sala Precisa.
Hermione sorriu ao entrar na sala, satisfeita consigo mesma. A sala não havia mudado desde a última vez: as mesmas poltronas verdes ocupavam o lugar. Ela prontamente se sentou, desconfortável com a cor do lugar.
Malfoy se sentou em frente à garota e a encarou com ar divertido.
- Conseguiu o feitiço para fazer a conexão? – perguntou autoritário.
A morena decidiu não fazer nenhuma objeção e entregou-lhe um pedaço de pergaminho.
- Há dois feitiços diferentes aí.
- Eu pedi apenas um.
- Use apenas um se quiser deixar metade do corpo para trás quando entrar no Armário. – retrucou ela.
Malfoy a encarou com um olhar aborrecido antes de ler o que estava escrito no pergaminho em uma letra elegante e firme:
Créer une connexion
Schaffen verbindung
- Para que serve cada um deles?
- O primeiro deve ser feito por toda a extensão de ambos os armários. Serve para dar espaço para criar a conexão, pois os Armários Sumidouros não foram criados com o intuito de aparatar e...
- Me poupe de suas explicações. Só me diga para o que serve.
- Então já sabe do primeiro. – ela disse carrancuda.
- E o segundo?
- O segundo é usado para criar e estabelecer a conexão entre os dois armários, formando uma passagem.
- Só isso?
- Sim. – respondeu ainda de mau humor.
Malfoy voltou a examinar o pergaminho com atenção, antes de finalmente perguntar:
- O segundo também deve ser feito nos dois armários?
- Sim. Ou você poderá ir parar em qualquer outro armário.
- Certo. – ele resmungou.
Hermione se perguntou o porquê de Malfoy querer saber tanto sobre Armários Sumidouros. Talvez não fosse mera curiosidade, mas de lhe serviria esse conhecimento? Fosse o que fosse, não era da conta dela.
O sonserino dobrou o pergaminho em dois e guardou-o em suas vestes, antes de se voltar novamente para Hermione e começar a falar:
- Não te chamei aqui apenas para isso... – ele começou. – Te chamei aqui para sua primeira aula.
A garota esperou que ele continuasse, mas Malfoy nada disse, até que, por fim, ela teve de perguntar:
- E qual vai ser minha primeira aula?
- Vai ser uma aula teórica.
O garoto se levantou e juntou as mãos, em um gesto pensativo, enquanto começava a andar de um lado para o outro na frente de Hermione, que estava começando a se assustar com tanta cerimônia.
- Você sabia, Granger – começou ele. – que existem regras que ditam como conquistar uma garota em quinze minutos?
Hermione se espantou com aquela afirmação.
- As pessoas não sabem mais o que inventar. – comentou, desolada.
- Para falar a verdade, as pessoas sabem muito bem o que inventar, porque essas regras funcionam. 99,9% dos casos são muito bem sucedidos.
- Você fala como se usasse essas regras... – provocou.
Malfoy fez sua melhor cara de inocente e depois riu.
- Eu não preciso dessas coisas patéticas para conquistar uma garota. Nunca usei essas regras, nunca li nenhum livro de auto ajuda que ditasse esse tipo de coisa.
- Você é convencido.
- É justamente aí que esta o ponto. Todos os garotos deviam ser convencidos, porque se fossem não precisariam dessas regras idiotas.
- O que quer dizer?
- Quero dizer que mais da metade dos garotos dessa escola usam essas regras para conquistar garotas. Inclusive o seu Weasleyzinho.
Hermione congelou com essas palavras. Ela nunca havia pensado nisso.
- Você acha?
- Sem sombra de dúvida.
- E o que isso tem a ver com o meu problema?
- Simples. Antes dele, você com certeza vai sair com outros garotos e esses garotos também vão usar essas regras.
- Vá ao ponto, Malfoy.
- Tudo bem. As regras se resumem em deixar a garota como um alvo fácil. E a primeira coisa que uma garota deve ser: difícil. É aí que entra o seu problema. Você tem que aprender a ser difícil. – ele finalizou.
A morena pensou sobre o assunto por um momento e balançou a cabeça afirmativamente, mostrando que estava acompanhando o raciocínio de seu “professor”.
- E quais seriam essas regras?
Malfoy sorriu.
- 1. Puxar assunto com a garota: ficar longe de lugares agitados e com barulho para poder conversar; não ficar bêbado perto dela; conversar espontaneamente, como quem não quer nada e pergunte sobre coisas cotidianas; demonstre estar genuinamente interessado na resposta dela, não é hora de ficar fazendo cara de tarado e ficar olhando os peitos da garota; jamais ignore as amigas de seu alvo, sem a simpatia das amigas você não chegará muito longe.
Hermione levantou uma sobrancelha para a primeira regra, começando a achar o assunto um tanto divertido.
- 2. Atrair: assim que estiver em uma conversa sólida com a garota, a atração deve começar imediatamente; provoque seu alvo e dê um apelido para ela; faça a garota rir; seja natural e interessante, sem parecer muito esforçado; assim que ela demonstrar sinais de interesse, é a hora de começar a qualificá-la.
A grifinória ouvia com atenção a narração de Malfoy, com uma expressão de quem estava se divertindo.
- 3. Qualificar: mostre seu interesse; qualificar não dizer que ela é gostosa e que você quer fazer sexo com ela; evite fazer elogios com relação à aparência física dela; encontre características nela que você admira e diga isso a ela.
Hermione tentava não rir tão abertamente, disfarçando sua risada em tossidas, mas não parecia estar adiantando muito. Os garotos perdiam mesmo seu tempo com essas regras?
- 4. Criar uma conexão emocional: hora de se conhecerem, “qual é o seu nome”, “onde você mora”, etc.; não sua conversa parecer uma entrevista, contando histórias sobre si mesmo e pedindo a ela que faça o mesmo; toque-a de forma natural e espontânea, fazendo-a se acostumar com o contato; é neste momento que você deve beijar.
Malfoy fez uma breve pausa para observar Hermione que ria com sinceridade do que ele dizia. Era estranho. Normalmente, Draco Malfoy colocava medo nas pessoas e não as fazia rir. Não sabia como se sentir com a reação da garota à sua frente... Era quase... Satisfatório. Mas ele balançou a cabeça para dispensar o pensamento e voltou a narrar:
- 5. Sedução: a fase da sedução aborda o momento em que estiver sozinho com ela; deixe a mulher confortável a ponto dela mesma beija-lo de novo e não o contrário.
Ele terminou e olhou para Hermione, que tentava recuperar o fôlego, antes de voltar a falar:
- Não ria, Granger. Essas regras funcionam.
- Sim. Mas o que eu não entendi é... o porque de estar me dizendo essas coisas. Tem de me ensinar a ser difícil, mas o que essas regras têm a ver com isso? – ela perguntou, juntando as sobrancelhas.
- Obvio. – Malfoy chegou bem perto dela e acrescentou: - Você tem que aprender a resistir a essas regras.
A expressão da grifinória se tornou mais e mais confusa conforme ela pensava no assunto.
- Como? – perguntou por fim.
- Primeiro: quando um garoto se aproximar, deixe claro o seu desprezo por ele. Garotos adoram ser desprezados. Se ele perguntar sobre a festa, procure encontrar alguma coisa nela que não te agrada e diga isso a ele. Segundo: nada de apelidos. Deixe claro que você odeia apelidos e não dê intimidade para que ele se sinta à vontade para lhe dar um. Terceiro: se ele começar a te elogiar, faça isso também. Comece a elogiá-lo também, mas sem exageros. Quarto: se ele quiser saber qual é o seu nome, responda que não é da conta dele. Nada sobre a sua vida pessoal é da conta dele. Também não deixe que ele fique encostando muito em você. Não deixe que ele te beije. Faça um charme. Quinto: peça à ele para te pegar uma bebida e enquanto ele faz isso, você vai embora.
Malfoy terminou e olhou para Hermione, como se perguntasse se ela havia entendido.
- Um pouco exagerado, mas me parece um bom recurso. – ela comentou.
- Não é exagerado, Granger. Pense comigo: se der um fora no garoto, ele vai ficar com o orgulho ferido e vai tentar conquista-la a qualquer custo. Vai correr atrás de você. – ele explicou calmamente.
Hermione balançou a cabeça afirmativamente, mostrando que estava acompanhando o raciocínio de Malfoy.
- Lilá é uma garota muito fácil. O Weasley logo vai se cansar dela. – ele garantiu.
A morena meditou sobre o que ele disse por alguns instantes. Ela queria que ele estivesse certo.
- Certo. – murmurou indecisa. – Quer que examine o Armário novamente? Quer alguma coisa relacionada à eles? – era estranho, mas ele a estava ajudando e ela se sentiu responsável por ajudá-lo também. Como uma troca de favores.
- Não agora.
A garota abaixou a cabeça e se levantou.
- É melhor eu ir. – ela se dirigiu para a porta.
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N/A: aí esta a primeira aula. Não achei o capitulo grande coisa, mas não podia ser nada melhor do que isso, afinal, eles não são amigos e isso significa que vai demorar um tempinho para ganharem confiança. Os próximos capítulos vão compensar a falta, juro.
Deixem seus comentários e sugestões sobre o que é necessário para conquistar Ronald Weasley.
Comentários (1)
Adorei o capitulo, posta mais!
2011-10-01