O Javali

_Malfoy. – eu falei
_ Granger – disse ele
_ Bela pegadinha, aonde estão as câmeras? – eu perguntei me desesperando.
_ Eu sabia que isso não daria certo, vou matar o Potter!
_ Não vai mesmo, eu posso matar você antes. – eu o olhei, seus olhos cinzas me encaravam duramente me deixando com medo.
_ Ok, eu tenho que ficar aqui, então você não fala comigo e eu não falo com você. FIM.
Eu ia ignorá-lo completamente mais ele gemeu de dor de repente assim que viu o sangue voltar a escorrer de sua perna.
_Você tem medo de sangue, Malfoy? – eu perguntei.
_ Não é medo Granger, eu apenas não sou chegado nessa cor vermelha, Ok? – ele tentou me convencer mais não adiantou.
_ Ok, se sente na cama, eu cuido de você. – ele me olhou desesperado – não farei nada que você não queira, mesmo que você queira. – eu sorri enquanto me aproximava dele e tirava o pano de sua perna.
_Granger, eu nunca pensei, AI, que você estaria, AII, cuidando de mim e...AIIII – ele urrava de dor enquanto eu limpava o machucado, meu Baby-Boy era mais fresco do que eu tinha imaginado.
_ Quieto Malfoy, eu tenho que terminar aqui. – eu disse terminando – péssima noticia.
_ Geralmente a pessoa tem uma noticia boa e uma má, Granger.
_ Ok então, qual você quer escutar primeiro, a boa ou a má?
_ A Má noticia.
_ A má notícia é que eu tenho que dar pontos em sua perna, e a boa notícia é que eu vou rir muito da sua cara de dor – eu disse começando desde já a rir.
_ quando você diz dar pontos, você quer dizer costurar? – ele me perguntou pasmo
_ Sim. – eu o olhei.
_ Com uma agulha? – ele me olhou para a única agulha enferrujada no potinho
_ Isso mesmo.
_ De jeito nenhum. Mais nada vai perfurar a minha branca e limpinha pele. – disse ele se levantando e mancando para longe de mim. Eu peguei um isqueiro e queimei a agulha para queimar as bactérias e comecei a perseguir a criatura.
_ Fique parado seu Inútil! Como você quer que eu faça isso se você não fica parado? – eu perguntei me estressando e ele veio lentamente até mim – Você tem que confiar em mim. – ele se sentou, parece que eu tenho algum poder sobre ele.
_ Eu confio em você Granger. – Ele sorriu, não aquele sorriso de deboche, mais um sorriso que a maioria das pessoas nunca vê no rosto de um malfoy, um sorriso encorajador e cheio de esperanças.
Eu comecei a trabalhar na perna dele, enquanto ele gemia e se contorcia todo de dor, ele fez meu trabalho simples parecer complicado e cada minuto que se passava era pior. Mas eu terminei e o mandei pastar assim que ele reclamou do quão mal feito eu fiz.
Ele entrou no banho enquanto eu preparava algo para nós, Tudo sem magia porque perdemos nossas varinhas.
Como vocês vão embora sem magia?
Me perguntou o Canal voce-é-um-saco que vive me atormentando. Mas eu senti a presença de mais alguém naquele ambiente o que me fez involuntariamente olhar para uma criatura loira mais estimulante que eu já tinha visto. Todo molhado, o cabelo pingando e uma toalha branca enrolada na cintura.
_ O que foi Granger, eu realmente sou tão gostoso como dizem? – ele me perguntou sarcástico.
_Totalmente – eu disse baixinho chocada, e ele se chocou com a resposta.
_Hum... você vai ficar olhando enquanto eu me troco? – ele me perguntou confuso
_ Se eu puder, sim... – eu tentei esconder um sorriso enquanto os meus olhos passavam pelo seu corpo esculturado.
_ Granger, você esta babando. – ele me avisou me tirando do meu transe. Eu limpei a boca e Me virei de costas. – bem melhor – sussurrou ele enquanto se vestia.
_ O que você prefere, cabeça de javali ou um peru assado? – eu perguntei, me virando de frente para ele e perceber que ele estava muito próximo de mim, e não pensava em colocar uma camisa. – Você, hum... Não vai colocar uma camisa ou algo do tipo? – eu perguntei tentando não olhar pro corpo dele.
_ Por que? Eu te incomodo? – ele me perguntou sorrindo e levantando uma sobrancelha.
_ Sim, quer dizer não...ou sim, não sei... – eu sussurrei enquanto ele se aproximava ainda mais de mim e encostava o seu corpo no meu. Eu fechei os olhos, me encostando na pia.
"Me beije, Me beije agora seu Idiota!"
Eu pensava enquanto os lábios do meu Baby-Boy roçavam nos meus. Ele me mordiscou a minha orelha e sussurrou.
_ Então se retire. – ele disse e saiu de perto de mim para se sentar na cama.
Eu entendi o que ele quis dizer.
_ Você não vai me fazer falhar na minha missão, Malfoy. Eu é que vou fazer você falhar. – eu sorri e ele me ignorou.
_ Cabeça de javali. 
_ Você esta querendo me insultar? – eu perguntei me aproximando encarando ele.
_ Bom se você acha que isso serviu pra você tudo bem, mais eu estava pedindo o jantar. – disse ele sério.
Oh. 1 a 0 para o Malfoy.
Tomou Hermione, bem feito.
Resmungou a minha consciência.
"Vai ficar do lado dele agora? Cale a boca, consciência."
_ Então vai caçar, Baby-Boy – eu ri e me sentei na mesa que tinha ali. – Eu vou esperar esperançosa pelo o seu javali.
_ Então vamos.
_ Não, você vai, eu fico.
_ Ai, ai Granger, você me faz rir. Eu posso sair daqui e você pode fazer um feitiço para eu não entrar mais. – Eu não tinha pensado nisso, mais era uma boa idéia.
_ Eu não vou. – eu declarei cruzando os braços. Ele suspirou. Malfoy se aproximou de mim e me levantou da mesa como se eu fosse uma pena e me jogou pelo seu ombro. – Me solta Malfoy agora! Eu estou mandando! – eu gritava enquanto batia em suas costas.
Ele me ignorou, pegou a adaga que tinha encima da mesa e me tirou a força da cabana, me levando em seus ombro para a floresta.
Estava escuro como o breu e eu mau conseguia enxergar, mais Draco deveria estar enxergando pois andava apressando pela mata sem tropeçar em nada. Ele me jogou no chão de repente.
_Ops, caiu – ele falou olhando em volta – shiiiii – ele mandou quando viu que eu iria abrir a boca. – Fique quieta, tem um ali. – sussurrou ele apontando para um javali bebendo água em um riacho.
Eu fiquei observando enquanto ele levantava a adaga e se aproximava lentamente do animal, sem barulho nenhum para não assustá-lo, Ele jogou a adaga como se fosse umas daquelas estrelas ninjas e a lâmina da adaga acertou em cheio o pescoço do animal. O javali fez um barulho alto e todos os animais ali existentes reclamaram em protesto, e então tudo se silenciou. Eu fechei os olhos, sentindo as lágrimas quentes escorrer pelo meu rosto. Mais um animal morto para satisfazer a fome do Humano, mais um animal que não vai voltar para os seus filhotes como deveria, mais uma ninhada sem mãe ou pai para crescer sozinha naquela floresta escura. 
Ao longe eu escutava um filhote de javali chorando e eu abri os olhos para procurá-lo. Embaixo de uma moita estava ele, indefeso, sozinho...
_ Nem pense. – falou o loiro ao meu lado, agora com um animal morto e ensangüentado no ombro.
_ Mas, ele vai morrer! – eu continuei chorando.
_ Ótimo, assim amanha nós teremos o almoço. – ele falou friamente e começou a andar em direção a cabana iluminada a alguns metros de distancia.
Eu o acompanhei, rezando para que aquele filhote sobrevivesse e crescesse para um dia matar o Malfoy. Mais acho que isso seria difícil de acontecer.
Ele limpou a pele do animal e me deu para cozinhar. Eu fiz tudo o que deveria, temperei e assei. Quando ele ficou pronto eu deixei o Malfoy comendo sozinho enquanto eu tomava banho e me preparava para dormir. 
Depois desse dia e depois do ultimo lamento daquele javali, eu verei vegetariana.
Eu pendurei um lençol sobre a cama a dividindo em duas e deitei do meu lado enquanto Draco deitava do lado dele. Eu comecei a me trocar e a colocar um pijama.
_ hum... Granger? – ele me chamou.
_O que é Malfoy? 
_ Acho que esse lençol não adiantou. – sussurrou ele.
_ Por que não?
_ Por que eu consigo ver você e meu Merlin como você é gostosa! – exclamou ele não se controlando.
_ Boa Noite Malfoy. – eu disse ignorando o que ele falou e declarando que era pra ele dormir.
_ Granger? – chamou ele novamente.
_ pelos céus Malfoy, o que é agora?
_ Desculpe pelo Javali... Eu hum... posso tentar viver sem carne também. – Ele falou. Eu estava surpresa, Um Malfoy pedindo desculpas por um javali? O mundo estava acabando mesmo. Mais eu precisava fazer um teste.
_ Posso ficar com o filhote?
_ Nem pensar, Boa Noite Granger. – Ele falou deixando claro que não iria admitir uma javali dentro de casa. 
"Ele que me espere."

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