Bêbado de amor, baby

   E eu saí daquela festa. Tava um barulho infernal lá dentro, e estava tão tedioso como eu imaginei que estaria. A verdade é que Gina me arrastou até lá. Não tinha interesse nenhum de sair dos meus estudos vir para essa festa e ficar vendo ela "ficar" com o Harry. 

Agora, aqui estou eu. Fora do castelo. Sozinha. E com frio por não estar de casaco, e esse vestido ser de alça. Porque eu aceitei o conselho da Gina de vir com isso? 

Pelo menos a noite estava bonita. Era lua cheia. Sabe aqueles dias que a lua está tão perto que você chega a pensar que com um salto poderia alcançá-la? Hoje era um desses dias. Não sei quanto tempo fiquei ali, perdida nos meus pensamentos. Eles estavam voltados para o que eu ia fazer quando saísse de Hogwarts. Bem, é um pouco cedo para estar preocupada com isso. Já que ainda faltam dois anos para sair daqui. Mas, bem... eu sempre sofro por antecipação. 

Eu escutei passos, fiquei surpresa por não ter escutado a pessoa chegando antes. Ele já estava bem perto, e vinha aos tropeços. Quase caio em cima de mim. Mas, eu dei um jeito de segurá-lo e ele recuperou o equilíbrio. Bem, mais ou menos. Como estávamos bem próximo, senti o odor de álcool que vinha dele. 
- A noite está sendo boa, hein? 

Falei com sarcasmo. Ele pareceu não perceber. E disse:
- Sim, mas vai ficar melhor depois que eu beijar você.
- Whoa. Calma aí, cara.
Disse enquanto ele tentava segurar o meu rosto e me beijar. Afastei suas mãos, o que foi bem fácil, na verdade. 

- Malfoy, você não está me reconhecendo? Eu sou a Granger. 
- Granger? – ele perguntou confuso.
- Sim. – respondi como se estivesse falando com uma criança.
- Tudo bem. Tô pegando tudo que se locomove hoje. – ele disse, e riu da própria piada. 

Considerei abandoná-lo ali e ir embora. Mas, ele estava tão bêbado que poderia ir para a Floresta Proibida. Bem, se ele conseguisse chegar lá sem cair no meio do caminho. 

- Se não estivesse tão bêbado, eu o largaria aqui. – eu disse rudemente.
- Hey, eu não estou tão bêbado. – ele protestou.
- Oh, não. Claramente não. – o sarcasmo estava me consumindo hoje.
- Tá, vou falar a verdade. Eu estou bêbado. Bêbado de amor, baby.

Fiz muito esforço para não cair na gargalhada.

- Chega de cantadas de pedreiro. – ele fez cara de ofendido. – Vamos, vou tentar te levar pra dentro...
 Passei seu braço pelos meus ombros, e com muito esforço chegamos até o portão que levava ao Salão principal.

Ele fez birra e disse que não queria entrar. 

O que custava perder um pouco de tempo? Se eu entrasse Gina não me deixaria ir para o dormitório mesmo. Ficando aqui me livrava do tédio que estava lá, pelo menos pra mim. Gina e Harry pareciam estar se divertindo muito. 
Sentei com ele nos degraus da entrada. 

Ele olhou para mim. Quero dizer, olhou mesmo, como se estivesse me avaliando. 

- Você está adorável hoje. Está parecendo um anjo. 

Senti meu rosto corar. 

Droga. Eu estou parecendo uma boba acreditando no que ele diz quando está alcoolizado.

Ele tocou meu rosto com a ponta dos dedos. 
Antes que eu pudesse me afastar, sua boca já estava na minha. E sem nos conter, aprofundamos o beijo. 

O beijo parecia interminável. 

Até que chegamos ao limite. Estávamos ofegantes. Procurando por ar. 

Ele deitou-se no me colo e antes de dormir ele sussurro melodicamente:
- My angel without wings. My angel.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.