Uma briga inesperada



 Acordei mais cedo que o normal. Vi que a coruja tinha deixado meu ‘ Profeta Diário ‘ perto de minha lareira, mesmo no mundo trouxa, elas eram bem eficientes. Mas acho que elas entregavam de madrugada, um pouco antes de amanhecer, porque seria estranho para os trouxas aparecer uma coruja com uma carta do meio da manhã.


 Peguei calmamente o jornal, e vi o que havia na primeira página: ‘ Será que Harry Potter trocara Ginevra Weasley por Hermione Granger? ‘. Eu ria ao ouvir Ginevra, era um nome muito estranho, por isso todas a chamavam de Gina, mas não agora. Mione tinha trocado Ronald por Potter? Havia uma foto de Harry dando um beijo em sua bochecha, muito perto da boca, tenho que admitir. Eles nunca foram de dar beijos e carinhos um no outro, nunca, não que eu já tenha visto é claro, mas todos sabem como é a amizade de Potter com Mione, e se algum dia, alguém tenha visto eles trocando carinhos, eu saberia.


 A única resposta palpável era que eles realmente estavam namorando, Mione provavelmente acabou com o Weasley. Ótimo, ela realmente tinha me esquecido. Porque eu ainda pensava nela? Se ela já tinha tido dois namorados desde a última vez que falamos normalmente um com o outro, obviamente ela havia me esquecido. Que legal. Agora eu pareço um idiota que ama uma garota na qual ele não é correspondido. Isso não é normal de mim. Eu nunca gostei de verdade de ninguém, mas eu percebi que agora seria diferente, eu seria o sentimental.


Sentei-me no sofá e liguei a televisão, não estava mais a fim de ler o resto do Profeta Diário. Não acontecia mais nada de interessante mesmo. E se acontecesse, seria primeira capa. Então pronto. Passava os canais com um tédio gigante, eu não queria assistir nada também. Levantei-me e abri a geladeira para pegar uma bebida. E isso era o que eu iria fazer o resto do dia.


*****


 Acordei cedo, como sempre, e fui pegar o profeta diário. Subitamente, me arrependi. ‘Será que Harry Potter trocara Ginevra Weasley por Hermione Granger? ‘. Isso se tornou primeira capa?! Percebi que eu teria um problema bem grande para resolver o resto do dia. Chamar Harry para conversar com Ron E Gina que eu tenho certeza que nesse mesmo instante estão discutindo um com o outro tentando entender o que aconteceu. Que legal.


 Fui pegar algo para comer, algo fácil, porque daqui a alguns minutos teria que passar na casa de Harry. Eu já havia tomado banho mesmo, eu não saía do meu quarto até tomar banho. Eu sei, normalmente as pessoas não fazem isso, mas eu faço.


 Comi, e assim que eu fui para a porta, a campainha tocou. Abri e vi que era Harry.


 - A gente precisa falar com eles. – Não precisava de explicações, eu sabia exatamente quem era o ‘ eles ‘. Vi muitos fotógrafos batendo foto antes de fechar a porta.


 - Porque você não aparatou aqui dentro? – Perguntei, revoltada. Seria mais cômodo para qualquer pessoa.


 - Lembra que nós três botamos feitiços contra aparatação? – Falou, como se isso fosse a coisa mais óbvia existente. Como eu ia me lembrar? Havia muita coisa passando pela minha cabeça.


 - Vamos logo para a casa de Ron, é melhor.


 Harry pegou minha mãe e aparatamos na frende da casa dos Weasley, mais flashes, eles não tinham mais o que fazer não? Foi quando eu lembrei que não, o Profeta Diário tinha virado mais uma revista de fofoca do que um jornal sério. Havia sobre meu encontro com Draco. Draco e Pansy. Luna e Neville. Até um boato sobre a McGonagall um dia ter tido uma paixão por Dumbledore! Dumbledore ser gay! Enfim, deu para entender. Todos os vilões e até bonzinhos, ou até os que não fizeram quase nada estão aparecendo no Profeta Diário.


 Batemos na porta e num piscar de olhos Gina atendeu, séria. Ela nem nos cumprimentou, apenas nos puxaram para dentro de casa, para que ficássemos fora do campo de visão dos fotógrafos ou porque ela não quer aparecer como capa também.


 O silêncio era mortal. Harry e eu sentamos no sofá e nos olhamos, aquilo estava sério. Segunda-feira, Jorge e Sr.Weasley estavam trabalhando e acho que Molly foi fazer as compras mensais da casa. Dia de segunda, pessoas menores de vinte e um anos que já trabalhavam no Ministério não precisavam ir, a não ser que seu cargo fosse muito importante. Jorge tinha vinte anos, ele só trabalhava porque ele não era do Ministério, às vezes, eu sentia muita pena dele. Ele só continua seu trabalho em memória de Fred.


 Ron desceu as escadas com o rosto igualmente sério, Gina estava na cadeira ao lado, olhando para o nada, ela estava pensando. Rony se sentou na cadeira na frente de Gina e falou.


 - A gente não está sendo muito dramático – Mentira, Ron, sempre foi dramático, por qualquer coisa. Esse era um de seus erros. – Mas o que apareceu no Profeta Diário foi incrivelmente real. Teria sido menos tenso, se fosse só minha namorada que tivesse me traído, mas também foi o meu melhor amigo.


 - Ron, não foi nada, ele só me deu um beijo de boa noite foi embora. Sinceramente, isso é muito drama por nada. – Falei, levantando-me para pegar água na cozinha, já que eu tinha certeza de que eles não iriam pegar para mim.


 Eles esperaram eu voltar. Sério, aquilo era muito drama. Eu odeio isso.


 - Olha, eu não vou ficar aguentando o drama de vocês dois. Eu ainda não entendi porque vocês acreditaram no Profeta. Vocês sabem que a Rita Skeeter ama falar do que ela nem sabe se é verdade. – Essa mulher, infelizmente, tinha voltado pro Profeta, pois houve uma eleição de qual era a melhor coluno. E adivinha quem ganhou? Rita Skeeter. Pois é, aquela mulher que inventou um boato sobre eu e Harry no quarto ano. – E se for pra vocês ficarem com raiva de mim o tempo todo, é melhor eu não pisar aqui nunca mais.


 Os três me olharam, pasmos. Eu nunca fui de ficar desabafando com todo mundo e tomar atitudes precipitadas, mas, eu acho, que depois de ter ficado um tempo com Draco, eu comecei a ser assim, ele era assim. Eu parei. Eu não acredito que eu pensei em Draco de novo. Fazia um tempo que eu não o via, e por alguns minutos do meu dia, eu achava que eu o esqueceria para sempre, mas é impossível. Seus olhos azuis, com seu cabelo louro branco, penteado para trás, dando a ele um ar de esnobe, não que ele precisasse botar o cabelo para trás para ser esnobe, ele era de qualquer jeito. E eu amava isso.


 - Mione, eu não pretendia, eu só... – Começou Gina.


 - Queria fazer você se sentir mal, eu sei. Eu fiquei mais decepcionada com você, tu sabes que eu nunca faria algo assim.


 - Mione... – Agora foi a vez de Ron. – Desculpa, sério, vocês dois. Eu amo vocês. Porfavor?


 - Eu o amo, também. Mas você não precisa ficar com raiva todos os dias da sua vida comigo, né.


 Tudo aconteceu muito rápido. Quando eu vi, Gina já estava deitada sobre um Rony desmaiado, Harry olhava para mim desnorteado, e eu encarava Rony.


 - O que aconteceu com ele? – Perguntou Harry, sussurrando, agora, ao meu lado.


 - Eu não sei.- Falei, agora, alto.


 Molly chegou. Ela era a mãe que tinha mais intuição de mãe. Ela olhou para seu filho e vi que fez de tudo para fazer desaparecer as lágrimas que apareceram em seus olhos. Ela percebeu a mesma coisa que eu, Rony não estava realmente bem.


 - Vão embora, porfavor. – Falou para mim e Harry. Obedecemos.


 Saímos sem despedidas para a portada frente, pasmados, mais flashes. Harry pegou minha mão e aparatamos. Estávamos em sua casa.


 - Ele realmente não está bem. – Falou Harry, olhando-me.


 - Não. – Falei.


 Harry abraçou-me e ficamos assim por bastante tempo. Como eu já falei, é muito raro bruxos ficarem doentes, a não se que seja algo muito grave, e na maioria das vezes, quando eles ficam doentes, até os bruxos mais especializados em medicina não conseguem entender o que aconteceu. Já isso, não é raro.


 - Eu tenho que ir. – Falei.


 - Você vai para casa, ler seus livros, e tentar entender o que aconteceu com Ron. – Era incrível como ele sabia exatamente o que eu pensava, seja lá qual fosse a hora.


 - É. Sai de casa, mais flashes. E aparatei. Mais flashes. Entrei em casa e sentei-me no sofá. Procurando um livro que me explicasse o que acontecera.


 *****


 A campainha tocou, nessa hora eu já tinha tomado meu décimo Whisky de Fogo. Cambaleando fui atender porta.


 -  Vim fazer as pazes com você. Percebi que Gabrielle está muito mais feliz agora. – Falou sua tia. Ela ainda não havia percebido que eu estava bêbado.


 - Entre. – Percebi que não devia ter falado nada, porque ela notou.


 - Hm, sou a Sra... – Desmaiei.


 Depois disso, não lembro de nada que tenha acontecido.

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