O susto
O dia hoje estava com cara de que seria perfeito. Não estava quente, muito menos frio, não havia nuvens no céu, apenas o azul. E também, era sábado. Eu não precisava ir trabalhar, Ron, Harry e Gina viriam para cá passar o dia todo, quem sabe, talvez, nós não iríamos para a casa de Ron fazer uma visita. Fazia muito tempo que eu não via o Jorge, o Sr. E a Sra. Weasley, bem, os outros eu mal via e eles não moravam em casa, então...
Tomei banho, já era 8:00 da manhã, eu tinha marcado com todos a essa hora. A campainha tocou, os três estavam lá embaixo, eu tinha certeza. Ron e Gina dormiram na casa de Harry noite passada, eles me convidaram, é claro, mas não aceitei, eu precisava pensar um pouco sobre tudo.
Desci as escadas correndo, eu sem querer bati no quadro de Fred que há no meu corredor. Sim, eu nunca fui muito fã das brincadeiras que ele fazia, mas eu tinha a foto de toda a família Weasley no meu corredor, então... E como ele morreu...
- Oi – Harry e Gina entraram ao mesmo tempo, sentando-se no sofá. Apenas Ron ficara na porta me encarando.
- Oi – Falei, dando um selinho em Ron e o abrançando.
Entramos de mãos dadas e sentamos ao lado de Gina. Ela já tinha começado a tagarelar. Ela havia mudado muito desde os onze anos de idade, antes ela era tímida, agora, só falta ela sair distribuindo palavras para qualquer um que passar na rua.
- Mione? Eu estava pensando se a gente não pode ir ajudar o Jorge nas lojas de logros enquanto ele não acha ninguém. Porque sabe, o Ron o abandonou...
Eu sabia que esse dia chegaria desde que Ron resolveu ir trabalhar no Ministério comigo. O dia que a Gina pediria para ir trabalhar com ela nas ‘ Gemialidades Weasley ‘. O problema era que eu tinha que dizer sim. Ela sempre fez tudo o que pode por mim, mas eu nunca fiz tudo que eu posso por ela. Não, eu não era uma má amiga, era só que na maioria das vezes, quando ela estava com algum problema ela não me deixava ajudar de jeito nenhum, mesmo que fosse algo muito complicado, e se eu me metesse, ela ia ficar com raiva de mim pelo resto de minha vida.
- Hm, claro! – Falei com uma falsa empolgação. Gina estava muito feliz para perceber a mentira de meu olhos, mas não Harry. Ele olhou-me com um olhar de ‘ Eu sei quando você está mentindo. ‘ E ele sabia mesmo. Ron estava muito ocupado se culpando por ter ido trabalhar no Ministério e ter deixado seu irmão sozinho.
Levantei-me sem falar nada, e Gina foi atrás de mim, tagarelando o quanto seria divertido a gente trabalhar juntas em uma loja onde tudo é colorido e divertido. Gina, como eu Ron e Harry, não completamos o 7º ano em Hogwarts. Ela havia feito o penúltimo ano na época de Voldemort e depois, decidiu que ia ficar com a gente. Apesar de eu e a Sra.Weasley não termos gostado da ideia, não a obrigamos a nada. A vida era dela, escolhas dela.
Fui preparar a comida com Gina, na verdade, fui olhar. Eu não fazia nada além de entregar os ingredientes a ela, o resto ela fazia. Percebi que ela estava preparando um café da manhã bastante gostoso: Murffins e Chocolate Quente.
Estava tudo pronto. Levamos uma bandeja até a mesa de centro na qual Harry e Ron tinham botado o seu pé.
- Tirem o pé da mesa. – Falei. Eles, automaticamente, obedeceram. Era legal mandar neles, porque eles faziam exatamente o que você quer. Mas essa regra se aplica apenas a mim
Ron começou a comer desesperadamente, como sempre. Era incrível como ele conseguia comer tanto, mesmo estando sem fome, um dia eu havia falado a ele que isso era falta de educação, mas se ele não quer me escutar, problema dele. Eu também havia comentado que não queria que me vissem ao seu lado quando estivesse comendo, então ele ficou revoltado e falou que eu tinha que aceita-lo do jeito que ele era, pensando bem, era verdade. Passamos uma semana sem nos falar, depois disso, ele me entregou um buquê com no mínimo duzentas rosas e ele falou ‘ Uma rosa significa uma desculpa para cada briga nossa ‘, foi impossível não aceitar seu pedido de desculpas e rir.
Aconteceu tudo muito rápido. Em um instante, eu estava indo sentar ao lado de Rony, no outro, ele estava vomitando em meu sofá e no segundo seguinte desmaiou. Antes disso, eu não havia percebido se ele estava ou não com uma boa aparência, mas parecia que sim.
- Por Merlin! – Harry foi o primeiro a conseguir a agir. Correu para o lado do amigo e apoiou cabeça de Ron em suas pernas.
- Ah! Gina, chame seus pais! – Gritei, e imediatamente, ela aparatou, demoraria alguns minutos até que eles voltassem. Nós podíamos está exagerando e Rony podia ter apenas comido demais, como também podia ter acontecido algo grave. Não era muito normal pessoas vomitarem e no segundo seguinte desmaiarem do nada.
Pegue a cabeça de Rony e a apoiei em meu braço, ele havia acordado, e estava suando frio.
- Harry, o que ele comeu na sua casa? – Perguntei.
- O mesmo que eu e Gina comemos, e o mesmo tanto. – Falou ele, olhando-me, tentando decifrar o que eu estava querendo fazer. A verdade era que podia ser alguma intoxicação alimentar, e só. Mas pelo visto, não era.
O estranho, era que bruxos normalmente não ficavam tão doentes assim. Mas havia algumas coisas que não podiam ser curadas. Como o câncer, o diabetes e a pressão alta. Tudo incrivelmente ruim.
Sra.Wealey havia acabado de aparatar, seguida por Gina e Jorge. Sr.Weasley devia está trabalhando, apesar de ser fim de semana, nós só o víamos a noite.
- O que aconteceu? – Perguntou Jorge. Molly estava ao lado de seu filho agora, sibilando feitiços para fazê-lo melhorar.
- Eu não tenho a menor ideia. – Respondi. Era a verdade.
Ficamos calados, vendo Molly cuidar de tudo, ela era a pessoa mais maternal que eu já havia acontecido. Ron estava começando a melhorar novamente, sua cor estava voltando e havia parado de suar frio. Molly sussurrou um ‘ Obrigada ‘ em minha direção e aparatou com Rony, para casa, provavelmente.
- Então, acho que é melhor a gente ir também. – Falou Jorge, sorrindo. Jorge havia perdido um pouco de suas brincadeiras quando Fred morreu. Os dois eram como uma alma só, e quando Fred morreu, só sobrou metade da alma. Jorge virou algo incompleto.
- Tchau. – Falei.
No segundo seguinte, só havia sobrado eu e Harry. Nós estávamos completamente paralisados, raciocinando o que poderia ter acontecido. Harry foi o primeiro a falar.
- Acho que você quer ficar sozinha, então, hm, eu vou indo.
- Fica, porfavor. – Falei.
Harry sentou-se ao meu lado e abraçou-me. Não tenho ideia de quanto tempo ficamos parado lá, mas subitamente senti cãibra em minhas pernas. Levantei-me.
- Eu sei. – Harry falou. Sua expressão era vazia.
- Do que você está falando? – Perguntei, confusa.
- Você ainda gosta do Malfoy. – Levantou-se, seguindo para a parte da piscina.
- Não gosto não! – Eu falei, em defensiva.
Corri atrás dele, ele havia desaparecido. Aquele maldito, pensei. Eu estava muito perto da piscina, procurando por Harry. Virei-me para ver se ele não havia pulado dentro da piscina. No mesmo instante senti ele me empurrando, e cai na piscina.
- Seu idiota! – Falei, gritando e rindo ao mesmo tempo. – Volta aqui!
Ao meu lado, ele pulou, com roupa e tudo. Fazendo pingos de água caírem em cima de mim. Nadei calmamente até seu lado. Senti ele me segurar pela cintura. Aproximou sua boca de meus ouvidos e falou.
- Mione, eu te conheço, e, para mim, você é a pior mentirosa do mundo. – Eu sabia do que ele estava falando. Malfoy.
Virei-me e joguei água em sua cara. Começamos a rir desesperadamente. Harry era meu melhor amigo, e a verdade era que, eu nunca consegui mentir para ele. E eu ainda sentia algo por Draco, algo que eu espero que um dia esteja muito distante.
Fui para fora da piscina. Harry seguiu-me.
- Ei, tenho que ir embora. – Ele beijou-me na bochecha e se foi, deixando-me sozinha ali.
*****
Foi um dia qualquer, fiquei metade do dia bebendo ao lado da piscina. A casa vizinha era tão colada da minha, e não havia muro separando-me da casa ao lado, apenas uma pequena cerca, o que significava que qualquer um podia simplesmente pular para minha casa e ficar lá.
Percebi que a mulher que me olhou estranho noite passada tinha um marido. Eles passaram o dia do lado de fora da casa, cuidando de seus sobrinhos, Gabrielle e o pequeno garoto que eu não descobri o nome. Escondi-me da garota para que ela não pudesse me ver, eu não queria que ela fizesse a mesma bagunça que estava fazendo na casa ao lado. Eu sei que ela é totalmente adorável, mas não.
Notei também que a mulher passou metade do tempo me encarando, ela havia me visto, que ótimo. Ela não gostava muito de mim, agora eu tinha certeza. Ela percebeu que eu passei todo o dia bebendo. Por isso, eu acho que Gabrielle não pôde me visitar hoje, eu queria que ela viesse jantar aqui, para ela poder me contar como é sua escolinha e eu poder saber mais do mundo trouxa.
Mas enfim, ela não veio. Eu tenho certeza que foi a vizinha que não gosto de mim que a proibiu de visitar um cara bêbado, ela devia achar que eu era uma má influência, ou apenas um garoto de vinte anos sem nada o que fazer. Eu queria ir bater em sua porta e perguntar se eu não podia levar Gabrielle para jantar, mas eu não podia arrumar confusão. Não queria ir embora daqui.
Quando escureceu, fui cambaleando para dentro de casa, peguei qualquer coisa pra comer, e fui dormir.
Eu não tinha ideia de que minha vida pudesse se tornar tão monótona. Na verdade, eu não sabia de nada, foi uma decisão precipitada. Eu achava, no máximo, que eu ia achar outra garota e esqueceria Hermione Granger. No mínimo, a esse ponto, ela já deve ter se esquecido de mim.
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