Ronald Weasley
Lá estava eu, enfrente a casa de Harry, batendo em sua porta, na esperança de que sua namorada, Gina, estivesse lá, o que era bastante normal, eles sempre estavam juntos, ela praticamente morava na casa de Harry, estranho é ainda não ter visto a Sra. Weasley com raiva disso. Do jeito que ela era. Nesse exato momento, Molly devia estar sozinha em casa, Jorge devia está em sua loja, Percy em seu trabalho no Ministério junto com o Sr. Weasley. É, eu trabalhava no Ministério também, mas eu, pelo menos, tinha folga nos fins de semana. Gui e Carlinhos, bem, eles não moravam com a mãe mesmo.
Harry abriu a porta, olhou-me duvidoso, era incrível a capacidade dele de não saber de nada sobre sentimentos de garotas, mas saber quando eu estava triste. Talvez a convivência tivesse criado um extinto nele, não sei. Já Rony, bem, ele nunca sabia de nada mesmo, e nós tínhamos acabado. Implorei mentalmente para que Rony não estivesse lá, o que era meio impossível, porque sempre que Gina ia para a casa de Harry, Rony ia junto. Acho que o casal nunca tinha privacidade, somente quando ela fugia de casa para ver Harry e seu irmão estava dormindo. É, ela fazia isso.
- Harry? – Entrei em sua casa, arrumada, como sempre. Ele abraçou-me e sussurrou ‘ Eu sei que algo aconteceu, Gina está no meu quarto ‘. Então ele sabia. – Obrigada.
Subi para seu quarto, eu poderia andar de olhos fechados na casa de Harry, apesar de não fazer nem um ano que ele havia comprado aquele lugar, não houve um dia desde a compra da casa que eu não passasse para visitar Harry ou Gina. O corredor de Harry me lembrava a de Sirius, tenho minhas dúvidas que ele queria realmente que ficasse parecido com a casa de Sirius, só que estava arrumada e limpa, é claro. Havia quadros, de todos que Harry achava importante, a família Weasley, eu, Neville, Luna, Dumbledore, Snape e por fim, seus pais. Eu achei aquilo um pouco de judiação com Harry, ele sentia vontade e chorar toda vez que olhava para as fotos de seus pais.
Entrei em seu quarto, Gina estava sentada na cama ao lado de Rony. O quarto de Harry era luxuoso. Havia uma foto sua e de Gina na cabeceira de mesa ao lado da cama, o armário branco estava encostado na parede. Havia pôsteres por todos os lados. Sua equipe de Quadribol preferida, o símbolo da Grifinória, e fotos de várias bandas bruxas.
- Hm, Gina, posso falar com você? – Falei, sem olhar para Rony, que estava obviamente, me encarando. Em seus olhos havia ódio, primeiro por ter acabado com ele, segundo, por ter ignorado-o.
- É claro! Hm, Rony, você poderia sair? – Perguntou Gina calmamente, o esperando sair. Ele murmurou algo como ‘ É claro ‘ e saiu batendo o pé.
- Eu soube que vocês acabaram. – Gina falou. – Ele anda com muita raiva por causa disso, sabe? Ele realmente sente sua falta, apesar de não falar.
- Eu duvido muito. Rony, meio que, bem, eu não ia aguentar um cara que tem ciúmes até se eu pedir uma cerveja amanteigada para o homem atrás do balcão. – Nós rimos, apesar de ser a pura verdade. – Mas não é pra isso que eu estou aqui, bem, é, hm...
- Sobre o Draco. – Ela completou, eu não precisava falar para Gina saber exatamente o que eu queria.
Contei sobre tudo, de novo, sobre a Pansy e Draco, sobre o modo que eu me senti quando ele me abraçou de propósito, sobre o jeito que eu acho que ele se sentiu, bem, sobre todo o ocorrido naquela manhã. É, já estava de noite.
- Olha, Mione, eu não acho que você tenha acabado com Rony por causa de seus ciúmes, e sim por causa de Draco.
- Mas eu não gosto de Draco. Bem, eu sinto uma atração por ele, mas, quem não sente? E eu fico realmente triste por causa de Rony, algumas vezes eu tenho uma vontade imensa de voltar com ele.
Eu estava falando a pura verdade. Eu gostava demais de Rony, e apenas sentia uma leve atração por Draco, eu queria namorar Rony, e apenas ser a amiga de Draco. E só. Nada demais, isso tudo só aconteceu porque Rony e Harry não gostam de Draco. Tá, o Harry não tem muito a ver não, mas eu tenho certeza que Rony foi pedir a opinião de seu melhor amigo. E sim, eu sei que a rixa entre Rony, Harry/Draco, ainda é muito grande, apesar de Harry ter salvo a vida de Draco, e tudo o mais.
Gina, pela primeira vez, não sabia o que falar. Qualquer passo incerto poderia machucar seu irmão, ou sua melhor amiga. Isso era totalmente óbvio. Eu amava Gina, mas odiava o modo que ela sempre queria proteger todo mundo, como se o planeta fosse acabar se ela machucasse alguém. É claro que, é horrível machucar uma pessoa e tal, mas isso não pode atrapalhar na sua vida nem nada. E tipo, tudo é concertado.
- Mione? Eu acho melhor você voltar com Rony, eu não tenho certeza, a não ser que você queira é claro. E tipo, depois, você dizer se gosta realmente dele. E se não, acabe, e só. Isso não é usá-lo nem nada. Eu cuido do resto.
‘ Eu cuido do resto ‘ Isso significava que Gina não tinha certeza daquilo. Apesar de ser uma boa ideia. Não é usá-lo. Eu espero. A questão é, como eu voltaria com Rony?
O jantar estava pronto. Ouvi Harry gritando da sala. Gina olhou-me pela última vez, e descemos, silenciosas. Harry botara o jantar em cima da mesa de centro da sala de estar para comermos em cima do sofá. O jantar ela pizza e refrigerante de Cola. Quando se vive com trouxas por onze anos, algumas manias nunca acabam, como a minha de gostar de assistir televisão, e a dele, de comer pizza e refrigerante de cola, é, isso não é muito comum entre os bruxos. Harry, na verdade, não comia esse tipo de comida na casa dos Dursley, ele só comia restos. Mas quando comia, ele amava. O que só o influenciou a comer isso toda semana.
Gina sentou-se ao lado de Harry, fazendo com que o único lugar vago fosse ao lado de Rony, tinha certeza que minha melhor amiga havia feito isso de propósito. Senti Harry olhar para mim, como se ele entendesse o que aconteceu ali. Espero que ele não tenha comprado mais um produto das Gemialidades Weasley e conseguisse ouvir nossa conversa. Mas Harry não era capaz de fazer isso. Eu espero.
Comemos silenciosamente, o clima de tensão estava no ar.
- Olha, Mione, é impossível ficar no mesmo lugar que você sem querer beijá-la! – Rony tinha me pegado de surpresa, na verdade, pegou todos de surpresa.
Nós já havíamos acabado de comer e Rony, simplesmente, falou isso, levantando-se para a cozinha. Ia ser mais fácil do que eu imaginei, eu espero. Mas aquilo realmente foi triste, porque ele tinha a certeza que gostava de mim, eu faria tudo para ter essa mesma certeza. Harry se levantara para ir ao encontro do amigo, mas Gina o puxou pelo braço, e imediatamente, ele sentou. Ouvi Gina sussurrar ‘ Deixa eles resolverem ‘.
Levantei-me calmamente e fui para a cozinha. Vi Rony, sentado em uma cadeira onde em frente, havia uma mesa. Quando Harry estava só, ele comia ali. Pude provar que Rony estava soluçando. ‘ Por Merlin, ele está chorando por mim ‘. Uma onda de culpa veio em minha mente, sentei-me ao seu lado, e puxei sua cabeça para o meu ombro. Acariciei seus cabelos ruivos assanhados, lembrei-me de como eu gostava do cheiro daquele cabelo, do modo como ele sorri, do jeito que ele fica totalmente vermelho quando está com raiva ou ciúmes.
- Rony, eu ainda te amo. – Falei, suspirando, tentando ao máximo, não me mexer, meus ombros estavam ficando doloridos por causa de sua cabeça.
Ele ajeitou-se em sua cadeira e olhou em meus olhos. Seus olhos estavam inchados, vermelhos. É, ele estava chorando.
- Mas você estava se agarrando com Malfoy, eu vi, com meus próprios olhos. – Ele falou, enxugando seu rosto com as costas da mão.
- Já percebeu como é incrível a capacidade humana de ver coisas onde não há nada? Rony... Ele estava triste, entende? No dia em que você perder toda a família, você vai entender.
- Era só isso? – Perguntou cautelosamente.
- Era.
Rony levantou-se, e beijou-me como nunca. Era um beijo possessivo e cheio de amor, ao mesmo tempo. Levantei-me. Seu corpo se encaixava perfeitamente no meu. Não conseguia pensar em mais nada, apenas em Rony e como ele era perfeito e idiota ao mesmo tempo, como ele conseguia ser burro e inteligente, como ele era um bom amiga, e principalmente, um bom namorado.
- Caham. – Nos separamos no mesmo instante. Harry estava encostado na porta, olhando-nos com um sorriso malicioso no rosto. – Então vocês voltaram?
Rony estava com o cabelo bagunçado, olhou-me e falou um ‘ É... ‘. Ri. Isso me fez lembrar nosso primeiro beijo, em Hogwarts, nós, do nada nos beijamos enquanto havia uma guerra, Harry estava lá, e ele ficou tipo ‘ Olá, eu estou aqui, e, ahn, há uma guerra acontecendo lá fora, sabe?’. Foi bem engraçado.
Corri para Harry e o abracei, ainda rindo. Ele não retribuiu, é claro, ele estava com medo. Fui para a sala e Gina estava sentada, ela sussurrou para mim ‘ Eu tentei impedi-lo ‘ e sussurrei de volta ‘ Sem problema ‘.
Olhei no relógio. Já era meia-noite, tinha que ir. Fui falar com Rony e Harry e disse a eles que precisava ir. Estava na minha hora de ler alguma coisa. Não dei um beijo de despedidas em Rony, ele nunca foi de ficar o tempo todo beijando a garota dele. A não ser no sexto ano, que ele ficava o tempo todo de agarração com Lilá, mas depois ele me contou que era só por causa de Gina e tudo o mais.
Fui para casa, aparatando, é claro, não era tão longe dali, na verdade, era apenas três casas adiante.
Hoje foi um dia, bem, feliz.
*****
Hoje o dia foi uma merda completa. Hermione não estava em casa, sim, eu fui procura-la. Eu realmente gostava daquela garota. Mas, não era difícil saber onde ela estava, na casa de Harry Potter. Santo Potter. Sim, eu havia criado um respeito por ele, se não fosse por Potter, eu estaria morto agora. Enfim, eu estava com medo, se ela estivesse na casa de Potter, Gina estaria lá, e ela contaria tudo para a Weasley. E, era obvio, Ronald também estava lá, o que pode ter acontecido, ou eles voltaram, ou eles se odeiam ainda mais. Torço para que seja a segunda opção.
Já era meia-noite. Estava no mesmo bar do dia em que Hermione havia me encontrado bêbado. Eu estava bebendo muito, todos olhavam para mim, mas, e daí? Essas pessoas devem sentir é pena de mim, o coitado do Draco Malfoy, perdeu a família, a garota que gosta e reprime os sentimentos bebendo.
Paguei a conta, e levantei-me tonto. Fui para casa, com os sentidos totalmente perdidos já. Joguei-me no sofá e simplesmente, chorei.
Chorei por causa que eu sabia que eu nunca mais iria ver meus pais, a não ser nas fotos suas que eu coloquei na parede. Hermione Granger, a garota que estava me consolando a tempos, aposto que nunca mais iria querer me ver, e pensando bem, Harry devia ter me deixado morrer, para eu apodrecer nos meus próprios erros, era melhor do que viver essa merda de vida.
Adormeci pensando em Granger. Aquele sorriso, o modo como ela quer sempre ajudar a todos, e, pela primeira vez em dezoito anos, eu não pensei no corpo dela.
Eu não sabia o que faria amanhã, mas definitivamente eu não iria querer ver Hermione Granger.
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