Julgamento
A semana havia se arrastado de forma lenta e torturante, Hermione e Natasha passavam e repassavam exaustivamente o que poderia ser pedido no julgamento da morena. Já Harry, Luna, Rony e Gina dividiam o tempo em trabalhar na loja dos gêmeos e pesquisarem históricos de julgamento de assassinos menores de idade, o que era difícil, mas a maioria dos resultados eram períodos de tempo em Azkaban, a maioria das vezes, períodos longos.
Finalmente sexta-feira havia chegado, eram oito da manhã e Hermione andava de um lado para o outro na sala de estar do apartamento de Natasha.
-Eu gosto desse piso. –Avisou a mulher, que colocava brincos calmamente.
-Como você consegue ficar tão calma? –Perguntou a grifinória e viu Natasha sorrir.
-Não é minha primeira vez. –Piscou para a morena, que apenas balançou a cabeça. –Trovão e Trovoada, vamos? –Chamou olhando para os dois aurores que vigiavam Hermione. Ela havia os apelidado assim, pois as poucas vezes que falavam algo, elas notaram a voz grossa deles, além do terno que os fazia parecer do MIB, homens de preto. O apelido já arrancara boas risadas de Hermione.
Eles desceram pelo elevador, saíram do edifício e andaram até um beco escuro.
-Dei-me a mão, Hermione. –Pediu a professora, mas Trovão, que era alto, com os cabelos negros penteados com perfeição e tinha um cavanhaque, impediu-a.
-Não, ela vai comigo, vocês dois aparatam depois. –Avisou e viu Trovoada confirmar e Natasha praguejar baixinho.
-Tudo bem. –Disse Hermione, ignorando o olhar da professora, e pegou o braço do auror, logo sumiram deixando um som seco para trás.
-Beleza Trovoada? –Disse e deu uma piscadela para o loiro, mais novo que o Trovão, e bonito. –Em um beco, sozinhos, bom... –Comentou e gargalhou ao ver o auror corar, antes de aparatar.
***
-Nós vamos poder ver a Mione antes? –Perguntou Gina à Dumbledore.
-Creio que não, Hermione estará em uma sala isolada até antes do inicio do julgamento. –Respondeu o diretor com certo pesar na voz. –Acho melhor entrarmos. –Avisou quando viu a promotoria começar a ocupar a sala onde ocorreria o julgamento.
***
-Hermione. –Natasha chamou entrando na sala e fitando Hermione que estava sentada sobre a mesa, com as pernas cruzadas, os braços atrás de si para lhe dar apoio e uma expressão gelada. Natasha sorriu, afinal os treinamentos para ensinar Hermione a resistir as “torturas psicológicas” haviam funcionado. –Você tem que entrar altiva naquela sala. –Lembrou e Hermione finalmente fitou a professora.
-Não sei se vou conseguir. –Murmurou e a mulher viu nos olhos da adolescente o que não queria: que ela estava com medo.
-Sabia que me ensinaram que, como os olhos são o espelho da alma, nós sempre nos entregamos através deles? –Disse e tirou um pequeno penal do bolso, que se expandiu. Ela o abriu e tirou um delineador e um estojo com sombra.
-Por que isso? –Perguntou a aluna abrindo um fraco sorriso, descrente.
-Vamos fazer esses espelhos passarem medo, minha querida, mas não o seu medo, vamos fazer os outros ficarem com medo. –Piscou para ela e começou a maquiar a pupila. –Agora vamos para as roupas. –Disse pegando uma bolsa e entregando-a para Hermione. –Vamos deixar a promotoria de boca aberta.
-Isso é loucura! Não vai adiantar! –Reclamou Hermione.
-Vai sim, confia em mim. –Afirmou e viu a morena suspirar e entrar no banheiro. –Vamos mostrar que você é só uma adolescente normal. –Falou para que a adolescente a ouvisse.
Do nada uma mulher de cabelos roxos fluorescentes entrou na sala, esvoaçando a capa preta atrás de si.
-Natasha?! –Espantou-se a auror.
-Ninfadora. –Disse indiferente e viu os olhos da mulher tornarem-se vermelhos. –Guarde sua metamorfogia para transformar sua mão em uma faca para atacar o idiota do Ministro. –Avisou.
-Nem me fale mulher. –Rosnou Tonks, sentando-se. –Aquele homem me tira do sério. –Segredou.
-Isso ele faz com todos. –Confirmou Natasha e viu Hermione abrir a porta do banheiro.
-Tonks! –Gritou feliz por ver a amiga, fazendo Natasha levar o dedo ao ouvido.
-Ai meu tímpano, garota! –Ralhou, mas Hermione não lhe deu atenção e correu para abraçar a auror.
-Como você conseguiu entrar? –Perguntou e a auror fez um gesto de indiferença com as mãos.
-Estuporei o auror que estava na porta.
-O Trovão? –Assustou-se e Tonks riu do apelido.
-O mais velho. –As duas fizeram um gesto com a cabeça. –Vou te acompanhar até a sala do julgamento. –Comentou. –E Dumbledore pediu para avisar que você está atrasada, Natasha. –Disse o nome da outra com asco.
-Sério?! –Assustou-se e saiu correndo gritando: - Ai meu Deus! Saíam da frente, mulher perigosa passando!
-Maluca. –Resmungou Hermione, dando um meio sorriso.
-Nervosa?
-Mais do que você imagina. –Deu um suspiro e se deixou ser abraçada pela amiga.
-Não parece. –Comentou.
-Ainda bem! Porque se não, Natasha me mataria, ela ficou me provocando horas e horas, para que eu não desse vexame ou me condenasse aqui. –Contou e viu a mulher desviar o olhar. –E olha que ela provoca muito bem.
-Vocês ficaram bem amigas, não é? –Perguntou Tonks, indiferente.
-Eu estou na casa dela. –Disse e deu um sorrisinho sarcástico. –Ow, Tonks, está com ciúmes? –Perguntou brincalhona, em um tom que imitava uma criança, apertando a bochecha da auror, que se desvencilhou.
-Ow, faz um favor? –Perguntou no mesmo tom de voz e Hermione acenou positivamente. –Vai se foder? –Pediu e a garota se espantou, antes de começar a rir.
-Por que você não gosta dela? –Perguntou e Tonks fez uma careta.
-Outro dia eu te conto, vamos. –Falou e puxou Hermione pelo braço. –Qual é? Tenho que ser uma boa atriz! –Defendeu-se ao ver o olhar espantado da morena.
***
O Ministro da Magia, Cornélio Fudge, entrou na sala oval e todos se levantaram.
-Dou inicio ao caso 2542: Hermione Granger, estudante, 15 anos, assassinou, na noite de sábado, um Comensal da Morte, Avery Lestrange. Chamo a ré para entrar na sala. –Falou Fudge e todos se viraram para observarem uma garota entrar. Os amigos dela riram, ela estava acompanhada por uma Tonks, que nem disfarçava que estava conversando com a morena. Alguns estranharam o estado dela, um vestido preto, de mangas curtas com um decote quadrado e um scarpin preto, que fazia um chato “cleckt” no chão. Por mais bem vestida que estivesse os mais próximos perceberam a diferença nela, estava mais magra, mesmo com a maquiagem, olheiras arroxeadas eram vistas, o rosto que antes tinha maçãs do rosto redondas e marcadas, agora estava magro, a expressão fria escondia o cansaço, o nervosismo e o medo.
A morena se encaminhou até uma cadeira no centro da sala, uma cadeira que tinha correntes que foram presas no pulso por uma Tonks desconfortável.
-Como é um caso anormal, foi permitido o uso de penseiras para o julgamento. –Ressoou Fudge, que fez um aceno com a cabeça para que um dos promotores se levantasse e fosse até a ré.
-Pense na noite de sábado. –Ordenou de forma seca e Hermione concordou, a varinha do homem foi encostada na têmpora da garota, de lá saiu um feixe de luz, que foi depositado na superfície da penseira. Em vez de terem que mergulhar na memória, a lembrança da noite no parque de diversões foi refletida em um tipo de telão em uma parede cega, onde todos poderiam ver.
Muitos ficaram abismados com a relativa facilidade com que os jovens venceram os Comensais, ainda mais espantados com a “chegada triunfal” de Luna e Hermione. No momento em que Hermione vociferou a maldição, todos se calaram e sentiram uma energia sair da lembrança. De repente, tudo se apagou.
-Esta foi a lembrança da noite do ataque. –Disse o promotor responsável por mostrar a lembrança. –Observamos que não houve tentativa ou sucesso de alteração na memória.
-Chamo Leah Solano, promotora acusativa, e John Mason, defesa. –Hermione sabia que os dois promotores tentariam ver o lado bom e o ruim do que Hermione fez. E sabia também que John gostava de desafios, e tomou como um desafio ajuda-la a se livrar de Azkaban. Leah era uma ruiva, magra, com óculos de lentes quadradas que lembrava o jeito de Rita Skeeter. Já sua defesa era feita por um homem barrigudo, ligeiramente careca, mas com uma expressão astuta. Além de tudo, ainda havia Dumbledore para protegê-la.
Leah estava afiada nas acusações e ficou um bom tempo gastando toda sua energia para mandar Hermione para a prisão, alguns argumentos eram muito óbvios, mas também tinha coisas que impressionaram a morena, se ela não fosse à julgada, tiraria o chapéu para Leah Solano.
Já John era mais direto, dizendo que Hermione optou por matar um Comensal da Morte muito procurado do que ver o herói do mundo bruxo padecer em sua frente, apelou para a pressão e que a julgada não teria conseguido pensar direito, foi muito bom. Mas Hermione sabia que não fora o bastante. Para espanto de todos os que estiveram presentes naquele parque, Dumbledore não se pronunciou nenhuma vez e nem fez uso das pesquisas que os adolescentes haviam se matado para fazer.
-Peço para a promotoria se retirar e ponderar sobre a acusação e defesa. –Fudge ordenou depois de mais de quatro horas e eles o fizeram, Hermione foi retirada da Sala de Julgamento e foi levada para o local onde ela esperara o julgamento começar.
Chegando lá, a morena desabou na cadeira, enfiando o rosto nas mãos, sendo observada por uma preocupada Tonks e uma indiferente Natasha.
-Vocês vão me visitar em Azkaban?! –Perguntou em uma voz aguda.
-Claro que não, eu não ponho meus pés calçados em botas channel naquele muquifo! –Natasha exclamou e foi repreendida por uma Tonks espantada, mas a morena não lhe deu atenção.
-Você não vai para Azkaban, Mione. –Assegurou a metamorfomaga.
-Você viu! –Hermione levantou os olhos que estavam marejados. –Aquela Leah é muito boa! E Dumbledore nem falou nada!
-Se eu bem conheço aquele velho, Dumbledore tem uma carta na manga. –Afirmou Natasha indo até a garota. –Você não vai chorar. –Rosnou, assustando Hermione. –Você sabe o trabalho que me deu fazer esse “bloqueio da alma”?! –Falou e viu a aluna respirar fundo.
Esperaram cerca de meia hora e logo Trovoada as chamou. Voltaram para a Sala de Julgamento e se posicionaram no mesmo lugar, Hermione lançou um olhar significativo a Harry, que sorriu confiante para a amiga.
-Convido o promotor James Soares para dar o parecer final, a sentença da acusada. –Disse Fudge e observou um homem baixinho e de cabelos brancos se levantar.
-A promotoria avaliou a defesa e a acusação de Hermione Granger e chegou a um consenso. –Pronunciou e Hermione sentiu uma sensação ruim se apoderar de seu estômago. –Por oito votos a três, condenamos a ré a uma pena de cinco anos em Azkaban, - Muitos prenderam a respiração e protestos foram ouvidos. –pena sujeita à alteração conforme o comportamento da prisioneira! –Alterou a voz para ser ouvido por todos.
-Isso é uma injustiça! –Gritou Harry se levantando. –Ela salvou minha vida e vai para Azkaban? Por que vocês não condenam os Comensais que nos atacaram?! –Alterou-se e foi acalmado por uma Luna com olhos marejados.
-É! –Berrou Gina, que possuía o rosto e as orelhas ruborizadas, além de uma lágrima solitária rolando por sua bochecha. –Isso é injusto!
-Acalmem-se. –Pediu Molly, que já não escondia suas lágrimas, os garotos fitaram ansiosos, o diretor se levantar e pedir a atenção de todos. –Gostaria de expor minhas ideias à promotoria.
-A pena já foi decidida. –Rosnou Fudge. –Nem você pode muda-la, Alvo.
-Por favor, Cornélio. –Disse e viu o Ministro resmungar algo. Viram o diretor ir até a sala onde a promotoria se reuniu e ficar lá por alguns minutos. Hermione viu Harry sair de onde estava e ir até ela.
-Harry. –Chorou Hermione tentando se levantar, mas as correntes machucaram seus pulsos.
-Tonks. –Pediu e viu a mulher soltar Hermione, que pulou nos braços do amigo.
-Harry, eu vou para Azkaban. –Choramingou e Harry apertou o abraço, vendo Rony, Gina e Luna aproximarem-se.
-Não, não vai. –Garantiu. –Confie em Dumbledore e se você for mesmo para lá, o que eu duvido muito, eu vou te tirar de lá, nós vamos te tirar de lá. –Corrigiu e Hermione sentiu um abraço em grupo se formar ao redor de si, como uma barreira, e lá, entre os braços fortes de Rony e Harry e sentindo os carinhos das delicadas mãos de Gina e Luna, ela sentiu-se protegida, como se fosse impossível algo acontecer com ela. Mas logo aquela magia se quebrou, ao ouvir a voz de seu carrasco, também conhecido como Fudge, ressoar pelo recinto, fazendo os amigos voltarem para seu lugar. Não antes de depositarem beijos na face dela.
Hermione viu que alguns presentes ficaram mexidos com a demonstração de carinho recente. Dumbledore saiu daquela sala e os promotores também. O tal James foi até Fudge e cochichar algo em seu ouvido, viu a expressão de desagrado dele e uma pequena esperança floresceu dentro de si.
-A promotoria mudou a sentença. –Soou o Ministro, em um tom de desagrado. –Hermione Jean Granger será punida na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. –Suspiros aliviados soaram e um sorriso brotou entre as lágrimas da morena. –Mas deixo claro que você será observada e qualquer deslize ou atitude que o Ministério tome como uma ameaça haverá um novo julgamento, dessa vez sem intervenção ou pena. –Ele disse fitando os orbes castanhos de Hermione. –Declaro o caso número 2542 encerrado. –Ele bateu o tradicional martelo e Hermione sentiu os pulsos serem soltos magicamente, viu Harry e Rony pularem por cima da madeira que separava o chão dos bancos e irem de encontro à Hermione, com enormes e contagiantes sorrisos.
-Abraço. –Pediu em um baixíssimo sussurro, os dois abraçaram ela, tirando-a do chão e apertando-a. Viu Luna e Gina abraçadas, chorando em alívio e se deixou ser dominada pelo cansaço, sendo engolida pela escuridão.
***
-Ela vai ficar bem? –Perguntou Harry que fitava uma curandeira administrar uma poção relaxante na amiga que estava desacordada em uma maca na Ala Hospitalar do Ministério da Magia.
-Vai sim, senhor Potter. –Respondeu a curandeira muito simpática e saiu, deixando-o sozinho com Hermione. Só ele pode ficar ali, não sabe se foi por causa da fama ou pela clara e verdadeira ameaça que fez ao diretor da Ala Hospitalar. Harry levantou do sofá onde estava sentado e passou a mão nos cabelos rebeldes, foi até a cama onde a amiga estava e envolveu a delicada mão da amiga entre as suas.
-Acorde Mione, por favor. Você é forte, é guerreira, não me dá um susto desses. –Pediu fitando-a preocupado. Sem a maquiagem ele pode ver que Hermione passou uma semana bem nervosa e ansiosa. O peito dela subia e descia fracamente, em uma respiração levemente irregular, por baixo do tecido preto do vestido. Ele se sentou em uma poltrona no lado da cama de Hermione, ainda envolvendo a mão dela com as suas, e acabou adormecendo.
***
Harry acordou quando sentiu a mão de Hermione sair do meio das suas, ele deu um pulo e fitou ao redor, parou os olhos em Hermione, que tinha um fraco sorriso de canto.
-Acordou faz muito tempo? –Perguntou ele, passando a mão por baixo dos óculos, tentando “se acordar”.
-Só o suficiente para constatar que você estava preocupado comigo. –Brincou.
-Que bom que se diverte com minha preocupação. –Comentou sentando-se na cama dela. –Você está bem? –Perguntou e Hermione sinalizou positivamente. –Me desse um susto. –Falou acariciando a mão dela e ela sorriu tranquilizadora.
-O que você acha que Dumbledore disse para eles mudarem de ideia? –Perguntou preocupada.
-Não faço a mínima ideia. –Confessou Harry. –Mas deve ser algo bom, Dumbledore não ferraria você.
-Eu sei que ele não faria isso. –Concordou Hermione. –Mas tem que ser algo meio ruim para o Ministro ter acatado. –Falou com lógica.
-Não se preocupe, vamos estar aqui para o quê der e vier. –Disse dando um beijo na mão dela.
-Sem galanteios, Potter. –Brincou e ele riu.
-Vejo que já acordou senhorita Granger. –Comentou a curandeira. –Tenho que pedir para sair, só para examinar a paciente, que logo será liberada. –Pediu se dirigindo a Harry, que concordou e saiu de lá.
***
-Apareceu a desmaiada. –Suspirou Natasha quando viu a aluna chegar ao lado de uma enfermeira. –Vamos?
-Achei que ia para casa. –Comentou franzindo o cenho.
-Achou errado, querida. –Devolveu começando a andar em direção ao elevador. –Um minuto para a melação de tchau. –Avisou e Hermione sorriu, começando a se despedir dos amigos, Tonks, Lupin e os Weasley’s, mas quando chegou em Dumbledore ele lhe lançou um sorriso.
-Nos vemos em breve. –Falou dando uma piscadela misteriosa.
-Pen! –Natasha imitou o som de um alarme. –Tempo esgotado! –Avisou ao mesmo tempo em que a porta do elevador se abria. –Let’s go, baby. –Brincou pulando dentro da caixa do elevador.
-Ela tem quantos anos? –Quis saber Rony.
-Mental ou biológica? –Retorquiu Hermione entrando no elevador com a mulher, que fez uma careta estranha antes que as portas se fechassem.
***
-Para onde vamos? –Perguntou Hermione quando ela e Natasha pararam em frente a uma lareira.
-Já vai saber. –Disse entrando no meio das chamas verdes com Hermione. –Sala de Dumbledore! –Falou em um tom alto e claro. As duas sentiram aquela incomoda sensação e quando Hermione percebeu, estava escorregando para dentro da sala do diretor.
-Aí estão vocês. –Suspirou o diretor guardando alguns pergaminhos e fitando as duas, principalmente Hermione.
-Por que estamos em Hogwarts? –Perguntou Hermione.
-Para falar qual vai ser sua sentença. –Disse e fez um gesto com a mão, a porta se abriu e Hermione viu todos os professores de Hogwarts atrás dela. Com mais um gesto, a mesa de Dumbledore foi substituída por uma mesa longa, o diretor sentou em uma extremidade com McGonagall em seu lado direito e Snap em seu esquerdo, os outros professores se acomodaram e Hermione tomou o lugar na outra ponta, por pedido do professor, com Natasha em seu lado.
-Você sabe que eu não poderia os deixar cometerem a injustiça de condenarem você a Azkaban, não é? –Começou o diretor e Hermione concordou, sentia-se nervosa pela segunda vez no dia. –Então eu conversei com os promotores, falando que você é uma boa aluna...
-Desculpe-me, diretor, mas pode ir direto ao ponto? Já estou cheia de suspense por hoje. –Interrompeu Hermione e Alvo concordou.
-Resumindo: perguntei aos promotores qual a pior coisa para um grifinório.
-Não entendi. –Falou Hermione quando sentiu o olhar do professor sobre si.
-Grifinórios são totalmente patriotas, não? –Perguntou e viu a aluna concordar.
-Sim, grifinórios amam sua casa como se fosse uma pessoa de verdade. –Concordou.
-Então, sugeri ao Ministro que sua punição fosse uma mudança de casa. –O choque da morena foi tanta que algo atrás de si explodiu. –Por isso chamei todos os professores aqui, para informar que vai haver outra seleção para você no dia primeiro de setembro.
-Espera aí?! Como assim, sair da Grifinória?! –Ela se levantou e espalmou as mãos na mesa. –Isso é um absurdo! –Exclamou, Dumbledore lançou um olhar à Natasha, que estava com as pernas escoradas no apoio de braço da cadeira, ela suspirou.
-Senta aí garota. –Mandou em uma voz seca, Hermione fitou-a e logo obedeceu, algo no jeito de falar da professora havia assustado a grifinória.
-Seria muito bom ter Hermione em nossa casa, afinal ela é a aluna mais inteligente de Hogwarts, irei torcer para que isso aconteça. –Flitwick, diretor da Corvinal, falou.
-Aturar Cho Chang deve ser igual a aturar Azkaban. –Resmungou e apenas Natasha ouviu e riu do comentário.
-Digo o mesmo em relação à Lufa-Lufa, já que Hermione é uma ótima pessoa. –Concordou Sprout, animada com a possibilidade de a morena ir para sua casa.
-A Sonserina aceitaria Hermione se ela fosse selecionada para lá? –Perguntou Natasha, ao ver que Snap não se pronunciou, e recebeu um olhar muito assustado da aluna.
-Não! –Disse a morena ao mesmo tempo em que Snap fazia uma careta.
-Isso não importa, já que quem fará a seleção será, como sempre, o Chapéu Seletor, e o que ele disser não será discutido. –McGonagall se intrometeu para o alívio da garota, que logo se levantou e foi até a lareira, seguida por Natasha. –Descanse querida. –Disse a mulher colocando uma mão no ombro de Hermione e lhe oferecendo um pequeno sorriso, retribuído pela aluna. –Oh, e antes que eu me esqueça. –Comentou entregando-lhe sua varinha, Hermione sorriu e guardou-a imediatamente.
As chamas da lareira envolveram as duas morenas, que se viram no apartamento de Natasha novamente. A mulher pegou as chaves do carro e seguiu em silêncio até a garagem. Depois de Hermione explicar o caminho até sua casa a motorista arrancou.
***
-Ainda não entendi por que não deixaram Hermione vir conosco. –Rony reclamou, sentado no sofá da Toca.
-Acho que ela passou por coisas demais, ela tem o direito de ir para a casa dela e descansar. –Gina foi ouvida.
-É verdade. –Concordou Fred, que chegava com uma taça de sorvete na mão.
-Quando o idiota do Fudge disse que ela ia para Azkaban eu quase pulei nele. –Resmungou Jorge, sendo apoiado pelos outros.
-O que foi Harry? –Luna perguntou, ao ver que o garoto estava distante. –Harry. –Chamou novamente, finalmente fazendo-o fita-la.
-O que vocês acham que será a punição dela? –Ele perguntou.
-Não deve ser algo de todo o mal. - Tranquilizou Gina.
-Sim, mas também não deve ser de todo o bem. –Comentou o moreno, deixando os amigos pensativos.
***
-Pode me deixar aqui. –Pediu Hermione ao passarem na frente de uma praça, no momento abandonada.
-Mas ainda falta uma quadra para sua casa. –Protestou a mulher.
-Não faz mal, Natasha, eu gosto de andar. –Disse e viu-a parar no acostamento depois de um suspiro resignado.
-OK. –Resmungou destravando a porta do carro. –Hermione. –Chamou antes de ver a garota sair do carro, a morena virou-se para fitar a professora. –Você pode ficar tranquila, as outras casas não são ruins, e se o seu medo é a Sonserina, saiba que ela não é de todo o mal. - Falou e viu a Granger bufar irritada.
-O problema não seria só a Sonserina, são os sonserinos e, principalmente, os grifinórios. –Rosnou antes de bater a porta do carro. –E eu não tenho chances de entrar lá, para meu alívio. -Falou, sorrindo com escarnio para a professora.
-Ih, preconceituosa. –Resmungou ela, antes de virar a volta e sair da rua. Hermione viu a BMW se distanciar e continuou seu caminho pela tranquila rua do condomínio em que morava. Depois de alguns poucos minutos ela parava a frente de sua casa. Uma mansão em estilo vitoriano, branca, sem muro, apenas com um pequeno e bonito cercado, que separava o jardim da rua. Ela abriu o delicado portão e andou através do caminho até a porta da frente da casa. Estranhou o silêncio. Um vento gélido passou por ela, mas a garota ignorou-o. Abriu a porta que dava em um Hall de entrada iluminado por um pequeno lustre de cristal. Tirou o fino casaquinho que usava por cima do vestido preto e pendurou-o.
-Mãe! Pai! Cheguei. –Disse em um tom alto de voz, foi primeiramente até a cozinha, que estava vazia. –Mãe?! –Gritou se dirigindo até a sala de estar e estacando no lugar. –O que você está fazendo aqui?! –Rosnou a garota, tentando esconder o pânico na voz, pegando sua varinha nas vestes.
***
Natasha diminuiu a velocidade ao ver um semáforo fechado. Distraída, ela olhou para fora. Estranhou que a pouca vegetação que tinha ao redor da escada estava congelada. Voltou seu olhar para frente e viu um vulto negro passar voando, ela se assustou ao perceber que era um Dementador. Assim que o sinal abriu ela fez a volta em alta velocidade, voltando para a casa de Hermione. Pegou um colar escondido pela blusa, uma caveira com os olhos vermelhos vivos.
-Severo Snap. –Disse com a boca próxima ao objeto.
-O que foi? –A voz do mestre de poções ressoou.
-Problemas com Hermione. –Disse simplesmente, antes de “desligar”.
***
-Ora, ora. Demorou Granger. –A voz gelada de Voldemort ressoou pelo aposento vazio.
-Cadê meus pais?! –Perguntou esquadrinhando o lugar.
-Pode ficar tranquila, eles ainda estão vivos. –Garantiu e fez um gesto com a mão, Bellatrix Lestrange entrou na sala empurrando o casal trouxa.
-O que você quer? –Perguntou, aliviada ao ver que, apesar de uns pequenos cortes, os pais estavam bem.
-Quem você acha que é para matar meu Comensal? –O homem falou em um tom demasiadamente aveludado.
-Desculpe, mas quem tentou nos matar primeiro foi seu Comensal. –Respondeu. Estranhou ao estar tendo uma conversa civilizada com aquele homem.
-É verdade.
-O que quer? –Perguntou, cansada daquela “conversa”.
-Uma proposta. –Ele brincou com a varinha entre os dedos longos e finos. –Gostaria de se aliar a mim? –Perguntou e viu a garota arregalar os olhos e vacilar. –Posso te dar muitas coisas, soube que vai mudar de casa, oh! Você não sabe como é ruim alguém que não é sangue-puro entrar na Sonserina.
-Eu não vou para a Sonserina! –Berrou a plenos pulmões, perguntando-se mentalmente como ele havia descoberto. –Mas você deve saber, não é? –Alfinetou e viu os olhos vermelhos faiscarem. –O que você acha que me faria aceitar? –Ela tentava ganhar tempo para fazer um plano, mas estava difícil.
-Posso te dar sangue-puro, poder, honra, fama. Ah, e deixar seus pais vivos, é claro. –Agora Hermione vacilou de vez, olhou para seus pais, sua mãe negou com a cabeça, mas Bellatrix encostou uma adaga em sua garganta.
-Quietinha. –Falou apertando a adaga contra a pele da mulher, logo sangue escorreu.
-Pare! –Berrou ela, lançando um feitiço inútil, rebatido pelo próprio Lord.
-Seu assunto é comigo. –Avisou e fez Hermione virar-se para ele. O homem levantou-se e caminhou com uma elegância digna de um Lord até a adolescente.
-Por que eu? –Perguntou em um fio de voz, cada passo que aquele ser dava trazia um horrível frio a si.
-Tenho meus motivos. –Afirmou, enquanto passava as unhas amareladas na face da garota, que fechou os olhos, repugnando o toque. –Então? O que me diz? –Perguntou, Hermione voltou a fitar os pais e viu o que era para se fazer, uma lágrima rolou pela face da morena. Ela abriu um sorriso forçado e soltou uma risada igualmente forçada.
-Vai sonhando, cara de cobra. –Disse, ates de lançar um estupore no Lord, que apenas cambaleou, e sair correndo da casa. –Eu preciso em benzer! –Resmungou, correndo para uma mata. Um frio totalmente anormal começou a se fazer presente no lugar. –Oh, não! –Murmurou ao ver vultos negros e podres voarem de um lado para o outro.
-Você vai pagar Granger! –Berrou Voldemort, chegando acompanhado de Bellatrix, que ainda fazia os pais dela de refém.
-Me deixa em paz! –Berrou, se concentrando em uma lembrança feliz para tentar lançar um Patrono, conseguindo. Ela novamente desatou a correr, logo ela chegava à praça em que havia desembarcado, olhou para os lados, em alerta. Um estalo seco a fez pular, e quando se virou deu de cara com Tom.
-Isso, paradinha. –Disse ele, risonho, tirando a varinha da mão da morena e jogando-a para trás de si. Hermione estava paralisada. –Essa é sua última chance. –Cantarolou.
-E a resposta continua a mesma. –Murmurou.
-Você não tem chances. –Disse o Lord Negro, convencido. Um som de motor e uma freada brusca atraíram a atenção dos dois.
-É! Mas eu tenho. –Natasha saia da BMW e caminhava apressada até a praça.
-Nat! Minha pupila. –Falou ele com uma voz carregada de escarnio. –Ou seria melhor dizer traidora?
-Prefiro o termo “inteligente o bastante para mudar de lado antes de ir para Azkaban, definitivamente”. –Disse, chegando perto dos dois, mas parou ao sentir uma varinha em sua garganta.
-Snap? –Sussurrou Hermione, foi à vez de ela rir com escarnio. –Festinha é?
-Paradinha aí, Norman. –Sibilou o professor, mais um estalo seco.
-Nossa, que reunião empolgante. –Disse Bellatrix rindo.
-Concordo. –Disse Voldemort, fitando intensamente Natasha.
-Esquece, sua legilimência está enferrujada. –Provocou a mulher e viu a expressão de seu ex mestre tornar-se demoníaca e ele apontar a varinha para ela. Em um ato muito rápido, Snap estuporou Bellatrix e gritou:
-Foge Granger! –A garota assim o fez ao ver que Natasha tentava enfeitiçar Voldemort. Bellatrix se levantou e soltou um grito estridente, lançando um feitiço na direção de Hermione, que desviou, rolando para o lado. Ela olhou para cima e viu dezenas de Dementadores se aproximando, em um gesto desesperado ela correu até a sua varinha, entrando no campo de batalha novamente.
-Expecto Patrono! –Berrou, pensando nos dias em que ficara na casa de Harry. Ela se assustou ao ver um tigre sair de sua varinha, em vez de uma lontra, mas não teve tempo de pensar, já que teve que desviar de um jato azul.
-Sai daí. –Gritou Natasha, criando um escudo para parar uma azaração. A garota correu, tentando sair da praça, quando estava perto do cercado uma explosão foi ouvida e logo após um estalo seco, preocupada com os professores ela se virou, novamente dando de cara com Voldemort, que estava apenas a alguns metros dela.
-Que desperdício, tsc. –Ele crispou os lábios e fez um gesto com a mão, uma ventania forte derrubou a morena, que bateu dolorosamente com as costas na cerca. Um brilho assassino tomou conta dos orbes vermelhos e Hermione soube o que estava por vim. –Avada Kedavra! –Urrou o Lord e um jato verde foi em direção de Hermione, que cerrou os olhos, mas antes conseguiu ver uma figura surgir em frente ao raio e gritar um feitiço:
-Protego Nerus! –Porém o feitiço já havia passado e atingiu Hermione no ombro direito.
*~*~*
N/A Pamy: Oi gente, eu sei que nós demoramos um pouquinho, perdão, ok? Apesar desse ser o capítulo do julgamento eu não gostei muiiiito dele, sabe? Mas eu tinha que postar... Espero que vocês gostem. Não deu tempo para o Paulo fazer a N/A dele, mas assim que ele fizer, eu posto aqui, ok?
Respostas:
Bruna.Jean.Granger.Hale.Cullen.Potter: Eu postei, não tão rápido, mas postei, kkk. Comenta aí, beijos.
thamipaes: Postei, espero que tenha gostado, comenta aí, ok? Beijocas.
Débora Granger Potter Malfoy: Não roa as unhas! É feio! Haush, postei nega, comenta aí, ok? Beijos.
Clara Flor: Não se mata! Azkaban não é para mim! Pronto, o julgamento tá aí, o que você achou? Comenta, ok?
Espero comentários! Agradeço a todos que comentam e dizem o que acham, mas quem não comenta, por favor, comenta! Nós estamos desanimando, espero ver mais gente aqui, ok?
Beijos PamyPotter e Paulo Donizete.
<09/01/12>
Comentários (3)
VOLTEI, FIC MUITO LEGAL, CONTINUA AI, VOU DEMORAR PARA APARECER, MAS APARECEREI.ATÈ MAISOBRIGADO
2012-01-16Migah Migah, VC QUER QUE EU MORRA POR ACASO? QUER QUE NÃO TENHA MAIS A FIC HPE OU SG????????? COMO VC FAZ UMA COISA DESSA??????? MIONE NÃO VAI MORRER ISSO É FATO, MAIS.... CARALH* ELA LEVOU UM AVADA!!!!!!! EI EIEI, Responde aê, a mione é a principal né? Tipo: SUPER PODEROSA NÉ? Diz que sim que eu tô pirando, Bjus TO FAZENDO O CAP DE SG Srta. K. Bjusssssss
2012-01-12Show!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Postem rápido!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Beijosssssssssssssssssssssssssssssssss
2012-01-09