Prólogo



 Prólogo:




 Dumbledore seguia a passos largos pelos corredores do Ministério da Magia, onde estava marcada uma reunião com a Ordem da Fênix e o Ministro da Magia em pessoa. Ele sabia que os problemas que fora resolver estariam apenas começando. Todos que o aguardavam na sala do Ministro, esperavam a confirmação de um ocorrido e uma solução eficaz para o assunto. 




 O assunto? Voldemort, claro. Ele finalmente fora derrotado, ou era isso o que diziam. Mas o diretor não acreditava em nenhuma palavra que se referia ao fim de uma mente maligna como aquela. Não, o Lord das Trevas não estava morto. O Ministério sabia disso, e não poderia alimentar essa mentira para sempre. Mais cedo ou mais tarde, o Lord ressurgiria e eles teriam de tomar providências, embora ele pouco pudesse fazer. 




 Suspirou. Agora que alguém finalmente havia conseguido sobreviver ao Lord, mais um problema surgiu e com ele, as respostas encontradas se esvairam, dando lugar a mais perguntas do que o necessário.  E ele se viu divagando sobre o que fazer a respeito de tudo aquilo. Como absorver algo que parecia impossível? 




 O menino Harry estava seguro com a família trouxa que lhe arranjaram. Já estavam caçando os Comensais da Morte pelo mundo, embora nada tivessem encontrado ainda. E agora, mais uma complicação se apresentou sólida depois que o Ministro pediu a Dumbledore para investigar a razão dos boatos. Tudo se tornara verdadeiro e ele soube disso assim que a viu. 




 Andou até um corredor lateral e se infiltrou nele. Não se sentia a vontade de andar pelo Ministério tão tarde da noite. Lhe parecia inadequado. Até por que, ele estava cansado. Exausto, para ser mais preciso. 




 Parou em frente à uma porta de madeira escura e tão bem lubrificada que parecia um espelho. O chão de mármore negro entrava em contraste com a porta, o que deixava tudo com um aspecto sombrio e incalculável. Respirou fundo algumas vezes antes de bater três vezes na porta. As batidas tinham um intervalo de três segundos. 




 A porta foi aberta por Cornélio Fudge, com seu chapéu coco de cor berrante. Ele deu passagem para que Dumbledore entrasse. 




 O homem entrou e observou todos à sua volta, antes de se sentar em uma cadeira reservada para ele. 




 O Ministro foi até seu acento e perguntou:




 - E então?  




 - Ah, Cornélio. - começou Dumbledore de seu jeito costumeiro. - Não sei se o que vou lhe dizer significa uma coisa ruim ou uma coisa boa. Acho que depende do ponto de vista de cada um, não? 




 - Ou depende de qual for a notícia. - discordou Fudge.




 Dumbledore concordou com um aceno de cabeça. Retirou a varinha e no ar apareceram xícaras de chá, que foram se dividindo entre os presentes na sala. 




 - Bem, para um começo sem conflitos, digo-lhe que sim, Cornélio, ela está viva. - ao terminar de dizer isso, todos os presentes na sala prenderam a respiração ao mesmo tempo. 




 O Ministro bateu com sua xícara na mesa com uma força exagerada e derramou chá em suas roupas com tal gesto. Ele parecia fora de si. 




 - Impossível! - declarou. - O próprio Você-Sabe-Quem a matou. - acrescentou. 




 - Sim, matou. - concordou Dumbledore pacientemente. - Assim como também matou Harry Potter. - ele sorriu. - A questão, Cornélio, é que Voldemort tentou matá-lo. Apenas tentou. A mesma coisa aconteceu com ela. - finalizou. 




 O Ministro se calou com tal argumentação e Dumbledore sorriu, satisfeito consigo mesmo. Ele se inclinou e tomou um demorado gole de chá. Os outros presentes continuavam paralisados, sem nada dizer, ou talvez não tivessem nada a declarar. 




 Fudge voltou a falar:




 - Se ela esta viva, como você pode explicar isso? - desafiou. 




 O diretor o olhou com ternura e humildade. 




 - Harry Potter esta vivo por que Líllian Evans morreu por ele. Mas - acrescentou. - James Tiago Potter morreu por Líllian e pelo filho. É lógico que ela está viva. - explicou. 




 Cornélio Fudge soltou uma gargalhada de sarcasmo. 




 - Ela tem uma cicatriz também, Alvo? - perguntou rindo. 




 - Creio que não. - respondeu Dumbledore. 




 - Talvez possa nos explicar isso também. - pediu o Ministro. 




 Alvo Dumbledore o olhou com um ar de humilde inteligência, antes de responder com seriedade a pergunta que lhe foi dirigida:




 - Pelo fato, meu caro, de Voldemort ter matado a ambos por motivos diferentes. - ele fez uma pausa para beber chá. - A suposta morte de Líllian Evans foi a consequencia natural pela proteção do filho. Ele a matou pelo simples fato de ela estar em seu caminho. Mas Harry Potter... - outra pausa. - A criança tinha um valor. Era preciosa. O Avada Kedavra foi usado com forças diferentes tendo, assim, resultados diferentes. 




 Fudge pareceu pensar sobre o assunto. 




 - Você a viu, certo? - perguntou, inseguro em relação ao ocorrido. 




 - Sim, eu a vi. - disse. - Foi encontrada por trouxas. - riu-se Dumbledore com pouco humor. - Ela esta em um hospital trouxa agora. Desacordada, mas ainda viva. 




 - E como ela estava? - Fudge instou-o a continuar. 




 - Ferida. Machucada. Uma perna quebrada e um corte na face esquerda. E mais uma grande quantidade de pequenos ferimentos pelo resto do corpo. Um estado triste. - respondeu. 




 O local estava em um silêncio fantasmagórico. Parecia que Dumbledore trazia a notícia de que alguém havia morrido e não sobrevivido. As xícaras de chá pareciam esquecidas nas mãos dos presentes que continuavam em silêncio, apenas escutando. 




 Dumbledore voltou a tomar de seu chá, ignorando os olhares das pessoas e preenchendo o silêncio com sua respiração misturada a dos demais. 




 - O que faremos? - perguntou o Ministro. 




 - Nada. - respondeu o diretor. 




 Fudge olhou para ele, chocado com a resposta. 




 - Nada? - certificou-se de que ouvira direito. 




 - Sim. - confirmou Dumbledore. - Vamos deixá-la no mundo trouxa até termos capiturado todos os Comensais da Morte e depois veremos o que fazer. - completou. 




 - Por que? - perguntou Cornélio, ainda sem entender o motivo de não tomar nenhuma atitude. 




 - Pelo fato de ela estar correndo tanto perigo quanto Harry. Não podemos arriscar uma vingança conjunta de Comensais. E é por isso que vamos deixá-los no mundo trouxa. - disse Dumbledore. - Os Comensais não precisam saber que mais alguém escapou das garras de Voldemort. - completou. 




 O Ministro se rendeu ao argumento. Ele apoiou o polegar e o indicador na ponte do nariz e respirou fundo mais de uma vez. 




 Complicações. Como se eles precisassem de mais complicações...




 - Acho que é o melhor à fazer. - decidiu. 




 - Quer saber o que foi pior em eu ir identificá-la? - perguntou Dumbledore de repente. 




 - Não. Mas acho que vai me dizer assim mesmo. - comentou o Ministro. 




 - Certamente. - afirmou o diretor. - A pior parte foi que mesmo debaixo daqueles cortes que marcavam a pele de Líllian, eu soube imediatamente que era ela. 




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 N/A: gostaria de ter alguns comentários à fazer sobre esse epílogo, mas a verdade é que não tenho nada para falar. 




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