Capítulo 05
N/A = DEMOREI, MAS AQUI ESTÁ XD
Pretendia ter colocado mais cedo, mas eu não estava gostando de como o capítulo estava saindo, então eu fiquei relendo-o milhares de vezes até me dar por satisfeita. Desculpe mesmo, gente u.u
Boa Leitura \o
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Queria que ele parasse de pensar tanto e fizesse alguma coisa. Era muito perigoso deixar, principalmente, sua mascote perambulando pelas ruas sem regras ou restrições. Sentiu os dedos dele passando levemente por sua cabeça, num carinho distraído, enquanto ainda encarava o quarto que consertara, apesar de saber que estava longe de realmente ver as paredes. Mas o que tanto pensava?
- Precisamos encontrá-la rápido, mestre. – sibilava Nagini preocupada ao Lorde, quando não aguentou mais – Quem a sequestrou pode retirar a coleira a qualquer momento!
- Estou mais preocupado sobre seu sequestrador, do que com isso, Nagini. – respondeu com um ar distraído, ainda parecendo perdido em meio aos tantos pensamentos.
- Porque? O que esse sequestrador tem de tão preocupante? E porque não vai atrás dele, se é tão perigoso? – Nagini não estava compreendendo.
- Porque simplesmente era para ele estar morto a sete anos atrás, quando a Varinha das Varinhas me aceitou como seu legítimo dono! – ele respondeu, com uma ligeira irritação.
- Harry Potter? – Nagini perguntou incrédula – Mas isso é impossível! Não existiria nenhuma pessoa tão louca que quisesse sacrificar a própria vida por aquele garoto inútil! – Nagini sibilava indignada.
- Tudo indica que sim. Jamais vou esquecer aquele par de olhos verde vivos, Nagini. Jamais. – ele sibilava, estreitando os olhos.
- Isso significa que tudo piorou ainda mais! Deve ser ele que libertou o último Weasley do encarceiramento e quando ela descobrir que ainda está vivo ficará ainda mais enfurecida. Com certeza não pensará duas vezes e fará questão de morrermos pelas mãos dela. – Nagini ficava com medo só na perspectiva.
- A coleira não vai sair, Nagini. Ela não terá o gosto de matar a mim, aquele que a infernizou por tanto tempo. – ele falou com voz calma, até levemente divertida.
- Como pode ter certeza? – havia alguma coisa errada, para ele não estar preocupado.
- Digamos que eu fiz uma surpresa para ela. – ele sorriu com ar enigmático, enquanto continuava o carinho sobre Nagini.
Hermione encontrava-se no meio do aposento claustrofóbico, de pé e de braços cruzados com a cabeça levemente inclinada para frente para que facilitasse Rony a enxergar. Só não batia o pé, impaciente, pois Harry a fizera parar quando começara. Logo atrás encontrava-se Rony a mexer na coleira enquanto Harry o auxiliava, iluminando com o feitiço de luz para que enxergasse.
Os pensamentos de Hermione só conseguiam visualizar ela com algum objeto mortal e dar fim àquele desgraçado. Mas com a demora de Rony de fazer algo, já estava abrindo a boca para reclamar, quando Rony decidiu fazê-lo.
- Não tem fecho, Hermione? – Rony perguntou, depois de um minuto inteiro que procurava, mas a faixa parecia inteiriça.
Só podia ser uma piada que estavam demorando tanto achando que tinha um fecho!? Eles ainda tinham essas idéias antiquadas?
- Claro que NÃO, Rony!!! – Hermione dissera, bufando. Tinha esquecido o detalhe que Rony não era a exímia inteligência. – Se tivesse fecho eu já tinha tirado fazia tempo! Acredito que deva ter vários feitiços. Vai ter que revelá-los e ir jogando contra-feitiços.
- Espera, espera! Vários feitiços, você disse? – Harry exclamou, animado.
- É claro! Antes de colocar isso em mim, ele jogou a Maldição Imperius. Deve haver algum feitiço que torne possível a Maldição ser produzida em um objeto. A conclusão é óbvia: ele usou mais de um. – explicava Hermione, sem entender qual era a alegria de ter mais feitiços. Iria só complicar ainda mais e demorar mais tempo.
Ouviu Harry claramente recitando um feitiço, que mais parecia uma frase muito complexa. Assim que ele havia terminado...
- Ué, tem certeza que é mais de um? – Rony perguntou, pois não havia acontecido absolutamente nada.
- Absoluta. O que você recitou? – Hermione perguntou, virando-se para Harry intrigada.
- Aprendi esse feitiço faz alguns dias. Usei para desintegrar todos os feitiços que tinha na janela do seu quarto. É como uma versão do feitiço Finite Incantatem, mas para múltiplos feitiços. – ele informou.
Hermione permaneceu em silêncio por alguns segundos.
- Tente o Finite. – decidiu, por fim.
Só ouviu Harry recitando o feitiço e depois o barulho de dois corpos batendo contra a parede. Ao olhar para trás, assustada, Harry e Rony estava atordoados após a pancada. Aquilo não podia ser verdade. Suas deduções não podiam estar certas. Simplesmente NÃO podiam.
- Vocês estão bem? – perguntou, saindo correndo na direção deles e ajudá-los.
- Não é divertido ser jogado na parede, mas estamos bem. – falou Harry, enquanto massageava a cabeça e era ajudado por Hermione a se levantar.
- Pois é. – Rony também massageava, sendo ajudado pouco tempo depois a se levantar também.
- O que aconteceu? – ela perguntou, mesmo que já tivesse idéia do motivo.
- Não sei, exatamente. Quando joguei o feitiço, parecia estar funcionando, mas parece que na verdade ele estava sendo revertido contra nós. – Harry olhava sem entender. – O feitiço deveria funcionar.
Hermione temia o pior.
- O feitiço não funciona para todos os casos. Existem algumas exceções... – ela explicou, começando a voltar os olhos para o chão, ligeiramente nervosa.
- Que feitiços seriam estes? – Harry perguntou, erguendo a sobrancelha, mas Hermione não parecia disposta a responder.
- Faça um feitiço de revelação. – pediu, parecendo ignorar a última fala do amigo.
Hermione apenas ouviu um suspiro, enquanto Harry voltava a coleira e fazia o que era pedido. Passou-se longos momentos na opinião de Hermione, enquanto parecia ouvir nitidamente as batidas de seu coração, controlando o intenso desejo de roer as unhas.
- Não acredito. Apareceu um recado em dourado na sua faixa! – Rony exclamou, apenas desiludindo mais Hermione.
- É verdade... – confirmou Harry. Sentiu o amigo chegar mais perto provavelmente para ler – Aqui diz: Prezado desconhecido, dou as devidas parabenizações pela sua coragem e ousadia de tentar retirar a coleira de minha mascote. Isso indica que ela não está no lugar em que deve. Aproveito informar-lhe que num futuro não muito distante você morrerá. Ass. Lorde das Trevas.
- Isso não pode ser verdade. – reclamou levemente chorosa, negando com a cabeça, encontrando a parede mais próxima para se apoiar. Não importava o quanto vasculhava sua mente, não encontrava o momento que ele tinha colocado aquele maldito feitiço.
- Mas o que é isso? – Rony perguntou sem entender.
- Um feitiço de Sigilo! O mesmo que foi usado pelos Marotos no Mapa! – ela respondeu com uma ligeira irritação.
- Está falando que é o mesmo feitiço que fazia aparecer aquelas mensagens quando usávamos um feitiço de revelação? – perguntou Harry, com expressão de surpresa.
- Isso mesmo. É um dos poucos feitiços que o Finite Incantatem não consegue retirar. Isso porque ele foi produzido justamente como um feitiço de proteção. Se esse feitiço pudesse retirar tudo, não haveria um único lugar no mundo totalmente seguro. – ela falou, escorregando pela parede e deixando a cabeça cair sobre os braços que se apoiavam em seus joelhos.
- Mas não existe nenhum outro jeito de retirar isso de você? – Rony perguntou, parecendo começar a ficar preocupado.
- Os feitiços de Sigilo só podem ser desfeitos de duas maneiras: o próprio autor desfazê-lo ou sua morte. Esse último só funciona caso não haja mais ninguém que saiba a senha.
- Senha? Que senha?
- A senha, Rony, é como uma chave. No mapa, para abrir o Sigilo precisávamos falar “Juro solenemente não fazer nada de bom” e para fechar o Sigilo novamente, falar “Malfeito feito”. Por isso, mesmo que todos os autores originais do feitiço tenham morrido, nós ainda sabemos como manuseá-lo e por isso ele ainda não se desfez.
- Então, nessa sua coleira também tem uma senha? – Harry perguntou animado.
- Óbvio. Só que as senhas desse feitiço podem ser absolutamente qualquer coisa! Poderíamos levar anos até saber a senha correta.
- Mas nós não temos a vida toda para tirar isso! – Rony argumentou, como se fosse realmente necessário fazer aquilo.
- Ok, descobrir a senha agora não vai dar. Nosso tempo é muito curto. – Harry interrompeu Hermione, antes que falasse alguma frase cortante ao comentário completamente desnecessário de Rony – Você disse que se pudermos matar quem produziu o Sigilo, o feitiço se desfazerá e assim poderemos ver quais feitiços foram usados, correto? – Hermione assentiu, Harry continuando mal ela terminava, começando a se empolgar – Você-Sabe-Quem é desconfiado demais para julgar alguém realmente de confiança além de si mesmo para guardar a tal senha. Isso significa que nós poderemos resolver dois problemas de uma vez só. Libertar você e liquidá-lo.
- E você pretende liquidá-lo como, exatamente? – perguntou Hermione com um interesse ligeiramente cético.
- Bom, eu não sei se consigo jogar uma Maldição da Morte ou produzir uma Maldição do Fogo Maldito para matá-lo, sem morrer no processo. Por...
- Harry, - Hermione o havia interrompido – como pode falar disso como algo tão banal? São duas magias terríveis! Mesmo que você soubesse, não deveria, nem em sonhos, utilizá-las. – Hermione repreendeu-o, pela tranqüilidade com que ele falava, principalmente da Maldição do Fogo Maldito. Era catastrófico se o autor não tivesse pleno controle.
- Hermione, as Maldições Imperdoáveis são magias comuns hoje em dia. Sabe que elas nem são consideradas proibidas, agora? – Harry falou dando de ombros.
- Eu sei. – ela respondeu entre dentes, com os olhos estreitos na direção dele – Eu estava do lado de quem retirou a proibição disso, se você não percebeu. – ela indicou a coleira nesse momento.
- Mas continuando... – Harry retomou a palavra, encerrando o assunto anterior – Como dizia, por não sabermos usá-las e, agora, também você não deixar mesmo que soubéssemos, vamos usar a Espada de Gryffindor ou outro objeto similar. – ele dizia com uma simplicidade, como se fossem objetos encontrados na esquina.
- Então, vocês são os únicos, além de mim, que sabem como matá-lo. É isso? – ela perguntou com um suspiro.
- É. – Rony confirmou, sem entender porque ela parecia tão decepcionada.
- Então, caso vocês dois morrerem, a Grã-Bretanha estará perdida? É perfeito. – ela colocou as mãos no rosto.
- Ainda terá você! – Rony falou, com um ar animado.
Hermione não pensou. Sua reação foi imediata. Agarrou a blusa de Rony pelos colarinhos e aproximou-o rapidamente do rosto. Encarava os olhos azuis com uma fúria que quase beirava às lágrimas.
- Nunca. Mais. Diga. Isso. – ela falou pausadamente entre dentes.
Pensou no que havia feito só depois, enquanto o largava. Respirou profundamente para se acalmar e não cair mais lágrimas por causa daquele maldito prepotente. Rony não tinha culpa do que passara todos aqueles anos. Mas aquilo não impedia as lembranças de voltarem.
“Sentia-se dolorida e, com os músculos tensos, só piorou. Seus olhos se pregaram na silhueta alta que seguia até a escrivaninha, em silêncio. O rosto voltou-se para ela e viu pela primeira vez, suas feições. As fendas do nariz, a pele muito pálida contrastando com as vestes negras. Os olhos felinos, da cor-do-sangue, a analisavam metodicamente. Sua reação fora imediata. Queria se afastar daquele monstro. Mas não pode mais do que o espaldar da cadeira onde estava amarrada. Desviou os olhos para os longos dedos e viu-os pegando a faixa negra com calma, parecendo começar a brincar com ela entre os dedos.
- Srta Hermione Granger, suponho. – ele começou a falar. Sentiu seus pelos se arrepiarem – A única adolescente que batalhou e sobreviveu sem receber um ferimento sério que a levasse a morte antes de ser executada. Um grande feito. – viu-o recostar-se sobre a escrivaninha, logo a frente da sua cadeira. Mesmo com os olhos abaixados, conseguia ver as vestes negras.
- O que você quer de mim? – ela cortou-o, indisposta a ficar ouvindo ladainhas.
- Você ouviu o que eu e Bellatrix discutíamos, antes de entrar aqui. Você já sabe.
- Não, eu não sei. – ela ergueu o olhar, meio de lado, com desprezo – Talvez para os outros faça sentido, mas para mim, não. Porque você não é do tipo que faz o exemplo para depois os outros seguirem e sim fazer o que você diz, mas não o que você faz. – ela não tinha muito para perder. Se não morresse ali, por insolência, passaria a vida sem pensar em nada, se ele levasse mesmo adiante aquele absurdo. Sua vida estava ferrada demais para temê-lo, nada poderia piorá-la mais do que já estava.
Como estava enganada.
Ele curvou os lábios, num sorriso de satisfação incompreensível.
- Muito bem... Está correto. Não preciso dar exemplo, quando minha palavra é lei de agora em diante. Mas, permita-me corrigir a sua pergunta. Não é o que eu quero de você, mas sim o que vou fazer com você.
- Vai me escravizar, provavelmente, com uma Maldição Imperius. Passar a vida pensando em nada. – Hermione ergueu uma sobrancelha, cética.
- Não, não, não, srta Granger. – ele negou com a cabeça, mantendo ainda a calma – Seria um terrível desperdício de sua inteligência, além de um insulto extremamente ofensivo. Também não pretendo ameaçá-la ou chantageá-la. Até porque: o que lhe sobrou? – tinha um tom malévolo na pergunta. Era óbvio que tentava irritá-la.
Preferiu não responder a provocação. Lançou apenas um olhar rancoroso na direção dele.
- Você tem um conhecimento proibido sobre mim, srta Granger. – ele começou, após um tempo de silêncio. – Mas veja como eu tenho sorte. Dumbledore acreditava tanto que aquele pirralho fosse conseguir me tornar mortal que não passou o segredo da minha imortalidade a mais ninguém, além dos próprios amigos mais íntimos. – ele abriu um sorriso – Aparentemente, você se tornou a única capaz de me matar.
- Isso deveria ser um motivo para me matar mais rápido, não para me manter viva. – ela não entendia. Simplesmente ela deveria estar morta naquele momento e não batendo-papo.
- Seria o mais lógico. – admitiu com ar displicente, enquanto observava ainda aquela faixa de couro entre os dedos – Mas não seria divertido. – ele voltou a sorrir. Hermione já podia prever que alguma coisa estava muito errada.
- Seria seguro. – ela complementou, franzindo a testa.
Ele abaixou-se, até ficar na altura de seu rosto. Tinha um ar bem relaxado e calmo, pelo que ela conseguia ver, completamente diferente dela, que se grudara ao espaldar da cadeira, para manter distância. Ele era horrível.
- Como se sentiria, srta Granger... se você pudesse ficar ao meu lado com uma arma eficaz para me matar que lhe entreguei em mãos, com o conhecimento que você possui. Como se sentiria? – ele retornou a perguntar, como se quisesse frisar bem aquela frase, enquanto seus olhos desviavam-se dos dela, para verificar algum detalhe do seu cabelo completamente mal-tratado.
- Feliz, é óbvio. – ela respondeu, achando que ele realmente estava endoidando. Porque uma pergunta com uma resposta tão óbvia?
- Tem tanta certeza? Porque eu não. – ele sorriu malevolamente.
As mãos, que mais pareciam como aranhas, começaram a ajeitar seu cabelo desgrenhado calmamente, sentindo arrepios quando ele tocava em sua pele. Mesmo em meio ao asco, ainda conseguiu retrucar.
- Porque eu não me sentiria feliz? Não pensaria duas vezes sobre o que fazer. – lutava bravamente para ele tirar as mãos de cima dela, mas foi um ato logicamente em vão.
Quando pareceu satisfeito, ao conseguir colocá-los para trás e deixar uma de suas orelhas a mostra, ele aproximou o rosto, para ficar paralelo com o seu. Estremeceu e tentou fugir, mas do outro lado, para impedi-la, ele repousou a outra mão.
- Porque você esqueceu o detalhe que, até lá, você será minha adorável e obediente escrava. O meu símbolo de felicidade, a minha mascote. E, sendo tão obediente, não vai poder me matar enquanto eu não permitir. – ele sussurrou em seu ouvido, maliciosamente.
- Como você pode garantir que uma simples proibição vai me parar? – ela sibilou, ligeiramente irritada com a prepotência dele que ela fosse realmente ser tão obediente.
Ele se afastou. Os olhos dela o encaravam com certa fúria e um brilho de desafio os iluminava, quase como que pedindo que provasse como iria fazer tal feito, sem usar uma Maldição Imperius, sem ter nada com que chantageá-la.
- Você entenderá, em breve. Mas, por enquanto, deixarei que você desfrute dos seus momentos de liberdade, enquanto pode. E sugiro que os aproveite bem, pois serão os últimos. – ele avisou, com um brilho perverso no olhar, acompanhado de um sorriso.”
- Hermione! Hermione! – ouvia o chamado meio distante e desesperado de Rony.
Só tinha percebido naquele momento, que parou de divagar no passado, que chorava, agarrada a blusa de Rony. Depois de dez anos, havia aprendido a nunca subestimar os avisos dele, porque ele quase nunca deixava de cumprir algo que ele fazia questão de informar. Normalmente, quando ele fazia isso, era porque tudo já estava preparado e seria um fato inevitável de acontecer.
- Estou bem! Está tudo bem... – ela falava, mesmo que fosse óbvio que bem, só as palavras que ela dizia. Limpou as lágrimas nas mangas da camisola e respirou profundamente para se acalmar.
- Desculpe por aquilo, desculpe mesmo! – Hermione sabia que Rony não tinha a mínima ideia do motivo de estar se desculpando.
- Não é sua culpa. Eu só... só estou um pouco sensível. Não estou na minha melhor época. – conseguiu dizer, numa voz ainda meio trêmula pelo choro. Lágrimas ainda saíam de seus olhos e precisou limpá-las, já com início de aborrecimento. Lembranças eram inúteis, só a faziam sofrer e não resolviam absolutamente nada em sua vida. – Desculpe. – sua voz já estava bem mais controlada, mas mesmo assim, aidna fez um último exercício de respiração, para se acalmar completamente. – Do que falávamos mesmo? – perguntou, olhando para Harry, que parecia apenas observar a cena de longe.
- Que nós vamos matá-lo usando a Espada de Gryffindor ou um objeto similar. – Harry respondeu, ainda encarando-a com calma, mas estranhamente vêemente.
- Entendo. – disse, pensativa, suspirando. – Vocês sabem como matá-lo, mas não possuem a arma que pode fazê-lo. Como pretendem encontrá-la? – ela perguntou calmamente.
- Por você. – Harry deu um sorrisinho de lado, ao falar isso.
- Eu? – ela perguntou, meio sobressaltada – Harry, você acha que ele seria maluco de me dizer algo que pudesse comprometer a vida dele?
- Acho, Hermione. – ele respondeu, fazendo Rony também olhá-lo, com ar meio temeroso pelo jeito sombrio que respondera – Sua certeza de que não possuíamos a arma foi o que a delatou. Nunca falei que realmente nós não a tínhamos. Eu lhe avisei que não iria dar uma informação valiosa, enquanto essa coleira estivesse aí. O que indica que você sabe que é impossível para nós alcançarmos isso.
- Harry! – Rony exclamou em alerta, quase uma censura, abraçando Hermione de modo protetor. Harry estava realmente com um ar assustador.
- Tenho certeza de que ela sabe onde está o que queremos. Use o seu dom para deturpar ordens e nos diga onde que está. – ele falou cortante, olhando profundamente para Hermione.
Ela abaixou os olhos, enquanto seu corpo estremecia entre os braços de Rony. Escondeu o rosto no peito dele, tentando afugentar as lembranças. Mas não houve escapatória.
“- Aqui está o meu presente prometido para minha adorável e obediente mascote. – a voz aveludada ainda continha o tom de frieza, mas era o cinismo que a afetava.
Ela não queria acreditar que ele realmente cumprira sua palavra e, agora, entregava-lhe nas mãos justamente aquilo.
Seus olhos, primeiro, quiseram ter certeza de que realmente estava segurando de verdade. Os entalhes na lâmina, que formavam o nome de seu dono, intactas, como se nunca tivesse sido usada declaravam a veracidade do objeto. Godric Gryffindor.
Depois observou o seu reflexo, nítido. Seu olhar perplexo, mas que no fundo, encontrava-se desesperado. Ao fundo de sua imagem refletida, podia ver outros tantos objetos tão raros quanto aquela espada. Tão letais quanto aquela espada.
Ergueu levemente os olhos, observando as vestes negras de seu mestre – por falta de opção – que mantinha-se em pé logo a sua frente, até poder encará-lo. Olhar, com uma sensação de pequenez e impotência, o sorriso malicioso, o brilho perverso que iluminava sua íris cor-de-sangue, divertindo-se com o aparente choque que ainda devia demonstrar.
- Espero que tenha gostado dos presentes, mascote. São todos seus. – ele indicou o resto da sala com um gesto elegante e amplo de mão. Logo, começou a explicar – Tive muito trabalho nestes dois anos. Percorri o mundo para encontrá-los e poder dá-los a você... - sorriu, sua voz demonstrava como se divertia com suas reações – Isso sem contar todo o trabalho de ainda reorganizar a Inglaterra como ela deveria ser... muitas obrigações em tão pouco tempo...
Ela olhava em volta, observando todo aquele... tesouro. Eram tantos objetos. Armas amaldiçoadas, venenos únicos, utensílios aparentemente inofensivos, recipientes que pareciam conter estranhas substâncias que tinham vida própria.
Praticamente, ele tinha diminuído as chances de matá-lo a quase... zero.
- Espero que me perdoe não poder dar-lhe a devida atenção que merecia nesses anos, querida mascote, mas saiba que não deixei de pensar em você por nem um segundo... - ele se aproximava mansamente, com aquele sorriso odioso no rosto de pele albina. A ponta dos dedos brancos como neve pousaram por sua face, ainda paralisada – Prometo que compensarei minha ausência daqui pra frente.
Nunca desejou tão ardentemente que uma promessa fosse quebrada.
Ela não precisava deixar de encarar os olhos que a perfuravam, desafiando-a silenciosamente, para saber que a lâmina afiada se encostava perigosamente perto do corpo dele, atravessando seu peito diagonalmente.
Apenas se fizesse uma leve pressão, provavelmente o cortaria como manteiga e estaria livre. Nada impediria que pudesse acabar com sua cobra, Nagini, e matá-lo finalmente. Os longos dedos brancos pousaram com extrema cautela na lâmina prateada, sorrindo.
- Esta espada, mascote... - ele deslizava calmamente pela lâmina, sem se ferir – é um presente especial. Achei que gostaria de ter um pertence que lembre sua antiga casa em Hogwarts, não?
Sentiu as lágrimas começarem a correr por seus olhos que se fixavam nele, vidrados. Não importava ela ter o conhecimento, a arma e a situação perfeita.
Não importava nada, naquele momento. Porque só faltava uma coisa: possuir a permissão de matá-lo.
E ele jamais a daria.
- Gosto de ver que o meu presente surtiu o efeito de surpreendê-la. – disse cinicamente – E como sendo a Fiel do Segredo, é claro que este segredo ficará apenas entre mim e minha adorável mascote. Ninguém mais deve saber da existência desta sala. Seus presentes ficarão seguros aqui.”
- Harry, você está ficando obcecado! – Rony gritou, sobressaltando-a.
- Enquanto discutimos aqui, trouxas estão sofrendo lá fora! – Harry superava, aumentando ainda mais.
Parecia estar no meio de uma guerra agora que tinha retornado a realidade.
- PAREM! – Ela berrou, fazendo ambos assustarem-se. Parecia ter ficado fora da realidade por um tempo levemente considerável para terem “esquecido” sua presença. – Não posso deturpar uma ordem que não foi dada. – ela começou, mas antes de alguém falar alguma coisa – Assim como não posso revelar algo que eu não sei. – ela decidiu por mentir. Seria inútil eles saberem que ela tinha a localização e, no entanto, era proibida de revelar, não importava o quanto ela quisesse. – O que sei é que ele está de posse da Espada. Mas, como ele sabe que eu posso ficar deturpando suas ordens, decidiu por me manter na ignorância.
- O que vamos fazer, desse jeito? – Rony perguntou exasperado.
- Eu tenho uma ideia. – ela mesma havia respondido, fazendo ambos olharem-na, ainda mais surpresos – Não me olhem desse jeito! Não é porque sou sua escrava que não tenho o desejo de vê-lo morto. – ela fuzilou os dois, pela perplexidade que eles demonstravam com sua revelação.
Eles ainda não tinham entendido completamente que a maldita coleira não a tornava leal? Ah, não importava naquele momento, precisava seguir com o plano. Obviamente que aproveitaria para se vingar de algumas pessoas. A chance de se ver fora dos olhos dele não podia ser desperdiçada.
- É claro que, por não sabermos muita coisa, vamos precisar de alguma informação vinda de outros.
- Harry é bom nisso. – Rony já informava, sem esperar que terminasse.
- Acredito que nem o melhor interrogador possa superar o meu método. – ela comentou, fazendo Harry levantar uma sobrancelha.
- E qual seria o seu método? – Harry perguntou, até mesmo estranhando. Não era do feitio de Hermione torturar alguém a procura de informações. O que Voldemort tinha feito com ela?
- Escravizar. – havia uma simplicidade ao falar aquela palavra, como se fosse algo muito óbvio.
- Mas você mesma disse que pode deturpar as ordens! – Harry parecia desconfiado.
- Como também disse que as duas únicas pessoas que sabiam disso eram eu e o Lorde das Trevas. Agora que também dividi com vocês, somos em quatro. – ela rebateu, ferina.
- Uma poção Veritasserum ou uma Maldição Imperius poderiam fazer o mesmo serviço. – ele realmente não estava querendo dar o braço a torcer e Hermione sabia.
Mas Hermione faria tudo para recuperar sua liberdade perdida já fazia 10 anos. Não ia deixar-se vencer pelo cabeça-dura do Harry que continuava desconfiando dela por algum motivo desconhecido. Tudo bem, poderia entender que ter convivido com o Lorde das Trevas em pessoa poderia deixar qualquer um louco... ainda assim, ela estava em sã consciência!
- Veritasserum só funciona por algumas horas e só para obter informação, enquanto que a Maldição Imperius pode ser facilmente detectada por aqueles que a utilizam muito e retirada. Principalmente se a pessoa lê mentes. Uma coleira mantém nossas faculdades mentais normalmente, além de nos tornarmos menos “perfeccionistas”. Já notou que uma pessoa sob a Maldição Imperius pode tocar piano perfeitamente, mesmo que a pessoa não saiba nada?
Harry respirou profundamente, compreendendo perfeitamente o que Hermione queria dizer. Ela era boa nos argumentos e ele não tinha como negar. Não era só o fato de necessitarem de informação, pois uma hora perceberiam que muitos andavam sumindo, talvez fosse necessário realmente que alguém se infiltrasse para adquirir a informação desejada e levá-la de volta até eles. O método dela era mais seguro.
- Mas não temos nenhuma coleira e esse é um dos poucos artigos que o Mercado Negro não dispõe. Isso sem contar que, se alguém ler a mente do nosso infiltrado, pode ver que ele está com uma coleira. – Harry argumentou, de braços cruzados e meio emburrado. Não ia ceder tão fácil – Não temos muitas opções.
Hermione não entendeu quando ele disse Mercado Negro. Não conseguia arranjar uma lógica para existir nem mesmo uma feira que o fosse entre o Povo Inferior. Mas isso ela perguntaria mais tarde. Ou isso também era uma informação valiosa?, pensou levemente cínica.
- Então vamos ter que pegar direto da fonte. Quanto a leitura de mente... precisaria estar procurando a informação disso, não é? E ninguém vai desconfiar, se a pessoa age normalmente. – respondeu com bastante desenvoltura.
Harry não estava gostando daquilo. Estava perdendo numa discussão para uma prisioneira, até segunda ordem. Além disso, o que ela queria dizer com “pegar direto da fonte”?
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Respondendo reviews...
Krys = Desculpe a demora pra postar o próximo capítulo, mas realmente tinha umas coisas nele que tavam me desagradando u.u E que bom que gostou do reencontro, porque queria muito que fosse o mais próximo do "cannon". Eu tenho sérios problemas com o Cannon xD
Kary = Acho que esse capítulo vai ser meio decepcionante, porque eles não conseguiram libertá-la. Mas eles tem o resto da fic pra ficar tentando, né? Não se preocupe xD
Viiih = Obrigada *-* com certeza eu continuarei! Com muito afinco!
Poly = Bem, Poly, seu comentário foi gigante e devo dizer, vou ter que lhe dar uma resposta gigante também xD
Estou feliz que minha escrita e desenvolvimento da história tenham lhe agradado tanto. Sempre me esforço para fazer o melhor possível e tenho treinado arduamente com outras histórias que produzi (tem umas que são um lixo HAUSHUASHSAUHSA). Eu também acho a relação Voldemort/Hermione muito envolvente, mas só descobri o prazer disso quando comecei a escrever essa fanfic. Não é muito fácil encontrar fanfics desse tipo no fandom e as poucas que encontrei eram meio... hum... difíceis de engolir ><'
Bem, quanto aos personagens, eu tento fazer o melhor para deixá-los o mais próximos do real possível, porque se eles fossem supertudo não ia ter história, né? Era clicar os dedos e o mundo voltou ao normal xD Acho que o personagem mais difícil de lidar foi o Harry. Ele modificou bastante do original da JK, ainda que tentei manter alguma coisa de sua personalidade original. No momento talvez não dê para ver direito, mas vai ficar mais nítido em capítulos posteriores.
O ship... ah, isso é uma coisa muito complicada u_u Viu que não coloquei ships na fichinha em cima, né? Isso é porque eu não defini realmente. Não sei se vai ser R/Hr. Apenas achei sensato que, para dar verossimilhança com a história original da JK, ela ainda nutrisse algum sentimento pelo Rony... u.u mas isso pode ser mudado, nada impede xD por enquanto, eu não estou me atendo muito a parte romântica da história, apesar de dar umas pinceladas u_u
Obrigada pelos reviews *-* E desculpe mesmo a demora pra postar. Não vou abandonar essa fic tão cedo xD
Comentários (1)
Eu espero que goste de comentários gigantes... hsuahsuahsuahsu se não, me desculpe, é um costume meu, já escrevi duas fics e estou escrevendo uma e como autora eu aprecio muito os comentários grandes, normalmente eles são os que vem com mais observações sobre a fic, opinião real do leitor e eu acredito que esses sejam os elementos que os autores mais valorizam num comentário. Mas se preferir comentários mais sucintos, é só avisar que eu encurto... husahsuahuahsua Preciso confessar que fiquei feliz ao saber que o shipper ainda pode ser alterado, como já disse antes, leria mesmo que fosse R/Hr, mas não reclamarei em momento algum caso o shipper mude. Concordo que encontrar fics desse estilo é difícil e que são normalmente difíceis de engolir. Não sei exatamente o que você considera difícil de engolir, mas para mim vários fatores tornam uma fic assim, desde uma escrita primária até uma trama pouco convincente, hj em dia aqui no FeB fic boa é NC, não importa a a história ou a escrita, o importante é ser NC ¬¬' Acho que foi por isso que gostei tanto da sua história, aborda um tema pouco explorado com qualidade inegável. Por mais que tenha me instigado a relação do Voldemort com a Hermione o Harry está me saindo um belo de um personagem, o que anos de guerra não fazem com uma pessoa, não é? Adoro quando ele tem esse lado complexo que afeta o bom senso, ele deixa de ser assim, tão bonzinho. Acho que foi isso o que quis dizer sobre ele ser diferente do Harry da JK, certo? Bem, eu gostei, e muito. Capítulo ficou incrível e me deixou ansiosa pelo próximo. Agora acho que o comentário já está grande o bastante... XD beijos
2011-09-30