A Batalha
N/A- A segunda parte é o auto-plágio mais descarado que eu já fiz. Quase integralmente retirado de “Harry Potter e a Batalha Final”
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Foram precisos alguns minutos até que Mary abrisse os olhos de novo, deparando com uma Tonks desorientada, andando de um lado para o outro da sala, e com um Lupin preocupado, sentado do seu lado e segurando a sua mão.
- Remo… - Murmurou, em tom aflito, sentando-se também e olhando em volta. – Cadê a Sarah?
- Que bom que você acordou! – Exclamou Tonks, aliviada, chegando perto dela. – Como é que você está?
Mary olhou-a, com um sorriso fraco:
- Não se preocupe, Ninfa. Eu estou bem. Mas e a Sarah, cadê? – Insistiu.
- Desaparatou logo depois que você desmaiou. – Respondeu Lupin, com voz grave. – Disse que sabia o que você tinha visto e que, pelo menos uma coisa ela tinha que impedir.
- Eu nunca vi a Sarah tão pálida nem tão nervosa! – Comentou Tonks. – O que foi que você viu, Mary?
A amiga baixou os olhos. Tremia. Respirou fundo. Quando ergueu os olhos de novo para encarar Tonks e Lupin, uma lágrima escorreu pela sua face.
- A desgraça vai se abater sobre o nosso mundo. Eu vi coisas terríveis! Vi o Snape… morto e… ai, Remo! – Lançando-se nos braços de Lupin, começou a soluçar.
- O Snape? Morto? Então foi por isso que a Sarah ficou daquele jeito! – exclamou Tonks, consternada. – Coitada dela!
- Calma, Mary. – Pediu Lupin, acariciando os cabelos da noiva. – Fica calma.
- Tem mais, Remo! – ela soluçou. – Eu vi um homem estranho… uma coisa nojenta… parecia um rato! Era um homem baixo, gordo, meio careca…
- Rabicho… - Murmurou Lupin.
- Quê? – Ela indagou.
- Pedro Pettigrew. – foi a resposta. – Um dos meus amigos dos tempos da escola. Rabicho era o apelido dele. Traiu a todos nós. Virou Comensal, o mais fiel dos servos de Voldemort.
Mary e Tonks estremeceram ao escutar aquele nome, mas Lupin continuou:
- Há dezasseis anos atrás, ele entregou ao Lorde das Trevas os nossos amigos Tiago e Lilian Potter…
- Os pais do Harry… - Murmurou Mary, suspendendo as lágrimas por uns momentos. – Quem não conhece essa história? E matou um monte de gente, deixando que Sirius Black, amigo de vocês e dono dessa casa, fosse parar na cadeia no lugar dele e viveu 12 anos como rato de estimação do Ron. Eu sei de tudo isso.
- E o que foi exatamente que você viu? – Inquiriu Lupin, preocupado.
Mary não conseguiu mais conter as lágrimas. Voltou a soluçar e se jogou de novo nos braços dele:
- Remo, você tem que tomar cuidado com ele. Esse tal de Rabicho está querendo te matar!
- Por Merlim! – Quase gritou Tonks, nervosa. – Mas… não é fácil acabar com um lobisomem!
- Ele tem uma mão de prata, Ninfa! – Redarguiu Mary, entre soluços.
- Mary, isso é lenda! – Assegurou a amiga. – Se os lobisomens fossem alérgicos a prata, como muita gente pensa, o Remo já estava mortinho da Silva há séculos, só por beber dos cálices de prata aqui de casa!
- Eu sei, Ninfa! – Replicou Mary. – Você pode ter certeza que eu sei tudo sobre lobisomens… e sei perfeitamente que um objeto de prata cravado no coração de um deles provoca o mesmo estrago que uma estaca de madeira no coração de um vampiro!
- E você acha que eu não sei me defender? – Perguntou Lupin, olhando-a com um sorriso carinhoso. Passou a mão pelos cabelos dela, tentando enxugar as suas lágrimas e pediu – Não se preocupe comigo. Eu posso me defender muito bem, acredite. Principalmente sabendo de antemão o que pode acontecer. É muito bom ter uma noiva vidente para me avisar dos perigos. Agora, me diga outra coisa: onde e quando é que isso vai acontecer? Você sabe?
Mary anuiu com a cabeça e respondeu:
- Em Hogsmeade… e já começou.
Quando conseguiram chegar a Hogsmeade, junto com Hagrid e Moody Olho-Tonto, e achar o local que Mary tinha visto, se depararam com um espetáculo terrível: corpos pelo chão e várias pessoas encapuzadas, quase parecendo dementadores humanos. Snape estava lá… mas não havia qualquer sinal de Sarah.
-Alí estão eles! - Exclamou Tonks. - Parabéns, Mary, o seu dom de vidente é absolutamente fantástico!
Mary corou, nervosa. Para seu grande espanto, também Luna Lovegood e Neville Longbottom acorriam ao local. Estavam dispostos a lutar de novo contra o mal e dessa vez tinham certeza: era tudo ou nada.
De repente, se ouviu uma voz gélida Harry Potter, no meio de Ron Weasley e Hermione Granger, estremeceu, com a cicatriz ardendo. Lord Voldemort acabara de chegar, acompanhado por Pedro Pettigrew. Também Mary estremeceu e segurou o braço de Remo, ao reconhecer o homem que tentava matá-lo na sua visão.
-Muito bem! - Aplaudiu o senhor das trevas. - Quase todos reunidos! Agora, chegou a minha vez de me divertir... não é, Potter?
Olhou para Harry com os seus olhos vermelhos e rosto de serpente e a cicatriz que os ligava doeu com a maior intensidade de sempre. Harry se deixou cair, sem forças, enquanto Voldemort lhe apontava a varinha, murmurava um feitiço e fazia nascer uma espécie de bolha de vidro inquebrável em redor dele, o impossibilitando de fugir ou efetuar qualquer tipo de feitiço.
Ria, com a sua gargalhada terrível.
-Muito bem, Potter, você fica para o fim. Vai ficar aí, a me vendo destruir os seus amiguinhos, um por um. Rabicho! - Acrescentou, se virando para Pettigrew, o homem com ar de ratazana covarde que o acompanhava. - Cuide do seu amigo lobisomem. Eles só podem ser mortos com uma bala de prata... a sua mão é de prata, portanto... bom, você sabe o que fazer.
Tremendo, Pettigrew se aproximou de Lupin, mas, antes que algum dos dois pudesse fazer alguma coisa, Mary se jogou para cima de Pettigrew, gritando:
-Nem pense nisso!
Pettigrew caiu em cima de Lupin e a sua varinha voou para longe. Mary caíra em cima dele e lhe prendia as mãos atrás das costas, enquanto Voldemort ria e aplaudia:
-Que belo espetáculo! Uma quase-anã bancando a heroína e um lobisomem desse tamanho precisando dela para defendê-lo!
-Você está bem? - Perguntou Mary a Lupin, que a olhava, de olhos esbugalhados.
-S... sim... - Gaguejou ele. Tentando se mexer, gemeu e acrescentou: "Acho que quebrei um braço..."
Mary assumiu um ar assustadoramente furioso e levantou Pettigrew, com toda a força, perante o ar pasmado do noivo e assustado da vítima, a quem apontou a varinha e que imediatamente lhe pediu, tremendo da cabeça aos pés:
-P... por favor, mocinha, não faça mal a um homem sem varinha...
Mary guardou a varinha no bolso e gritou:
-Venha cá, Rabicho, lute como um homem! Mas como um Trouxa!
Voldemort ria cada vez mais. Todos pareciam ter parado para a assistir à cena.
Pettigrew parecia positivamente apavorado. Prostrado aos pés de Lupin, implorou:
-Por favor, Remo, me salve... em nome da nossa velha amizade... faz ela parar...
Antes que Lupin pudesse dizer uma palavra, Mary olhou Pettigrew com ar enojado e cuspiu na cara dele, exclamando:
-Você não passa de um verme nojento!
De repente, Pettigrew lançou a mão ao bolso de Mary, tentando lhe roubar a varinha. Todavia, ela teve bons reflexos e o agarrou, esmurrando-o no nariz e o derrubando.
-Isso foi por você tentar roubar a minha varinha! - Bradou, continuando a lhe distribuir socos e pontapés, enquanto enumerava as suas razões, completamente fora de si. - Isso é por você ter traído os seus amigos! Isso é por você ter deixado morrer os pais do Harry! Isso é por você ter se passado para o lado da trevas! Isso é por você ter traído e enganado o Rony! Isso é por você ter deixado o Sírius ser preso! Isso é por você ter tentado matar o Remo! E Isso é por você não passar de um verme nojento!
Pettigrew acabou por perder os sentidos, se deixando cair o chão, com sangue escorrendo pelo nariz e pela boca.
-Já chega! - Bradou Voldemort. Estava desconcertado, como Harry nunca o vira. - A diversão acabou! Bella, faça as honras da casa.
Imediatamente, a Comensal mais fiel do Lorde das Trevas, Bellatrix Lestrange, a terrível tia de Tonks, apontou a varinha para Mary.
-Avada... - Não conseguiu concluir o feitiço, uma vez que Lupin a desconcentrou, gritando um sonoro e aflitivo:
-NÃÃÂÂÂOOOOO!
Ao mesmo tempo, Lupin se colocou na frente de Mary, pronto a salvá-la com a própria vida e Tonks se precipitou sobre Bellatrix e a derrubou, lhe apontando a varinha e vociferando:
-E isso é por você tentar matar a minha melhor amiga, titia querida! Avada Kedavra!
Nesse momento, uma luz verde saiu da varinha de Tonks, atingindo Bellatrix, que parou de se debater, caindo, morta, no chão.
-Eu não disse que já chegava? - Bradou Voldemort, furioso. - Vocês estão querendo brincar, é? - Nesse momento, pousou os olhos em Snape e sorriu. - Olha, olha, quem é ele... Severo Snape, o traidor, finalmente frente a frente!
Harry desviou o seu olhar para Snape. Os olhos do Professor de Poções brilhavam de ódio, enquanto olhava para Voldemort, dizendo:
-Não sabe como eu esperei por esse dia, senhor das trevas.
-Snape, Snape... - Falou Voldemort, em tom falsamente indulgente. - Porquê tanta raiva em relação a mim? Você poderia ter o mundo nas mãos se tivesse ficado do meu lado...
-Você matou a Lilian! - Gritou Severo, com os olhos raiados de sangue. - Ela não me quis, preferiu o arrogante do Potter, mas eu a amava! Eu amava e você a matou! Foi por isso que eu não fiquei do seu lado!
Mary fitou a cena, atónita. Sempre achara que Lupin fora apaixonado pela tal Lilian Potter, mas nunca tivera coragem de tocar no assunto, para não machucá-lo, nem se machucar… mas Snape? Isso nunca passara pela sua cabeça… Mas fazia sentido. Por isso ele tinha deixado de ser Comensal. Sempre dera voltas à cabeça, tentando descobrir porquê e afinal o motivo era tão simples… E Sarah? Saberia disso? Bom, mesmo que soubesse, não havia porquê sentir ciúmes de uma morta.
-Cale a boca, Snape! - Gritou Voldemort. - Um Comensal da Morte não é capaz de amar. O Malfoy, o Crabbe e o Goyle estão aqui de prova...
-Essa é a prova de que eu não sou nem nunca serei um Comensal da Morte...
Snape tinha nos olhos um brilho de raiva misturado com mágoa e dor que Harry jamais vira. Parecia disposto a desafiar e enfrentar Voldemort, arriscando tudo em nome de um passado perdido.
-O senhor das trevas mandou você calar a boca! - Rosnou Malfoy.
-Acabe com ele, Malfoy! - Disse Voldemort, calmamente.
Imediatamente, Lúcio apontou a varinha para Snape, exclamando:
-Avada Kedavra!
Ao mesmo tempo, Snape fazia a mesma coisa. As luzes de ambas as varinhas se misturaram e cada um deles foi parar longe, moribundo. Snape caiu junto da bolha de vidro onde Harry se encontrava e, com esforço, murmurou baixinho:
-Potter... você consegue me ouvir?
Em pânico, Harry assentiu com a cabeça, enquanto ouvia Snape dizer, com voz fraca:
-Diga ao Lupin que a poção está no armário da direita... do meu escritório... - Snape tossiu e Harry sentiu, com grande estranheza, que estava com pena do professor que tanta raiva lhe causara. Nos seus olhos começaram a nascer lágrimas. Snape continuou, cada vez mais baixo e a custo. - E... do lado... tem a poção... a poção que eu fiz para a Hallow... as receitas... as receitas das duas, também... também estão lá...
Naquele momento, Voldemort percebeu que Snape ainda estava vivo e dizia alguma coisa.
-O que foi, Snape? - Inquiriu, em tom cortante. - Diga para mim o que você está dizendo para o Potter!
Contudo, a respiração de Snape foi ficando cada vez mais espaçada, até parar. Harry sentiu um arrepio na espinha, ao mesmo tempo que as lágrimas que se haviam formado nos seus olhos, escorriam, com revolta. Snape stava morto... e Harry, por incrível que pareça, sentia fundo a morte dele, apesar do ódio que sempre os separara.
Mary, por seu turno, só conseguia pensar em Sarah…
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