A Primeira vista
Capitulo 2. A Primeira Vista.
“A distancia é o triste fato de que estamos longe de quem amamos. Com a distancia, as lembranças se tornam um atalho ilusório da pessoa amada. E o que as duas ocasionam?A saudade.” Renato Claros.
Fazia um belo dia de Sol. Os habitantes de Godric’s Hollow trataram de sair de casa e aproveitar o tempo seco, pois em quase todo o mês de agosto só chovera. Na praça da cidade, Lílian Potter estava sentada em um banco de madeira, com um bebe de cabelos negros e arrepiados no colo. Lílian se banhava da luz do Sol, olhando em volta com interesse. Uma mulher vinha em sua direção, guiando um carrinho de bebe. Ela sentou-se ao seu lado, olhando para o carrinho. Uma linda menininha estava deitada nele, seu cabelo dourado encaracolado, seus lindos olhos eram de um azul profundo. A garota imediatamente se sentou, desajeitada, olhando para Harry com interesse. Os dois se encararam.
Harry parecia fascinado com a menina, não tirava os olhos dela, ela respondia com avidez. As mães se olharam, confusas.
-Eu sou Lílian Potter, e esse é Harry, meu filho – Lílian disse, sorrindo.
-E eu sou Aurora Starwood, e essa é Ariana – Aurora falou, tirando a menina do carrinho e a colocando em seu colo. A pequena vestia um vestido azul de manga até o cotovelo, que combinava com os seus olhos.
-Sua filha é linda, quantos meses ela tem?-perguntou Lílian, para puxar conversa.
-Cinco. E o seu?
-Também – Lílian falou, surpresa – Harry nasceu no dia 31 de Julho.
-Ariana nasceu no dia 1 de Agosto – a outra falou, arregalando os olhos – Nossa, Harry é só um dia mais velho que...
Mas a conversa das duas foi interrompida por um alto riso de Ariana. As duas notaram, estupefatas, que enquanto estavam entretidas os dois bebes haviam começado uma divertidíssima brincadeira. Harry segurava a mãozinha de Ariana, e esta passava a outra mão no cabelo dele. Pareciam velhos amigos, e não crianças que tinham acabado de se conhecer.
-Eu notei que os dois se olhavam de um jeito estranho desde que cheguei – declarou Aurora, sorrindo.
Ficaram mais algum tempo ali, enquanto Harry e Ariana pareciam conversar com olhares. Não desviavam os olhos um do outro, mesmo quando um homem de cabelos tão arrepiados como os de Harry apareceu, de repente.
-Lily, Dumbledore que nos ver agora, lá em Hogwarts, é urgente – ele falou quando chegou onde eles estavam. Olhou para Harry e um pequeno sorriso apareceu pelo canto da boca ao ver que o menino olhava para Ariana.
-Está bem, Thiago – ela se virou para Aurora, sorrindo – talvez depois possamos nos encontrar, para Harry e Ariana brincarem.
-É, seria ótimo – Aurora falou.
Lílian se levantou com Harry em seus braços, Aurora também. Thiago apenas olhava para o filho, que parecia entender o que estava acontecendo, e olhava desesperado para Ariana. Quando Lílian e Aurora se abraçaram, ele rapidamente pegou a mão da menina. Quando as duas se separaram, todos olharam para a triste sena. Ariana agarrava a mão de Harry com força, não queria que ele sumisse, não queria ficar longe dele. Olhou para a sua mãe e soltou um gemido.
-Tudo bem, Ariana, você vai ver Harry de novo, te prometo – ela falou, chocada com a reação da filha. Parecia um erro enorme separá-los daquela maneira. A menina não tinha se convencido, pois não soltou a mão de Harry, a apertando mais ainda.
Thiago pegou a mão de Lílian e a puxou, mesmo assim Harry não soltou Ariana. Aurora se afastou um pouco, finalmente separando os dois. Ariana começou a chorar convulsivamente, Harry a olhava chocado, chorando também. As mãozinhas ainda estavam estendias, procurando uma pela outra. Lílian falou um “até logo” e se virou para sair com Thiago. Aurora fez o mesmo. Ariana ainda olhava para Harry, pelo ombro da mãe. Os dois trocaram um adeus silencioso, de repente Harry não estava mais lá. Chorou mais alto, com a mão estendida. Aurora, desesperada, pegou o carrinho e saiu de lá rapidamente.
Ariana berrava, queria falar com sua mãe, queria pedir para que elas voltassem, queria ficar lá e esperar Harry, mas simplesmente não conseguia. Mais lagrimas caíram de seus olhos, mesmo estando longe, Ariana continuava a chorar, continuava a berrar.
*~*~*~*~*~*~*
Olhos verdes a fitavam, com interesse e alguma outra coisa...seria amizade?Seria amor?Acordou com um pulo. Olhou para o relógio. 5:60 da manhã. Bocejou, amaldiçoando Merlin, seu pai, aquele garoto...o dono dos olhos verdes. Foi para o banheiro, parou em frente a pia, olhando-se no espelho. Via uma garota de onze anos com cabelos longos dourados e olhos de um profundo azul. Adorava seus olhos. Adorava seu cabelo. Adorava seu nome. Ariana Starwood. Tirou sua camisola branca e entrou na banheira cheia de espuma.
Seus pensamentos se voltaram para seu sonho. O seu único sonho. Sempre sonhava com a mesma coisa, com aqueles misteriosos olhos verdes. Desde que era um bebe. Achava muito estranho. Todas as pessoas normais tinham sonhos diferentes. Sua mãe tinha sonhos diferentes, seu vizinho tinha sonhos diferentes, ela era a única, a única esquisita que tinha sempre o mesmo sonho. Queria encontrar a pessoa a qual pertenciam aqueles olhos verdes. Fez força, talvez se lembrasse ainda. De repente, viu uma praça banhada pelo Sol. Só isso.
“Quem sabe os olhos sejam os do meu pai?” pensou, entusiasmada. Mas logo voltou a estaca zero. Sua mãe nunca tocava no assunto. Toda vez que Ariana tentava conversar com ela sobre o pai, a mulher desviava do assunto. Ela era ótima em guardar segredos e em mentir. Ariana herdara isso dela. Não gostava de mentir, só fazia isso quando preciso. Mas uma vez, em sua festa de aniversario de quatro anos, ela insistira tanto que sua mãe acabara dizendo alguma coisa. “Seus olhos são iguais aos dele.” Só isso. Ela queria saber mais, queria saber onde ele morava, como ele era, o por que de ele ter abandonado sua mãe. Mas Aurora parecia determinada em não falar sobre nada. Em deixá-la sem saber de nada.
E o dono dos olhos verdes...sua atenção se voltou para ele. Já fazia algumas semanas que ela começara a “procurá-lo”. Simplesmente se viu olhando para as pessoas nas ruas em uma bela manhã, pensando “não, aquele tem olhos castanhos” ou “aquele não é o tom de verde certo”. Simplesmente não conseguia pensar em outra coisa que não fosse isso. Estava começando a achar que ficara maluca. “É só um sonho, Ariana, não pense mais nisso!Hoje é seu aniversario, não pense nisso!”
Saiu do banho enrolada em uma toalha, foi para o quarto, secou seu cabelo e se vestiu. Desceu as escadas, apressada, queria ver se o carteiro tinha alguma carta para ela. Chegou a tempo de ver alguns envelopes caírem no tapete que ficava bem na frente da porta de entrada. As pegou rapidamente, jogando as cobranças de luz e de água longe. Parou de repente no envelope mais estranho que já vira. No envelope havia um lacre de cera púrpura com um brasão. Um leão, uma águia, um texugo e uma cobra em volta de um grande H. O que seria aquilo?
*~*~*~*~*~*~*
Harry acordou com os berros de Tia Petúnia pela manhã. Suspirou, se levantando. Tinha a imensa vontade de desaparecer daquela casa. Estivera há poucos minutos sonhando novamente com os lindos olhos azuis. Sonhava com eles às vezes, se perguntou pela milésima vez que seria a dona deles. Sabia que eram de uma mulher, não sabia como, mas sabia. Suspirou novamente, saindo do apertado armário da escada.
PS:e ai, o que acharam?Ainda estão com duvidas?
Comentários (1)
A ligação dos dois é realmente muito forte agora vamos descobrir o motivo .
2011-05-12