Coração Partido
Está aí mais um capítulo. Não sei se ficou muito bom, mas como ninguém comenta, não sei o que posso mudar. Bem, ainda tenho esperanças de ler comentários dessa vez. Espero que gostem.
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Capítulo 8: Coração Partido
Hermione não sabia como reagir. Ficou olhando para Rony, que agora esboçava um sorriso, mas não dizia nada. Tentou falar algumas vezes, mas não conseguiu, simplesmente apertava mais forte as mãos do ruivo. Demorou algum tempo até que ela conseguisse falar.
- Oi Ron, tu-tudo...bem? – sua voz não foi mais que um sussurro.
- Na medida do possível sim, e com você? – Hermione não respondeu, simplesmente começou a chorar e sentou novamente em sua cadeira, mas sem largar as mãos do ruivo. Ron tentou se mexer, mas assim que moveu um músculo gritou de dor. Parecia que seu corpo inteiro estava reclamando. Hermione levantou o rosto, ainda mais preocupada.
- O que foi Ron?
- Nada, tentei me mexer, mas meu corpo todo doeu. Por que você está chorando? – Hermione simplesmente abaixou a cabeça.
- Eu, eu senti...tanto sua falta Ron, achei...que nun-nunca mais te veria de novo – Ron teve dificuldade de entender o que ela dizia em meio a tantas lágrimas. Com muito esforço ele levantou o braço e colocou sua mão ao lado do rosto dela.
- Mas eu já estou aqui, estou bem, pelo menos eu acho né – Rony conseguiu abrir um sorriso. Mione ficou olhando para ele e então se abaixou para abraçá-lo. Seu corpo ainda tremia um pouquinho. Assim que ela envolveu seus braços ao redor dele, praticamente tudo começou a doer, mas ele não se importou, só queria sentir o seu perfume. Não sabe quanto tempo ficaram assim, até que Ron falou.
- Por falar nisso, onde eu estou, hein?
- No St. Mungus. Te trouxeram para cá na véspera de Natal.
- Ah sim, eu só me lembro de ter chegado em casa e desmaiado – nesse instante o semblante de Ron mudou completamente e ele passou a encarar o teto com o olhar vazio. Hermione percebeu o desconforto do ruivo, mas não sabia o que fazer. Continuou olhando para ele, mas não disse nada. Demorou um pouco até que Ron falasse
- Quem mais está aqui? – seu tom de voz mudou, agora estava mais frio.
- Toda a sua família e o Harry, mas só estão deixando entrar um de cada vez.
- Ah sim, eu queria falar com eles – Mione teve uma sensação estranha, pareceu a ela que Ron a estava dispensando, mas não queria ficar pensando nisso, o pior já havia passado. Teria muito tempo para falar com ele.
- Quem você quer que eu chame primeiro?
- Ah, pode ser a mamãe – Hermione concordou com a cabeça e se virou para sair. Antes que pudesse se afastar da cama, sentiu Rony segurando suas mãos e se virou para ele.
- Eu também senti muito a sua falta Mione, você não faz ideia – a garota assentiu com a cabeça e continuou andando, mais lágrimas escorrendo pelo rosto. Assim que chegou à porta do quarto, se virou novamente para Ron, ia falar alguma coisa, mas o ruivo se adiantou a ela.
- Não quero que pense que eu não estou gostando da sua companhia, é que eu também senti muita falta dos outros. Depois que todo mundo me visitar, eu queria que você voltasse para ficar comigo.
- Claro que eu volto Ron, vou ficar aqui o tempo que precisar – Hermione sorriu e ele sorriu de volta. Ficaram um tempo se encarando até que a menina saiu.
Hermione caminhou de volta para a sala de espera muito lentamente. Ficou pensando em tudo que acontecera. Ron estava de volta e aparentemente, feliz de reencontrá-la. Enxugou as lágrimas e abriu um sorriso antes de abrir a porta que dava para saída.
Assim que colocou os pés na sala de espera, foi cercada de perguntas. Todos falavam ao mesmo tempo, queriam notícias de Rony. Demorou um pouco até que a confusão acabasse, então Molly, muito aflita, perguntou primeiro.
- Então, como ele está?
- Parece que está bem. Apesar de estar muito machucado, ele conversou comigo numa boa. Aliás, ele pediu que eu chamasse a senhora – A Sra. Weasley respirou fundo e sorriu timidamente para a menina. Falou alguma coisa com o marido e saiu em direção ao quarto do filho.
Ela demorou bastante para voltar. Quando saiu, puderam notar que estava com os olhos inchados, mas parecia aliviada. Falou com Arthur para que ele entrasse e foi se sentar.
Um a um, os Weasley foram entrando. Todos voltavam com algumas lágrimas nos olhos, mas felizes. Gina comentou com Harry e Hermione que quase não conseguiu falar com o irmão porque chorou o tempo todo. Jorge confidenciou a eles que conseguiu entrar com a nova invenção da loja e que Ron se divertiu bastante ao vê-la em funcionamento. Nesse instante, Andrew apareceu e disse que o horário de visitas tinha acabado. Harry protestou, ainda não tinha visto o amigo. Depois de muito insistir, o medibruxo permitiu mais dez minutos.
Harry sentiu a ansiedade aumentando, havia sofrido muito com o desaparecimento do amigo, mas agora tudo parecia estar bem. Chegou à porta do quarto e respirou fundo antes de entrar.
- E aí Ron, como você tá?
- Oi Harry, beleza cara? Que bom te ver. Tirando o fato de eu estar sentindo dores em locais que eu nunca imaginei serem capazes de doer e do meu rosto estar parecendo que foi atingido por um feitiço muito mal feito, tá tudo bem – Harry conseguiu sorrir, assim como o amigo. Harry se sentou e os dois ficaram um tempo em silêncio.
- Me conta da sua vida, como vão as coisas? – Rony falou primeiro.
- Ah, não tem nada de mais. Estou ajudando Jorge na loja e, bem, ainda morando no seu quarto.
- Deve estar gostando bastante né, agora que você não precisa dividir ele com ninguém – Ron abriu um largo sorriso. Harry ficou um tempo em silêncio e então começou a gargalhar alto. Tentou se controlar, mas não conseguiu. Rony ficou um tempo sem entender o que estava acontecendo, então começou a rir também. Os dois ficaram assim por um bom tempo, até que Harry falou.
- Você não sabe a falta que fez cara. Pra todo mundo – sua expressão agora ficou mais séria.
- Eu também senti muito a falta de todo mundo – os dois ficaram calados por um tempo. Por mais que estivesse feliz em rever o amigo, ainda era uma sensação esquisita vê-lo naquele estado.
- Eu preciso te perguntar. Como a Hermione reagiu a tudo isso hein? Eu não consegui para de pensar nela um só instante – Harry se levantou para encarar o amigo de frente.
- Você não imagina Ron, ela ficou péssima mesmo. Sofreu bastante. Você fez realmente muita falta – Ron conseguiu abrir um sorrisinho amarelo e voltou a mirar o teto, uma lágrima escorrendo pelo rosto. Harry ficou imaginando como o amigo reagiria quando soubesse que Hermione estava namorando Viktor Krum, mas não seria ele a lhe dar a notícia.
- Você e minha irmã estão namorando né, seu safado. Sorte sua que eu não consigo mexer meus braços, senão te estrangularia agora mesmo – Ron falou, tirando-o de seus devaneios.
- Estou sim, e sem você em casa está muito mais fácil – de repente, o ruivo ficou com a cara muito séria, e Harry pensou que talvez tivesse exagerado.- Me desculpe cara, eu não... – antes que pudesse terminar de falar, Rony começou a rir novamente e foi acompanhado por Harry, que se sentiu bastante aliviado. Conversaram mais algumas amenidades até que viram a porta se abrindo.
Andrew e uma enfermeira entraram no quarto e informaram a Harry que ele teria que sair, pois Ronald teria que se submeter a alguns exames. O bruxo então se despediu do amigo e voltou à sala de espera.
Já era alta madrugada quando Harry terminou sua visita. Andrew veio lhes informar que Rony ainda teria que passar mais uma ou duas noites na AMTI, antes de ser transferido para um quarto, mas que ele permitiria mais visitas pela manhã.
Os Weasley então começaram a discutir quem passaria a noite no hospital e quem voltaria para a Toca. Dessa vez, praticamente todos resolveram ficar. Somente Gui e a esposa foram embora, mas voltariam no outro dia. Hermione, que passara a noite procurando uma oportunidade de falar a sós com Harry, finalmente conseguiu, quando todos os outros foram dormir.
- Eu queria falar com você Harry, a sós – Harry olhou confuso para a amiga, mas concordou e se afastou de Gina, que dormia ali perto.
- Pode falar Mione, o que foi?
- Eu queria te perguntar uma coisa. Ele falou alguma coisa sobre mim? – Harry ficou um tempo mirando a amiga, meio que escolhendo as palavras.
- Falou que sentiu muito sua falta. Perguntou como foi que você reagiu a tudo isso e eu falei que você sofreu muito. Ele me disse que pensava em você o tempo todo – nesse instante a garota começou a chorar.
- Ah Harry, eu não sei o que fazer. Não sei o que falar com ele. Eu senti tanta falta dele e agora, agora que ele voltou, eu fico tensa só de entrar naquele quarto. É muito difícil vê-lo naquele estado.
- Calma Mione. Ele gosta tanto de você que vai achar ótimo só de estar ao seu lado. Ele vai precisar muito de você. Ninguém pode imaginar o que ele deve ter sofrido todo esse tempo – Harry então abraçou a amiga e os dois ficaram em silêncio. Harry sabia que Hermione sentiu muita falta de Ron, mas entendeu que a amiga ainda se sentisse um pouco desconfortável perto dele. Aos poucos ela foi se acalmando e os dois então se prepararam para dormir.
O dia seguinte foi bem diferente dos outros. Apesar de estarem todos na mesma salinha fria e desconfortável e de terem dormido pouco, havia uma felicidade nova no ar. Todos sorriam e tiveram um café da manhã bem animado. Logo cedo, uma das enfermeiras veio lhes informar que poderiam ir visitá-lo novamente, mas somente um de cada vez. Perguntaram a Hermione se ela gostaria de entrar, mas a garota negou, o que pegou todos de surpresa. Gui, que havia passado muito pouco tempo com o irmão no dia anterior, entrou primeiro.
Hermione evitou os Weasley por boa parte da manhã. Foi somente depois do almoço que Gina conseguiu conversar a sós com ela.
- Você está meio estranha hoje Mione, tudo bem?
- Tá tudo bem Gina, não se preocupe – a garota respondeu, mas não olhou para a amiga.
- Não adianta esconder, o que está acontecendo? – Gina ficou parada olhando para Hermione, que evitava olhar para ela. Depois de muita insistência, a morena finalmente falou.
- Eu estou muito feliz que ele esteja de volta Gina, mas estou um pouco aflita.
- Aflita por quê?
- Viktor. Como eu vou contar pro Ron? Ele acabou de passar por maus bocados, não posso falar com ele agora. Tenho medo da reação dele – Gina ficou surpresa ao ouvir o que Mione falara. Entendeu então o que a afligia. Colocou a mão no ombro da amiga e falou.
- Ele não vai gostar nenhum pouco. Na verdade, vai partir o coração dele, mas você vai ter que falar mais cedo ou mais tarde – a morena assentiu com a cabeça e se afastou novamente de Gina, dessa vez ainda mais deprimida.
Hermione conseguiu se manter afastada de todos a maior parte do dia. Pouco antes do jantar, a Sra. Weasley veio até ela e pediu que ela entrasse, pois Ron a estava chamando. Dessa vez, Mione não conseguiu fugir. Respirou fundo e dirigiu – se ao quarto.
Assim que entrou, notou que Ron estava um pouco mais disposto. O estado em que ele se encontrava ainda a assustava. Puxou a cadeira e se sentou.
- Você não voltou. O que aconteceu? – ele perguntou, mexendo um pouco na cama para poder olhá-la.
- Nada, simplesmente tinha muita gente querendo te ver – Hermione não olhava para o ruivo. Ron estendeu sua mão e segurou a mão da menina, que estremeceu ao toque. Ela levantou os olhos para ele e notou que ele chorava um pouquinho. Fez menção de falar alguma coisa, mas as palavras não saíram. Mais uma vez, Ron teve que falar primeiro.
- Mione, todo, todo esse tempo, você não imagina o que eu passei – agora ela também chorava. – Mas, mas havia apenas uma coisa que me mantinha vivo, que me dava forças – ele respirou fundo e limpou as lágrimas. – Você. Você, Mione. A única coisa que me impelia a continuar lutando e a não desistir era me imaginar voltando para você – nesse instante, a garota chorava copiosamente ao lado da cama. Ron já havia controlado o choro e agora apertava mais forte a mão da menina. Mione se levantou e ficou olhando para ele. Sabia que o amava, não adiantava ficar lutando contra isso. Esticou sua mão e acariciou a lateral do rosto muito machucado do ruivo, que sorriu para ela. Não sabe o que a levou a fazer aquilo, mas se abaixou e o beijou apaixonadamente. Ron retribuiu em um beijo quase selvagem, mas igualmente apaixonado. Ali, naquele momento, os dois queriam expressar tudo que sentiam. Ali ficou claro a falta que cada um sentiu do outro. De repente, Hermione interrompeu o beijo e endireitou o corpo.
- Er, me, me desculpe. Eu, eu preciso ir – então se virou e saiu caminhando firmemente da sala. Ron estava aturdido, tentou falar alguma coisa, mas a menina aparentemente não ouviu.
Parecia que o mundo inteiro estava girando ao seu redor. Tentou organizar melhor as ideias. Por alguma razão, sentia que fizera algo muito errado. Amava Rony, ela sabia disso, na verdade sempre soube. Mas porque então se sentia assim? Viktor Krum. Sabia que, apesar de não amá-lo, ele ainda era seu namorado. Chegou à porta que dava para a sala de espera. Parou e respirou fundo várias vezes antes de sair.
Parece que apenas Harry notou que a expressão da amiga mudara. Pensou em ir conversar com ela, mas achou melhor não. Depois da conversa que tiveram na noite anterior, ele sabia que ela precisaria de tempo.
Mais tarde naquele dia, Hermione falou que teria que ir embora. Seus pais não tinham tido notícias suas e ela não passava um tempo em casa desde o Natal. Despediu-se de todos e rumou para a saída. Gina a acompanhou.
- Depois você volta né? – a ruiva perguntou.
- Volto sim, só preciso arrumar algumas coisas em casa, dar um alô aos meus pais. Qualquer coisa me avise.
- Mione, eu sei que tudo pode parecer estranho, mas acredite em mim. Vai ser muito pior para ele se você se afastar agora. Ele ainda precisará de muita ajuda para se recuperar e você tem que estar presente. Não nos abandone agora – Hermione não respondeu. Simplesmente balançou a cabeça em aprovação e se preparou para sair. Deu um abraço na amiga e desapareceu pela lareira.
O resto do dia transcorreu normalmente. Após o jantar, permitiram que somente mais duas pessoas o visitassem. No dia seguinte ele seria transferido para um quarto e todos poderiam passar mais tempo com ele.
No dia seguinte, todos estavam muito animados com a perspectiva de passarem mais tempo com Rony. Logo após o almoço, uma das enfermeiras veio lhes informar em qual quarto ele ficaria e qual seria o horário da sua transferência. Todos então se dirigiram ao quarto em questão e esperaram por ele.
O quarto era muito melhor que aquela salinha na AMTI. Era muito mais espaçoso e mais arejado. Jorge foi até em casa e buscou os pôsteres do Chudley Cannons e pendurou-os nas paredes. Quando finalmente viram a porta se abrindo e uma enfermeira empurrando o menino em uma cadeira de rodas, abriram largos sorrisos para ele. Rony conseguiu sorrir, mas definitivamente não havia nenhum entusiasmo.
- Vamos, meu filho, se alegre. Fizemos tudo do seu jeitinho – Molly falou e foi correndo abraçar o filho. Ron gemeu de dor e sua mãe se afastou um pouquinho.
- Muito obrigado mamãe. Gostei dos pôsteres.
- Ideia minha. E trouxe isso também – Jorge então tirou um conjunto de Sapos de Chocolate, Feijõezinhos de Todos os Sabores, Varinhas de Alcaçuz e vários outras delícias que definitivamente não faziam parte do cardápio do hospital. A Sra. Weasley ralhou com ele e Jorge guardou-os de volta.
- Quando você enjoar da comida daqui, e a mamãe não tiver olhando, eu te dou alguns – Ron conseguiu sorrir bem de leve.
Após umas duas horas, a enfermeira veio lhes avisar que teriam que sair. Poderiam voltar daí a pouco. Antes que todos saíssem, Ron perguntou se ele poderia falar com Harry por um instante. Ela pareceu um pouco aborrecida, mas acabou cedendo. Os outros concordaram, meio curiosos, e saíram.
- Pode falar – Harry sentou-se ao lado da cama do amigo.
- Preciso te falar uma coisa. Você sabe o que deu na Hermione? – Harry pareceu engasgar um instante. Ficou em silêncio, pensando, e então falou.
- Não notei nada de errado com ela, por quê?
- Ela tá muito estranha. Você acredita que ontem ela me beijou, e depois, do nada, como se tivesse feito uma grande burrada, ela me pediu desculpas e saiu.
- Ela te...te beijou? Assim, sem mais nem menos? – Harry perguntou muito surpreso.- A gente estava conversando. Eu falei com ela que era ela quem me dava forças para continuar lutando, ela ficou muito emocionada e...simplesmente me beijou.
- Acho que isso já está virando costume hein – foi a única coisa que veio à cabeça de Harry.
- Hoje eu vim para esse quarto e ainda não a vi, você sabe onde ela está?
- Ela voltou para casa, fazia muito tempo que não via os pais – Harry se arrependeu no momento que as palavras deixaram sua boca. Como iria explicar ao amigo o motivo de Hermione não estar com os pais.
- Onde ela estava que não via os pais há tanto tempo. Por acaso eles ainda estão na Austrália?
- Não, não, ela já os recuperou. Acho que eh...ela estava viajando, ou coisa assim – Harry tentou soar o mais confiante possível. Se Ron percebeu que havia alguma coisa errada, não comentou. Estabeleceu-se então um silêncio constrangedor no quarto, que foi quebrado pela enfermeira informando a Harry que ele teria que sair.
Passaram-se mais dois dias e Ron não perguntou mais nada sobre Hermione, nem para Harry, nem para Gina. Hagrid foi visita-lo e quase esmagou o agora frágil corpo do garoto com um abraço. Ficou um bom tempo ali, o que pareceu alegrar Ron. O ruivo ainda apresentava vários machucados, mas se recuperava bem. As dores diminuíram e ele já começava a comer melhor, apesar de ainda se alimentar pouco. Parecia que ele também estava ficando mais feliz, apesar de, por várias vezes durante o dia, ele simplesmente ficar calado olhando para o teto.
No dia seguinte, a Profª McGonagall apareceu no hospital. Após conversar rapidamente com Ron, ela pediu a Gina que mandasse uma carta a Hermione avisando-a que teria que aparecer no hospital no dia seguinte para resolver o seu retorno a Hogwarts.
Quando Mione chegou ao hospital, Minerva já estava esperando por ela. A professora se afastou com a morena e com Gina e começaram a conversar.
- Como vocês devem saber, amanhã recomeçaremos as aulas. Devido aos recentes acontecimentos, eu, junto aos demais professores, decidimos dar a vocês uma semana a mais. Todas as aulas serão repostas e vocês poderão recuperar o tempo perdido.
- Que ótimo, eu estive comentando com Harry que queria ficar mais tempo com Rony. O que você acha Mione?
- Er, eu acho uma boa ideia, mas eu já me decidi. Vou voltar amanhã mesmo – Gina olhou surpresa para a amiga. Até mesmo McGonagall pareceu espantada com a decisão da menina.
- Tem certeza Srta. Granger? Não haverá nenhum problema caso decida voltar depois.
- Tenho sim professora, acho melhor eu voltar amanhã.
- Está bem, estou te esperando em Hogwarts então. Agora preciso ir, pois ainda tenho muito que arrumar para amanhã – a professora então voltou ao quarto de Ron para se despedir e as duas meninas continuaram no corredor.
- Como assim, você não vai ficar mais? – – Gina perguntou com um quê de indignação na voz.
- Achei melhor assim Gina. Ainda, ainda não sei como...er...agir perto dele.
- Mas e o beijo? Não muda nada?
- O BEIJO? – Hermione deu um grito de surpresa. – Como assim, você sabe do beijo?
- Sei. Rony contou para Harry, que me contou. Vamos até o quarto dele então, porque, de um jeito ou de outro, você vai falar com ele ainda hoje – Gina então saiu puxando a amiga pelos pulsos. Hermione se atrapalhou um pouquinho, mas a seguiu.
O clima mudou completamente quando viram Hermione entrar no quarto. De repente, todos ficaram em silêncio e, como se tivessem combinado antes, resolveram sair do quarto. A garota tentou protestar, mas ninguém lhe deu ouvidos. Quando percebeu, já estava sozinha com Rony.
- Você parece melhor. Como está se sentindo? – ela falou depois do que pareceram ser longos minutos.
- É, acho que estou melhor sim. Ainda me sinto um aleijado, deitado nessa cama, mas pode-se dizer que eu estou melhor – Ron não olhava para ela, soava frio e distante. Mione percebeu, mas não disse nada. Depois de alguns minutos ele resolveu falar.
- O que aconteceu aquele dia, pra você sair daquele jeito hein? Eu fiz alguma coisa de errado? – agora era a menina que não o encarava nos olhos. Demorou um pouco até responder.
- Não Ron, você não.
- Então o quê? Me conta. Você me beija, depois sai correndo e fica dois dias sem vir me ver. Alguma coisa aconteceu sim – Ron agora olhava com determinação para ela. Hermione corou e desviou o olhar. Não sabia o que fazer.
- Eu..eu não sei como agir perto de você – sua voz agora saia trêmula, ainda não olhava para ele. – Estou muito confusa. Acho...acho que – mas não conseguiu completar a frase.
- Acha o quê? Pode falar comigo Mione. Você não gostou de ter me beijado? Se for isso eu vou entender, vou tentar pelo menos. Mas fala alguma coisa pô. O que está acontecendo? – essa última frase saiu um pouco mais ríspida que ele queria, ela se assustou um pouco com o tom de voz do garoto.
- Eu gostei do beijo sim. Só acho que não é certo. Ainda não.
- Por que não? Pode falar comigo – seu tom de voz agora era mais calmo. Ele esticou uma das suas mãos para segurar a dela, mas ela institivamente moveu a sua. Ron olhou incrédulo para ela. Demorou m pouco até ele falar.
- O que está acontecendo. Você está me escondendo alguma coisa. Você não quis nem segurar minha mão. Não me olha mais nos olhos – Ron conseguiu se ajeitar melhor na cama e voltou a encará-la. Mione não respondia.
- Anda, desembucha. Me fala a verdade. O que está havendo hein? O que você não quer me contar? – se isso fosse possível, ele olhava ainda mais decididamente para ela.
- Ah Ron, não fala assim.
- Eu estou cansado desse joguinho. Me fala logo. O que foi que te deixou assim hein? Você tá com medo que eu faça ou diga alguma coisa? Se você não tem nada a esconder, toma coragem e me diz logo – Ron então segurou Hermione pelo braço e puxou-a mais para perto. A menina se assustou e olhou para ele.
- Eu estou namorando, é isso. Por isso eu acho errado.
Nunca o clima entre os dois ficara tão pesado. Ron imediatamente largou o braço da menina e ficou boquiaberto, olhando para ela sem dizer nada. Hermione se afastou da cama com lágrimas nos olhos. Ficou olhando para o chão. Depois dos minutos mais longos de suas vidas, Rony falou.
- Namorando...namorando com quem? – sua voz era quase inaudível.
- Com Viktor Krum. Eu me encontrei com ele quando estava na Austrália, e bem, eu estava muito infeliz, e ele me ajudou muito. Hoje estamos namorando – Hermione se virou para olhar para Ron. O menino agora havia recostado a sua cabeça no travesseiro e encarava o teto do quarto.
- Ron, eu...
- Não, tudo bem. Se você está feliz é o que importa. Foi tolice minha pensar que você simplesmente ficaria me esperando, sem saber se...se eu voltaria – o garoto falou com a voz embargada. Hermione fez menção de ir até ele novamente, mas não teve coragem. Também pensou em falar com ele, mas não encontrou palavras. Simplesmente juntou suas coisas, enxugou uma lágrima do rosto e rumou para a porta. Antes de sair, se virou para ele.
- Ron, eu sinto muito – Ron não respondeu. Hermione reparou que o garoto agora começava a chorar. Engoliu o próprio choro, abriu a porta e saiu.
Hermione disparou pelos corredores. Agora as lágrimas corriam livremente pelo seu rosto. Pegou um caminho diferente para não trombar com ninguém da família Weasley, não queria ter que dar explicações. Continuou correndo até que encontrou novamente o corredor que dava para a saída. Entrou na lareira e voltou para casa.
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Coitado de Ron né, mas não fiquem com muita raiva da Mione não viu. Eu juro que as coisas vão se acertar. Continuem lendo e COMENTEM.
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