Capítulo XVIII



Capítulo XVIII


“Amy, eu não sei enrolar: eu posso estar errado, mas até onde a memória vai, eu acho que nós nos beijamos.”


- Sirius Black Jr. –


            Revirou na cama uma, duas vezes. A cabeça latejava dolorosamente. Tentou se levantar, mas o quarto girou e a visão tornou-se embaçada... Deitou-se novamente. “Ressaca dos infernos...”. O estômago embrulhado fazia com que ele se arrependesse amargamente por ter bebido na noite anterior.


            _Droga... – murmurou, abrindo o cortinado da cama e se incomodando com a claridade súbita.


            _Bom dia... – Harry sorriu-lhe. Aparentemente, não tinha bebido tanto.


            _Ótimo... – tentou revirar os olhos, péssima experiência, vale a ressalva.


            _Tá feia a coisa, hein? – o moreno de olhos verdes riu – Recuperado da briga com o Malfoy?


            _Mais feia que Romilda Vane... – ele murmurou, abrindo os olhos com dificuldade – Nunca é demais socar a cara de um idiota feito o Malfoy... é quase uma terapia...


            Harry soltou uma gargalhada e sentou-se a ponta da cama do amigo, ajudando-o a se levantar.


            _Feliz Natal, à propósito...


            _Verdade... – Sirius sorriu de leve – Feliz Natal, lil brother... Cadê o Rony?


            _Tomando café. Acordou mais cedo... – Harry respondeu, trocando a camisa de malha por uma de mangas compridas e um casaco forte o suficiente para segurar o frio que fazia naquela manhã.


            _Natal na sua casa esse ano? – Sirius sorriu – Amy disse que sua mãe ficou uma arara com Dumbledore por ter de passar o dia 24 longe de nós... – os dois riram.


            _Coitado dele... – Harry disse de modo quase solene – Mas acho que ela vai fazer tudo como se fosse dia 24... – esclareceu – Não demore a se arrumar... O trem sai às 11h.


            Harry saiu do dormitório, deixando Sirius sozinho. O moreno dirigiu-se para o banheiro, segurando-se nas paredes para manter o equilíbrio da melhor forma que podia. Entrou no banho gelado, tentando melhorar a tontura e os enjoos. Sonhava acordado com o chocolate quente da mãe, que, sublimemente, sempre curava suas ressacas, por mais que ela nunca viesse a saber a razão pela qual ele sempre pedia uma caneca quando voltava de alguma festa.           


            Saiu do banho e checou o relógio: 10:15. Não podia se atrasar... Colocou uma calça jeans, camiseta preta e um moletom branco. Desceu as escadas do dormitório tentando se manter acordado e equilibrado sobre os dois pés, quase falhando nos últimos degraus. Chegando ao Salão Comunal, notou a ruiva sentada sozinha no sofá de estofado vermelho.


            Amy... o rosto dela corou de leve ao notar a presença do rapaz. Estava esperando por ele, por mais estranho que pudesse parecer, visto que, na noite anterior tinha se declarado a ele. Mas sabia que ele precisaria dela assim que acordasse...


            Sirius a encarou, sabendo que estava perdendo algo por ali... Estava se esquecendo algo. Tinha brigado com Malfoy, disso ele se lembrava. Por causa de Amy. Sim... Mas e o resto...? Eles tinham... Não, não tinham. As falhas na memória o estavam irritando. Mas na sua cabeça parecia que sim... parecia real. Só um desejo, talvez. Mas então por que ela estava corada? Será? Um sorriso se abriu no rosto do moreno e ele se aproximou.


            _Hey... – ela sorriu, se levantando. Usava uma saia cinza e meias pretas cobrindo as pernas por causa do frio, assim como uma blusa cacharrel branca de gola alta.


            _Hey. – Sirius a abraçou e beijou a testa da garota – Feliz Natal, minha linda.


            _Feliz Natal, meu cachorrinho... – Amy sorriu com o gesto. Só Sirius sabia como ela era completamente apaixonada por beijos na testa.


            Permaneceram assim por alguns segundos, e Amy se perguntou se Sirius se lembrava do que acontecera na noite anterior.


            _Eu estava te esperando... – ela sorriu, revirando nas mãos o vidrinho que carregava.           


            _Tava? – ele observou o potinho azul que cabia na palma das mãos de Amy – Que foi?


            _Como eu sou a melhor amiga do mundo... – ela riu – Fiz isso pra curar a sua ressaca. – entregou ao moreno o vidro com a poção.


            _Ai, Amyzinha... – ele riu, pegando o vidro e virando tudo na boca – É por isso que eu amo você!


            O sorriso de Amy ameaçou desaparecer porque ela sabia que essas palavras não carregavam o peso que tinham na noite passada.


            _Nós vamos nos atrasar... – ela disse, pigarreando, para tirar o nó da garganta.


            _Ah, sim. – Sirius também se sentia desconfortável com aquela situação, e a seguiu pelo buraco do retrato.


            Os dois andaram em silêncio até o Salão Principal para tomar café. Sirius já se sentia bem melhor do enjôo... Amy era mesmo a menina mais cuidadosa que ele conhecia. E por isso sentia-se extremamente irritado por estar perdendo algo ali.


            _Feliz Natal! – a ruiva pulou no colo de Harry de modo escandaloso, pendurando-se no pescoço dele – Eu te amo muito, irmãozinho... – beijou o rosto do menino, que riu, e a abraçou.


            _Feliz Natal, siss... – ele beijou o rosto dela.


            _Cunhadinha! – Amy abraçou Ginny, que ria da amiga – Feliz natal! Cuida bem desse cabeça de vento, oks? – ela baunçou os cabelos, já constantemente arrepiados, de Harry.


            _Sim senhora! – Ginny riu, segurando a mão do namorado – Feliz natal, amiga...


            _Amy!! – Hermione a abraçou fortemente – Feliz Natal!


            _Feliz Natal, Mione! – ela abraçou a amiga da mesma maneira – Ahh! Eu queria que você fosse com a gente... – fez um bico engraçado.


            _Eu também... Mas a gente se vê daqui a uma semana, ok? – a outra sorriu.


            _Rony! – a ruiva correu atrás do menino, que já tinha as bochechas vermelhas de vergonha – Nem adianta fugir, vem cá! – ela riu, abraçando o amigo que era quase o dobro do seu tamanho.


            _Feliz Natal, Amy... – ele riu, levantando a menina do chão pelos braços.


            _Feliz Natal, Roniquito!


            Ao fim de todos os abraços, já se passava das 10:30, e Amy e Sirius precisaram engolir  café da melhor maneira possível. Os seis se levantaram da mesa e partiram para a estação quando faltavam dez minutos para a partida do trem, e tiveram que correr para embarcar. Assim que entraram no Expresso de Hogwarts, saíram em busca de uma cabine, e conseguiram apenas uma quase no fim do corredor.


            _Amy... – Sirius a segurou do lado de fora, falando para que só ela ouvisse – Posso falar com você?


            _Aham. – ela afirmou com a cabeça, sentindo o coração começar a bater de forma desentoada.


            _A gente já volta. – SIrius avisou aos outros na cabine, saindo com Amy presa pela mão.


            O garoto a guiou por todo corredor, checando os ocupantes das cabines pelas janelas. A certo ponto, abriu uma das portas, que abrigava vários primeiranistas.


            _Crianças. – ele sorriu de modo amigável – O que vocês acham de ir atrás do carrinho de doces? – os garotos continuaram a encará-lo, e Sirius revirou os olhos, tirando do bolso três galeões. – Vão logo. – ele entregou as moedas aos meninos, que saíram da cabine imediatamente.


            Sirius entrou, puxando Amy com ele. A garota ria das artimanhas do moreno, enquanto ele puxava as cortinas, deixando-a intrigada.


            _Amy... – Sirius sentou, e a menina fez o mesmo – Eu precisava falar com você...


            _Hm... – ela o incentivou a continuar.


            _Eu não lembro de muito do que aconteceu ontem à noite... – ele disse, olhando para ela em busca de algo que pudesse ajudar – Quer dizer... eu briguei com o Malfoy. Disso eu lembro... – Amy rolou os olhos e ele riu – Mas tem alguma coisa que... – suspirou pesado – Amy, eu não sei enrolar: eu posso estar errado, mas até onde a memória vai, eu acho que nós nos beijamos.


            Amy desviou os olhos, envergonhada. Ele se lembrava.


            _É isso? – Sirius perguntou, inquieto e ansioso.


            A ruiva afirmou com a cabeça, só então se arriscando a olhá-lo novamente. Sirius sorriu abertamente.


            _Você disse que estava apaixonada por mim. – seus olhos vasculharam qualquer sinal no rosto dela – Não disse?


            _Eu estou. – Amy murmurou, olhando para baixo – Six, eu...


            Sirius ergueu o queixo dela com dois dedos e encostou os lábios nos dela por alguns segundos, calando-a.


            _Shh... – ele sussurrou, beijando com intensidade dessa vez.


            Amy sentia cada vez mais necessidade de ficar com ele. A boca de Sirius parecia perfeita para o encaixe da sua. Cada movimento dele parecia perfeitamente cronometrado aos dela, e em poucos minutos, estavam ofegantes.


            _Eu tô completamente apaixonado por você... – ele disse com o pouco de fôlego que tinha, e Amy o puxou para um novo beijo, sorrindo abertamente.


            O moreno desceu o corpo sobre o dela, deitando-a no banco do trem. Beijava o pescoço de Amy, o rosto, a boca. Nunca pensara que podia sentir algo tão intenso por uma garota.


            _Você é louco, Six... – ela sorriu, afastando-o um pouco e rindo em seguida.


            _É o bom da vida... – Sirius riu, beijando-a novamente em seguida.


            Amy se sobressaltou com o barulho da porta sendo aberta, e Sirius apenas rolou os olhos, contrariado, saindo de cima dela. Viraram-se para a porta, e, entre risadinhas cúmplices e olhos arregalados, os ocupantes da cabine voltaram com as mãos lotadas de doces.


            _Eu deveria pegar meu dinheiro de volta... – Sirius murmurou, irritado, levantando-se com Amy.


            _Six... ela murmurou no corredor, passando as mãos pela boca, tentando arrumar o batom – Eu acho melhor a gente não falar nada do que aconteceu, por enquanto...


            Ele afirmou com a cabeça. Seria mesmo melhor conversar com Harry antes de qualquer coisa.


            _Certo... – ele respondeu andando em direção à cabine – Sabe o que eu lembrei? – Sirius disse, com um começo de sorriso – Quando você nasceu, meu pai e o seu fizeram uma aposta: o tio Pontas acaba de perder 400 galeões!


            _Que aposta? – Amy franziu o cenho.


            _Meu pai disse que eu ficaria com você. – ele piscou, rindo.


            _Ahh, Tio Six convencido! – ela riu – Mas sabe o que nós podíamos fazer? Descolar 100 galeões cada um... – ela sorriu maliciosamente.


            _Por isso que eu gosto de você, gatinha... – Sirius riu – Fala...


            _A gente diz pro seu pai que se ele der metade do dinheiro, a gente finge que tá namorando. Lá em casa é só a gente ficar na frente do meu pai, e pronto... Cemzinho cada um. – ela piscou, rindo.


            _Você é um gênio do crime, minha ruiva... – Sirius riu, fazendo cócegas nela.


            _Eu sei! – ela riu – Agora vamos... – chamou, abrindo a porta da cabine.


            _Aleluia! – Rony lançou as mãos para o alto teatralmente – Pensei que não fossem mais voltar!


            Sirius e Amy sorriram e se sentaram juntos, as mãos levemente próximas, ambos tentados a mais um toque. A viagem passou rapidamente, sem muitas novidades. Sirius queria de qualquer forma ficar com Amy quando os dois ficavam sozinhos na cabine, mas a menina morria de medo que os amigos voltassem e os flagrassem.


            _Espera até a noite... – ela pediu, sorrindo por deixá-lo fissurado.


            _Você é inacreditável, Amy Potter... – Sirius murmurou ao ouvido dela, mordendo, em seguida.


            _Você nunca perde essa mania de mordida, né? – ela revirou os olhos, tentando não sorrir.


            _Desista. – ele riu – Ainda mais agora, gatinha.


            _Um dia eu ainda mato o seu pai por ter essa droga de gene animago justo de cachorro...


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N.a.: Oiiiie! *-*


Ah, gente, fiquei muito feliz com os comentários de vocês no último capítulo! Ainda bem que gostaram!!! :D Fiquei feliz meesmo! ^^


Draco tudo de bom, né, Carol? hahaha Mas o Sirius é tudo e mais alguma coisaaaa! haha


Julii: eeee! que bom que gostou dessa e das outras! :D atualmente, Just Like Dads tá sendo meu xodó! haha então fico feliz que comente nessa!! :)


Enfim, espero que curtam esse capítulo tb! No próximo tem a famoooooosa aposta, que foi a origem de toda essa história! xD E que, vale a ressalva, existe por causa da idéia do Felipe de fazer a continuação! :D


beeijos, galerinhaa! :))           


 

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